[Violet] [003] Hello Mr. Sun

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Poderia ser um momento de reencontro, mas Lief sabia (e se não sabia, Noah o obrigaria a saber) que aquela não era a hora. Os discursos e a abertura to projeto estavam para começar! Como dois bons treinadores-iniciantes, tanto Lief quanto Noah se mostraram pró-ativos o suficiente para ajudar na reconstrução, até porque era da terra natal deles que estavam falando... e claro, de uma experiência incomparável!

Pois bem, logo mais Erika e as outras líderes parariam de falar, indicando que tudo poderia começar. A grande maioria da força-tarefa ainda estava por vir; aquela era apenas a segunda leva, o que significava que ainda tinham muito trabalho pela frente. Aos poucos a multidão foi se dissipando, indo cada um (aos blocos) para um guinche de atendimento e distribuição de tarefas & funções. Noah e Lief logo foram empurrados para um desses blocos; a multidão o arrastava ao Oeste, que era justamente os guichês de Kanto.
- Ei... ei... com licença? - Pediu Noah para qualquer um que estivesse na sua frente, pedindo espaço e indicando que queria sair. O rapaz então procurou a mão de Lief, tentando agarrá-lo e puxá-lo para o fluxo contrário - Ei, posso passar? Nós queremos ir para a esquerda... nós não... - Fora interrompido por um empurrão de uma moça que, aparentemente, fora empurrada também. Um grande efeito dominó
- DE NOVO ISSO?! - Gritou a estridente moçoila - Meu deus vocês PRECISAM melhorar essa organização!

Eu não sei quem era a mademoiselle mas ela estava coberta de razão. Apoiou-se em Lief para se reerguer, sem pedir desculpas ou licença alguma! Parecia stressada e apressada demais para isso; logo arranhou a garganta e procurou a mão de Noah para segurar. A ideia era fazer uma espécie de corrente, mas não estava certa se daria certo ou não:
- Ah, mas nem que seja a força a gente vai sair daqui! Não vou ser mandada para Kanto contra minha vontade de jeito nenhum! - Reclamou (em timbre alto) a garota; neste instante ela olhou para trás, procurando os olhos de Noah e de Lief - Já viram como está Kanto? Parece que nem teve inundação! Ta indo todo mundo pra lá e a reconstrução está super avançada, por isso que fica essa bagunça nesse lado de cá... fã de Charizard e Pikachu é um troço diferenciado, né?

A gargalhada de Noah fora quase inevitável; o rapaz viu aquele comentário como uma ótima piada, mesmo não tendo certeza se era de fato uma.

OFF: Acho que você já sabia, mas serei sua nova narradora! Acho que nunca te narrei né (se narrei, me desculpa, eu não lembro). Se eu estiver levando seu NPC para algum lugar que não queira, não hesite em intervir ou vir falar comigo, ok?! No mais, divirta-se <3 espero que goste
OFF²: Inclusive a Winnie é de Violet também ahá Vamos fazer rota em dupla lá quando voltar Johto pfvvv, nunca te pedi nada

Noah apenas olhara para Lief de relance e lançara AQUELE sorriso. Sabe? O sorriso que todo amigo entende? Aquele olhar que comunica o óbvio; um simples "eu também". Existem amizades que podem se separar, mas não perderão a sintonia nunca! O garoto não falara nada, mas Lief poderia entender muito bem o "eu também adorei ela" no olhar. Até porque eram amigos e conheciam os próprios gostos e apegos.

No mais, Lief decidiu tomar frente, como um bom protagonista! Puxou a correndo para o outro lado e ultrapassou a moçoila irritada, demonstrando que só estava ali para ajudar. E que bom que ele fez isso! Logo mais a menina iria se irritar tanto de tentar ultrapassar rapazes irritantes que soltaria um pokémon no meio daquilo tudo e arranjaria alguma confusão.

Como não queriam ser expulsos, podemos dizer que Lief salvou o dia. Noah o ajudou como pode, empurrando para os lados e compreendendo que educação não seria uma palavra-chave para o cenário de agora. Já estava quase fora do fluxo, alcançando o abismo-vazio que separavam as pessoas de Johto e de Kanto. Já podiam ver o novo fluxo, a nova correndo, os guichês ao fundo e até mesmo os guardas! A garota até dera um pulinho animada, saltitando no espaço que acabou de ganhar:
- Conseguimos! - Falou animada, instantes antes de pularem na zona neutra - Eu sou Pâmela! Sou de Pallet, mas estou indo para Blackthorn... e você? - Apontou para Noah, esquecendo por completo que não se deve apontar para ninguém - Ah, desculpa... eu sou Noah, sou de Goldenrod mas vou para Violet. Morei lá desde sempre - Falara, estava um pouco distraído então demorou um pouco pegar o ritmo.

