Hard Out Here_Lily Allen

OFF: A aquele monte de rota era rota curta? E eu to ligada dos 8 posts, mas eu to achando q vou só fazer esses 8 mesmo e parar. Eu to curiosa pro plot aaaaaaaa

- Combinado! A filmagem é no mesmo lugar? E menina, pra que esse lance de pokémon? Não é só filmar? Se for precisar deles avisa logo que eu já deixo eles avisados que vão participar e uma peça... sabe com é né, eles não tem muito limite - Falei, já precedendo um desastre. Fora neste momento que olhei para trás, só agora lembrei que eu estava treinando. Isso mesmo, eu esqueci por completo disso. Devaneei por alguns segundos até retomar a mim. Eu precisava terminar aquele treino ainda, passei tempo demais com Anabeth - Mas então, amanhã cedo no mesmo lugar né?

Enquanto isso, o treino continuava...

Talvez pela personalidade um tanto quanto conflituosa e antipática dos três pokémons, aquilo ali parecia dar certo. Vili era a típica garota metida-besta, Gliscor um territorialista e arrogante enquanto Hela era só incapaz de se comunicar. Com tanto 'disse me disse', as interpretações foram mesclando e sem falar muita coisa, o jogo virou.

Num instante só o jogo se tornara um 'pega coisas' o Gliscor aproveitava de suas asas para se adiantar no serviço. Agora o treino era uma combinação: quem arremessa o projétil mais rápido e quem melhor vai buscá-lo. Com todas essas variações, era difícil dizer quem se sairia melhor; mas os três pareciam estar cansando.

O problema mesmo estava na dupla de peso. Claydol parecia não se contentar em levar apenas soquinhos; frustrado pela própria incapacidade de sentir dor naquela situação, fez um ato impulsivo: usou Skill Swap e destrocou as traits no mísero instante que Ursaring usara seu Facade.

Sem medir sua força - e sem imaginar que isto aconteceria -, Loki deu um terrível golpe em Fafnir. Com o Guts ativo e o poder do movimento duplicado. Com o impacto do golpe, Claydol quase caíra no chão; ficando completamente zonzo. O boneco de lama então começou a rodopiar os olhos... ao levantar, apenas usou Cosmic Power e pediu para que o urso fizesse aquilo mais uma vez. Assustado, Loki não reagiu.

O problema é que o barulho não ficara só ali. Logo mais Jellicent tomava um susto por ter sua concentração destruída mais uma vez. Irritada, a aquática flutuara até os dois, cruzara dois de seus tentáculos, emitira um raio de gelo e criara uma parede entre os dois. O sermão começaria a rolar solto; eles precisavam entender que não eram os únicos treinando ali.

O pior de tudo é que Freya tinha razão. O som do impacto de Ursaring contra a lama-dura de Claydol ecoara até meu ouvido. Virei-me bastante assustada e vi Fafnir ao chão. O pokémon está comigo a anos; ainda assim estranho sempre que vejo isso. Franzi o cenho e vi uma pequena gota de suor cair do topo da minha testa até minha bochecha, escorrendo junto com a vergonha:
- ... eu acho que deu merda ali - Falei a Anabeth, tentando dar um jeito de dizer a ela que 'vou ali resolver isso'. Não sabia se ela treinava ou se tinha pokémon, mas acho que ela estava livre para me acompanhar se quisesse

A gota que escorrera em minha testa ganhara uma amiga, seu nome era preocupação. O barulho não cessava e eu sentia que precisava intervir urgentemente! Apressei a despedida e dei um abraço rápido em Anabeth, como se já a conhecesse a um tempo. Não dei-lhe beijo algum, mas ao menos finalizei:
- Ai ok menina, eu vou terminar isso aqui e ver qual é o problema. Quando eu terminar eu vou dormir pra acordar cedo amanhã. Dorme bem, ta? Não exagera essa noite.

Dei as costas para ela já esperando o pior, temi o que vi. Narrarei para ti as cenas seguintes, mas por favor não me leve tão a mal assim.

Bem, primeiro de tudo uma gritaria generalizada tomara o local. Freya impedira o treino dos dois por dois motivos que preciso pontuar. O primeiro é a saúde de Claydol, enquanto o segundo era o completo descontentamento com a tática e o barulho. Ela não queria 'brigar', ela só queria fazê-los parar. O problema é que para Loki isso já era pessoal. Se me permite rememorar, os dois vem de uma cadeia de brigas um tanto quanto chatas; eles não superam a polêmica guarda do bebê Sobble - que é minha, deixo isso bem claro - e ficam tentando se sobressair.

