Pokémon Mythology RPG 13
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Uma Alma Tão Vermelha Quanto Uma Cereja Moída

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Mensagem por LauraLostLove Qui Out 29 2020, 19:47

OBS:

Que sensação horrível, como que eu vim parar aqui? Sem ninguém por perto... Sem minha treinadora... Como diachos eu não me lembro de nada?

Minha cabeça palpitava com pensamentos e meu corpo se sentia leve, quase desconectado, como se minha essência estivesse em desarranjo... O que meus olhos diziam eu não conseguia acreditar, mas eu estava em uma floresta negra, com árvores escuras como eu nunca vi antes, estavam mortas, com poucas folhas secas, de coloração marrom esvaído, ainda grudadas em seus galhos e um tronco oco que se estendia pelo céu... branco? Não parecia ter nada na atmosfera, também não se assemelhava ao branco das nuvens, era apenas um monocromo desconfortante, um vazio inquietante. O solo tinha um tinge marrom muito escuro, com algumas raízes e pedras expostas, formando sua própria rota entre a terra da superfície, mas ela não parece rica como sua cor pode dar a supor; Era dura e pesada, qualquer tentativa minha de cavar um buraco não dariam muito certo... Outra coisa que me chamou atenção foram pequenos arbustos rodeando vários troncos com espinhos e folhagem escura, no que parecia ser uma junção de verde com azul, essa paisagem formava a vegetação sinistra que me rodeava, sem rumo nem conhecimento de onde ir...
Uma Alma Tão Vermelha Quanto Uma Cereja Moída Strang10

Felizmente, não acho que esteja tudo perdido; Noto que uma área parece ter mais folhagem que outras, então se eu tiver que depender do meu instinto, acho que terei mais chance de encontrar algum ser vivo nessa passagem. Sei que não é muito, mas ficar de forma imóvel não vai encontrar minha mestra... Essa caminhada serve também como um momento de reflexão sobre o que eu posso fazer quando eu encontrar alguém; será que serão amigáveis, ou hostis? Aprecei meu passo, minhas patinhas não se sentiam bem nesse terreno, mas também não queria ficar mais tempo que necessário aqui, estava tudo quieto, não ouvia sequer o vento, apenas consegui sentir o pequeno ruído que meus pés faziam dentre as folhas caídas; E se anoitecesse o que eu faria? Acho que essa seria a pior das hipóteses, é melhor nem pensar nisso.

Minha intuição parece ter dado frutos, pois as folhas que se espalhavam seu pelo chão pareciam aumentar em quantidade, como se tivessem caído recentemente, ou que simplesmente não tinha algo para decompô-las... Significa que estou indo em direção a algo mais isento de vida? Ouvi dizer também que as folhas caídas seriam um símbolo de morte, mas esses pensamentos não me fazem nada bem, dar meia volta quando achei algo novo nessa floresta só me colocaria na estaca zero... No entanto, não era só isso, as folhas estavam ficando avermelhadas também, é verdade que no Outono ver folhas no espectro de cores amarelo-vermelho não é estranho, só que fora do comum mesmo é o aumento gradual da tonalidade de toda a vegetação caída na rota, o que isso significaria?

Não permitindo que eu organize meus pensamentos, um grito ecoou no local vindo da estrada na qual eu já percorria; o som era alto e agudo, parecia ter vindo de uma garota. Então minha intuição estava certa, e se eu não me apressasse algo ruim poderia acontecer com a pessoa... Eu não podia mais vacilar, se eu desfocasse minha mente com perguntas triviais, não chegaria ao fim desse mar vermelho de folhas sob minhas patas, que estava de um tom escarlate para agora o que parecia ser mais uma cor de vinho escurecido. No que parecia ser o coração da floresta, uma área aberta na qual as árvores rodeavam, dando aparência de um círculo, as folhas eram completamente escurecidas, mas em quantidades menores às de anteriormente, o que podia fazer com que eu visse o chão novamente. Era nessa região que estava a fonte das minhas preocupações, minha treinadora, Lariel, estava no chão, caída e ferida, antes mesmo que eu tenha a oportunidade de aproximá-la, avisto o que parece ter sido o motivo dela estar nesse estado, duas figuras sombrias de aparência desconhecida, que até pareciam ser feitas de fumaça, mas eram escuras o bastante para não conseguir ver através delas, estavam no outro lado do campo.

