_Rush

OFF: aaaa eu não tinha visto :mds: que sonsa que eu sou, mas ali na barrinha do Sobble ta treino de Speed, sendo que na real eu to fazendo treino livre de EXP mesmo, juro q ele não ta correndo pra ficar mais rápido KKKKK vou mudar a dinâmica pra ficar mais fácil perceber que é meio geral

Aqueles treinos começavam a se ordenar, o que podia vir a ser um problema... isso é, se já não é! A medida que avançavam no crescimento de suas habilidades e status, os pokemons ganhavam certa autonomia no comando das próprias técnicas, o que quase sempre me parece um bom indicativo, mas quase nunca é saudável para mim. Ok, ok, eu sei que não sou o foco do treino; apesar de sofrer com o desconhecimento e desentendimento, meus monstrinhos se provam mais fortes quando demonstram autonomia.

Não posso ser a mãe imperativa deles para sempre. Na verdade, nenhuma mãe conseguiria cuidar de 45 filhos, então eu nem sequer conseguiria me submeter a esse papel! Talvez por isso não dei a mesma seriedade ao fato de que Froslass congelara alguns blocos a mai,s próximos do dorso de Sobble, o fazendo carregar um peso um pouco maior ao correr. Bem, era justo! Sem o Trick Room e com Litwick com Power Anklet, a batalha ficaria bastante desequilibrada se não fosse por isso.

Talvez fora por pensar no resultado e não na segurança que não me atentei ao problema... ou talvez, é só por não ter visto malefício algum. Infelizmente Freya não viu com bons olhos os fatos; quando voltei para pegar e experimentar mais feijões, a vi fuzilando Regin com os olhos e questionando suas decisões. Olhei-a um pouco assustada, até entender porque diabos a fantasma parecia estar brava e tentar a confortar:
- Eu que pedi para que ela usasse Icy Wind sobre o campo. Os dois ali tão bem resistentes ao gelo, relaxa Freya! Sobble deve estar com mais porque ele é mais rápido e Froslass tentou equilibrar a brincadeira... mas não passa disso, é só uma brincadeira! - A aquática não pareceu receber bem a resposta; não estava nem um pouco contente com ela - Ou talvez o próprio Flame Body da vela descongelou o dela mais rápido... enfim, isso só prova que não tem nada demais... deixa disso.
Ao dizer isso, cacei do balde pequenos feijões marrons e separei-os em uma das mãos. Depois tratei de experimentar alguns que eu ainda não havia provado, como o vermelho apimentado, o amarelo ácido e o verde mental. Eu devo admitir que meu erro fora mais a ordem do que as escolhas; nada contra a pimenta em si, mas ao engolí-la e, logo em seguida, ingerir algo ácido. Ah, isso não caiu nada bem! Meu estomago ronronara, num pedido claro de "pare já com isso". Assenti com a cabeça para meu próprio órgão e engoli a última menta, como um sinal de "deixa só eu acabar de identificar esse aqui", até porque, o que de pior poderia acontecer?!

Talvez eu tenha feito a receita exata para produzir um novo tipo de feijão... um sabor gastrite. Uma dor aguda me veio no topo do abdômen repentinamente... ok, ok, não tão repentino assim! De qualquer forma, eu só queria ir até a enfermeira e pedir algum tipo de anti-ácido. Mal teria condições de continuar aquele treino; larguei os feijões pretos (recém-guardados) na sacola de papel que carregava comigo e falei qualquer coisa:
- Ah, se não quer que ela brinque mais de Trick Room, deixe ela te ajudando a cozinhar então... Eu tenho que dar uma passadinha ali... logo ali... usa as barreiras dela pra filtrar os produtos... não sei, vocês sabem melhor que eu o que fazer - Eu não queria contar que estava passando mal, apesar de óbvio - Fross, pode descansar um pouco com Litwick, depois eu brinco com vocês - Gritei, cessando o treino da velinha e agora sim, correndo até a Joy.

- Moça, moça, moça, você tem um anti-ácido ou um troço assim?! eu... eu... eu to sentindo que vou vomitar - Ok, esse é um anúncio que você faz enquanto vai andando para o banheiro, e não para o balcão do Centro Pokémon.

