[Teatro Sootopolitano] VS Kimono Girl #11

Chega a ser redundância mencionar quão atrativo é o desconhecido para uma criatura comum - tal como o é fazê-lo em relação aos desafios para treinadores desse belíssimo mundo mágico e fantasioso. Junte os dois, acrescente um adolescente à receita e, voilá, apresento-lhes uma situação e encontro que, cedo ou tarde, estava predestinado a se realizar - independente de quão fervorosamente os mais céticos afirmem e reafirmem que não.

O espetáculo realizado pelas jovens de kimono e suas exuberantes eeveelutions já eram, há muito, ponto turístico da belíssima Sootopolis, tal como o era o ginásio de Juan - que recebeu atenção especial após a maravilhosa Wallace Cup - e, óbvio, a cratera na qual a cidade se encolhia, equiparando-se à um recém-nascido acomodado pacificamente em seu ninho. Certamente, esse "posto" no cartão postal da cidade não era à toa: E esse detalhe poderia ser facilmente observado por qualquer viajante que pusesse seus pés na construção que abrigava o palco de artes da urbe.

Naquele dia em especial, o cenário em si, sinceramente, não era o dos mais exuberantes: Remetia um campo nevado, com árvores frágeis de galhos secos e troncos retorcidos, que se "ajoelhavam" na direção da terra coberta por uma fina camada falsa de gelo. Todo o destaque, em realidade, repousava sobre os ombros das oito jovens dançarinas e de suas vestimentas douradas, que cintilavam sob os dedos da gentil iluminação esbranquiçada. Volviam em voltas curtas e rápidas, lentas e prolongadas ou até mesmo interrompidas; Os braços moviam-se em baile sensual e afável com o próprio vento que escoava pelas entranhas do local - e seus monstrinhos coloridos acompanhavam os rodopios, cada qual esbanjando uma beleza única dos tantos tipos que assolavam o mundo pokémon.

Mentiria, porém, se dissesse que somente em seus passos de pluma se interessavam os viajantes que por ali passavam: As moças sabiam, e seus companheiros também - e mais ciente ainda estava o próprio criador, arrisco dizer, pois foi ele o escolhido para degustar de uma experiência competitiva naquela fresca noite de apresentação, quando a melodia ao fundo se acalmou para um ritmo constante e grave que se repetia e, claro, quando uma das pessoas na equipe dos bastidores o instruiu de adentrar no palco, as donzelas se separando em círculo e se unindo em formato meia-lua, cada qual com seu respectivo canídeo à frente.

— É um prazer conhecê-lo, senhor Fujiwara. — Cumprimentou a de aparência mais jovial, pálida como um floco de neve, as bochechas coradas se contrastando com o resto da derme. Uma reverência gentil foi o que fez a seguir, inclinando o tronco para frente e permitindo que um sorriso ameno pintasse nos lábios, usando um dos dedos para ajeitar com delicadeza um fio escuro que escapou do penteado amarrado. — Espero que possamos oferecer uma... Apresentação digna para a plateia, nós dois. — Acrescentou, caminhando para frente e oficializando-se como oponente para o moreno, enquanto suas irmãs recuavam e ajoelhavam-se atrás de si, apoiando as mãos sobre as coxas; Ao seu lado, o verdadeiro adversário do menino se impunha, dando passos relaxados adiante e empinando o focinho, a cauda bailando no ar, relaxada.

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— Pode me chamar de Houmi. — A jovem respondeu, com um sorriso tranquilo nos lábios, enquanto unia as mãos por dentro das longas mangas da vestimenta. Com tranquilidade, dignou-se a esperar enquanto o criador libertava seu companheiro escolhido e, hah, a expressão pacífica não foi capaz de esconder a surpresa diante da curiosa fantasma de tons exóticos. — ...Isso é uma Froslass? — Perguntou, meramente para se certificar de que não estava vendo nada errado. As mãos foram na direção dos olhos, e a morena esfregou-os por um instante, erguendo as sobrancelhas quando as cores que enxergava não desapareceram em pleno ar. — Como ela é diferente! — Exclamou, inclinando-se um pouco na direção da gélida espécime e apoiando uma mão contra o próprio peito. — Onde você encontrou? — Quis saber, volvendo a atenção para o moreno e endireitando a coluna mas, infeliz ou felizmente, não teve muito tempo para só... Apreciar, por assim dizer, quando logo Fujiwara apressou-se em entregar seus comandos nos braços da dama frígida.

