Re: Big TV _White Lies

por zé Qua Jul 15 2020, 19:24

Sua preocupação até amolece meu coração, Winnie. Muitas vezes sua escrotidão é tão grande que até esqueço que por trás dessa menina competitiva existe um grande coração. Estou melhor que ontem, ainda não chorei hoje. Mas não quero me livrar de você, a não ser que a recíproca não seja verdadeira.

Não sei bem se é uma realidade em outras cidades do interior, talvez eu que nunca tenha sido um garoto altruísta com o comércio mesmo quando morava no interior do interior. Mas chega de falar de mim, ao menos sua abordagem estranha se tornou uma pesquisa de campo para sua missão, tornando tudo mais claro:

- Meu nome é James, mocinha! Bem, na realidade eu percebo que eles acontecem em horários sempre meio que semelhantes! Na maioria dos dias eles ocorrem umas quatro vezes por dia, nesse horário da manhã, início da tarde, início da noite e ali por volta das 23h. Difícil um dia falhar um desses horários.

O homem parecia estar reparando bem nessa questão da frequência das quedas de energia.

- Nossa eu nem cheguei a reparar quanto tempo duram, mas não é nada extremamente longo... E também já ando sendo afetado por isso há tanto tempo e a prefeitura não resolve nada que nem sei quando começou, moça!

Enquanto eles conversavam, Hela pegava as tomadas dos eletrodomésticos e descarregava de leve a energia de seu corpo para mantê-los ligados. Frey utilizava Ice Beam de uma forma mais ampla, para fazer uma espécie de camada de gelo dentro do freezer que desse uma espécie de "vedada" nas carnes para que elas mantivessem um mínimo de refrigeração pelo tempo que durasse o apagão.

por **Victoria** Qua Jul 15 2020, 20:03

Pois então vamos nos ver livres um do outro; pode ser?! Faz páginas que começo-mas-não-começo essa missão e agora me vejo obrigada a estar nela. Era a segunda vez em que tudo isso ocorria; a segunda vez que meu destino era fadado a cruzar com a queda de luz. Cruzei os braços, coloquei uma das mãos no queixo e pensei: se ha um horário padronizado, talvez o caso em questão tenha algo a ver com rotina. Veja bem, quando peguei isso aqui, vi na descrição se tratar de um "pokémon misterioso", apesar de achar isso uma grande balela. Se fosse de fato um pokémon raro ou estranho, já teria sido caçado por... bem, por caçadores. Como obviamente não deveria ser a questão, ignorei esse fato.

... ainda assim me volta a questão da rotina. Não há como dizer que é esporádico se há um horário tão bem definido. Olhei ao James, abri um sorrio idiota, expressei um meio-pensamento e esperei que ele tivesse algo a acrescentar:
- Já faz tanto tempo que até já se adaptou, né?! - Disse, apontando aos freezes, que claramente estavam em uma temperatura mais baixa que o normal, antecipando a queda de energia - É incrível como a gente sempre se adapta. Ok, James, eu vou dar uma olhada ao redor, ok?! Fazer umas perguntas, você já ouviu algum barulho enquanto isso acontecia? Explosão, som, sei lá...

Era um palpite; uma coisa era fato, rotinas são programações. Só há dois tipos de seres que programam: humanos e pokémons. Ainda que fosse algum experimento ou estudo, era inegável que seria programado por um humano; no aspecto de pokémons... bem, chega a ser hilário o quão metódico esses pequenos podem ser. Olhe Regin, por exemplo! Além de catar cada quinquilharia que vê no chão, nomeia, cataloga e organiza. Os horários delas também são assim; ela sempre fica revoltadíssima quando perturbo seu calendário.

No mais, esperei a resposta e saí da loja. Até esse ponto, não vi necessidade de ir até a base de lançamento do foguete, mas se nada de interessante visse ali, iria pular para dentro do ônibus e ir ao centro da missão. Saber se ali também faltava (ou faltara) energia quando o Centro sofria podia ser de um bom avanço nas teses.

por zé Sex Jul 17 2020, 12:40

Sua analogia é mais do que interessante e, muito provavelmente, pertinente. As únicas explicações para criação de rotinas seriam a ação humana ou Pokémon. Esses seres vivos têm eu seu cerne a tendência à criar padrões de comportamentos e hábitos em suas vidas.

Ao sair do estabelecimento, seguida por Frey e Hela e com Tyrogue agarrado em seu punho, Winnie viu o trânsito fluir ali de forma como se os motoristas já estivessem até se habituando com a falta de energia elétrica por determinados momentos do dia.

