Chocolate_The 1975 (Acoustic)

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A situação, para ser bem sincero, não era tão incomum quanto Gabriel imaginava. Steven, provavelmente, já passou por isso um milhão de vezes, no mínimo; vida de explorador tinha dessa, e em cavernas sempre tinham gente querendo se aproveitar de outros, ainda que seja um pouco. Você sempre encontra alguém vendendo água por preço absurdo, ladrões de estrada, ladrões de túmulo, ladrões de todos os jeitos que dava pra imaginar. Era por isso que Winnie nem mesmo se apestejava. Ela já havia passado por muito mais coisas, enquanto seu companheiro passava férias em Alola. Era no mínimo engraçado ele querer tomar as rédeas, se pensar que seu Flygon provavelmente não conseguiria fazer nada sozinho.

A garota era a protagonista ali, mesmo que não fosse.

Todo o problema foi criado, ou foi iniciativa, dela, e por ela. Não tinha nada ali que não tivesse envolvimento direto de Freda, mas isso não era algo ruim, tomar o controle das coisas não deveria ser, pelo menos. Esse momento se encaixava nisso, e mesmo que Gabril fosse quem tinha as ideias, sem a rosada, ele sequer as executaria; talvez fosse a hora dele começar a rever seus conceitos, e confiar um pouco mais em sua parceira. Ela não havia trago um time cheio de bebês pra um Landmark, né?

Enfim, Steven não pareceu surpreso pela condição em que nenhum dos dois treinadores se encontrava, na verdade, até compactuava de tais problemas; agora mais de perto, os dois conseguiam ver que parte do terno do rapaz estava completamente sujo de areia e terra, enquanto a barra de sua calça tinha lama quase como que uma "terceira pele". Nenhum deles estava em condição de reclamar da maneira que o outro estava arrumado, e isso era um fato; outra coisa que Paiva não poderia reclamar, era de Steven não ter outro Pokémon consigo, além dos metálicos. Se nem mesmo ele tinha sua equipe completa agora, porque o Campeão deveria? Ele não esperava que um ladrão aparecesse do nada (apesar de todas as evidências que sim) e o prendesse uma tumba de terra.

- Eu sei que não é o momento, mas não sei seus nomes ainda... - Ele esperava por uma apresentação digna, já que nenhum dos dois bonitões resolveu responder o cumprimento do pobre especialista. - Claro, sem problemas. - Ele respondeu a Freda, vendo os dois monstrinhos da garota se aproximarem e o fungassem por todo o corpo. Nesse meio tempo, a garota procurava por literalmente qualquer coisa para comer ali (e saciar sua larica), e por sorte, dentro de sua bolsa havia um lanche natural que ela mesma havia preparado para a viagem. Que coincidência, huh?

Hati e Loki terminaram o processo, com alguma coisa os incomodando; era como se o cheiro de Steven estivesse por toda parte, mas em algum lugar, era mais forte, e foi exatamente para aí que a Houndoom começou a trotar. O urso a seguiu, também captando o mesmo odor, e esperando que os três humanos fracotes seguissem eles, mas não dando tempo para tal; eles foram até uma parte mais a frente, onde Stone jurava já ter passado, e não ter encontrado nada, mas a canina parecia saber mais. Perto de uma parede, ela agia como um verdadeiro cão de policial, e farejava por todo canto, até encontrar um ponto onde julgou ser mais fraco, e se afastou, indicando para Winnie que era ali.

O que era ali? Acho que nem mesmo a cachorra sabia.

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Ah, o belo poder da discórdia causada pelo narrador. Devo dizer que, como filho de Éris, estou impressionado com a quantidade de brigas que ocorreram em tão pouco tempo, um verdadeiro espetáculo.

Steven encarava a dupla com um grande ponto de interrogação na cabeça. Ele não fazia ideia do que tinha acabado de ocorrer ali, mas tinha certeza que também não era de sua conta; sendo assim, se manteve como deveria, quieto e paciente, aguardando a DR dos dois acabar. A ideia de Gabriel era... duvidosa, e Winnie sabia disso, por tanto, não deixou que ele a executasse. Afinal, qualquer coisa poderia estar atrás daquela porta, e mesmo que a garota já estivesse machucada o suficiente para ter de ser protegida, se ele se machucasse também, seria como ela mesma disse: com dois machucados, quem iria cuidar de quem? Não era inteligente se machucar por um amigo que já esta machucado, e sabendo disso, Paiva fora impedido.

