[Recrutamento de Aprendiz] Hayato Fujiwara

Off Topic escreveu:

Eae piromaníaco! Bem vindo ao Botafogo.

Após concluir sua missão, capturando um Whiscash selvagem que tinha diversos Barboachs como capangas, Hayato voltava triunfante para o ginásio de Lavaridge, para se reencontrar com Flannery. A segunda missão do aprendiz havia sido concluída de maneira eficiente e pragmática; talvez até demais, mas não vou entrar nesse mérito.

Assim que chegou na recepção, Hayato fez o questionamento sobre Flannery estar ali. Provavelmente uma pergunta retórica, já que, das últimas vezes que veio ao ginásio, a líder estava ocupada com alguma coisa...

Dessa vez, não era o caso.

– Hayato? – Quem respondeu a indagação sobre a disponibilidade da líder, foi justamente ela! – Quanto tempo! Achei que tinha esquecido de mim! – Ela amassou um pano que estava em suas mãos e jogou ele em uma gaveta qualquer. Parecia estar limpando a mesa da recepção ou coisa do gênero.

Após um suspiro de alívio, passou a mão na testa e encarou o aprendiz novamente, abrindo um sorriso amistoso no rosto.

–  Veio dar o relatório sobre sua missão? E aí, me conta como foi! – Ela indagou, exclamando um pouco alto demais.

De qualquer modo, não parecia existir ninguém no ginásio naquele instante que fosse se incomodar com o tom de voz elevado da ruiva. Nem outros aprendizes, nem assistentes, nem desafiantes. Talvez por isso a líder estivesse limpando algumas coisas para matar o tempo...

– Ah, acho que você notou, mas seremos só nos dois aqui por enquanto, então não precisa ficar envergonhado... Mas se preferir contar sobre a missão na minha sala ou na arena, não tem problema.

Ela cruzou os braços e ficou encarando seu aprendiz; esperando algum tipo de pronunciamento.

Só não vale dizer que assassinou o Whiscash com Solar Blade, hein!

Hayato Fujiwara

– Ho, Flannery! Eu mesmo, tudo bem? – respondo, um pouco constrangido por não ter notado a presença – Que nada, de forma alguma. Hahah. Eu só tive alguns problemas com o tempo. Mas sim, consegui finalizar a missão! – exclamei com um sorrisão.

– Ohh, entendi. O Kaito saiu de férias? – perguntei. O homem costumava atender os visitantes, ao menos pelas últimas vezes que passei por aqui – Bem, o que preferir, tudo bem?

Independente da escolha, em minha mochila busquei um pequeno caderno. Aquele mesmo em que tinha feito algumas anotações sobre a missão, poucas coisas, coisas simples. Então, me direcionando a mulher, inicio o meu discurso.

– Pois bem, por onde eu começo… – batia levemente o punho na testa, pensando – Sim! Eu fui na rota aqui perto da cidade, vi que por lá seria mais fácil encontrar um Pokémon da espécie que eu carinhosamente nomeei de ‘Tilápia’. Bom nome, não? Hahaah. O ambiente lá também não era muito legal, tinha muita lama e água. Enfim, lá tinha vários barboach! E uma Tilápia! Hahah. Perdão, um Whiscash. – parei um pouco, buscando duas esferas, apenas mostrando-as – Meus dois companheiros aqui me ajudaram a enfrentar o Whiscash. Milo, um Ninetales e Amon, um Camerupt. Eu não pretendia usar ambos para isso, mas como tinha muitos barboach, não me sobrou muitas escolhas – paro mais uma vez, apenas para dar rápida olhada no que eu tinha anotado – Mas então, Whiscash e sua linha evolutiva são Pokémon de água e solo. O que dificulta muito para os Pokémon de fogo, que possuem uma fraqueza para ambos os tipos. Nessa batalha, utilizamos o ‘Sunny Day’ e o ‘Solar Beam’ para lidar com ele. Com o dia ensolarado, os movimentos de água iriam diminuir em sua potência e o ‘Solar Beam’ poderiam ser utilizados mais rapidamente. Ambos os movimentos juntos são excelentes. Aliás, ele conhecia o movimento ‘Muddy Water’, que é um movimento perigoso para os usuários de fogo. Contudo, não tive muitos problemas. Tenho em mente que é complicado lidar com criaturas desse tipo, e que provavelmente exista alguma outra alternativa para enfrentá-los. No mais, antes disso ele me deu mais trabalho porque ele quase me afogou, mas fora isso acho que foi bem tranquilo – finalizo, gesticulando um legalzinho com um sorriso.  