— Boa sorte para nós. — Emendou, oferecendo um breve menear de cabeça antes de respirar profundamente... E, ao ouvir as palavras do menino, limitou-se a deixar um sorriso discreto escapar pelo canto dos lábios, sem muito significado - um balançar negativo de cabeça concluiu aquela tímida reação, simples, sem deixar espaço para quaisquer leituras se a escolha a agradara ou prejudicara. — Sabe... — Começou, esfregando as mãos com delicadeza. — Normalmente, as pessoas aparecem com algum pokémon de fogo, quando o Glaceon entra em campo. — Comentou, ajeitando um fio de cabelo que escapava do penteado. — Duplo Shadow Ball. — Instruiu, sem pressa - não teria motivo para tê-la, afinal.

A primeira a se movimentar foi a velocíssima fantasma de kimono: Erguendo seus braços em côncavo, um brilho enegrecido cintilou nos orbes róseo-amarelados da pokémon, e seu queixo caiu para emitir um grunhido gutural que arrastou em sua garganta e reverberou em cacofonia sobre o palco. O movimento fez com que a eeveelution arrastasse alguns passos para trás, incerta, mas não o suficiente para evitar acumular uma energia tão escura quanto em frente ao seu focinho e, num mover rápido de cabeça, arremessou-a na direção da oponente, que infelizmente acabou apenas por abraçar a esfera arroxeada, tombando para trás em impacto dolorido.

A reação automática da donzela foi erguer as mãos em frente ao corpo, sem ainda se erguer, e as movimentou de um lado para o outro, materializando uma tela translúcida de tons tão claros quanto os detalhes de seus punhos - a liberdade do turno, porém, foi mais que suficiente para acender uma flâmula (por ironia da situação) no peito do quadrúpede e, num salto rápido, o animal acumulou mais uma esfera potente de energia em frente ao focinho, cuspindo-a com a rapidez de uma bala atirada, buscando ângulo para ultrapassar a barreira protetora erguida por Haru: Felizmente, a fantasma teve reflexo suficiente para erguer a tela e a realocar na frente do movimento mas, infelizmente, a potência crítica do golpe transpassou o corpo vítreo com violência, empurrando a amaldiçoada contra o chão e arrancando alguns detalhes nevados do chão no processo.


— Tudo bem por aí? — Perguntou, apertando as pálpebras com delicadeza. — Bem... Continue com uma sequência de Shadow Ball, Glaceon. Se tudo der certo, você logo vai poder descansar.

— Festival... — A menina murmurou, pensativa, desviando o olhar para o teto por alguns instantes. — Tenho a impressão que já ouvi falar, mas faz bastante tempo. Não tive oportunidade de ir, infelizmente. — Comentou, com um dar de ombros tímido. — Imagine só se eu tivesse conseguido uma, uh, não sei... Lapras laranja? — Brincou, deixando um sorriso escapar.

Com isso, então, iniciou-se um novo turno - e admito que não foi lá tão... Diversificado, por assim dizer. A provocação feita anteriormente pela fantasma foi responsável pela necessidade de uma ofensiva e, bem, assim o quadrúpede o fez, iniciando a materialização de uma esfera sombria que, sem demoras, foi replicada pela própria dama frígida. Esta última, porém, veloz e com intimidade com a energia necessária para formar a ofensiva, foi a primeira a atirá-la, seguida em poucos segundos pela eeveelution - ambos foram atingidos sem problemas, entretanto, a tela protetora fez bem seu papel ao diminuir o impacto do movimento.

O próximo turno, então, se iniciou de uma maneira um pouco diferente. Com delicadeza, Haru estendeu um dos braços na direção de Glaceon, e uma aura sombria envolveu-lhe o corpo por completo. Uma coisa diferente ocorreu naquele momento: O laço nas costas da pokémon vagarosamente começou a se desfazer, dividindo-se em duas fitas que avançaram de maneira ríspida na direção do adversário que, bem, até tentou se esquivar, mas foi aprisionado em um nó complicado feito pela fantasma, que pulsava em energia maquiavélica. No susto, o pobre canídeo invocou quase que automaticamente mais uma de suas esferas sombrias, arremessando-a instantaneamente em Froslass, que recebeu o impacto - entretanto, ele não foi fatal, inutilizando as ordens de Fujiwara.

