01 - Reencontro

reencontro

Fuchsia era um lugar agradável. A rota 12, principalmente, tinha seu ambiente completamente inundado pela natureza e tudo que de mais bonito habitava ali. A cidade era uma das maiores de Kanto, completamente obcecada por turismo, dado os atributos principais do lugar e suas atrações mais famosas: o ginásio local, comandado por uma jovem-herdeira, Janine; a pista de ciclismo e a fácil conexão com outras cidades e o principal, a grande Zona Safari. Sem dúvidas uma das "brincadeiras' mais rentáveis e adoradas de todas as regiões, onde treinadores que se consideravam sortudos iriam para, bem, testar sua sorte, e acabar saindo com Pokémon raros o bastante para esfregar na cara de seus amigos.

Não era surpresa tudo em Fuchsia estar lotado nessa época do ano, principalmente por conta de um burburinho esquisito que rondava as ruas da cidade. Alguns treinadores diziam que os organizadores do Safari haviam pedido um carregamento de Pokémon vindo direto de Alola e Galar, duas regiões bastantes afastadas, e também bastante ricas, o que deixaria o evento ainda mais interessante, mas... Segundo as más línguas, algum grupo estranho de bandidos saqueou os caminhões que transportavam os exportados, deixando-os soltos pelo ecossistema, sem qualquer vigilância ou coisa parecida.

Se essa história era precisa e/ou verdadeira? Não tinha como saber, mas o fato era que, a ideia atraiu a atenção de muita gente. Muita gente mesmo. Todos ansiavam pelo desejo de pegar algum monstrinho mais raro, de graça, e sem se esforçar tanto; uma coisa era, os dados se organizavam na hora de citar quais monstrinhos foram espalhados por qual região. Os de Alola haviam sido, em sua maioria, mantidos nas proximidades de Lavender, enquanto os de Galar, estavam exatamente onde nosso protagonista se encontrava, na rota 12. Seria uma sorte tremenda, se ele por algum acaso encontrasse algum desses fugitivos, huh?

O acontecimento só foi decretado verdadeiro quando a organização Sienna decidiu pronunciar-se oficialmente, pedindo ajuda para os treinadores, alegando que seu carregamento havia sido interrompido por um deslizamento de terra, que resultou na soltura dos bichinhos. Isso com certeza atraiu ainda mais atenção para as duas cidades, que agora se encontravam completamente cheia de treinadores de todos os lugares, até mesmo de Hoenn. No meio de todo esse rebuliço, se encontrava o alvo de nossa aventura de hoje: um jovem, recém tornado treinador, que literalmente acabara de receber seu primeiro Pokémon.

Morgan e Dabi, como ele mesmo batizara seu pequeno Houndour, seguiam pelas estradas de Fuchsia, depois de uma longa viagem vinda do continente tropical, e buscavam o que todos os outros ali também queriam: uma aventura. Seria sua primeira, seu grande início como um Mestre Pokémon e um começo tranquilo para sua dupla, o pequeno cão; apesar de novato e completamente inexperiente, o noturno parecia ser bastante sociável. Acenava com a cabeça e o rabo sempre que seu treinador falava e se mantinha sereno durante quase todo o trajeto. Isto é, ele era apenas um bebê, não tinha nenhuma personalidade definida, mas algo poderia se desenvolver ali, com o tempo.

O dia era claro, poucas nuvens no céu, um sol escaldante e um fervo de pessoas para lá e para cá, coisa que a tempos não se via por ali; o moreno parecia claramente interessado em encontrar Pokémon nativos de sua região natal, e por que não começar a procurar logo? A rota era dividida em campos específicos, onde provavelmente tipos diferentes de Galarianos se escondiam: as proximidades eram uma grande pradaria, grama alta, poucas árvores espalhadas e lugares onde certamente alguns monstrinhos se abrigariam; depois, o caminho se dividia em outros três, menos dinâmicos do que este primeiro. A floresta fechada, a enseada e pradaria de fato; os três levariam para a rota 10, onde ficava Lavender, e apesar de algumas pessoas estarem fazendo o caminho inverso ao de Chisaki, não deveria ter tanta diferença, né?

