Subestimado

- Rodoviária, né. Na praça da luz - Bastou por ai, botando os pés na água e se espreguiçando. A enfermeira até certo ponto lhe ajudara, depois ele seguiu seu caminho sozinho.

Onde fica a praça da luz? Hayato talvez não soubesse, mas deveria. Era a praça em frente ao ginásio: a praça principal de Lavaridge. Ou uma das. Era ali que ficava a única rodoviária da cidadela. Também era ali que normalmente paravam vôos de aves. Era ali onde tudo acontecia; talvez não soubesse o nome, mas certamente sabia um pouco sobre ela.

Sabe, Lavaridge é pequena e simples. Ela só tem rodoviária como meio de transporte e só interliga com cidades grandes: Mountrock, Slateport, Mauville e uma Verdanturf perdida por ai. Com a enorme excursão vinda de sabe-se lá onde, a praça tava bem cheia. Se Hayato caminhasse até lá, iria chegar sem muitos problemas. Se ele também fosse voando, não encontraria empecilhos. A única questão que iria lhe apetecer os olhos é que, ao chegar, Mr. Moore estaria bem ao centro, num pequeno palanque, com um microfone encaixado em suas mãos. Ao redor? Centenas de velhinhos animados, sentados comportados, todos com um ou dois pokémons pequenos no colo ou nos pés. As cadeiras espalhadas faziam a visualização ser fácil; logo Hayato iria achar uma cadeira para si:
- Bom dia, senhoritas e senhores - Disse, com uma piscadela ao ar - Eu sou Mr. Moore, ex-líder do ginásio e secretário do turismo de Lavaridge.

E vamos de monólogo. Mr. Moore preparou uma palestra levemente atrativa aos velhacos, no intuito de ao menos localizá-los dos benefícios das fontes naturais de sua cidade. No fim, esse post será só minutos e minutos dele falando. Boa sorte ao leitor; ao menos aprenderá sobre fontes termais sem precisar ficar fazendo pesquisas muito profundas:
- Acredito que ninguém aqui quer ver e ouvir um velho feio ficar falando sobre piscinas aquecidas, né? Mas vão ter que ouvir - Começou, um tanto quanto bem humorado, pegando algumas risadas da plateia - Pois bem, não precisa nem ficar muito tempo aqui pra imaginar que vivemos a beira de um vulcão. Quente pra CARALHO, solo arenoso horrível, água quente pra porra e a única coisa gelada aqui é geladeira. Que inclusive gasta energia pra cacete.

Nesse meio tempo ele dera uma pausa, foi até uma mesa lateral ao palanque e pegou uma garrafa d'água. Deu uma boa golada e esperou que aquilo fosse suficiente. A testa do homem suava, e não dava para saber se era de calor ou de nervosismo. Talvez os dois:
- O Monte chimmey fica logo aqui em cima. Se ele ativar, todo mundo morre. - Pausa dramática - Claro que ele não faz isso a centenas de anos. Quem cuida dele e vive dele diria até que ele é inativo. As únicas comprovações que temos de sua atividade é justamente a existência de Lavaridge e as pesquisas no interior do monte. Ou seja, Lavaridge só existe graças ao vulcão, então não temos lá muito medo dele nos trair.

O homem pensou em parar por ai antes de continuar. Olhou bem a plateia e procurou alguém interessado que fosse. Por sorte (ou carisma), tinha todos os olhos para si. Deu uma diagnosticada rápida na plateia e viu Hayato ao fundo; o único jovem, logo, o destoante. Seus olhares se cruzaram por míseros segundos, mas o velho logo voltou a falar:
- Por isso temos o festival de Lavaridge. Todo o ano a gente se junta para dar tributos e cuidar do Monte Chimmey. Oramos, pedimos e agradecemos o vulcão com diversas atividades culturais. É o vulcão que aquece nossa água e nos permite viver do turismo e da exportação de argila e rochas medicinais. Ele pode empobrecer e deixar 'quente demais' nosso solo para agricultura, mas o solo é rico em ferro. Minério não é difícil achar aqui. Apesar de Gwen fazer tanta propaganda de Mountrock, é aqui que ela vem minerar pedras preciosas, ta? - Fora uma piada um tanto quanto provocativa. Nenhum velho entendeu, mas Moore não se importou com isso. Riu sozinho e continuou - No fim, temos muita medicina em nosso solo. As fontes aquecidas por vulcanização acabam se enchendo de ferro. Muitos sais minerais, filtragem natural e uma propriedade antibiótica. Isso faz com que as fontes termais sejam ótimas para tratar infecções cutâneas e machucados. Micoses e outras coisas. As propriedades de calor também são ótimas no cuidado de inflamações como Artroses e Reumatismo, o movimento de bolhas contribui na experiência da Hidroginástica e além de ser gostoso pra caralho ficar numa fonte dessas até murchar. A pele, o cabelo, as unhas.. a mulherada toda sai hidratada e feliz. Todo mundo 20 anos mais jovem!