As fitas se soltaram de Glaceon, em uma chicoteada brusca, antes de se enlaçarem mais uma vez nas costas da exausta pokémon. Pequenos raios negros escapavam pelo corpo do oponente, que bambeou por um instante, meio afetado por... Alguma coisa? Hmm...


— ...A sua pokémon também! — A menina respondeu, erguendo as sobrancelhas em admiração. — É dura na queda, hein? Apesar de que, acho que eu tive sorte, dessa vez. — Acrescentou, deixando escapar um riso tranquilo. — Tem gente que acha os pokémons de gelo meio... Frios, com o perdão do trocadilho. — Disse, relaxando os braços ao lado do corpo. — Mas, eu concordo com você. Eles são fascinantes, sim!

— Tenho que concordar, acho que um Lapras seria bonito de qualquer jeito. — Houmi sorriu, e o canto de seus olhos se apertaram em harmonia com as feições - e a curva labial apenas aumentou, tímida, diante do elogio recebido pelo treinador. — Obrigada, gentileza sua! — Disse, ajeitando sem jeito a tal madeixinha escura solta, que parecia insistir em voltar à frente do rosto. — Com certeza. Quem diz o contrário, duvido que tenha tido muita experiência com um desses bichinhos. — Comentou, antes de enfim retornar a atenção ao embate que se desenrolava. Pareceu pensar por alguns segundos sobre que atitude deveria tomar diante da incapacidade de escolher o efetivo utilizado até então e, dentre todas as alternativas, optou pela mais... Segura, por assim dizer. — Glaceon, que tal dar uma amostra do seu show? — A jovem sugeriu, e juntou as mãos em frente ao corpo outra vez. — Invoque um Hail e finalize com Blizzard! — Instruiu, sem pressa.

A primeira coisa que Haru fez, instruída por seu treinador, foi espalmar uma barreira protetora ao redor do corpo, quase transparente, isolando-a do mundo ao redor. O fato não foi um problema para a eeveelution, porém, que cerrou as pálpebras e respirou fundo; Livre da provocação de outrora, então, o animal deixou escapar um assobio agudo, um sopro gélido que vagarosamente se transformou em friagem. Sua cauda balançou, suave, e em mesmo ritmo acompanharam suas longas orelhas, ao passo que o quadrúpede invocava brisas poderosas, flocos de neve rodopiando pelo ar, falsos e verdadeiros, causando uma queda brusca de temperatura no ambiente - felizmente, não um problema para Froslass, tão acostumada com tal tipo climático.

Outra vez, então, o cenário de outrora se repetiu, com a companheira de Fujiwara desfazendo o laço em suas costas e aprisionando o canídeo em seu firme aperto. Uma aura luminosa em tom cerúleo cintilou ao redor do quadrúpede, delineando-o, e o oponente deixou escapar um uivo alto, irritadiço, que interagiu com a nevasca ao redor e os ventos rodopiaram, em rosnados guturais e ásperos que dançaram em fúria em torno de Haru, suprimindo-a - a pobre fantasma até chegou a tentar defender-se com os resquícios de energia que emanavam de sua tela refletora, porém, nem ela e tampouco sua tipagem íntima com a neve foi suficiente para evitar os estragos que o poder do golpe fê-la sofrer, sufocando-a com a imponência gélida e, então, fazendo-a ceder; Como uma maldição quase instantânea, porém, um choque cinético foi desferido pelas fitas da fantasma, "eletrocutando" o jovem Glaceon e o fazendo deixar escapar um abafado grito dolorido antes de, tal como sua vítima, ceder.


— ...Ah... — A moça deixou escapar, num suspiro tranquilo - então, sem pressa, estendeu uma esfera bicolor e fez seu companheiro retroceder, antes de beijar o centro do objeto. — Bom trabalho, Glaceon. Descanse. — Concluiu, antes de voltar a atenção ao desafiante, um sorriso simples no rosto antes de oferecê-lo uma reverência tranquila. — Obrigada pela batalha, Fujiwara. Quem sabe você não consegue levar, de uma próxima vez? Espero te ver aqui de novo! — Incentivou, relaxada, antes de dar um pequeno aceno e, por fim, se retirar.

Hora da Experiência! escreveu:

Froslass recebeu 1367 de experiência por derrota contra Glaceon e perdeu 2 pontos de felicidade.

A Pokémon defeated by this move will now faint after the Pokémon that used Destiny Bond, meaning that if Destiny Bond is used by the last Pokémon on a player's team, and the last Pokémon on the opposing team makes it faint, the opposing player will win.