[Olivine]

Antes de prosseguir para a próxima missão, poderíamos aproveitar o fim de semana para descansar, tendo que lidar com trabalho apenas na manhã de sábado. Os monstrinhos puderam descansar o bastante, assim teriam energia suficiente para me auxiliarem nas próximas dificuldades. Durante esses dias algumas dores me incomodavam, mas em pouco acreditava que estaria bem para continuar. Era algo passageiro.

Em pouco os dois dias se passaram, e agora precisávamos seguir com outra missão. Dessa vez teríamos que encontrar outra pessoa, mas em um local diferente. O farol da cidade o qual era um símbolo da mesma. Estava ansioso para conhecer, mesmo sabendo que não estaria em suas boas condições. Ainda cedo, acordei com a mesma movimentação dos dias anteriores. Era algo normal àquela altura. Então novamente, seguindo os mesmos passos, me preparava para sair tomando as devidas precauções.

---

Com a higiene e café matinal sendo servidos, Hayato logo se aprontava para seguir rumo à um símbolo de Olivine: o farol! Ao sair da cúpula central, o jovem via as ruas bem mais asfaltadas do que na semana anterior, com várias pessoas em postes elétricos e menos destroços nas ruas. Alguns prédios eram reformados e pintados, e um ou outro já se destacava no meio daquela cidade enorme e cheia de defeitos. Pelo menos a praia já tinha acabado em seu processo...

O jovem logo chegou na base do farol... o edifício de muitos metros se estendia na frente de Hayato enquanto o jovem observava, tendo que curvar a cabeça levemente para trás. Haviam pessoas ao redor da torre, suspensos por uma plataforma de madeira erguida pro cordas. A limpeza ali continuava firmemente, enquanto pokémons voadores tentavam ao auxiliar na limpeza externa. Na base, como em todo ponto da cidade, mais um toldo que cobria vários equipamentos e funcionários Sienna Co.

O jovem seguia pedindo informações até encontrar o senhor Kane: um homem de mais de 50 ou, talvez, 60 anos. Era baixinho, careca, com uma barbicha branca. Sua pele branca já estava cheia de manchas, tomada pelo sol de longos anos atrás. O homem mantinha uma perfeita posição ereta, mostrando que estava longe de ser velho, embora tivesse muitas rugas e pelo branco. Usava um capacete de construção civil amarelado e em sua frente uma planta arquitetônica de difícil compreensão. Mas o que mais identificava o seu posto fora um crachá grudado em sua camisa com o seu nome e título: Engenheiro Civil – Sienna Co.

Com tudo preparado podíamos partir para a próxima missão, que provavelmente seria a última. Não me restava tanto tempo assim na região, em uma semana retornaria a Hoenn. Por isso, essa era a minha última chance de dar duro mais uma vez para a ajudar os nativos.

Dessa vez, fomos direcionados ao farol da cidade. Era uma torre enorme, bem maneira mesmo. Desde o momento em que me apresentei no local, trabalhadores e seus voadores cuidavam de algumas coisas ao redor da mesma. Estavam fazendo o possível deixa-la nova, novamente.

Sem muito saber para onde prosseguir, procurei informação. Até que cheguei em um senhor, um vovô. Estava com um capacete amarelo, junto a um plano de arquitetura. Bem provável que seria a estrutura da torre. Enfim, era o tal do Kane que pediram para eu encontrar. Acredito que o mesmo seria meu supervisor durante essa missão.

- Oi! O senhor é o Kane? – Perguntei. - Perdão. Me chamo Hayato Fujiwara. Me pediram para encontrar o senhor aqui, sou um voluntário. Vou ajudar no que for preciso..

---

Os técnicos de Sienna e o senhor Kane pareciam estarem bem preocupados com o tempo, embora Olivine já começava a tomar forma de uma cidade pacífica e longe de problemas. Mesmo assim, o farol precisava de reparos, não só pela sua força cultural e ponto turístico, como, também, pelo fato de servir ainda em utilidade para as navegações ao redor de Olivine. O homem logo sorria, apertando a mão do garoto de Hoenn e assim verificava algo na planta.

- Só um minuto... – pedia com a sua voz rouca, porém, ainda intimidadora e tipicamente de alguém que tinha muito a oferecer a sociedade ainda. - Primeiro andar, definitivamente... – dizia o homem, ainda analisando com um funcionário o que precisava.

- O primeiro andar interno está muito destruído. O farol precisa de reparos... Então, preciso que você limpe o primeiro andar e tire todas as caixas ou objetos destruídos pela água que esteja lá.- indicava o homem dando-lhe um esfregão. Ao lado, baldes, produtos de limpezas, alguns bem forte, até, e tudo o que Hayato precisaria para poder retirar o mofo do local, as algas de musgos e deixar o ambiente mais usável”

Precisava cuidar do primeiro andar da torre. Estava sob o domínio de musgos que precisavam ser retirados, assim como os objetos destruídos pela tempestade. Para a missão, recebi um rodo e alguns baldes. Para que fizesse a limpeza do andar adequadamente. Definitivamente, começaria passando o rodo pelo espaço, assim como naqueles lugares que o povo vai festejar. Digo, teríamos que limpar, retirar as caixas, objetos e outras coisas que não estavam em seu bom estado. Dessa vez, apenas cinco dos pequenos poderiam me auxiliar. Visto que a serpente não teria acesso ao espaço por conta de seu tamanho.  