Ao abordar uma mulher na faixa dos seus trinta e poucos anos que caminhava pelas calçadas daquela porção de Mossdeep, ela num primeiro momento lançou uma feição de estranheza. Uma garotinha como aquela perguntando do nada sobre explosões ou qualquer outro indício:

- E-eu não sei do que você está falando. - Disse desacelerando o passo por alguns segundos e continuando sua caminhada batendo o salto baixo na calçada e distanciando-se de Winnie.

por **Victoria** Sex Jul 17 2020, 14:01

Bem, eu não tive mais respostas. Eu não sei te dizer porque; só sei dizer-lhe que ficar ali já não me adiantava de nada. Olhei para o relógio dourado de pulso que carrego, vi os ponteiros me avisarem do inevitável: o tempo passou. Eram nove e quarenta e oito e eu já tinha me delongado demais; fora a fuga sutil velhinha que me avisou que já dava, eu precisava seguir minha missão.

Devo admitir que fazer isso sem Nicholas me dava certa insegurança, não por achar que não era capaz, mas por achá-lo extremamente qualificado... o ver em ação sempre que aquece, sabe?! Não me sinto insegura sem ele, mas certamente sou mais confiante com ele pelas redondezas. Pois bem, com ou sem ele, iria! Dei de ombros, nem sequer pedi licença a moça que fugiu de mim, dei um breve aceno ao dono da lanchonete, passei pelo Centro Pokémon, dei lembranças à Joy, fui até o ponto de ônibus e enfim peguei o ônibus para o centro de distribuição de energia; precisava ver de fato o que iria acontecer.

Ao chegar lá, me apresentaria como Winnie Freda, da Requiem; a tal encarregada pelo serviço contratado. Pediria algum tipo de relatório, antes de mais nada eu precisava saber a onde procurar... uma cidade é muito grande; não há como se achar o baderneiro-rotineiro sem nem saber por onde começar. Se me permitirem uma dica, ficaria lisonjeada; caso contrário, poderia levar alguns dias para entender a situação.

... e se a comunidade continuar sem muitas informações, talvez minha investigação seja ainda mais difícil do que imaginaria ser. No mais, ajeitei os óculos na cara e retornei meus pokémons; não queria pagar mais de uma passagem só por tê-los ali.

por zé Sex Jul 17 2020, 17:28

A resposta ríspida da pedestre acabava causando uma ideia de que talvez pedir informações aos transeuntes pudesse ser interpretada como incômodo. Alguns dizem que em cidades grandes as pessoas sempre estão com pressa e tendem a serem mal-educadas sem nenhum motivo aparente. O rush irrita, atormenta, incita a ira.

Você não parecia ter muita pressa, mas também não tem Bragui na sua equipe nesse momento. Como uma boa entusiasta do transporte público, lá estava Winnie segurando na barra amarela-branca da calçada próxima ao toldo vandalizado com banquinhos de espera desconfortáveis e com as beiradas quebradas. Eu suponho que Winnie devia se sentir a proletária, a menina dos olhos de Marx, prestes a pegar um ônibus. Hoje é segunda, alguns trabalhadores estavam no veículo indo ou vindo de seus turnos. A desocupada Winnie se juntava a eles, sentando num banco qualquer e observando os rabiscos feitos nas costas do banco da frente.

Após um trajeto que minhas limitações geográficas me impedem até de fanficar, a mini-treinadora desembarcava diante da estação elétrica. Se fosse em Goiás, chamaria-se Celg, em São Paulo de CPFL ou Eletropaulo dependendo da localidade. No Espírito Santo, não me interessa e em Mossdeep: ainda não inventei. Os funcionários estavam ali reajustando os aparelhos agora que a energia tinha retornado, não sei bem o que eles controlam, mas imagino que seja uma averiguação se todos os bairros estão com luz novamente e uma milésima tentativa frustra de impedir a queda de energia do meio-dia.

por **Victoria** Sex Jul 17 2020, 19:53

Provável que você ache ridículo quando eu te contar que no Espírito Santo chamará "Energias de Portugal - Espírito Santo". Sim, nossa distribuidora é privatizada por uma empresa de lisboa; o que torna tudo uma piada pronta. No mais, a gente usa EDP para fingir demência ou disfarçar. Pois bem, desci no local em questão, passei pela porta elétrica (dã) transparente, atravessei o salão vazio, passei pelos funcionários corriqueiros e procurei algo que parecesse ser uma recepção.

