Pesquisa de campo: Espionando Pichus!!

Olá! Vou ser seu narrador nesta rota. Espero que se divirta.
Qualquer dúvida, não deixe de perguntar.

Era uma manhã bastante tranquila aquela, não havia muito tempo que o sol tinha nascido, e seus belos raios atravessavam as poucas nuvens no céu. Leina havia acordado bastante cedo para poder realizar a missão de pesquisas passada pelo Professor Birch, e ela parecia bem empolgada para realizar a tarefa com sucesso.

A moça não perdia tempo e logo começava a se esgueirar pelos arbustos da entrada da mata que cercava a pradaria. Ela sabia que os pequeninos Pichus poderiam fazer suas tocas ou ninhos por ali, já que pareciam servir de abrigo a várias criaturas. Mas Leina parecia ser bem esperta, já que logo ela percebia que se continuasse a fazer aquilo, logo seria notada, não só pelos Pichus, mas como por todos os outros seres que viviam por ali. Pensando em zerar aquela possibilidade, ela tinha a brilhante ideia de enviar sua pokémon para uma rápida vistoria.

Assim que sua pokémon sumia para procurar sem ser notada, Leina aproveitava para se levantar dali e seguir de pé por outro caminho. Mas uma coisa ela parecia não ter feito ainda, talvez fosse uma boa ideia pesquisar sobre o habitat onde os Pichus mais gostavam de ficar. Aquilo poderia ser de grande ajuda.

A rota 101, não era lá uma das maiores travessias que havia em Hoenn, mas apesar disso ainda era bastante extensa. Muitos treinadores costumavam passar por ali durante todo o dia, já que esta era a primeira travessia de quem vinha do Laboratório Pokémon. A grande pradaria se estendia seguindo ao norte, e era cercada pelos dois lados por árvores e mais árvores. Com o sol subindo um pouco mais, logo alguns Zigzagoons começavam a correr pelo terreno gramado, movimentando a vegetação e chamando a atenção de um grupo de Poochyenas que acabava de sair de uma moita.

Eram muito lugares para procurar, mas pelo menos a busca de Nix poderia resultar em algo.

Sem saber exatamente por onde começar a procurar, Leina acabava por perder alguns minutos de sua busca. Ela até pensou em subir em uma das árvores para ver se conseguia uma melhor visão do cenário, mas temendo se machucar no processo, ela preferiu se manter com os pés no chão. Pochyenas e Zigzagoons chamaram sua atenção, mas ainda não havia nenhum sinal de Pichus, ou até mesmo Pikachus, deixando-a na mesma situação.

Como Nix ainda não havia retornado, a jovem decidiu se sentar às raízes de uma árvore que já estava mais para dentro da pradaria do que da pequena selva. Ali, ela ainda poderia observar as coisas da proximidade, como esperar sua pokémon retornar.

Enquanto isso, Nix continuava a vagas por entre as árvores, fazendo questão de se manter invisível a olhos comuns. Ela tinha visto a imagem de seu alvo com bastante atenção, e sabia exatamente o que procurar. Mas a tarefa não era fácil, já que a mata era grande, e ficava mais densa à medida que percorria mais a fundo. Ela estava demorando mais do que o esperado para encontrar um daqueles pokémon, e começava a pensar que talvez fosse melhor retornar e contar a sua treinadora.

Voltando para o local onde Leina descansava, um inseto começava a descer pelo tronco daquela árvore onde ela estava escorada. Era um pequeno Wurmple, e não parecia muito incomodado com a presença da garota. Ele descia o bastante para pegar um pouco dos raios de sol, e fechava seus olhos como se estivesse bastante satisfeito com aquilo. Ele estava bem próximo de Leina, de forma que se alguém passasse por ali, poderia pensar que era dela.

Mas antes que ela pudesse interagir, ou reagir ao pokémon, Nix surgia do nada, fazendo com que o Wurmple quase tivesse um treco e caísse duro no chão. O inseto então retornou arrastando seu corpo em grande velocidade, desaparecendo entre as folhas da árvore. Depois da brincadeira, Nix olhou para sua treinadora e tentou disfarçar o sorriso enquanto sacudia seu corpo de forma negativa. Ela não havia encontrado, porém, ela tentou indicar que podia ter encontrado algo útil. Com um movimento estranho, o gás que contornava sua forma mais sólida, momentaneamente pareceu desenhar uma seta, e a fantasma deu uma piscada com seu olho direito. Será que era para segui-la?

Quando Nix se materializou para assustar o Wurmple, ele acabou pegando sua treinadora desprevenida, fazendo com que ela, assim como o inseto, tomasse um susto. Com o grito de Leina, alguns pokémon da pradaria subiram a cabeça acima da grama para ver o que estava acontecendo, mas não pareceu incomoda-los tanto. Assim, eles seguiam suas vidas normalmente.

Depois de os ânimos se acalmaram um pouco, e a garota descobrir que sua pokémon não tinha encontrado os Pichus, ela estava pronta para seguir por outro caminho. Mas Nix pareceu ter descoberto algo, mesmo que não fossem os roedores. Mas esperançosa, Leina decidia seguir sua pokémon.

A Gastly seguia na frente, e garantia para sua treinadora que não haveria mais nenhum susto, pelo menos não por parte dela. As duas seguiram de volta à mata, passando por algumas árvores que eram bem afastadas umas das outras, e logo chegavam em uma clareira.