Escondi-me num dos arbustos que estava próximo às árvores e fiquei na espreita; Se não fossem pelos dois seres incógnitas, eu já teria ido para o lado da minha treinadora e socorrê-la, não que eu tivesse muitos recursos, mas melhor do que deixá-la sozinha; por isso, é melhor que eu mantenha a calma e analise a situação, se eles fizerem qualquer movimento em falso, posso ouvir graças às folhas e acho que consigo lançar algumas descargas para assustá-los... Todavia, algo não parecia certo... Estava tudo em silêncio, eu não ouvia um mínimo ruído, também achei estranho Lari não ter feito mais nenhum som após seu grito inicial, será que me equivoquei e meu plano de ouvir não era mais possível? Apenas havia uma única coisa que eu poderia fazer: dar minha localização e olhar o que está acontecendo... Que alguma força divina me proteja...

- Ninian? Ninian? - Ouvi a voz da minha mestra chamando, assim depois de ter saído da moita na qual tomei refúgio... - Ninian? Vamos lá...

Uma tontura sobe no meu corpo, como se eu estivesse preste a desmaiar, seria isso por causa do que acabei de ver? Eu...

- AH! - O que aconteceu? E onde estou? - Finalmente, hoje é um grande dia, sabia? Vamos sair de casa de uma vez por todas, começar nossa jornada, sabe?

Lari... Ela dizia isso para mim enquanto sorria muito animada, mas eu não conseguia prestar atenção, meu raciocínio focado naquele... sonho? Então foi um sonho, ah... Espera, vamos sair de casa?! - Como vai fazer isso? – perguntei, mas será que ela sequer iria me entender? – Eu quero conversar com meus pais... Dessa forma, conseguiremos sair de forma pacífica, não é ótimo? – Então ela me entendeu, que bom... Infelizmente, isso só gerou mais dúvidas, como conseguiria convencê-los? Não me recordo de nenhum evento favorável, além de tirar algumas notas boas recentemente...

- E como você pretende fazer isso, mestra? – Indaguei, já imaginando possíveis respostas que ela poderia dar aos pais. - Sim, vamos sair enquanto o sai nasce, já está tudo pronto, só falta você comer alguma coisa, Ninian. – A jovem disse enquanto colocava uma porção de ração em uma tigela no chão ao lado da minha cama, só que não era exatamente isso o que eu queria saber... – Se prepare, eu vou falar com eles agora então fica comendo e não sai do quarto, tá bonzinho? – Continuou, fazendo um leve carinho nas minhas orelhas para eu obedecer seu comando, e eu não tenho motivo para desobedece-la. Bem, é o que eu diria em uma circunstância comum... – Tô te dizendo, amor, você vai se divertir mu~ito na nossa jornada, vamos para vários lugares, comer comidas diferentes, fazer novos amigos; E quem sabe até ganhar umas fitas de contest, não é...? Na verdade, é melhor eu ir antes de estarmos muito tarde... – Finalizou, Lari está mesmo certa de que conseguirá a permissão deles, até está usando seu vestido em vez de seus pijamas, com seu cabelo já penteado também... Eu não sei por que aquele sonho está tanto na minha mente agora, o que ele poderia significar? Minha treinadora deu um leve suspiro e saiu do quarto com sua bolsa em mãos.

Eu estava pensando e todo meu corpo estava em alerta, gritando perigo, seria isso meu instinto? Coisa boa não poderia ser, sinto uma leve náusea subindo em mim, se eu continuasse sem fazer nada, acho que eu passaria mal de verdade... Caso alguma coisa ruim acontecesse e eu não estivesse presente, eu jamais conseguiria me perdoar, mesmo sendo só uma conversa que ela terá com os pais, não posso dispensar meus sentimentos. - Desculpa Lariel, mas eu vou ter que lhe desobedecer, só dessa vez, ok?... – O lado bom é que se não for nada demais, eu posso correr para o quarto e fingir ainda estar comendo...