Por um instante, eu nem sequer lembrava que tinha pokemons comigo. O ardor só parecia piorar! Inclinei-me, apoiei as mãos no joelho, arfei bastante entristecida e senti meu rosto todo queimar. Por fora e por dentro! Não havia como respirar fundo; meu pulmão não tinha lá muito espaço para crescer, meu estômago agia como uma estufa, que inflara tanto que até apertada meu diafragma.

E nada do balde chegar.

Comecei a rodear o olhar, procurando algum lixo ou espaço "menos pior" para se vomitar. Eu sabia que, se continuasse assim, não duraria muito e (para piorar) Joy saíra de vista. Não consegui nem ao menos responder suas dúvidas! Oh deus, eu preciso melhorar... logo... de preferência, agora. Tentei correr até a porta de entrada, com o objetivo óbvio de vomitar fora do estabelecimento; por sorte a enfermeira voltava com uma... bandeja?! Desenclinei com a força do ódio, olhei-a nos olhos e perguntei mentalmente: masoq?! Você acha que eu tenho condições de comer algo?!

Era óbvio que não exteriorizei nada, apenas ignorei seu pedido e agachei-me, tentando limitar a dor num ponto exato; por um instante cogitei a ideia maluca de Joy e um pensamento grotesco me viera à mente: ao menos se eu vomitar após tomar isso, parte da culpa será dela e eu não serei penalizada por vomitar no centro pokémon. Ok, ok, eu sei que é um pensamento horrível! Mas ao menos tenha empatia; eu estava passando muito mal! Não consigo ser simpática nessas situações; na verdade, na verdade, na verdade, eu sou horrenda quando estou com medo. Aqui eu podia não ter medo de morrer, mas certamente temia a morte da minha dignidade.

Peguei o leite com as duas mãos, dei uma golada e como mágica, o ardor diminuia. Claro, não melhorava a princípio! Mas eu já conseguia me erguer mais; tomei outro gole e em instantes eu já estava ereta, segurando o copo com só uma das mãos e terminando de tomá-lo. Mentalmente pedi desculpas a moça, que a todo o momento se mostrou graciosa e incrível, enquanto eu apenas lhe deferi pensamentos hediondos! Ao menos me serviu de lição; abri a boca para agradecê-la mas para a morte da minha dignidade, apenas emiti um arroto alto, completamente não intencional. Levei as duas mãos à face, tentando me esconder por trás do dedos, sem muito o que falar.

Minha cara completamente vermelha denunciava a vergonha do ato involuntário; esfreguei as mãos no rosto e tentando esforçar-me para falar algo, apenas consegui emitir um agradecimento gago:
- De-de-desculpa - Era sobre o arroto que dei num refluxo desnecessário - O... Obrigada?! - Meu tom interrogativo era pelo simples fato de não saber o que dizer.

Tirei uma das mãos da cara, revelando ainda mais o descontentamento com minha atitude. Tomei coragem e peguei os lanches da bandeja; a fome era maior do que a vergonha. Agora já recuperando um pouco o fôlego e conseguindo finalmente respirar fundo, tentei ser um pouco mais clara:
- Eu só comi besteira hoje... nada pra forrar o estômago. Desculpa mesmo, só te dei transtorno hoje - Agora a mão que estava no rosto ia ao topo da cabeça, coçando-a desconsertada - Desculpa mesmo, e obrigada, vou deixar avisado aos pequenos para que parem com isso.

Eu não estava 100%, mas levando em consideração minha situação anterior, eu podia afirmar que estava curada! Agora já bastante aliviada, corri até a área de treino, tentando sair do campo de visão de Joy (e também, largar mão da sensação de que a enfermeira estava me julgando) e indo até meus pequenos dar as (não tão)boas novas:
- Ei, olhem aqui - Peguei do bolso o Sooth Bell que outrora Clefable me devolveu e comecei a balança-lo, chamando atenção dos cinco - Pausa para comer! Eu acabei de passar mal feio por que só comi doce, sendo assim, vamos parar com isso um pouco! Antes eu do que vocês, mas até quando vocês vão aguentar seu vomitar o chão todo por ai?! - Ok, aquele era um sermão, preciso admitir.