- Vamos limpar então, né? – Chamei os monstrinhos. - Rin e Hagen. Vocês podem ver se tem caixas ou qualquer outro objeto por aí. Caso achem algo que ainda tenha utilidade deixem em um canto, caso contrário pode deixar em outro canto, separado. Se não tiver em bom estado vamos descartar.  - Tomei atenção para o camelo, em seguida pegando alguns panos. - Amon, vou deixar esses panos em suas patas. Você pode andar livremente por aí esfregando o chão. Sei que bem chato, mas vamos lá. Precisamos ajudar o pessoal. Milo, você também pode ajudar o Amon. Sei que difícil pra ti por conta de seu pelo, mas tente abrir uma exceção dessa vez. Quanto mais rápido terminarmos, mais rápidos poderemos descansar. Haha. – Por fim, com o rodo em mãos, começaria o trabalho do dia. - Me ajuda com essa parte aqui, Maya. Usa suas bolhinhas para deixar essa área mais umidade, por favor. Eu vou passar o pano, pra tirar esses mofos.

---

O rapaz passava pelo térreo onde uma dupla de voluntários pareciam dar os retoques finais. Aquele ambiente tinha um piso de madeira que tinha sido encerado, fazendo o rapaz notar que dentre os equipamentos e produtos tinham uma cera também. A janela estava quebrada, mas no chão tinha um vidro que iria ser colocado ali. Um balcão podre ser transportado por um Hariyama e um Snorlax. Parecia que seria mais um artefato descartado.

Hayato seguia pelas escadas, novas como se tivesse feito agora, possivelmente, a primeira fase do projeto do Farol era verificar se os andares tinham livre acesso, pois senão, seria difícil alcançar os níveis acima. Logo o jovem se deparava com o seu andar, onde ele teria que limpar, sozinho... Era um ambiente amplo, de forma oval, que tinha apenas dois acessos: a escada por onde ele vinha e a escada que subia para o próximo andar.

O ambiente cheirava mal... Havia algas espalhadas em lugares específicos, mas o que tinha mesmo era mofo ali, sendo necessário o uso das máscaras... Paredes e pisos estavam bem úmidos, precisando serem secos também, afinal, mofo adora canto úmido. No ambiente tinha várias caixas e até objeto estranhos, como pente de criança ou outras coisas, possivelmente trazidos para ela pelo mar... Algumas caixas estavam com tantos musgos que a madeira havia apodrecido e dentro tinham panos que também fediam... aparentemente, aquele andar serviria apenas como passagem e armazenamento de caixas, mas como estavam restaurando, aquelas caixas ali de nada serviriam...

Não era apenas eu que estava disposto a mudar a situação daquele espaço, haviam diversos trabalhadores, cada um com uma função mais especifica. No decorrer do tempo íamos deixando a região mais renovada, primeiro a praia, agora seria a vez da restauração do farol.

Dessa forma, passei a cada um dos monstrinhos o que deveria ser feito para que pudéssemos deixar o lugar o mais limpo possível. Rin, se movia de um lado para o outro. Procurava algumas caixas e fuçava dentro das mesmas. Encontrava objetos cheios de musgos, que não serviriam mais para reutilizar, assim deixava em um canto especifico para fazer o descarte mais tarde. Também, o suíno as vezes se deparava com algumas dúvidas. Em vez vinha ao meu encontro para saber o que fazer com tal coisa, não sabia como prosseguir. - Não acho que isso vá tenha concerto...  Pode deixar perto da pilha.   - Novamente, eu o orientava e ele seguia com seu trabalho. Hagen, seguia o mesmo rumo do suíno, mas no seu tempo e lidando com caixas menores. Pulava em cima das caixas, observava o interior do andar, chutava um objetivo velho ou outro... talvez por puro prazer? Mas ainda sim ajudava com a limpeza. Ambos os monstrinhos em certos casos se auxiliavam para agilizar algum processo.

Do outro lado, Amon começou um tanto preguiçoso. Se movia lentamente, como se estivesse apenas andando com os panos aos pés. Ele olhava para mim, eu retribuía com um sinal de “iai?”. Meio que erguendo a cabeça e levantando ambas as mãos. O pequeno encarava o chão, bufava, tentava botar um pouco de força e saia se arrastando. Mais uma vez, o quadrupede observava ao seu redor, agora encontrando Milo. O mesmo estava com um pouco de receio em começar, mas em pouco descobriu uma forma de continuar. Com suas duas patas sob o pano, esfregava o chão pondo impulso nas patas traseiras. Disparando ao redor da sala, era bem veloz. O camelo continuava a observar, até que resolveu ir de encontro a raposa. Fizeram alguns sinais positivos com a cabeças e olhavam ao fundo do andar. Quando menos se esperava, os dois saiam deslizando no chão. Com pressão e velocidade, pareciam estar apostando uma corrida. Isso se repetia uma ou duas vezes, e o camelo bufava. Provavelmente por que não teria chance contra a velocidade da raposa. Apesar de tudo, estavam se divertindo com o trabalho.