O problema é que eles são meus pokémons mais fortes, no 'Ursaring vs Jellicent' quem vence é a briga mesmo. Corri até lá enquanto Claydol se sentia na necessidade de alimentar o problema. Enquanto a discussão rolava solta, o psíquico contornara os dois, dera pequenos cutucões e derrubara a parede de gelo. Ora ou outra gritava mais alto, tacava álcool no fogo e reforçava o quão absurdo era a atitude de um com o outro. Num outro momento, ele parava para rir e se perdia em gargalhadas-psicodélicas.

Jellicent já sem muita paciência, cansou de gritar. Descruzou seus tentáculos, empurrou Ursaring e fincou-se no chão. Do orifício inferior de Freya - sua boca 'entre flagelos' - a água viva soltou uma quantidade considerável de bolhas que logo se amontoaram, ganhando força e forma exponencial. O golpe Surf tomou a cena. Num ato um tanto quanto afobado, Claydol agiu rápido e usou Skill Swap uma terceira vez. Desta vez ele trocava com Jelli, que começava a levitar enquanto Fafnir absorvia grande parte da onda para recompor vitalidade.

Loki sofrera o impacto do mar sozinho, mas esse não era o problema central. O pior dos problemas na verdade era que Freya se tornara um belo de um balão de gás hélio rosa, me fazendo correr e pegá-la pela ponta de seus tentáculos, tentando puxá-la para baixo. Falhei por completo; acabei por ser carregada e isso me fizera subir.

O que eu fiz? Bem, eu só gritei. Freya não fazia ideia de como controlar seu peso e não se sentia útil em me ajudar. Ao invés disso apenas se remexeu, tentando fazer com que eu a soltasse antes de subir demais e me machucar. Eu? Bem, não larguei. Apenas gritei desesperada por ajuda:
- USA GRAVITY, FILHO DA PUTA - Ordenei para Fafnir, que via a cena um tanto quanto eufórico; mas sem muito participar.

Os outros três pokémons olharam a cena um tanto quanto estarrecidos. Todos pararam o treino, largaram suas bonecas e correram para tentar me alcançar. No mais, rezei para que a queda não fosse das piores.

Eu só cai. Ao menos Hela pareceu ser uma maratonista empenhada, porquê foi a primeira a me alcançar. Se não fosse pela minha Guardiã, eu certamente estaria em apuros. Bem, minha queda poderia ser pior, salvo a estática do corpo de Electivire que mais uma vez me deu um leve choque, fiquei até bem. Amanhã certamente sentirei algumas dores musculares, mas com o aquecimento do trabalho de dublê, isso deve passar despercebido.

O que definitivamente não passara despercebido para minha fora a tragédia total. Ao ser pousada no chão e olhar em volta, vi um ringue repleto de poças, bonecas jogadas por todos os lados e absolutamente ninguém mais em treino. Pisei forte com os dois pés no chão, cruzei os braços e emiti um 'humph' irritada. Eu até poderia brigar com eles, mas deveria? Em primeiro lugar, a culpa era minha por faltar com a supervisão:
- Nota mental, nunca mais deixar vocês sozinhos, em?! - Não era um tom autoritário, mas eu não tentei esconder minhas frustrações na voz - Vejam só, acho que já deu, né? Pelo menos vocês cansaram. Vai, quero um por um me mostrando o que conseguiram nesse tempo de treino. Freya primeiro, me mostre que seu Ice Beam está mais forte. Vili, Hela e Jormun, quero ver o tempo de vocês ao dar uma volta. Fafnir e Loki... bem, vocês, sei lá, ao menos conseguiram fortalecer esses músculos e esses barros? Deixa eu ver, vou ficar muito decepcionada se continuarem ocos...

Bati o pé. Enquanto esperava os quatro primeiros se ajeitarem, fui até Ursaring e Claydol e dei leves soquinhos em suas barrigas... ou o representante de 'barriga' no pokémon-de-argila. Ouvi um som um tanto quanto oco nos dois, ainda assim dei de ombros:
- É bom que tem bastante coisa pra gente trabalhar ainda, em?