Ok, impedir é uma palavra forte. Gado de nascença, era óbvio que a rosada iria se desculpar no instante seguinte em que percebesse o estresse de seu companheiro, e ele como uma boa princesa, faria um draminha. As ideias no final, eram boas, tinham fundamento em como lidar com a situação, esperando pelo pior, mas a verdade era que, nenhuma delas seria útil. Não me entenda mal, eu não iria simplesmente inutilizar tudo aquilo e fingir que nada deu certo magicamente. Não, era melhor do que isso. Nada daquilo foi necessário, para a felicidade de todos.

Quando Gliscor se aproximou e usou seu Brick Break, apesar da precaução de todos, nada mais aconteceu, além de claro, a porta se quebrar; era um caminho que havia atrás, uma grande escadaria que levava sabe se deus para onde. O que quer que tivesse escondido do outro lado, teria de ser enfrentado por eles. Não dava mais para se precaver de tudo, a dupla teria de se arriscar se quisesse encontrar Metagross e a bolsa de Steven em tempo hábil; não era a melhor situação do mundo, de fato, mas quem garante que o ladrão simplesmente não sequestrou os itens e o Pokémon, e agora partia para fora do lugar?

Ele poderia estar em qualquer lado, qualquer ponto da caverna, ou simplesmente já ter ido embora. Era uma corrida contra o tempo, e eles nem sabiam que ela existia.

Bom, o que importava agora, era o que tinha a frente: e a frente, havia uma grande seleção de degraus, feitos de rocha (provavelmente silício ou concreto mesmo), claramente moldados por mãos humanas, nada natural. Em espaços alternados, tochas estavam posicionadas, iluminando assim, quase todo o trajeto; Stone pareceu acreditar naquilo, e começou a caminhar para dentro, esperando que a dupla de namoradinhos viesse atrás dele. Metang o seguia de perto, atento a qualquer coisa, e até mesmo desconfiando dos dois garotos que acompanhavam seu mestre. Vai que algum deles é um impostor?

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Primeiro devo deixar um disclaimer: parte da diversão dos próximos posts foi cortada pelo administrador malvado que não me permitiu colocar em prática. Vai tudo ser chato a partir de agora, nada muito surpreendente.

O caminho era simples: escadas e mais escadas. Winnie seguia atrás de Steven, com um Metang os dividindo, e selando o campeão para seu próprio mundo; Gabriel decidiu que deveria esperar. Talvez tomar alguma atitude drástica e idiota, duas coisas que combinavam bastante com ele, e que provavelmente aconteceriam em breve. Mesmo que ele ficasse ali por horas, nada aconteceria; ninguém apareceria, e ele só perderia tempo esperando por algo que o universo não iria mandar. Ele não teria seu momento de brilhar agora, isso com certeza.

O jogo de escadas terminava em um grande saguão, menor do que o anterior, mas ainda num tamanho bom o suficiente para abrigar uma pessoa. Esse pensamento só foi reforçado quando eles passaram a analisar o ambiente ao redor, e entender os itens que haviam ali: era uma casa. Uma casa? É, tinha todos os objetos de uma casa normal, a única diferença era que se localizava dentro de uma caverna, a metros de distância do nível do mar. Eletrodomésticos ligados a uma bateria cheia de gambiarra, que por sua vez era alimentada por três Electrode; uma cama grande o suficiente para abrigar duas pessoas, até mesmo algo precário que parecia uma privada. Era um hotel, bastante pobre, mas um lar, de alguém que provavelmente já não estava mais ali.

Estava tudo uma bagunça, revirado, completamente desorganizado e parecendo de fato que um furacão passara por ali. Talvez fosse o ladrão quem vivesse nessa espelunca? Provavelmente roubou os pertences de Steven para vender e conseguir alguma grana, e quem sabe se ele pretende usar o Metagross como um computador de verdade? Não era impossível, dada a biologia do Pokémon. Fato era: alguém morou naquele lugar por um bom tempo, mas teve de sair nas pressas, e levou grande parte das coisas pequenas consigo, deixando o resto para trás. Do saguão, outro corredor era aberto, parecido com o anterior, na parte das tochas, mas sem escadas dessa vez.

Poderia ser uma boa ideia procurar por algo que levasse ao ladrão ali? Alguma foto, ou qualquer coisa parecida. Bem, ideias eram bem vindas.

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