Quando coloquei minha cabeça para fora vi a jovem batendo na porta do quarto dos pais, que não fica muito distante de onde estou. Com passos leves, discretamente permaneci uma distância da Lari, suficiente para que eu possa me esconder e ouvir o que ela está falando. Logo em seguida, uma voz veio do outro lado da porta, era a sua mãe quem falava. – Lariel? Você precisa de algo? – questionou a mãe. – Eu preciso falar com vocês, pode ser agora? – Eu não sei se não consegui ouvir a voz da genitora ou se ela realmente não disse nada, mas minha mestra entrou de qualquer maneira... Era uma situação favorável, porque assim eu poderia ficar mais perto sem eles me perceberem, então eu poderia desvendar o que meus instintos gritavam tanto, ou se foi tudo um alarme falso por causa daquele pesadelo que tive.

- Mãe, pai, hoje eu vou sair para uma jornada pokemon com Ninian...

... ... Silêncio, eu não ouvi nenhuma resposta deles, mas eu também estava sem palavras, isso não era bem persuadir, parecia mais uma ordem, o que será ela estava pensando...? Será que ela planejou dizer isso ou apenas ficou com vergonha demais? O pai foi o primeiro a reagir.

- O que é que você está dizendo, Lariel? O ano ainda nem terminou e você ainda nem completou o ensino médio.

- Eu sei... Mas eu estou cansada da escola, não quero mais ir para lá. O que eu quero é sair para uma aventura e fazer várias performances em cidades afora. – Isso... parece completamente insano, como que você vai conseguir o consentimento deles assim? Não vai nem falar sobre suas notas?

- Escute aqui, eu não quero nem sab- - Desculpa pai, só que eu não terminei de falar. – A filha cortou a fala do genitor...

- Eu fiquei cansada dessa vida de prisioneira em casa, fadada a estudar e crescer engaiolada nessa casa, eu quero deixar essa vida de lado e começar outra... Mas apenas vocês podem permitir que isso aconteça. – Era isso que ela quis dizer com convencer os pais? Dessa forma? Preocupo-me com minha amiga, porque não acho que eles vão deixar tão fácil assim...

- Por favor, não façam nenhum movimento brusco e nem gritem, minhas mãos são mais rápidas que qualquer comando que vocês possam dar... – Espera, o quê? O que foi que ela acabou de dizer?

- Para mostrar que não estou brincando... – Uma breve pausa... a atitude dela parece ter mudado completamente. – Por favor, não faça isso... – Ai. – No meu sonho, a última coisa que eu vi... Foi Lari me vendo enquanto estava em cima das duas sombras, imóveis no chão... Seria aquilo uma premonição?

- Não importa se vocês conseguirem me impedir logo após eu sair desse quarto, na primeira instância que surgir, farei o que deve ser feito, então desse jeito não acho haja a possibilidade de eu viver a vida que vocês planejaram que eu tivesse, não é? - ...

- Desculpa, mas essa vida acaba hoje... E só vocês podem me dar uma nova. Vocês... – A voz dela começou a quebrar... – Vocês não acham que eu também queira me divertir, sair para os lugares e fazer novos amigos?


- Amor, pense bem, não- agora quem foi interrompida foi a mãe. – Eu já pensei nisso por três longos anos, como você acha que eu me sentia todo esse tempo?

- A gente pode conversar sobre isso, por fav- - Não se mexa. – Novamente voltou ao tom sério e frio que antes tinha... Deveria eu intervir? O que faço? Eu... eu não sei o que fazer... – Eu já peguei tudo que eu preciso, estou arrumada e com a pokebola do meu pokemon... Eu só preciso da permissão de vocês...

Novamente houve silêncio, já eu, estava nos nervos, prestes a soltar um grito... Não poder ver o que estava acontecendo é horrível, simplesmente não entendo o que está acontecendo com essa família...

- Você acha mesmo que o mundo lá fora vai te tratar bem? O que acha que vai acontecer com você?