Quando Nix estava retornando de sua expedição, ela havia passado por ali e se deparado com pequenas pegadas no chão de terra. Não parecia ser nada de mais, mas as pegadas eram bem diferentes das de um Poochyena, ou Zigzagoon. Na verdade, em sua maioria, pareciam ser de bípedes, mas algumas mostravam que poderia pertencer a um quadrupede, mesmo sendo idênticas às primeiras. Outra coisa que poderia chamar um pouco a atenção, eram que as dos quadrupedes, pareciam ter certa diferença entre as dianteiras e as traseiras. As pegadas traseiras eram mais arredondadas, enquanto as dianteiras sobressaiam os dedinhos, mas ambas eram pequeninas.

As pegadas podiam ser vistas por toda a clareira, e pela quantidade pareciam pertencer a um grande grupo de criaturas. Mas apesar das pegadas estarem por ali, não havia sinal de seus donos.

Leina seguia Nix até um local que parecia ser bastante promissor. Apesar de não ter nenhuma experiência naquele tipo de trabalho, ela estava indo bem, já que contava com a ajuda de sua pokémon. Durante o percurso, ela acabou percebendo que precisaria escolher roupas mais adequadas para aquele tipo de atividade, visto que viriam muitas pela frente. Contudo, aquele não era o momento para ficar pensando naquilo, e ela logo voltou ao trabalho.

Depois de observar as pegadas, e perceber que se tratavam todas de pokémon da mesma espécie, ela logo começou a procurar por pistas para saber a direção em que os pokémon havia seguido. Leina decidiu mandar Nix seguir para um lado, enquanto ela seguia em outro, para aumentar as chances de sucesso.

A princípio, nenhuma das duas conseguiu encontrar muita coisa. Com o terreno gramado em sua maior parte, as pegadas sumiam facilmente, dificultando a busca. Mas o dia estava apenas começando, e Leina não desistiria tão facilmente. Vendo que poderia não encontrar muitas pistas, além das pegadas, ela logo procurou por um local para se esconder, e assim observar se as criaturas retornariam para aquele local. Como não tinha muita escolha, era o melhor a se fazer.

Ao olhar mais uma vez ao redor, viu que próximo de onde Nix estava, havia uma árvore mais baixa, com cerca de três metros de altura, e com uma copa bastante volumosa. Os galhos daquela árvore pareciam bem resistentes e poderiam aguentar o passo da moça sem problemas. Além a árvore baixa, ela percebeu que também tinha bem ali do seu lado, um arbusto grande o suficiente para que ela pudesse se esconder, mas os galhos finos poderiam se prender em suas roupas. Não havia muitas opções de esconderijo, e apenas se posicionar atrás de uma árvore, não parecia tão efetivo.

Sem problemas... pode ficar à vontade.

Leina analisava suas opções com bastante cuidado e atenção, já que não poderia ser descoberta. Então, depois de sua análise, decidiu por se arriscar a subir a árvore. Nix a seguia atentamente.

A tarefa não fora nada fácil, já que com sua pouca força física, ela mal conseguia se segurar no galho mais baixo. Se estava com toda aquela dificuldade para escalar a mais baixa das árvores dali, imagina só se precisasse observar pokémon voadores. Nix ria de sua treinadora, vendo toda sua dificuldade em subir na árvore, mas por fim, ela acabava dando uma ajudinha, indicando um local para que Leina pudesse pegar apoio.

Assim, depois de alguns minutos de sofrimento, a garota estava posicionada em um galho mais alto, de forma que conseguia observar toda a clareira, até mesmo o que estava abaixo dela. Já Nix, apenas se camuflou por ali mesmo, ocultando sua presença com sua habilidade fantasmagórica de desaparecer.

Observação era uma tarefa um tanto delicada, que exigia bastante paciência e uma boa condição mental. Ficar parado muito tempo, não era uma tarefa fácil, ainda mais dependurado em uma árvore assim como Leina estava naquele momento. Havia se passado exatamente dez minutos, mas para a garota parecia que tinha passado uma hora inteira. Mas por sorte, pelo menos algo novo parecia estar acontecendo.

Alguns ruídos estranhos começaram a se aproximar da clareira. Eles vinham de uma parte mais distante de onde Leina observava, mas era certo que logo se revelariam. E foi o que aconteceu em seguida. Um grupo de sete pequenos roedores, vinha correndo e brincando para o centro da clareira. Ali parecia ser um local bastante visitado por aquele grupo. Eles corriam de um lado para o outro, usando tanto as quatro patas quanto apenas as duas traseiras. Para a sorte de Leina, eram realmente os Pichus.

Aquela espécie era conhecida por viver em bandos, e aquele comportamento era confirmado pela observadora. Mas eles não eram muito territorialistas, e costumavam viver muito bem com outros espécimes da região, e era essa parte que ela precisava confirmar. O único problema, era que aquilo poderia demorar a acontecer, mas querendo ou não, ela tinha o dia todo para aquilo.

Se olhasse no relógio, veria que já passavam das oito da manhã. Ela tinha demorado duas horas para conseguir encontrar os Pichus, e agora não podia perde-los de vista.

Enquanto ela os observava, via que eles continuavam apenas brincando por ali. Alguns soltavam pequenas descargas elétricas ao tocarem nos outros, e choravam por causa daquilo. Era algo bem estranho de se ver, eles tomavam choque com seus próprios movimentos.