Bem, o que o rapaz poderia fazer, por enquanto, era começar a caminhar e analisar melhor para onde iria, e por onde começaria, pensando em seus objetivos para com os nativos da região da rainha.

reencontro

A dupla, completamente inexperiente e sem qualquer noção de como enfrentar, optava por continuar adiante, se desviando para a floresta. Eles não chegariam lá tão cedo, contudo, o trajeto entre as proximidades da cidade e a parte arborizada era realmente longo, e posso garantir que eles andariam por bons minutos antes de terem seus olhos inundados pela beleza natural do pequeno bosque. Apesar disso, Dabi parecia animado, afinal, uma floresta era mais escura, e consequentemente mais confortável para ele do que a praia ou a pradaria; áreas abertas e com mais sol, e mais gente também.

Como um bom noturno, era óbvio que ele escolheria a escuridão de uma mata fechada, e assim fora concretizado seu desejo.

Conforme progrediam, era possível notar diversos outros treinadores, em bandos e individuais, seguindo por caminhos parecidos; tinham de todo tipo, desde mais jovens até alguns de meia idade, que com certeza já tinham passado da fase de aventuras. Era importante ressaltar que, apesar da presença de toda essa gente ali, a maioria não ligava para os outros treinadores presentes, estavam presos em seus próprios mundos e completamente alheios as outras pessoas; só queriam saber de sua caçada aos monstrinhos raros, e nada mais importava.

Dito isso, o que restava para nossa dupla era continuar adiante o caminho. Não parecia uma boa ideia abordar qualquer uma daquelas pessoas alienadas da rota principal, e menos ainda buscar alguma batalha. Quer dizer, Morgan precisava treinar seu inicial, mas valeria a pena encarar algum desses grupos para buscar tal objetivo? Tinham algumas pessoas, em menos quantidade, que pareciam um pouco mais dispostas para um embate combinado; uma garota de cabelos rosados e um outro rapaz negro que a acompanhava tinham uma aura mais atrativa, e talvez fossem mais simpáticos. O fato era: ele só saberia se tentasse.

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Por mais que a quantidade excessiva de pessoas chamasse a atenção, dando de Morgan quanto de seu inicial, o garoto não parecia tão interessado assim em se aproximar e buscar algum contato. Quer dizer, ele ainda não tinha tanta experiência em batalha, e provavelmente a maioria das pessoas dali tinham meses e meses de aventuras, o que claramente era uma desvantagem tremenda para o rapaz; ainda assim, ele se mantinha confiante que lutar contra monstrinhos selvagens o ajudaria se desenvolver como treinador, e ele estava correto em pensar assim. Afinal, que melhor jeito de aprender a batalhar do que contra seres impresíveis e instintivos?

Por mais que Chisaki não quisesse se aproximar, Dabi parecia bastante sociável, bem mais do que seu novo mestre, e assim, puxava-o para perto da dupla mais amigável, mesmo que contra sua vontade. Os dois olharam para a cena, dando um pequeno sorriso sincero e acenando com a mão para ele; a resposta do protagonista foi a esperada, se afastou no mesmo momento, com vergonha e orgulho, deixando os dois sem entender muita coisa. A dupla deu de ombros e continuou então seu trajeto, ignorando o rapaz depois.

Agora, livres, Morgan e Houndour seguiam para a floresta, com certa cautela, e bastante ansiedade em encontrar seus primeiros selvagens; a grama começava a aumentar um pouco, e as árvores gradativamente tinham tamanhos maiores. Ainda era pouco comparado com a mata fechada, mas ele certamente estava no caminho certo. De relance ele conseguia ver algumas movimentações, barulhos da natureza e outras coisas que remetiam a presença de Pokémon; um arbusto em específico o chamava a atenção, se mexia demais, muito mais do que os outros.