Bem, havia um motivo para Noah estar distraído. Ao fundo um segurança bastante carrancudo vinha na direção dos três; ao aproximar-se, já apontava para os guichês e ordenava com pressa:
- Andem, andem, se ficarem parados, vão atrasar todo mundo! - Anunciou o homem, apontando para as cordas que separavam as filas e os guiches - Johto está indo mais rápido, então por favor não nos atrasem.

Era esquisito! Eu mesma não saberia dizer se o continente escolhido por Lief estava mais bem organizado ou apenas vazio mesmo; talvez a impressão de pouca-gente era justamente por saberem lidar melhor com a multidão. Ou não, né!? No mais, Noah apenas foi a frente, avisou o guarda que estavam indo e chamou seu amigo para o Guichê a esquerda; que tinha Violet escrito no topo do stand branco.
- Aqui a gente se separa então né. Foi um prazer Pâmela! Obrigada e boa sorte! - Falou o garoto, acenando para a menina que apenas acenou de volta - Boa sorte rapazes. Obrigada e não se machuquem, ok?! A situação não está muito bonita não.

Noah já estava um pouco preparado para ouvir o que ouviu; querendo ou não, ele chegara primeiro em Sienna e por não estar ocupado com o Teatro de Forina, acabava ficando mais informado que Lief. O garoto viu de longe o afetar-se de seu amigo e passou os braços por trás de seu ombro, dando dois leves tapinhas e o chamando para ir. Noah então se despediu devidamente de Pâmela e em instantes ela já sumia do horizonte, tendo feito apenas uma efêmera participação.

Agora iam ao guichê destinado a eles. Violet era uma cidade pequena e, talvez por isso, com filas menores. Ninguém parecia "animado" para interagir no tempo de espera, além de ninguém ali estar sozinho. Assim como Lief & Noah, todos imaginaram ser mais saudável - e prático - ir acompanhado de um amigo ou familiar. Pois bem, esperaram ansiosos a chamada, o garoto de Goldenrod mexia seu pé incessantemente, apenas esperando que descobrisse logo o que iriam fazer!
- Próximo?! - Anunciou a moça do Guichê, tirando do transe nossos dois rapazes - Bom dia! Podem me passar o nome de vocês, a idade e os pokémons disponíveis para o trabalho?

Fora com um sorriso que Noah obedeceu o pedido, entregando um documento identitário e apresentando duas únicas duas esferas. A atendente retornou o sorriso e anunciou uma boa nova:
- Pokémon voador e elétrico né?! Acho que vou te colocar para ajudar os aprendizes do Falker... e você? - Perguntou ao Lief.

Logo mais a moça lhe anunciariam: não precisariam se separar. Noah já imaginava isso, mas ainda assim pareceu aliviado com o veredicto! Fora só mais alguns instantes de digitação e logo mais um documento impresso lhes dava uma passagem à Violet, um indicativo e uma missão. Com um segundo "bom dia & bom trabalho" a atendente de nome Miriam dispensou nossos dois protagonistas e chamara o próximo

Em mãos, a designação dos dois. Como fora o primeiro a chegar no guichê, Noah era o que recebera o papel em mãos e, para compartilhar com Lief, decidiu ler em voz alta:
- Noah Prescott e Lief Oturan. Cidade de Violet. Mareep, Plusle, Tailow, Hoothoot e Misdreavus... oh, temos quase um time completo aqui! - Brincara; era uma piada sobre a inexperiência dos dois - Com Falker, seus aprendizes, seus fãs e a cultura de Violet, a cidade se tornou alvo de diversos treinadores de grandes pássaros. Por essas questões, somadas ao posicionamento Central no continente e clima ameno, Violet se tornou o centro de distribuição de doações em Tohjo. Lá armazenamos todos o tipo de material, desde alimentos até equipamentos de segurança. Peço que entrem no time dos mono Fly para ajudá-los a preparar os voos a longa distância. A missão de dificuldade baixa consiste em carregar baterias de faróis e óculos de visão noturna, carregar pequenas encomendas em curtas distância e ajudar na organização dos galpões.