O homem dera uma segunda golada. Nesse ponto, a mulher ao lado de Hayato passou a ele uma lista de presença. A lista tinha no topo da ficha 'Inscrição para Torneio de Turistas de Lavaridge'. Tinha já alguns nomes escritos e as regras básicas. Em suma, as regras eram óbvias: proibida a utilização de itens durante a batalha, só há como inscrever quatro pokémons e as batalhas ocorreram em dois versus dois double. Não havia mais nada que Hayato precisasse saber... além de claro, o fato de duas Potions serem oferecidas ao vencedor no fim de cada batalha, no intuito de curar seus pokémons para as próximas rodadas. Bem, Moore não iria parar:
- Agora... é claro, vias respiratórias. Não tem nada que nossas fontes ajudem mais do que curar alergias. Aqui a gente tem uma galera bem de idade, mas é difícil ter um pneumologista muito requisitado. A saúde respiratória de todo mundo é ótima, mesmo a cidade sendo arenosa e com bastante minério, o ar é bem puro. Bem, acho que já falei de mais, né? Alguma pergunta?

Erro da roteirista que não sabe contar. No campo de pokémons Hayato acabou por deixar um solto, mas não havia problema nisso, não é?! Ao fim do discurso, Moore logo anunciou:
- Bem, a programação de hoje é simples! As fontes termais vão ser cuidadas agora de tarde para recebermos vocês melhor, então preencheremos o dia com atividades simples. Almoço no Centro Pokémon as 11h, logo após o almoço haverá um Bingo. No fim dele, começaremos o torneio. Ou seja, as 15h quero todos os treinadores aqui na praça! Usaremos esse tempo para montar a chave, vejo vocês mais tarde.

Ao sinalizar isso, a grande maioria dos velhos iam "correndo" até o centro pokémon. Se Hayato visse um relógio, Moore falou até demais. Eram 10:40! Talvez fosse útil ir ao Centro almoçar também... inclusive, ao ver os movimentos de velhinhos saindo, poderia reparar também que Moore não os acompanhara. O professor ficara para trás, esperando o tumulto ir para só depois sumir e ir até o ginásio. Almoçaria lá, faria tudo que precisaria lá, afinal de contas, Flannery se dera um dia de folga hoje e o espaço do ginásio estava completamente vazio.

OFF: Se quiser só ir almoçar pode dar um time skip pro momento do bingo. Do bingo pra frente eu narro. Se quiser falar com o Mr. Moore a gente da uma interagida até o horário do torneio.

Comera um belo de um rango e fora jogar bingo com os velhos. Ai ai, esse enredo de tardezinha de domingo com avó. A diferença é que ele não tinha avó. Nessas horas o tal do Mr. Moore bisavô tinha sumido do Centro Pokémon porque, apesar de velho, ele tinha gerontofobia. Sim, ele odeia velhos. Talvez por isso estava tão atraído (e frustrado) a presença de Hayato na cena.

Bem, prato pra lá, anca pra ca, piada ruim acolá. Logo mais o refeitório se tornou um grande antro de velhos. Cada um tinha direito a uma cartela: se quisesse mais, teriam que pagar 50 Pk$. Claro que a maioria quis! Hayato queria? Eis a questão. Estava numa mesa com mais três velhos, três homens velhos. Os três tinham quatro cartelas; como Hayato competiria com isso?

Bem, logo um outro homem com um microfone chegou e começou a montar uma roleta de bingo no meio, o anúncio era simples:
- SE FECHAR A COLUNA DA ESQUERDA E A LINHA INFERIOR PRIMEIRO, LEVA UM KIT DE CANDYS. SE FECHAR UMA JANELA, UMA VITAMINA. SE FECHAR O BINGO INTEIRO, 2 MIL NA CARTEIRA! - Anunciou. Se o Hayato não souber o que é uma janela, eu já aviso; é marcar todos os números da borda.

OFF: Vai ser simples. A cada post eu sorteio 7 números, a cada 4 posts se você não fechar as coisas eu dou pra um velho aleatório Q Só falar quantos bingos vai querer que eu te dou os folhetos também.

E SE, NÉ?! É aquela coisa, se rolar rolou. Não era lá uma grana muito absurda e certamente valeria a pena pela diversão. Além disso, ele economizou no almoço, né?! Parece que ser penetra nessa excursão tinha um grandíssimo potencial. O garoto então abordou o bicheiro e comprou mais cinco cartelas de bingo, fincando com exatamente seis! A sorte podia não estar ao seu favor, mas a estatística estaria. Nas mãos de Hayato, tinhamos as seguintes cartelas:


Quando o tal do vendedor terminou de passar recolhendo a grana dos velhinhos, logo voltou ao palanque e sentou numa bela esfera redonda. Ele seria o contador das peças; o anunciante era um outro homem. Com os dois na engenhoca, o sorteio começou a acontecer:


OFF: Eu reparei que 7 sorteios 3 posts era impossível pegar os primeiros prêmios e provável pegar o último. Farei assim então, os três primeiros sortearei 14 números 3x. Depois disso sortearei 5 números 3x. No fim sortearei 4 números 3x. Assim fica provável de você pegar todos, mas não fica 100% também o prêmio final.