Aquilo foi estranho em muitos níveis. Tive que olhar para Phanpy para ter certeza que aquela garota não era uma visão ou um fantasma. Mesmo assim fiquei grata por ela no querer disputar a Pokebola e antes que trocasse de ideia eu guardei em minha bolsa.
Obrigado. Eu esqueci de dizer meu nome.. Ei onde você vai?
Eu a vi caminhando em direção da floresta. A garota parecia aérea e soturna. Algo em mim me fez a seguir. Fiz um sinal para que Phanpy me seguisse.
Espera você não disse seu nome!
E assim da forma mais imprudente eu segui uma garota para dentro da floresta na rota.
Oi, desculpa a demora desde o momento que assumi a rota, estava esperando por informações, que não chegaram. Vou tentar improvisar com a rota e te levar pra algum lugar divertido. Se você tiver alguma pretensão pra essa rota, pode falar que a gente arranja.
Prudence Hall, Treinadora. Rota 104.
Um retorno antes de começar.
Na verdade, a moça disse o nome. Só que no meio daquele sotaque carregadíssimo era impossível de discernir o que era um substantivo, um verbo ou um pronome ou um nome mesmo. A comunicação com ela era bem parca e, certamente deve ter acontecido algum desentendimento linguístico. Bem, coisas assim acontecem mesmo. Nem todos sabem falar mais de uma língua.
Depois de adentrar na mata, ela parece ter sumido. Ela parecia realmente muito apressada pra chegar em algum lugar, portanto não se preocupou muito de esperar você. Ao se embrenhar um pouco mais no matagal, simplesmente parecia impossível encontrá-la. Não que seja um matagal muito denso, ou com árvores muito grandes como a Petalburg Woods, mas ainda é relativamente fácil de se perder fora da trilha padrão da rota. Phanpy tentava usar sua tromba pra localizar a menina, mas os diversos cheiros do local o confundiram um pouco.
Resta saber se a melhor opção é continuar procurando por ela ou deixá-la ir, para focar em seus próprios objetivos.
Com as pernas eu cambaleava entre a grama alta e com os braços afasto os galhos da minha visão. Quase não consigo ver Phanpy a minha frente.
- Não vá muito longe amiguinho. Me perder de você na relva dessa rota não faz parte dos meus planos para hoje
Eu notei que eu não via mais a estranha garota. Não fazia mais sentido eu seguir ela, até mesmo porque não sabia exatamente para que lado ela foi. Mas eu não podia simplesmente abandonar ela ali. Péssima hora para perceber que meus pais me criaram bem. O olfato do pequeno elefante deveria ajudar nessa hora então fiquei bem perto dele.
- EI ONDE VOCÊ ESTÁ!?… - gritei para a garota. Parei um momento e olhei para meu Pokemon. - Ainda está sentindo ela? Para onde ela foi amiguinho?
Eu tentei olhar em voltar. Quem sabe achando uma pedra alta ou uma árvore que eu pudesse escalar poderia me dar a visão que eu não tinha.
“Eu deveria estar na linda relva e não atrás de uma gringa. Onde fui me meter”
Definitivamente não. Se você fosse um cara esquisito com uma jaqueta preta, cabelo roxo e um olhar profundo de cansaço, provavelmente você deixaria a garota se embrenhar na mata sozinha e iria atrás de seus próprios objetivos. Afinal, se ela ficar perdida foi culpa dela por ter entrado no matagal de qualquer jeito, sem ter muita noção de onde está indo. Mas não, você é Prudence Hall, uma garota gentil que foi criada para que tenha sempre a melhor das intenções e que ajude quem precisar.
Por conta disso, você resolve também entrar um pouco mais no matagal, acompanhada de seu companheiro Phanpy, na esperança de encontrar a menina e não deixar ela completamente a mercê da natureza. Ao perguntar para ele se era possível sentir o cheiro dela, ele nega com a cabeça e um olhar preocupado. É compreensível, há um cheiro de grama forte no local e o vento está soprando a favor da sua direção, vindo pelas costas. Qualquer cheiro que pudesse vir da direção onde a menina foi, estava sendo levado para ainda mais longe.
Ao dar uma olhada em volta, você conseguiu encontrar uma árvore que parecia ser possível de escalar. Ela tem raizes largas onde dá pra pegar um apoio inicial e alguns galhos grossos que podem aguentar o seu peso. Talvez seja uma boa pedida tentar dar uma olhada ali. No entanto, antes mesmo de por os pés nessa árvore, algo caía das copas. Parecia ser uma avelã, mas era gigantesca e... Tem olhos?!
Essa criaturinha na sua frente parecia querer alguma coisa. Ela havia caído de cabeça pra baixo mas rapidamente ficou de pé. Ao olhar para Phanpy, os olhinhos tomaram um formato que parecia irritado. Os pézinhos da criatura ficaram agitados, ela ficou pulando no lugar. Parecia até mesmo... Estar desafiando Phanpy... Que coisa esquisita.
Re: Capítulo 01 - Um retorno antes de começar.Sex Jun 19 2020, 09:06