Ao fim da exibição final, eu deixaria tudo como estava; grande parte das bagunças eram aquosas, então secariam ao amanhecer. Comecei a recolhes as Dolls e colocá-las na mochila, tirando o excesso de poeira que ganharam com a brincadeira. Eu não tentei entender muito a fundo, mas sei que um 'auê' fora levantado. Bem, eu iria para os dormitórios do Centro Pokémon após isso, já estava mais que na hora de deitar minha cabeça no travesseiro e dormir... quiçá acordar só amanhã às 7h.

OFF: Pior que eu gosto de narrar treino, todo mundo me acha estranha por isso

É, nem tudo é o que parece. No final das contas eu até vi um retorno, acredita? Caminhei com todos até a enfermaria, curei-os e voltei para as esferas. Os deixaria em suas respectivas Pokebolas até acordar. Ao sair da cama, escovaria os dentes, botaria um vestido mais solto, prenderia os cabelos num rabo-de-cavalo curto, tiraria meus brincos e sairia sem maquiagem, imaginando que lá no camarim eles tratariam de 'cuidar de mim'. Desci as escadas do Centro Pokémon e mudei meu time.
- Então é isso... - Falei sozinha, como se fosse uma auto-afirmação - É, já ta dando a hora, melhor eu ir.

A estranheza que era falar sozinha... estaria eu esperando a resposta de alguém? Não sei, sendo bem sincera, depois de passar um dia com Matthew, é um pouco estranho ficar sozinha. Não que eu não esteja acostumada; mas o costume parece ser ruim mesmo. Joguei ao ar a esfera de Hela, a única que merecia minha plena atenção e respeito depois daquele 'auê' todo. Peguei a mão da pokémon e agarrei-a com força.

Agora sim, eu posso ir. A pokémon ronronou para mim, encostando seu ombro na minha cabeça. Sorri em retorno e a dei um 'bom dia' baixo, e um beijo em seu pelo do braço. Existia um certo alívio de Hela em saber que o episódio em Mossdeep não nos afastou, e eu percebia isso em seu toque carinhoso, porém contido.

Bem, fui. Passei na máquina de doces e peguei uma barrinha de chocolate qualquer. Caminhei ao que outrora confundi com um 'campo de treinamento', mas que na verdade era um Backstage. Não sei dizer como foi a caminhada, mas a minha intenção era pura e simplesmente chegar lá.

Time: Jellicent - Ursaring - Claydol - Electivire - Houndoom - Vaporeon

- Claro que eu vi, doida - Disse, já um tanto quanto desinibida. De certa forma quem me contratou foi Anabeth, então eu precisava passar certa confiança para agradar a produção - Pular de prédio? Tranquilo garota, em Goldenrod eu fiz tipo isso, tem rede né? Porque se não tiver eu dou um jeito de algum pokémon meu me pegar.

Ao falar isso, uma imagem imbecil viera em minha cabeça; e se Claydol usasse Skill Swap em mim? Nesse exato momento, eu ri. Eu ri muito! Foi extremamente repentino; tentei segurar. Coloquei uma das mãos na boca para tentar disfarçar, mas quanto mais você segura um riso... pior ele fica. Eis que eu gar-ga-lhei.

De início o ar saíra aos poucos pelos meus lábios, o riso escapulia entre meus dedos, a boca já não conseguia mais ficar tampada até eu finalmente desistir. Ri bastante; um riso frouxo, de dentes amostra, com soluços ao meio deles. Meu diafragma doía e meus olhos lacrimejavam, aos pouco eu me forçava a parar, mas só consegui de fato conter a risada quando analisei o quão ridículo aquilo iria soar.

Sem conseguir recuperar a postura a princípio, curvei minhas costas, apoiei minhas mãos na barriga, tentei puxar o oxigênio restante no ambiente e tentei portar alguma fala engasgada, comentando entre tossidas:
- Espero que vocês tenham redes... não vão querer deixar por conta dos meus pokémons

Eu nem tentei justificar o riso. Enfim, logo mais o maquiador vinha e resolvia o problema das peles. Eu apenas o deixava fazer seu trabalho, enquanto tentava tirar da cabeça o cenário que imaginei. Aquilo parecia tão complicado... eu não consigo nem ficar sem rir! Quem dirá atuar sentimentos... ainda bem que eu só sou dublê, cair de um prédio me parece mais fácil que fingir ser alguém.

Falando em fingir ser alguém o homem até falara uma coisa engraçada...
- Menino, única coisa que eu passo é raiva. Não recomendo muito - Piada de tio, mas a Winnie sem graça ainda habita este personagem - Mas vem cá, quando é o aniversário de Anabeth? Agora que você falou, vai que rolou algo, né?