Encontraria? Não sei ao certo, mas posso afirmar-lhe que, independente de achar ou não, ali eu teria as informações certas. Caminhei por trás dos painéis e tentei olhar por entre os ombros e braços dos empregados. Procurei nos relógios datas, localizações e, claro, amperes. Procurei entender o impacto e centralizar as coisas ao norte e o sul e, acima de tudo, procurei ser notada.

Pigarreei.

Pigarreei mais uma vez, mas desta vez mais alto.

Pigarreei uma terceira vez, procurando os olhos dx recepcionistx em questão. Ao fim, busquei as vistas de algum funcionário que me notasse, nem que fosse com um curto incômodo. Queria caminhar até o alvo, lançar um breve sorriso meio, tímido e ajeitas as madeixas rosas. Gostaria de mexer o nariz coçando a garganta, mostrar as covinhas magras, ensaiar uma voz meiga e então perguntar:
- Ei, tudo bem? - e bastava de perguntas até então - Sou Winnie Freda, me contrataram para resolver isso...gostaria de saber mais sobre - Eu apontaria para toda aquela bagunça causada por apagões e falhas de transmissões.

por zé Sáb Jul 18 2020, 18:45

Já dentro da estação de energia elétrica de Mossdeep, que felizmente não era privatizada por Portugal, Winnie fazia um pequeno teatro de pequenas ações. Troca de olhares, pigarros, coceiras na garganta e torções da ponta de seu nariz. A recepcionista por fim recebia uma indagação na voz meiga da problemática Winnie.

- Oh, oh! - Pequenos suspiros sonoros de empolgação. - Que bom que você veio! Nosso diretor estava ansioso para a sua chegada.

A moça se levantava, mostrando ter muitos centímetros a mais que Winnie, apesar do salto alto que usava. Trajava uma saia quase social e possuía cabelos negros e leves, que se movimentavam enquanto ela acompanhava a garotinha da Requiem até o elevador para que se dirigissem à sala do diretor.

Após a mini-viagem para um andar superior da estrutura de gestão da companhia, as duas desceram e se depararam com a entrada de uma grande sala, onde, na extremidade oposta da entrada, sentava atrás de uma mesa um senhor de meia idade nos moldes da Devon Corporation. Winnie se apresentaria pela milésima vez?

- Senhor, essa é a responsável pela missão que solicitamos à Requiem. - Disse a moça com um meio sorriso, estendendo o braço esquerdo como se pedisse que Winnie desse mais alguns passos adentro do cômodo.

por **Victoria** Sáb Jul 18 2020, 19:47

Meu chute era assertivo, mas convenhamos, não tinha muito como dar errado. Apresentar-me à empresa que me contratou era o mínimo que eu poderia fazer; além disso, eles não perderiam muito mais de seus tempos sem procurar uma resolução... querendo ou não, eu PRECISO admitir que eu estou completamente atrasada. Eu não só enrolei um dia inteiro, como também uma manhã; esse problema já deveria ter acabado.

Provável que baseada nessa presa, a recepcionista não me perguntou nada, apenas abriu um belo de um sorriso esperançoso e me levou ao topo do prédio. Ga-ti-lho; fora no alto de um prédio desses que perdi para Anabel. O próprio elevador me fazia suspirar incomodada! Ainda assim não parei; e nem pedi por escadas. Segui a moçoíla para o destino óbvio até, enfim, chegar em seu chefe. Com os vários indicativos que me deram, entrei.

Não, eu não apenas entrei, entrei e sentei na cadeira que parecia estar a disposição. Tentei rodopiar no eixo da própria cadeira, testando sua capacidade giratória (ou não). Fiz também para olhar o entorno e tentar descobrir algum café - ou biscoito - para me sustentar. Sem lá muito sucesso, acabei por repousar minha vista cansada, ansiosa e hiperativa no semblante daquele homem e, quando o fiz, estendi minha mão para um apertar.

Não sei porque diabos um aperto de mão tem alguma significância, mas se fazem assim em todos os filmes, eu devo ter que atuar o gesto, né?! No mais, dei-lhe a mão esquerda, já que sou canhota. Apertaria a dele com certa leveza e, ao fim do ato, falaria frases curtas:
- Bom dia, eu sou Winnie - Pausei, por um longuíssimo período. Eu esperava que ele falasse mais que eu, afinal, eu que estava sendo contratada e o problema era, literalmente, dele. Não meu - Você pode me passar as áreas que isso começou a acontecer? As datas? As frequências? As pistas que tem? Eu tenho uma teoria, mas ficaria mais fácil se você me disser o que está pensando sobre.