Enquanto as duplas faziam seu serviço, Maya me acompanhava com o esfregão. Eu esfregava principalmente os cantos do andar, e separava algumas outras coisas. A pequena me auxiliava com alguns objetos, os levando as pilhas, e na limpeza do piso. Disparava suas bolhas para que eu pudesse tirar os mofos com mais facilidade, além de me ajudar na utilização dos produtos que foram concebidos.  Uma vez ou outra a pequena, timidamente chamava me atenção e apontava para os outros dois monstrinhos que esfregavam o chão intensamente. Sorria e voltava o foco para seu serviço.

Em resumo, estava tudo correndo muito tranquilo. Em uma semana aquele espaço estaria limpo e aberto novamente aos turistas. Ou mesmo os próprios nativos para que matassem a saudade.

---

O trabalho duro era recompensado com cada vez mais o jovem Hayato vendo aquele andar se alterar e se transformar em um lugar habitável! Os seus Pokémons deram duro o dia todo. Pausas rápidas para o almoço. A eficiência do rapaz deixara o andar no final do dia lindo, enquanto ele avistava que tinha ainda muita etapa para cumprir. O resultado eram várias caixas e objetos acumulado no andar que seriam de descarte... Pouca coisa se salvou ali... Além disso, o chão estava bem limpo após vários esfregões e as paredes, embora manchadas, tinham muito menos mofo. O trabalho da equipe dele fora surreal!

No meio da tarde, senhor Kane passava com alguns técnicos da construção de Sienna Co. e ia avaliando o que iria fazer nos andares, dando dicas e pedindo novos serviço. Ao chegar ao andar de Hayato, ele ficava muito surpreso com a atual condição! Bom trabalho, garoto! - elogiava o rapaz... Pegava na parede, cheirava, possivelmente avaliando uma possível restauração... alguns funcionários subiam e outros voluntários desciam... Havia ainda muita coisa para restaurar no farol.

- Bom, acho que você fez um bom trabalho por hoje... Nem esperava que chegasse a isso tudo. Por hoje está dispensado... Amanhã veremos se teremos que passar umas duas ou três mãos de tinta aqui nesta parede... será anti mofo, vai ajudar a restaurar bem, embora o cheiro não seja muito agradável nos primeiros dias.... E também encerar o chão... Depois disso, veremos o que podemos fazer... Mas, foi muito ágil!- dizia o homem.

- Obrigado! Bem, então voltarei amanhã. Ainda há muito o que fazer, certo? – Agradeci o homem, confirmando minha volta no dia seguinte.

Mais um dia cansativo se passou, conseguimos deixar o primeiro andar da torre em um estado bem melhor. Mas ainda faltava uma coisa ou outra para que ficasse bem legal. Assim, eu teria que voltar para continuar o trabalho. Agora, seria um momento para descansar e enfrentar a rotina da semana mais uma vez. Retornaria a cúpula, onde se abrigavam todos os treinadores voluntários, entre outros, para que pudéssemos repousar. Faria os processos básicos, uma ducha, um lanche, dormir e tudo mais. Meus companheiros também, precisavam descansar bem. Inclusive, acredito que mais que eu, eles que estão tornando essa tarefa um sucesso. Um bom rango cairia muito bem para eles poderem se energizar.

- Pessoal, tá dando tudo certo. Vamos continuar assim!

---

Com o começo da semana sendo tratada com grande euforia e muito trabalho, Hayato era dispensado para retornar à cúpula e descansar. O resto do dia foi o básico: higiene, alimentação, descanso... De noite conversou um pouco com Mia e no fim, o dia seguinte se seguiu normal. Acordou cedo, como todos os dias, preparou-se para sair. A terça-feira seguiu com o que o engenheiro pedira, mas antes de começar o dia, teria que colocar as “tranqueiras” para fora do seu andar...

Infelizmente fora um trabalho lento, passou a manhã toda para colocar as caixas e materiais que iam ser descartáveis para fora do farol e um caminho veio pegar. A tarde ficou para pintar as paredes, chamando seus monstrinhos para ajudar... À noite, mais descansos, sentindo os seus ombros doendo e até latejarem de dor, por conta de várias horas empurrando o rolo de tinta para cima e para baixo. Mas nada grave, tinha gente pior...

Quarta-feira! Às 8 horas da manhã, o jovem já estava em seu andar que ele tinha que cuidar... Era compreensível que fosse sozinho, afinal, não era um andar tão grande e não tinha muita coisa para cuidar, diferente do térreo e do último andar, onde o farol realmente funcionava. Naquela manhã de quarta o menino precisaria passar mais tinta nas paredes e encerar o chão: era hora dele narrar com seus Pokémons!