Agora sem mais balas em mãos, revelei a sacola de lanches que peguei com a enfermeira. O pacote continha kits-individuais, então cada um pegaria o seu (se assim fosse possível), comeria (se assim a narradora quisesse) e voltariam ao treino (se nada de ruim acontecesse), seguindo essa lógica, pensei numa nova forma de treinar:
- Lit e Regin, eu vou ter que pedi que me dêem um tempo, eu não to 100% ainda então não queria correr. Vocês podem ficar um pouco comigo sentados em algum lugar? Vamos só observar, pode ser? - Eu não queria começar um "novo" treino para aqueles dois, isso poderia demandar um tempo que não queria gastar - Vocês três... acho que podemos, pular corda?! Eu acho que deveríamos dar um tempo nos doces, me ajudem a guardar a produção de vocês, depois vou arranjar uma corda para as duas baterem com o controle do Especial Ataque enquanto Sobble pula, pode ser?! Depois a gente volta para essa produção...

Apesar de ser um clima muito mais calmo, tudo isso parecia entediar a maioria das crianças. É claro que há motivos para tal; bebês não são feitos para viverem parados, né?! Muita energia para se gastar para, no final de tudo, dormir. Respirei fundo, esperando uma espécie de luz, mas nada veio. No fim eu senti que teria que ter aquela conversa de "mãe" com eles:
- Gente, eu sei que ta chato, mas pensa um pouco em mim, eu preciso descansar um pouco... não tenho o pique de vocês. Podem fazer atividades mais lentas por enquanto? Depois eu vou e brinco mais, é que eu ainda não to muito bem - Eu fui respondida com um acenar de cabeça pela maioria, mas até quando isso duraria? Não muito, provavelmente.

Talvez esse era um anúncio para mim mesma; daqui para frente o treino ficará um tanto quanto monótono, mas por pura e simplesmente não ter mais muitas forças para continuar a me esforçar. Meus focos eram Clefable, Jellicent e Sobble, e eu continuaria assim:
- Clefable e Jellicent, podem me dar a corda - Dito isso, peguei uma das pontas, abaixei e amarrei em uma pilastra qualquer, na altura da minha canela. Levantei, peguei alguns metros de distância, deitei no chão e mantive a corda esticada, ainda com os vinte centímetros de altura - Faremos assim, o Sobble vai ter que pular essa corda. O treino vai ser de experiência pra ele, já que ele vai ter que se superar cada vez mais, vocês por outro lado, vão usar os poderes psíquicos e fantasmagóricos que estão acostumadas para impulsioná-lo ainda mais e pousá-lo em segurança, pode ser? É um trabalho em trio, façam esse bebê superar suas dificuldades com o poder da mente de vocês.

Esse era o treino perfeito; eu não só não faria nada como faria "nada" enquanto deitava no chão.

No fim, eles simplesmente entenderam meu cansaço e me deixaram em paz. Todos se adaptaram e com a autonomia que os dei, se viraram. Suspirei aliviada, mantive a corda esticada (vendo que podia ser útil, ora como gol ora como obstáculo) e fechei os olhos, deixei que os fantasminhas livres ministrassem um treino mais "útil" e "geral" e que, de preferência, me sobrecarregasse menos.

Era com os olhos fechados que eu sorria aliviada com a situação; obrigada por tudo, Froslass! Dei-me a paz de espírito por um tempo e quando finalmente abri o olho, vi um treino bem sucedido. Minha vontade?! Falar "continuem assim", sem me impor muito, mas senti que talvez isso me tirasse alguns pontos de interação no treino e eu devia ao menos me colocar um pouco como treinadora daqueles pequenos:
- Vocês sabem como que pessoas cegas jogam bola?? Elas colocam um sininho dentro dela pra saber onde ela está - Dito isso, apresentei o Soothe Bell. Pedi para que a gélida o englobasse com um pouco de gelo, tornando-o uma bola-sino - Querem jogar com ela assim? Não dizendo que vocês deveriam jogar com os olhos fechados, mas vai mudar bastante o reflexo e percepção de vocês.