Ele certamente já tentou fazer algo a respeito; se não fosse nada "ilegal" ou "antiético", acredito que não se importará de me contar seus tramites.

por zé Dom Jul 19 2020, 16:18

O homem se levantou para recepcionar Winnie e bugou por alguns microssegundos antes de apertar sua mão. Mesmo pessoas canhotas cumprimentam com a mão direita, não? É meio que uma convenção mundial.

A menina se sentou e tentou discretamente girar na cadeira que não era giratória, de frente para a mesa do diretor da empresa, na realidade, apenas a cadeira dele era giratória. Privilégios.

- Scheila, ofereça um café para a nossa ajudante! - Disse o homem de meia idade, com cabelos discretamente grisalhos e bem-apessoado como diriam os héteros.

Finalmente o nome da recepcionista que eu nem lembro se caracterizei (e se o fiz, como caracterizei) era revelada. Ela perguntava à missionária o que gostaria enquanto o poderoso chefão da eletricidade começava a sua fala:

- Bem vinda, Winnie. Meu nome é Zachary. Pois bem, há cerca de 4 semanas começaram esses apagões, inicialmente em áreas isoladas da cidade e com o passar do tempo começaram a afetar todos os bairros de uma só vez. Períodos curtos de tempo no início e depois mais prolongados, chegando a aproximadamente 15 minutos. O que trouxe preocupação ao Centro Espacial de Mossdeep por eles terem uma expedição tripulada para a lua agendada. Ela já foi adiada por alguns dias por você não ter aparecido... No momento, eles estão planejando executar o lançamento no fim da tarde de hoje, se você conseguir garantir segurança até lá, claro.

Zac desandava a falar, como Winnie gostaria. Certamente ele também gostaria de ouvir um pouco dos palpites de Winnie.

por **Victoria** Dom Jul 19 2020, 16:38

Particularmente, não estou muito acostumada com apertos de mão; desculpe por isso, milorde. Na verdade, nem me rememoro a última vez que fiz isso, se é que já fiz alguma vez. Nem em desafios de ginásio eu posso dizer que essa formalidade é comum; talvez Watson tenha mostrado a mão para mim. Ele e mais ninguém.

O mundo dos homens empresários é um tanto quanto distinto do meu; vê-lo pedir algo à Scheila me dava um certo calafrio; porque diabos ela obedeceria seu patrão ao pedir algo para outrem? Percebe o absurdo dos fatos? Por conta de um salário, a moçoila responsável pela recepção precisa, dã, me recepcionar. Ela não me conhece; não sou em nada importante à ela, ainda assim, meu bem estar se torna sua obrigação.

... por outro lado, eu poderia me acostumar com isso.

Sorri com apenas um dos lados do lábio, emiti um "obrigada" à secretária e peguei com bastante cuidado e carinho a xícara de café que me era de direito. Assoprei a borda por um tempo e dei um longo - e quentinho - gole, próximo do final da fala de Zachary. A pausa fora dada, enquanto eu engolia o líquido amargo que recebia com bastante apreço:
- Hmmm, eu perguntei em volta, e pelo que eu entendi, existem horários comuns que isso acontece né?! - Era retórico, eu já imaginava que a resposta fosse sim, então continuei o pensamento - Acho que vocês já estão bem preparados sabendo disso.... como era quase rotineiro, eu cogitei ser algum humano ou pokémon... primeiro eu pensei ser uma máquina ou algum aparelho irresponsável de alguém, que deve lidar de tempos em tempos, para fazer algum trabalho repetitivo... mas como você me disse que o problema se moveu... bem, não vejo como ser algo tão sério assim. Acho que é algum pokémon órfão. Mais cedo vi dois pikachus se alimentando da energia do Centro Pokémon, talvez seja um elétrico que não conhece nada por aqui e... bem, ta se escondendo em transformadores elétricos - Fui bem, mas bem sincera. Apesar de não ter certeza de como funciona a distribuição de energia em Mossdeep, acredito que haja um ponto central que tem sido danificado. Era sobre isso que queria perguntar - Você não tem encontrado mais cabeamento danificado que o normal? Eu queria saber mesmo é onde você tem encontrado isso, se é que está...

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