OFF: Querendo virar aprendiz!!!
Antes tarde do que nunca, não é mesmo?! Sei que houve muito espaço para que eu decidisse me especializar em x ou y, mas nunca tinha sido do meu interesse deixar todo o resto de lado. Quer dizer, eu tenho essa ideia na minha cabeça: se especializar em um tipo é ignorar uma biodiversidade imensa, negligenciando uma porrada de oportunidades. Só que... bem, eu já to meio velha. Não "velha" no sentido literal, mas eu não tenho mais a mesma ideia que novatos tem do mundo pokémon. Eu não quero capturar o máximo de pokémons. Sei que sou forte porque os meus são devotos a mim, e sei que muito da minha alma está neles.
Há um certo "quê" de lealdade entre eu e os meus. É diferente, sabe?! Vejo muitos dos meus colegas tratando pokémons como filhos ou amores, mas para mim, eles estão em par de igualdade comigo. Igualdade mesmo: eu não os acho inocentes, culpados ou vítimas, eu não os acho melhor ou pior que nós (humanos), eu os acho apenas... outros.
E os "meus" outros são bastante amigos. Eu posso falar com tranquilidade: nunca encontrei ninguém no mundo que findasse uma relação tão parceira e leal quanto a minha com Freya, Loki, Jô e Hati. É de olhos fechados que confio nos três, e não somente porque eles são fortes, mas também por saber que eles iriam se superar para estarem comigo mais um dia... um diazinho sequer de vida a mais é o suficiente para cruzar a fronteira do possível e do milagre.
Foi quando percebi isso que eu entendi que sou devota deles.
E sendo devota a eles, não posso levá-los a um confronto contra o Mewtwo sem, minimamente, me preparar. Eles sabem do que desejamos, eles sabem que virei Rocket apenas para resolver esse problema, eles sabem do meu medo, eles sabem... bem, eles sabem que esse não é um objetivo ganancioso, mas sim cuidadoso, meticuloso e (talvez) necessário. Rememorando ao leitor: não viso este fim suicida porque quero, mas sim porque a pouco fui ameaçada se assim não o fizesse. Desde então, traços planos e metas para ficar mais próxima da fronteira do milagre.
Aprendiz de Dark é uma dessas metas. Nada mais útil contra essa situação do que me aprofundar nos pokémons noturnos que tenho. Hati, Pupitar, Greninja e tantos outros que podem me servir de munição contra "o mau". Irônico, não é?! Mas não importa. Peguei uma lista de ginásios e, ponderando pró-e-contras, olhei minhas opções obscuras.
Christina, a primeira delas, parecia a mais atrativa, mas o fato d'ela dominar meu amigo Lysander me dava um pé atrás. Eu não queria ter que explicar para ninguém da Requiem porque estava fazendo aquilo, e o fato dela ficar em Hoenn também não me agradava: eu acabei de sequestrar os gêmeos de Mossdeep.
Pandora era de Sinnoh. Além disso, ela parecia fraca. Sei que é só uma bobeira estereotipada, mas esse papo de gente que se "transforma" quando ta batalhando me deixa com pé atrás. Se a pessoa não consegue manter uma centralidade durante um confronto, como vai ser uma boa líder?! Enfim, me restou Star City: um bendito motoqueiro que ninguém (absolutamente ninguém) a minha volta viu. Um performista que é bem famoso em seu "nicho", mas completamente esquecido no mundo dos treinadores. Um homem forte, de personalidade inquietante e bastante aventureiro, mas que é, em suma, um antissocial.
Existe alguém melhor para me aliar? Não, acredito que não...
Nunca vou esbarrar com ninguém ao visitá-lo, ninguém nunca vai perguntar o que eu estou fazendo ali e este será mais um dos meus segredos que apenas eu e meus pokémons sabem. Talvez isso me dê um "gás". Talvez isso tire de mim um pouco do desgosto da vida. Talvez isso até mude esse incômodo hipócrita que a Equipe Rocket tem feito eu sentir...
... talvez isso até me anestesia perante o tanto de sangue que vi nesses últimos dias.
É isso! Vou comprar uma moto e aprender a dirigir. Mas antes, é melhor eu entrar no ginásio, sentar na recepção e pedir licença para a secretária do Mathew, né?!