[Missão] Um passo nas negociações...

Laranjinha e Acerola

Domingo - 03:18 a.m.

Diante daquela confusão toda, Nash pareceu compadecer-se do estado dos jovens e deu uma dica preciosa à Ayzen. Rustboro viveria um de seus maiores caos, não era mais seguro estar por ali, pelo menos não em locais públicos. Sendo assim, o Ranger usou sua Altaria para alçar voo e levar os adolescentes até o Posto Avançado Ranger mais próximo. Apesar de acostumada a voar, a Altaria não tinha muita habilidade em lidar com tanto peso e sofria para voar mais rápido, mesmo sabendo o quanto era necessário.

Atrás do Pokémon e seus ocupantes, uma cidade incendiava-se. Sons de sirene misturavam-se ao som de gritos e tiroteio que acordava os moradores de Rustboro numa madrugada fria e sofrida. Já Ayzen e seus protegidos não demoravam a alcançar o Posto Avançado, local de segurança reforçada na porta, provavelmente pois a notícia dos acontecimentos recentes já haviam se espalhado. Havia pelo menos dois Ranger patrulhando o Portão com um Arcanine e um Golem, além de outro no telhado acompanhado de um Dragapult e manuseando um Holofote na direção do Cadete, que estava sem uniforme.

— Atenção! Identifique-se ou iremos atirar! — Afirmava a voz que ecoava pelo local e chamava a atenção dos que estavam lá embaixo. O próprio Dragapult ficava mais atento e preparava dois Dreepy-Mísseis enquanto usava um de seus movimentos para "travar" a mira no Altaria. Um comando de seu Treinador e eles seriam abatidos em pleno ar. ◄

Laranjinha e Acerola

Domingo - 03:29 a.m.

Com o risco de ser abatido no ar, Ayzen gritava desesperado para seus colegas Ranger, solicitando que pudesse descer em busca de atendimento médico. Os Patrulheiros surpreenderam-se com o colega à paisana e então acalmaram o Dragapult, permitindo que Ayzen descesse no telhado, onde um grupo de paramédicos Ranger já o aguardavam — Você está ferido! O que houve com os dois adolescentes, o que eles tiveram? — Questionava um dos paramédicos, enquanto todos corriam para o interior do Posto Avançado empurrando uma maca — Esse aqui perdeu muito sangue! Temos que levá-lo para a UTI! — afirmava outra, carregando Pitú para um lado diferente, enquanto Zé Pequeno tentava correr atrás da maca e caía no chão, debilitado.

— Alguém cuide desse Pokémon, por favor! — Afirmava o paramédico que havia ficado de atender Ayzen e seu ferimento de bala — Olha, não está nada bonito esse seu ferimento, mas fique tranquilo que vamos resolver. Deixemos os outros com nossos colegas, venha cá! Mas fale comigo, conte mais sobre o estado dos adolescentes e eu posso passar para meus colegas... — Comentou o homem, chamando o Cadete para um ambulatório naquele mesmo corredor, enquanto uma Ranger aproximava-se do Scraggy para lhe prestar atendimento. Já o próprio Ranger teria que passar por um procedimento para cuidar de seus ferimentos... O jeito era aguardar e se possível, contactar seus superiores. ◄

Laranjinha e Acerola

Domingo - 03:35 a.m.

Ayzen estava eufórico. Toda a adrenalina do momento, dos tiros, da confusão, do caos na Cidade, dois corpos de jovens cheios de futuro e esperanças... Teria feito as escolhas certas? Teria tido alguma culpa no destino que as crianças tiveram? Afinal, que destino seria esse? Apesar do paramédico questionar algumas coisas ao rapaz, ele só conseguia praticamente repetir a pergunta sobre o estado da criança, o que obrigou o Ranger que o atendia a aplicar um sedativo — Ele está muito alterado! Apliquem um sedativo intramuscular! — Afirmou, sendo respondido imediatamente por outro colega que "picou" Ayzen no braço para tentar acalmá-lo um pouco.

A partir dali, tudo pareceu passar mais devagar, as vozes foram ficando mais baixas e sussurrantes e os movimentos pareciam restringidos, mesmo que internamente ainda existisse uma ansiedade pelo estado dos adolescentes — Faremos todo o possível por eles, mas você precisa cuidar também de si... Há algo mais a fazer? Atente-se à Missão Cadete! Você solicitou reforços? Há alguma outra situação de emergência? — Questionava o colega de Corporação à frente, segurando Kitshomo pelo ombro. Alguma movimentação ocorria na região do ferimento, mas as sensações eram confusas demais para que pudesse ter certeza absoluta do que havia...

Domingo - 05:45 a.m.