Por fim, busco a esfera em que o monstrinho estava armazenado. Uma esfera azul com detalhes em vermelho – Aqui a Tilápia. Ela é bem forte!

– O Kaito foi fazer um... Intercâmbio, por assim dizer! Ele vai passar algum tempo em Kanto, e por isso estou tendo que me adequar e ajeitar as coisas por aqui, hahaha... – A líder soltou uma risada meio sem jeito, fechando os olhos e coçando a cabeça. – Bem, vamos lá! Fale da missão!

A cada detalhe adicionado sobre a curta porém divertida experiência de Hayato, Flannery parecia reagir de maneira meio "exagerada", algo que parecia refletir no seu traço de personalidade bastante agitado e energético.

As vezes, concordava com a cabeça instintivamente, com um grande sorriso no rosto, bastante animada com a aventura de seu jovem aprendiz. Outras horas, soltava alguns "Ooooh" alongados, sempre em tom de voz baixo, para não interromper o relatório do prodígio.

– Uau! Tilápia! Muito bom! – Ela disse, batendo algumas palminhas de leve. – Me pergunto de onde você tirou esse nome... Mas soa muito engraçado! – Verdade, não tem animal no mundo Pokémon... Até eu tinha esquecido disso.

A história chegou ao fim e, mediante algumas pequenas interrupções e comentários frívolos (com exceção da parte em que o jovem disse que quase se afogou, o que fez a líder soltar um repentino "Mentira!", incrédula, mas logo se recompôs), ela demonstrou apenas um esboço de genuína felicidade em ver seu aprendiz progredindo. Flannery ouviu tudo atentamente (ao menos, no nível em que conseguia fazer isso e reagir simultaneamente), e logo começou a assentir, colocando a mão no queixo.

– Hum! Muito bom, Hayato! – A líder sabia bem que seu aprendiz não era um qualquer. Ele já sabia bem os principais pontos fortes e fracos do tipo que escolheu se especializar. O garoto mostrava que conseguia contornar seus problemas com uma experiência que veio de um bom tempo se aventurando. – Fico feliz que tenha dado tudo certo no final. Principalmente sobre a parte de não ter se afogado; eu já sabia que você iria tirar essa de letra!

Ela se aproximou do garoto e pegou a Great Ball, encarando-a por alguns instantes. Logo, começou a fazer pequenos arremessos com a esfera, jogando ela levemente para cima, e pegando na palma de sua mão novamente, repetindo diversas vezes o movimento, enquanto continuava:

–  Sem comentários para adicionar, você foi demais! É claro que sempre podemos aprender, mas conhecer as suas fraquezas já é um grande passo para a vitória em um combate. – Disse, finalmente parando o malabarismo com a esfera do pobre Whiscash.. – Pode me acompanhar até a parte de trás do ginásio? Vou guardar esse rapazinho e pegar uma recompensa para você! – Ela falou, começando a andar na direção de uma porta ali da recepção sem nem mesmo esperar a resposta de seu aprendiz. – Pretende pedir uma nova missão, ou tem outros planos para sua jornada agora?! – Indagou, sem parar de andar, apenas girando levemente sua cabeça para trás para ter um mínimo de contato visual com o garoto.

Hayato Fujiwara

– Sim. Tudo deu certo no fim – disse em um suspiro de alívio.

De toda forma, minhas experiências foram passadas e aprovadas. Podia descansar, por enquanto. Na verdade, eu poderia deixar que ela me passasse outra missão. Assim, quando estivesse novamente por essas bandas, poderia concluir aos poucos. São muitas coisas para resolver, não dá para ser tudo de uma vez. Além disso, dizem que a vida é para ser vivida lentamente.