Para quem virara treinador e estava fora da academia a um bom tempo, Noah até que leu bem o informativo! Não gaguejara uma vez sequer e ao máximo errara tônicas e vírgulas. Lief certamente não teria muita dificuldade para entender! No mais, o garoto deu ao seu parceiro o papel, apontando para um código na parte inferior da folha:
- Você sabe onde fica isso? - Indagou, se referindo ao campo "portão de embarque", cujo a correspondência seria "Portão Fearow 03".

Se olhassem em volta, veriam placas e mais placas indicativas. As paredes daquele salão eram feitas para isso! O tal portão Fearow era fora daquela estrutura; precisariam sair do prédio, atravessar um corredor externo que ligava uma construção à outra e ir ao topo do edifício vizinho.

OFF: Ganha sim. o EXP e os Pontos de Status, você que vai escolher :>

A pergunta que outrora era retórica tomou rumo e forma; Lief deu seu jeito e respondeu. Ok, ok, os méritos são de Yomi, mas ainda assim há de se admirar a autonomia do rapaz.

Autonomia não é necessariamente resolver-só, mas saber a quem recorrer, quando recorrer ou como recorrer; isso tudo para resolver um problema digno de um labirinto. Felizmente Sienna era bem sinalizada! Apesar de enorme, a base era projetada para ser como num aeroporto, completamente sinalizada, catalogada e distribuída em blocos... se preferisse, poderia chamá-la de Brasília... ou Palmas. Ou alguma cidade-nova brasileira que teve seu perímetro urbano de fato planejado e não "nasceu do nada", como os porto's e núcleos de mineração em geral.

Bem, o privilégio do nascimento pós-catastrofe (ou renascimento - Japão que o diga) é justamente a seguridade. Sienna era hipo-densa, flutuava sob qualquer circunstância e, graças a sua enorme extensão e bolha d'ar, não haveria chuva que lhe inundasse! A base era feita para acompanhar o ritmo do alto mar, seja lá qual fosse sua bravidão.
A redoma que lhe cercava certificava que a chuva era algo completamente artificial; o fenômeno natural (comum) marítimo chamado tempestade não molharia Lief e Noah nunca... ao menos, não ali dentro. Logo mais teriam que sair! Fora por isso que chegaram ao topo de um dos prédios mais altos da cidade, seguindo as placas e alcançando o que parecia ser um tubo:
- Arg, nem me lembre disso, Lief. Você não sabe o tempo que passei vomitando até me acostumar com isso... - Fora sincero; Noah não havia contado isso para ninguém até então. Apenas quem estivera com ele no quarto sabia! Ainda assim confiava em seu amigo - Esse lance de cidade sobre o mar... sei não. Igual aquela Sootopolis lá, Deus me livre morar numa barraca daquelas. Tenho estômago pra isso não.

De fato não tinha; Noah aceitava e até admirava a beleza, mas quando mais rápido pisasse em terra firme, melhor! Sentia falta do vento verdadeiro, do cheiro de terra e, principalmente, da influência climática. Aquele ar-condicionado ligado no -34º (que na verdade era apenas 20º) já lhe fazia sentir falta do calor insustentável da capital Goldenrod.
- Vem, você pode apreciar sua vista do elevador panorâmico, mas acho que temos que sair da redoma para voar... né? - Indagou. Era retórico mais uma vez; esboçava mais sua insegurança com a ideia do que puramente uma dúvida quanto ao fato. Apertou o braço de seu amigo contra o seu, juntou seu corpo dele num sinal óbvio de nervosismo e chamou o aparelho-locomotor que, popularmente, chamamos de elevador.

Não demorou muito para ele chegar... na verdade, acredito que eles já estavam lá. Neste exato momento Noah estremeceu; cogitou soltar seus pokemons num desespero, visando minimamente distrair-se... mas não fez! Achou que era compreensível o pavor. Veja só, caro leitor, não estou falando de um simples elevador! A peça em questão era um tubo que ia de um dos prédios mais altos até o topo da redoma! Um pequeno elevador de dois metros e meio, feito em metal ultra-leve, subiria um tubo-túnel transparente, com uma tecnologia de ponta, com energia renovável e sistema termodinâmico.

Convenhamos... não parecia ser lá o aparelho mais confiável do mundo.