[Missão Ranger] Kabuum!

Enquanto Gyarados e Luxio descansavam do seu treino, agora a equipe estava reduzida (graças). Com Marshtomp tentando aprender aquela técnica que não era difícil, mas, trabalhosa, eu começava a pensar que o problema todo não era a força bruta, mas o jeito de usar o golpe. Eu ia até o Pokémon primeiro, tentando ver que não era bom ele começar do golpe mais forte e ir diminuindo.

-Marsh, primeiro você tá indo com muita força. Claro que você tá acostumado com golpes mais fortes mesmo, não há problema nisso, mas precisamos nos concentrar na técnica. Olha como é o movimento...- demonstrava para ele, sem tocar nas telhas - Faça isso... Dessa com velocidade e pare antes de bater nas telhas. Ai você vai fazendo isso tocando nas telhas e aumentando a força com o tempo, ok?

Já as meninas, estavam usando um “golpe”. Não tinha como não dizer que aquilo não era um ataque, mas era bem estranho. Não tinha aquela graciosidade de quando Togekiss usava. Parecia que estava faltando aquela luminosidade. Quando Togekiss usava o Dazzling Gleam, ela basicamente explodia em uma luz interessante. Aquilo era quase um raio....

- Meninas, muito bem! Mas está um pouco desorganizado. Dazzling Gleam é conhecido por ser uma técnica que emite vários feixes luminosos para atacar o oponente. Com isso, vocês estão sendo mais brutas e eu entendo, afinal, os outros golpes são bem mais brutos do que esse. Tente expandir primeiro esta luz, para que naturalmente ele encontre a forma de ataque. Claro, no começo pode demorar mais, só que com a repetição, vocês conseguiram conjurar mais rápido.

Os treinos continuavam e aos poucos começavam a se convergir ao final. Marshtomp terminava o seu treino com uma boa técnica e, sem dúvidas, Swablu e Mismagius finalizavam aquele treino com um golpe bonito e poderoso. No fim começava a respirar mais livremente com todo aquele treino matinal finalizado e agora com a oportunidade de seguir para a minha missão, real objetivo de estar ali na cidade.

- Pessoal, vocês foram dureza neste treino. Parabéns. Vou pedir para a enfermeira Joy dar uma olhada em vocês, antes da gente seguir para a missão. Fiquem atentos que vocês podem ser “invocados” para ajudar a qualquer momento.

Satisfeito pelo meu treino, eu recolhia todos os Pokémons para suas devidas esferas, passei na recepção e pedia para enfermeira Joy fazer um check-up nos monstrinhos, além do ovo na incubadora. Subia as escadas, ia no quarto em que eu estava hospedado, e ali mesmo eu tirava as roupas de exercício e tomava um banho gelado. Slateport, como uma cidade praiana, era mais quente, mesmo tendo previsão de chuva forte para mais tarde... Ao finalizar, trocava minhas roupas para uma calça jeans, uma blusa branca comum, boné e óculos escuros (quase um kit disfarça Marvel). Amarrava os cadarços dos meus tênis com força e firmeza. Peguei meu Pokenav mais uma vez e coloquei os fones de ouvido nele, mas não liguei nada.

Desci as escadas ainda de cabelos molhados, mas bem penteados (minha irmã me mataria se não estivesse e soubesse). Na recepção, pegava cada esfera bicolor e guardava, enquanto deixava o ovo bem guardado em sua incubadora, na bolsa. Agradeci a enfermeira, deixando a chave do quarto com ela, enquanto deixava o Centro Pokémon.

Saia em direção à feira. O objetivo era ver o território, colher mais informações. Queria ver se o ataque era em qualquer barraca ou em barracas específicas. Pode ser atos de vandalismos ou de vinganças. Era função minha descobrir...  

A cena encontrada era o que eu esperava. Ao chegar na feira da cidade para fazer a missão, eu encontrava três barracas uma do lado da outra em posição de destruição. A primeira suspeita era que o ataque não era terrorista, em que só quer ver o dano em propriedade, pois se assim fosse, teria barracas aleatória. A primeira suspeita era que tinha um motivo para haver aquele ataque. Embora fosse cedo demais para levantar hipóteses, eu não poderia chegar lá sem nada na mão. Tudo o que eu fosse pesquisar iria ser baseado em uma suspeita e não deixaria nenhuma nova suspeita para trás.

Fase 1: reconhecimento! O senhor que estava ali tentando recuperar uma das barracas começava a martelar seus pregos e madeira no local. Eu me aproximei do velho, a ideia era perguntar sobre o ocorrido. O céu não colaborava com uma abordagem mais “feliz”, nem o prejuízo que ele recebera.

- Bom dia, senhor. Sabe informar o que aconteceu aqui? – tentei dá uma de turista que acabou de chegar na cidade e não sabe o que está rolando. De fato não sabia e era um turista em Hoenn como um todo, mas fiquei imaginando como era o ponto de vista. Se ele soubesse de alguma coisa, não sei se estaria pronto para falar, afinal, teria a polícia local para tomar conta e não precisaria dos rangers para aquela investigação.

Ok! As novas hipóteses começavam a aparecer e parecia que minha mente trabalhava ao ponto de ligar várias cenas em uma só. Observava aquele senhor bater o seu martelo de modo triste, enquanto eu tentava pensar melhor no que era dito. Um cara foi ferido. Um cara que chegava cedo demais. Talvez ele soubesse descrever o que estava acontecendo... Algum rosto, algo familiar... Além disso, tinha um vereador que queria comprar o terreno? Muito suspeito... Mas não poderia tirar conclusões precipitadas no momento. Eu engolia em seco apenas.

Olhava ao redor e percebia que aquela área era grande e estava cercada de prédios. De certo, era uma das localizações mais valorizadas para construir sabe-se lá o que quisesse.

- O senhor acha que o senhor Kane viu quem fez isso com ele? Ele sempre é o primeiro a chegar, certo? Então ele pode ter vistos os bandidos que fizeram isso...

Se o senhor Kane tinha visto o que tinha acontecido, talvez fosse hora de ir até o hospital e questionar ao dono da barraca sobre o ocorrido. Infelizmente, se tiver alguém mais poderoso por trás, precisaria pegar o peixe pequeno que levaria ao peixe grande. (eu sei, é bordão clichê, mas quem não gosta de um clichê?)

Um menino ia investigar?!, aquilo era uma informação um pouco confusa... Que eu saiba, que tinha sido escalado para investigar era eu... Então, não era alguém ligado aos rangers. Poderia ser a polícia de Slateport? Poderia, mas como passaram para os rangers, é porque, ou tinha muita coisa para fazer, ou estavam com falta de pessoal ou era complicado demais. Poderia ainda ser um dos membros de sociedades, já que Winnie comentou uma vez que eles acabam ajudando os rangers... enfim...

- Muito obrigado, senhor. Boa sorte em sua barraca.

Eu iria caminhar mais pelo local, ver algumas frutas, apenas só para ver o preço, mas a ideia era ter mais alguma informação que os feirantes pudessem comentar. Caso não tivesse nada, iria ao hospital falar com o senhor Kane.