OFF: Recebendo Swablu do
@Karinna.
Sorri, quando Karinna dizia que estreguei a brincadeira. Na verdade, dei uma leve gargalhada e abri os olhos, só pra ver ela fazendo bico. E em seguida, ela se aproximava, tocando nossas testas, e acabava pedindo para que não me acostumasse ao que viria. Não entendi, a priori, então tudo que fiz foi pentear uma mecha de seus cabelos para trás de suas orelhas, e ouvi o que ela tinha a dizer. Ouvi atentamente, e não entendi, muito bem, o que ela estava dizendo, até finalmente me toquei, quando um recebi um leve beijo na ponta do nariz. Ela dizia que eu não precisava dizer de volta, sorriu, e nos beijamos. Um beijo, extremamente apaixonado, e por alguns segundos, nos mantivemos em silêncio.
Meu peito bateu forte. Eu... nunca, havia escutado isso de alguém com quem me relacionei. Eu tentei pensar, numa resposta, tentei pensar sobre meus sentimentos em relação a Karinna, e, eles eram de fato, profundos. Me lembrei do dia no parque, me lembrei da vez em que desmaiei em público, em que corri no meio da floresta procurando-a, que... eu matei um homem. E eu parei. Congelei, na verdade. Eu nunca havia sentido remorso por aquilo. Nunca havia me sentido mal, tudo porque, o que eu fiz, foi pra tentar salvá-la. Eu sempre venho tentando demonstrar isso, a muito tempo, através das minhas ações, mas, verbalizar? Aquilo era ainda mais difícil. Era necessário coragem, muita, e eu queria dizer a ela. Meus lábios tremeram, e, no instante em que eu ia lhe contar da forma que sentia...
...ela voltou a falar. Agora, sobre o Pokémon. Calei-me, naquele momento. Apenas aceitei que, talvez eu não estivesse pronto para dizer, e talvez, ela não estivesse pronta para ouvir de mim a mesma coisa. Eu vacilei por um instante. Mas quando Karinna tentou tocar a esfera do Pokémon, eu afastei a Pokéball do seu alcance, por um momento. Novamente, olhei em seus olhos e via a vasta imensidão do céu neles, sorri, como quem encontra algo que estava procurando a muito tempo.
Só que eu não encontrei palavras. Não sabia o que falar. Na verdade, eu sabia. Mas me faltou coragem. Me faltou pulso, me faltou... tudo. Eu queria dizer que a amava, queria assumir algo mais sério com ela, queria me deitar com ela na mesma cama. Mas isso não aconteceria hoje, porque eu ainda... estava com medo. Eu ainda me lembrava de quando fui além de qualquer coisa, quando ignorei tudo, e matei aquele homem na floresta de Fortree. Eu não podia dizer que a amava, sem dizer que entendia tudo que estava disposto a fazer e até onde eu estava disposto a ir por ela.
Então, apenas lhe beijei o rosto, e lhe aproximei de novo da Pokéball.
Dela, se projetou um pequeno Swablu, que, não pude deixar de notar, não conseguia voar. Ou ao menos, evitou fazê-lo. Tanto que se limitou a correr para o canto do quarto e se esconder atrás de sua asa machucada. Karinna me explicou, tudo que havia acontecido e me apresentou a Okawa, sua Altaria.
- Ei, garota. - Acariciei-a, e então sorri da afirmação da afirmação de Bley.
- Ei! - Protestei em tom de brincadeira.
- Eu tenho certeza absoluta que não sou tão oferecido assim. - Falava, entre gargalhadas, quando vi que a Altaria se aproximava do Swablu, tranquilizando-o.
- Sim. Claro. - Respondi, sentando no chão, ao lado de Bley, enquanto ela me apresentava pro pequeno.
- Sim... - Falava com a voz amena.
- Eu acho que posso te ajudar, inclusive, a voar de novo. - Disse, me aproximando devagar.
- Posso olhar sua asa? - Perguntava.
Inicialmente hesitante, o Swablu foi encorajado pela Altaria a se aproximar, e, aos poucos eu levantava a asa dele, onde via buracos, por onde passava ar.
- Eu sei como cuidar disso. Sei como você vai voar sempre, em qualquer situação também. - Falava, e o pequeno ficava interessado, aos poucos disposto a vir comigo, mas antes, corria até a Altaria uma vez mais. E quando ganhei um beijo no rosto de Karinna, o azulado imitava o gesto na maior.
- Realmente. - Sorri, e em seguida, o Pokémon veio até a mim, se virando enquanto balançava a asa furada para a Altaria e retornando para sua esfera.
- Vou cuidar bem dele. - Prometi, a ambas, Okawa e Karinna.
- Vou em Olivine, arranjar um enchimento pra asa dele. Não vai ficar perfeito, mas tenho a esperança que vai ajudar a curar. - Falei com a garota, antes de subi-la pra cama, e deitar ao lado dela.
- Eu não tenho muito tempo, combinei de ir na Fazenda do Luch, mas... - Parei, por um momento, enquanto penteava uma mecha para trás do cabelo da loira de novo.
- O que acha da gente ver um filme, antes? - Sorri.