Treinamento Lupino das chamas

Por mais que já tenha noção da realidade daquelas palavras, era sempre importante ouvi-las novamente. Era parte da minha evolução em todos os âmbitos que desenvolvesse minhas capacidades de batalha. Apenas concordei com a cabeça, sabendo que isso acabaria se refletindo em meu treinamento com Gaulvi. - Certo, boa noite! - respondi ao líder dos The Wolves e repousei no saco de dormir. Ainda fiquei olhando para o céu noturno por um tempo até cair no sono.

Assim que os primeiros raios de sol despontaram no horizonte, despertei. Gaulvi ainda dormia, assim como todos os Pokémon. O mais silencioso possível, me desvencilhei de Elune, que pelo visto estava tendo algum sonho agitado, já que mexia suas patas energicamente! Levantei-me e tomei um pouco de água, não havia porquê iniciar o café da manhã com todos ainda dormindo. Me afastei para fazer alguns exercícios, uma atividade física simples só para acordar o corpo. Polichinelos, abdominais, flexões… atividades de rotina. Enquanto fazia, percebi uma figura me espreitando. Era Apep, que despertara e me observava. - Está ai há muito tempo, rapaz? Venha, não fique escondido ai… - disse para a serpente, que aproximou-se com certa desconfiança. Mesmo sendo bem dedicado e obediente, ainda não tínhamos o laço que tenho com o restante da equipe. Mas isso era questão de tempo. - Já que está de pé, pode me ajudar? Vou até a beira d’água nadar um pouco, pode ficar de olho e me alertar de alguma aproximação estranha? - fiz o pedido para o ofídio, que assentiu com a cabeça. Corri para a praia e pulei no oceano, dando algumas braçadas para garantir a atividade cardiorrespiratória da manhã. Como dizem, o de hoje tá pago!

Retornei para o acampamento com Apep, e pelo visto todos já estavam de pé. Gaulvi estava preparando o café pelo visto. - Bom dia pessoal! Encontrei essas frutas no caminho, espero que gostem! - desembrulhei a camisa que carregava nas mãos, revelando mais de uma dúzia de pequenos frutos avermelhados.                                                              

Balancei a cabeça positivamente e busquei uma toalha em minha mochila para me secar. Me aproximo da fogueira para aquecer um pouco o corpo e visto roupas secas, e tomo o café da manhã com todos os demais.

Assim que finalizamos, recolhi todos da minha equipe menos Kinney, já que poderíamos subir com apenas um companheiros, segundo as instruções de Gaulvi. Logo, já estávamos na direção da subida para o Mt. Pyre.                                                              

Gaulvist e Galvanis pareciam mais próximos após uma breve interação antes de irem dormir. A noite fora tranquila, como previsto, apesar de dormir à beira do mar ser mais frio que de costume, pareceram lidar bem com a situação. Tanto que na manhã seguinte e Ranger até aproveitou para se aquecer dando um mergulho em água gelada.
Ambos se encontram novamente, onde uma fogueira era re-acesa para ser feito o café da manhã, e Galvanis poderia se secar. Com treinadores e Pokémons alimentados, era hora de enfrentar aquela breve missão que haviam interessados em cumprir: chegar ao topo do Mt. Pyre.
A primeira vista o local era uma sala iluminada com várias sepulturas rasas, onde algumas poucas velas ainda estavam, em seus últimos centímetros, sendo queimadas. O cheiro eram de flores, muitas já murchas ou secas. Sentindo que não seria educado explorar aquele primeiro andar, ambos treinadores resolvem seguir direto para as escadarias.

O segundo andar era mais escuro, e o que iluminava-o era uma passagem para a parte externa da montanha. Ali os túmulos eram maiores e mais decorados. Parecia ser uma área mais nobre que a anterior, e alguns vultos de Shuppets eram notados a todo momento, escapando entre as paredes assim que percebiam a presença dos treinadores e seus companheiros, Weavile e Riolu.

Seria de vontade dos treinadores explorar o andar em busca de alguma pista ou seguirão para  a parte externa?

Começamos nossa subida ao Mt. Pyre pela trilha principal, com Kinney ao meu lado e Gaulvi um pouco mais a frente com sua Riolu. Avançamos até um primeiro ponto contendo algumas sepulturas aparentemente mais rasas e algumas velas acesas. Isso alimentava ainda mais a atmosfera mítica daquele ambiente. Sem nem ao menos nos comunicarmos, Gaulvi calou-se em respeito ao mesmo que uni minhas mãos e fiz uma oração para aquelas almas ali presentes. Assim que esse momento terminou, seguimos em frente sem muitos empecilhos.

Alcançamos uma parte menos iluminada, com a presença de alguns Pokémon fantasma no local. Ali poderíamos encontrar alguma pista sobre a mensagem. Busquei uma lanterna de mão para Gaulvi e anexei uma lanterna de capacete em meu colete para iluminarmos melhor o local. - Certo, Gaulvi. Kinney vamos precisar de seus olhos. Vamos vasculhar o lugar, use suas finesse para manter tudo em seu lugar, garota! - comandei minha Weavile para auxiliar na busca e começamos a averiguar o local.                                                                

Equipados agora com uma iluminação própria, Galvanis pede para que sua Weavile inspecionasse o local. Ambos garotos não parecem estarem afim de esperarem também e iniciam uma busca pelos túmulos em busca de uma pista.
Após alguns minutos Kinney retorna com o que parecia ser um livro. Ele tinha uma capa dura, vermelha, e uns símbolos estranhos. Ao pegá-lo para ler via várias anotações com letras esgarranchadas, círculos de magia e receitas de ingredientes peculiares. Um livro de magia negra?
Aparentemente isso era tudo que encontraram naquele quarto. Ficava agora saber o que fazer com isso, e se havia algo relacionado ao sequestro da tal "princesa". Iriam agora os jovens para o lado externo da montanha para continuar sua busca?

A câmara não era muito grande, mas haviam muitos pontos para procurar. Poderia usar Elune para tentar encontrar algum rastro diferente dos Pokémon locais, mas a hiperatividade de minha pequena loba poderia ser um problema próximo a essas estruturas delicadas. Assim sendo, o olhar afiado de Kinney era minha melhor opção para encontrar algo que nos colocasse na direção do que quer que estivesse acontecendo naquele lugar.

E de fato foi exatamente minha ladina que encontrou nossa primeira pista! Ela me trouxe um livro estranho, com garranchos e imagens de círculos mágicos, como aqueles livros de RPG. Um estranho arrepio me subiu a espinha, como a sensação de incômodo que uma presa sente ao ser espreitada pelo predador. Sensação de estar indo direto para uma armadilha. - Bom trabalho, garota! - fiz uma carícia em minha parceira, então me direcionei para Gaulvi - Tô com um mau pressentimento sobre isso tudo. Acho que estamos indo direto para uma armadilha. - comentei com o líder alfa da alcatéia, que já direcionava os próximos passos para o lado externo da montanha. - Sim, mas vamos com cautela. Melhor usarmos batedores alados para conseguir mais informações sobre o entorno. Apolo e Paarthurnax podem nos ajudar. O que acha? - levantei a questão, já ligando meu sensor de sobrevivência e aquela velha mania de tomar a frente de situações perigosas.