Dei-lhes a nova bola e voltei a deitar no chão. Minha roupa devia estar completamente suja, mas eu já não me importava muito mais.

Eu continuava deitada enquanto eles brincavam; talvez essa seja a parte do treino que menos exigiu de mim; é nessas horas de marasmo que a gente consegue ler as noticias atuais. Peguei o celular do bolso lateral da mochila, rodei a página inicial do Whatsapp e reparei o quanto uma sociedade ativa fazia falta; não havia mais grupo da Circulus para me informar. Revirei os olhos e pensei o inevitável; terei que ir em alguma rede social mais útil. Abri o Twitter e voilá, Tohjo nos trending topics.

Oh deus, mais uma notícia falsa e desesperançosa saiu, certamente! Tohjo não aparece no trending a meses e a gente já nem espera que volte tão cedo; depois de tanta saudades, a gente até cansa de reclamar. Respirei fundo e já esperando a frustração, abri o assunto. Deparo-me com um "moment" repleto de fotos da emersão.

Ei, pera ai, isso é antigo né? Alguma imagem reversa, da época que Tohjo estava se enchendo de água... né?! Até porque, não tem como ser outra coisa. Apesar da desconfiança, rodo os comentários e encontro um link; clico e logo mais vou para a página oficial da PBC. Dali, vou para perfis oficiais da Silph Co, falando que por algum milagre inexplicável, Johto e Kanto estavam de volta.

Oh deus, vocês não me iludam, por favor! Esse coraçãozinho não aguenta muito mais! Num ato súbito, levantei as costas do chão, inclinei-me sobre meu celular (ainda sentada) e abracei-o com uma personificação estranha; eu estava mesmo abraçando um ~celular~?! É, parecia que sim. Nenhum pokémon meu achou o ato muito normal, mas não pareciam questionar a sinceridade ou a sobriedade do ato; apenas vieram se certificar de que estava tudo bem. Fora com os olhos marejados, ainda sem a ficha ter caído direito, que levantei o rosto e olhei os cinco.
- ... vamos para casa - Sorri. Muitos ali não sabiam o que isso significava; somente Regin e Freya estão comigo desde Johto, os outros?! Bem, os outros nem sequer conhecem meu continente natal, mas iriam entender logo mais - Johto está voltando, Freya, Johto está voltando.

Porque Freya?! Bem, Freya deve ser meu quinto pokémon?! Algo parecido com isso. Somos tão próximas e tão antigas, que dificilmente não nos comoveríamos juntas. A pokemon então se aproximou de mim, apoiou-se lentamente, tocou seu tentáculo frígido no meu ombro e mostrou todo o carinho e devoção que nunca mostra.

Talvez esse fora o ápice para me fazer chorar; me debrulhei em lágrimas e pouco consegui dizer. Fiquei ali, abraçada com as duas fantasmas (logo em seguida, Regin surgiria para o grupo nostálgico), em prantos até que a ficha caísse de vez e as lágrimas fossem indo embora devagar. A garganta não doía, o nariz não parecia tão entupido e a cabeça não latejava... era um choro tão leve, tão feliz e tão agradável, que malefício fisiológico nenhum pareceu me pegar! Arrisco dizer que era até um choro sem cara amassada ou nariz vermelho; um choro sem o próprio choro. Era mais um "rio de água" saindo do meu olho, descarregando feliz da nascente e indo até a foz.

Oh choro; que bom que cessou, porque tenho que agir:
- Vamos fazer o máximo para ajudar. Johto não vai me receber a mesma, ele vai me receber muito melho. Pequenos, vamos ter que voar! Logo mais retorno vocês aqui - E ao dizer isso, fiz o óbvio. Acabei por completo o treino e fui até o PC do centro pokemon, fazer uma pequena mudança.

OFF: Alterando minha Box para Freya (Jellicent), Impidimp (Odin), Clefable (Skuld), Fearow (Hugin), Froslass (Regin) e Quagsire (Munin). Logo em seguida, voar para Verdanturf, mas eu já volto <3 Katakuri deve aparecer ou mais tarde ou amanhã.
OFF²: Ray, quando a Snorunt evolui na nova base, ela aprende Hex, você pode substituir por Bide de Snorunt?