– Claro – respondia a moça, feito o pedido para seguir para a parte de trás do ginásio.

Pois bem, Flannery possuía alguma… recompensa para mim? Não sabia que teria uma recompensa. O conhecimento adquirido nessa missão não era a recompensa?! Bem, ainda que eu não esperasse, é uma coisa muito boa.

– Hooo! Tem uma recompensa? Haha. O que é? – questionava, surpreso e um tanto curioso. Em seguida respondendo aos mais questionamentos da mulher – Bem, eu pretendo ter outra missão para realizar. Mas não posso prometer que vou conseguir realizar por agora. Então… sim, por favor. Gostaria de outra missão. Hahah.

– Hehe, tem sim! Mas é surpresa. Só vou contar quando chegarmos lá no escritório! – Tentando desviar a atenção de Hayato e criar um pequeno suspense, Flannery logo cortou o assunto e apressou o passo.

Conforme adentravam mais a fundo no recinto, a líder fez uma pequena pausa para guardar a Great Ball de Whiscash em um depósito bem bonito e simples, mas aconchegante. Ela sorriu ao deixar a esfera numa caixinha que, espero eu, não seja usada pra fazer bolinho de bacalhau no futuro...

Depois, sem dizer muito, foi se direcionando para... A cozinha? A cozinha do ginásio...?

– Ah! Que bom! Eu já sei a missão perfeita, então! – Eu nem sabia que existiam cozinhas em um ginásio, mas para fins narrativos, agora tem. – Sabe, eu na verdade tenho um problema que demanda um pouco de tempo para resolver, e preciso de um aprendiz de confiança! – Ela disse, sem nem olhar para o rosto de Hayato, enquanto começava a futucar e mexer na "cozinha" do ginásio.

Sabe, cozinha é um termo um pouco errado. Tinha um microondas, um liquificador e um pequeno frigobar, então talvez se qualificasse como uma, mas não era bem o caso... De todo modo, Flannery logo soltou um breve "Achei!" e pegou uma garrafa marrom que estava guardada em um armário.

– Tchanam! – Ela logo mostrou o recipiente cilíndrico para Hayato, e rapidamente o colocou nas mãos do jovem aprendiz. – Isso aqui é uma vitamina. É receita da minha tia, que diz que pode fortalecer muito seus Pokémon, de modo completamente natural! E posso te garantir que funciona! Eu acho. – Ela desviou os olhos por um momento, pensativa. – Só recomendo que não demore a usar ela. Não queremos nenhum Pokémon com intoxicação alimentar, correto?!

Após a garrafa bem embalada ser entregue para o garoto, o sorrisão no rosto de Flannery se desfez por um segundo, dando lugar a uma feição levemente mais séria e mais condizente com sua posição como líder e mestre. Ela suspirou, se sentando (praticamente se jogando) em um pequeno banquinho de madeira que estava naquela "cozinha" improvisada.

– A verdade é que, Kaito não foi tirar férias... – Ela disse, colocando a mão no queixo, levemente pensativa. – Pedi para que ele fosse até o Meteor Falls, me ajudar com uma pendência, coisa rotineira como estagiário de líder do ginásio e tudo... – Ela disse, fazendo uma pequena pausa. – Ele acabou tendo um pequeno imprevisto e... Bem, ele perdeu o Torkoal dele. – Ela falou, com um tom de voz bem sério, mesmo que perder uma tartaruga que solta muita fumaça seja algo difícil. – Ele ficou tão preocupado que deixou de trabalhar para ir atrás do Torkoal, mas até agora não achou...

Ela suspirou, massageando sua testa, como se estivesse tentando realizar uma pequena massagem relaxante em si mesma.

