Ao mostrar as moedas para Carlos, o treinador tinha uma esperança de que ele iria gostar! Assim acontecia! Com o pedido de seu mestre (ele esperava que fosse), o jovem meneava a cabeça de forma afirmativa e fazia a nota mental “deixar na mesa do chefe – não esquecer!”. Então, olhava para as pokebolas que ainda pareciam em processo de cura, antes de continuar seu relato.
Ao final, ambos iam para a sala mais reservada de Carlos... ela estava diferente, havia perdido toda a pompa... certamente alguns objetos tinham ido para a decoração do Museu, afinal, o Prefeito da Cidade respirava cultura, nada mais natural que ajudar na inauguração. Mesmo assim, Katakuri ainda reparava, curioso, na arquitetura e beleza do local!
A primeira frase de Carlos não parecia fazer sentido algum... Katakuri não sabia nem o que era uma Diance. O jovem não conseguia distinguir se a fala de seu futuro mestre era algo bom ou ruim... assumiu que fosse a segunda opção, mas sem entender, ficava difícil falar algo. Felizmente, Carlos reformulava sua frase e agora a bordoada vinha com força!
Com a nova frase do Líder Draconico, Katakuri ria internamente... não podia deixar Carlos ver aquilo! Seu sermão era parecido com o de sua avó, o começo era leve, trazendo aspectos positivos... preparando o terreno para a pancada que viria! Uma vez mais o Líder falava sobre a impulsividade que atrapalhavam o jovem. Katakuri pensou ter corrigido isso um pouco, mas pelo visto, ainda estava no mesmo barco de sempre.
O relato seguinte de seu mestre, falando o que havia acontecido na inauguração, deixava o jovem espantado... não imaginava que chegaria a isso, mas de fato era uma boa distração para seu companheiro. Todavia, Katakuri achava um tanto injusto Carlos partilhar a culpa do ocorrido com o jovem e antes que o monotreinador pudesse responder, Carlos voltava a falar, parecendo decepcionado... restava saber se era com o jovem ou consigo mesmo!
A outra frase reformulada do Líder era mais amena, mas ainda assim com sermões, como era de se esperar de um mestre tentando encontrar seu discípulo, escondido ali debaixo de toda aquela impulsividade. Katakuri meneava a cabeça afirmativamente, concordando, no geral, com Carlos
O jovem respirava antes de tentar responder um pouco, criando coragem para tal. Apesar de mais calmo, sempre era difícil escolher as palavras certas para as ocasiões certas... – Senhor, eu tive pouco tempo para decidir... tive que escolher a situação mais grave para lidar. Se investisse tempo tentando contata-lo, certamente perderia de vista esse segundo homem que vinha até seu ginásio, se aproveitar do caos provocado por seu comparsa. Precisava de Visenya para sobrevoar a área e não perder o homem de vista também. Peço perdão se minhas escolhas foram precipitadas.... mas foi o que conseguir fazer com o pouco tempo que tinha.
Voltando a respirar para continuar, visto que tinha que sempre se manter calmo e tranquilo... desta forma, as palavras viriam com mais segurança – Quando você interveio na luta, com aquele Serperior, nunca pensei que era o senhor, afinal, não conheço seus pokemons, inclusive foi uma honra presenciar um pokemon tão formidável... – vendo que já estava divagando, Katakuri mordia os lábios... tinha que se manter na narrativa, sem digressões!
Então, como eu estava dizendo... eu pensei que era alguém tentando zuar de mim por não conseguir derrotar um Carbink... eu tive muito trabalho e exigiu muito de mim enfraquece-lo... tive que usar todas as limitadas táticas, por enquanto, que tenho na manga. Sim, estava frustrado e nervoso por precisar usar meus 3 pokemons para enfrentar apenas 1! Estou trabalhando minha impulsividade, mas naquele momento, estava um pouco fora do controle mesmo. A tática do oponente foi nova para mim, apenas se defendia e deixar o veneno derrotar meus pokemons... estava frustrante. Por isso, também peço perdão... estou tentando melhorar!
Quando Katakuri parou, pensando se continuava ou não... sem saber ao certo as palavras para seguir adiante na conversa, Carlos praticamente o interrompia, procurando algo em sua mesa. Instantes depois, vinha com um disco escuro, parecendo um Technical Machine... e de fato era! Era um agradecimento de seu mestre. Katakuri esboçava um sorriso no rosto e aceitava respeitosamente – Eu vi você usando ele contra o Carbink... aquilo deixo ele sem poder atacar, mas eu ainda não entendi o move direito... não, não precisa me dizer! Eu vou estudar e entender ele com meu própria esforço...a luta de hoje me ajudou a ver que o caminho que tenho pela frente é mais longo e difícil do que eu pensava... – o jovem terminava sua fala meio taciturno.
Apesar de incerto sobre Carlos, será se ele aceitaria o jovem como aprendiz ou não, Katakuri ia, de forma tranquila, depositar as moedas na mesa dele e então voltava a ficar de frente para o Líder – Muito obrigado pela ajuda hoje e pelo TM, certamente irei usá-lo, após aprender o que ele faz, é claro hehe. Mas... eu vim para esta cidade aprender mais sobre os Dragões! Aprendi muito na primeira missão que me mandou e gostaria de ser mandado em outras para aprender e evoluir cada vez mais... nas próximas, como seu aprendiz formal, se for de seu agrado, é claro! – Katakuri terminava fazendo seu gesto solene e de curva um pouco o corpo, uma forma de deferência para com Carlos.