– Não acho que vá me tratar bem, sei que não vai, mas qualquer lugar, qualquer coisa é melhor do que eu estou passando aqui. Eu posso até sair pobre, mas sairei feliz. Acham que ele foi feliz? Eu certamente acredito que sim...

- Eu vou sair do quarto agora, vou pegar Ninian e vou sair pela porta da frente... A escolha é de vocês, pais... – Ela finalizou... Espera, ela vai sair? Droga, droga! Se ela me ver perto da porta aqui, não sei o que será de mim... Corri mais rápido do que nunca na minha vida para o meu quarto, e o que ela quis dizer dizendo tudo aquilo? Se eu pensasse demais, vacilaria meu movimento e cairia feio. Ao chegar no quarto, deparei-me com algo que eu não tinha cogitado: minha comida. Caso Lari visse que eu não comi quase nada, ela descobriria o que eu tramei, droga e droga novamente...

- Tenho ótimas notícias, Nini~! – AAAAAah! Meu deus, que susto! – Juro que meu coração parou de bater nesse mesmo instante...

- Ué, até parece que você viu um fantasma~ – Deu umas risadinhas enquanto acariciava minha cabeça mais uma vez. Lá estava ela, a giganta de 1,60 metros, eu honestamente não sabia como agir ou como proceder após ouvir toda aquela conversa... Será que eu realmente deveria apenas ter obedecido a jovem...?

- Mas que estranho, você não comeu quase nada... – Ah, me ferrei... Adeus, mundo cruel... – B-bem... É que... – Ah eu já entendi, você está guardando para depois quando tiver mais fome, não é? Genial. – Poxa, salva por um triz... Lariel colocou o restante do meu alimento em um pequeno pacote na qual havia comprado secretamente semana passada e colocou em sua bolsa. Então, é isso? Ela conseguiu mesmo? Nossa... Eu não esperava por esse fim, e o sonho que eu tive; ele deve ter sido só um alarme falso... Saímos do quarto com eu no ombro da adolescente, indo em direção à porta da frente...

- Lariel... – Seu pai falou em um tom sério, atrás da filha... – Olhe bem aqui... – Nós viramos...

- Você... Você não pode ser uma treinadora sem pokebolas e uma Pokedex, sabia? – Dito isso, o pai estendeu sua mão, sem olhar para minha mestra ou a mim, segurando uma genuína Pokedex, que nem a que um professor de pokemon daria a um treinador novato. Em seguida veio sua mãe, segurando cinco pokebolas pequenas, também estendendo a mão e olhando para a filha... Sem muito gesto, Lari pegou os itens um por um e colocou-os no seu alforje, com mãos trêmulas...

- Acho que... os anos fizeram nos esquecer o que é ser um treinador pokemon... Nós tínhamos comprado isso naquele ano, mas depois de tudo que aconteceu, não conseguíamos tirar a coragem de lhe dar isso... – completou a mãe. A garota deu as costas à eles e, sem dizer uma palavra, abriu a porta, com a luz do sol nascente irradiando a entrada da residência.

- Obrigada...

* * *

Saímos, acho que dessa vez não estou em um sonho...

– Sabe, Nini? Aparente-se forte quando está fraca, não deixe o inimigo expor as suas fraquezas sem mais nem menos, é assim que você vence.

Em todos esse anos, eu nunca tinha entendido quando ela dizia isso, mas acho que eu hoje eu estou começando a pegar a ideia do que ela quer dizer... Só espero que ela me entenda quando eu for pedir comida, a verdade é que estou faminta por mal ter comido direito, haha...
LauraLostLove
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Mensagem por Ayzen Qui Out 29 2020, 19:59

@LauraLostLove

Inicial entregue. Pode começar sua jornada em Verdanturf ou rotas adjacentes.
Ayzen
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Ace Trainer IV
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Dungeon Orange Archipelago
Venceu a Dungeon de Orange Archipelago
Dungeon Whirl Island
Venceu a Dungeon de Whirl Island
Dungeon Pokémon Mansion
Venceu a Dungeon de Pokémon Mansion
Dungeon Everlasting
Venceu a Dungeon de Everlasting

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