–  Eu queria muito, MUITO ir ajudar ele... É triste vê-lo para baixo, é claro, mas a agonia de imaginar o pobre Torkoal perdido lá... Me dói demais. – Ela disse, se levantando rapidamente do banquinho.. – Eu não posso ir e largar o ginásio aqui, pois tenho meus deveres com líder de ginásio. Já permiti que o próprio Kaito fosse, mesmo que isso significasse pesar o serviço para o meu lado... Mas, por sorte, você voltou de sua missão, Hayato! – Ela disse, colocando a mão no ombro do aprendiz.

É, Hayato... Vai sobrar pra tu.

– Você poderia ir lá e tentar ajudar o Kaito a encontrar o Torkoal?! Por favor! – A líder, mesmo entregando uma missão de profissão, pedia com educação. – Talvez soe meio injusto te colocar em uma missão relativamente pessoal, mas, de certo modo, isso acaba influenciando no ginásio como um todo... – Ela disse, meio sem graça.

Ler após o post, obviamente :

Hayato Fujiwara

Flannery fez um pequeno suspense para entregar o prêmio pela missão, o que me deixava um tanto curioso. Imaginando, o que seria?

– Então? – disse, esperando saber o que era o prêmio. O que não se concretizou exatamente nesse momento – Ho, entendo. Bom, pode contar comigo!

Claro, não deixaria na mão. Quando pudesse, correria para auxiliar no que fosse possível. Mas, de qualquer forma, o que me interessava no momento era o prêmio. TCHANAM! Era uma vitamina, parecia excelente. Assim, eu costumava fazer também, então eu sei do que falo.

– Nossa! Muito obrigado! – agradecia a chefe – O Milo vai adorar! Hah. Não, não vou demorar, com certeza.

Com a entrega do prêmio finalizada, a Flannery agora falaria sobre a missão. Mas vale destacar uma coisa, meu sorriso entregava facilmente o quão estava grato por esse prêmio. No fim, eu não esperava receber algo além do conhecimento, então é lucro.

– Não foi? – comentava, atento às palavras da mulher – Nossa…

Basicamente, o trabalhador saiu em uma viagem e perdeu seu companheiro. Minha missão? Sim, encontrá-lo. Eu sou o time de resgate.

– Posso sim! Sem problemas – concordava, enquanto guardava o prêmio na mochila para mais tarde – Não se preocupe, eu posso resolver isso.

Poderia? Não é uma coisa que posso controlar, e se ele nunca mais aparecer? Bem, isso não vai acontecer. Visto que, vou encontrar o pequeno monstrinho perdido. Equipe de resgate, certo?

– Quando eu retornar, ele vai estar com a gente! – dizia, se preparando para se despedir da mesma.

Antes de tudo, precisava resolver pendências. Estou quebrando a quarta parede, narrador, que situação você me botou? Tempo é relativo, mas cara…

– Ótimo! Muito obrigada, Hayato! – Notavelmente energizada e muito mais animada, a líder dá um grande sorriso e da um pequeno tapa de leve no ombro do garoto. – Tenho certeza que você vai conseguir ajudar o Kaito, e em tempo recorde! – Mal sabe ela...

Antes que a conversa evoluísse mais, alguns sons de passos e porta se abrindo e se fechando começaram a ser ouvidos de longe, provavelmente no hall do ginásio. Flannery logo soltou um "Ih!" e começou a ajeitar as coisas que tinha tirado do lugar.

– Provavelmente é um desafiante! Não posso deixar ele esperando, então vou indo na frente. Se tiver qualquer problema, me avise, ok? – A ruiva disse, acenando levemente para seu aprendiz e saindo correndo daquele quartinho em seguida.

Agora, naquela salinha, apenas Hayato e a pressão psicológica de salvar o Torkoal o mais rápido possível. O que poderia demorar, porque o treinador tinha coisas mais importantes. Espero que daqui dois anos a tartaruga ainda esteja inteira.

– Oi! Sim, sou eu, a líder de ginásio. Veio para um desafio? – Ele ouvia de longe sua mestra recepcionando algum desafiante. Coitada, tinha que manter o profissionalismo e lutar, mesmo com toda aquele estresse e preocupação...

Brincadeira, parei.

ROTA CONCLUÍDA?
Algo do gênero...

Hayato Fujiwara