Após os questionamentos, provavelmente acabou cochilando por efeito da sedação. Não era como se tivesse passado muito tempo, mas o fato de estar deitado e com os ferimentos tratados indicava que um tempo havia se passado. Ao seu lado, o mesmo Paramédico de antes, sorrindo ao vê-lo despertar — Sente-se melhor Cadete Kitshomo? Você teve bastante sorte do tiro ter acertado uma área não-vital! Você perdeu muito sangue, teve sorte também de ter chegado consciente aqui... — Disse o médico, afastando o prontuário após ler e depois usando uma lanterninha para testar os reflexos da pupila de Ayzen, primeiro um e depos o outro.

— Já contatamos a Base de Riyado e pode considerar a sua Missão como Concluída. Você estará livre para partir em dois dias. Mas até lá... Talvez queira fazer uma visita ao Quarto 3 para saber mais sobre os tais adolescentes... — Comentou o médico, afastando-se até a porta — Só pegue leve, ok? Ainda precisa se recuperar bastante e não pode retirar o soro do seu braço, então terá que arrastar isso aí contigo se precisar sair. Qualquer coisa, me procure na Recepção. Sou o Dr. Ranger Collins. — Informou o homem, antes de sair e deixar Ayzen à sos.... O que o rapaz faria então? ◄

Laranjinha e Acerola

Domingo - 06:05 a.m.

Ainda debilitado, Ayzen ouviu tudo o que o médico tinha a dizer e, com cuidado, arrastou-se na companhia do Soro até o quarto indicado... Demorou algum tempo, pois não podia correr, mas finalmente alcançou o seu objetivo, abrindo a porta do Quarto 3, lentamente... Ali dentro encontrou três figuras conhecidas. Sim, deitada na cama estava Acerola, com alguns equipamentos ligados a si, mas aparentemente consciente, apesar dos arranhões e ferimentos superficiais. Sentado no Sofá estava Caio com Zé Pequeno dormindo em seu colo... Assim que a porta se abriu e Ayzen entrou, todos olharam assustados para ele e retrairam-se, mas acabaram relaxando ao constatar quem era. Acerola inclusive, virou o rosto para não encará-lo, parecia irritada e estava com uma aparência horrível.

— Olá Senhor Ranger... — Disse Caio, num tom que ficava difícil de dizer se era deboche ou não. Ele havia sido o último a interagir com Ayzen e de uma forma nada clara quanto às suas intenções. Na verdade, para ser sincero, ainda não estava nem claro para Kithsomo como o jovem havia chegado ali. Talvez por intermédio de outros Rangers? Enfim... Era notável a falta de Pítu, quem estava em um estado aparentemente mais grave. Os jovens não falaram sobre ele de cara, então caía sobre os ombros do Cadete fazer a pergunta, se realmente quisesse saber. A verdade é que um silêncio sepulcral havia dominado o ambiente... O que Ayzen faria? ◄

Laranjinha e Acerola

Domingo - 06:15 a.m.

O clima estava estranho, mas exatamente qual seria o motivo? Acerola evitava Ayzen, mesmo após este ter salvado ela. Sem compreender o Ranger então aproximou-se e questionou se a jovem estava bem, para o qual também não obteve resposta, apenas o silêncio. Na verdade, quem "quebrou o gelo" foi Caio, que em sua condição especial, não parecia ter muitos filtros para lidar com as pessoas — Ela tá bem, quem não tá é o Pitú. Ele virou uma Planta. — Afirmou o garoto, suspirando ao fim da frase e fazendo uma carícia superficial na cabeça de um entristecido Scraggy.

Acerola enraiveceu-se e imediatamente virou na direção de Caio, lançando um travesseiro. Seus olhos transbordaram de lágrimas e ela abraçou os próprios joelhos, dobrando o pequeno corpo ainda mais sobre a cama — Isso não era pra ter acontecido assim! Não era! Mas todo mundo fica se intrometendo! — Gritou ela, com os dentes cerrados, quase sendo difícil compreender. Em seguida, levou as duas mãos até a cabeça e simplesmente chorou.

Caio surpreendeu-se com a atitude da menina e expressou tristeza, segurando o travesseiro jogado contra o próprio corpo — A gente só queria fazer umas festinhas e ganhar uns trocados... Agora, vamos ter que ir pra Riyado, sabe-se lá fazer o que. O que vocês Rangers querem da gente afinal? — Dizia o jovem, dobrando as costas e ficando pensativo, inclinado para frente. Bem... Seja lá o que havia, Ayzen não havia sido informado. Os jovens iriam para Riyado? Estariam presos? E o que Caio queria dizer sobre Pitú ser uma... Planta? ◄