Lariel e a uva passa [HOW DOES A MOMENT LAST FOREVER? - Parte 2]

Laura e a uva passa

Off: Aos Staffers de plantão: Esta rota aqui é apenas a continuação dessa Rota, já que a Laura decidiu se separar das outra duas.

À Laura: Bora continuar!

Assim que deixou para trás suas amigas, Lariel seguia o velho em direção à Rota 10. Então, como não tinham muito o que fazer, ela logo iniciou uma conversa com ele. - Eu me chamo Raoni. Sou descendente de uma tribo indígena que vivia em Kanto a muito tempo. Por isso sei bastante sobre a vegetação dessa região. – Ele dizia enquanto atravessavam a floresta em direção ao norte. - E não se preocupe, não preciso dos seus shards, nem sei se vou conseguir voltar ao normal, e muito menos continuar treinando meus pokémon. Por falar nisso, quando tentei usar um deles para me ajudar, ele se assustou, e pensou que tinha sido abandonado. Então, preferi deixar eles sem me ver desse jeito por enquanto. – Sua fala era entristecida.

Raoni estava andando um pouco mais rápido do que estava antes, mas tentava não se esforçar muito temendo que a garota voltasse a pega-lo no colo. Aquilo seria muito estranho e constrangedor. Mas ele parecia muito bem habituado com aquele ambiente. Realmente, parecia que sabia de tudo sobre aquele lugar. Nem precisava olhar no chão, e já sabia onde estavam as raízes, ou algum desnível.

Assim, mantendo esse ritmo eles logo saiam da floresta, e já estavam na divisa entre as duas rotas. Ali estava o fim da enseada onde as amigas de Lariel deveriam estar nesse momento. Assim como a ponte que levava à grande cidade de Sienna. Mas como esse não era o foco da dupla, eles a ignoraram e seguiram pelo estreito trecho de terra que ligava a Rota 12 à Rota 10. O local estava bastante tumultuado, já que um grande fluxo de pessoas ia e vinha por ali. Os eventos daquele dia haviam trazido um grande número de treinadores àquele local.

- Ei! Garota! Que belo Minun tem aí. Que tal uma batalha? – Um treinador que passava por eles, acabou ficando interessado no pokémon da garota. Eu seu ombro, estava uma Pikachu de pelo brilhante. Ela parecia muito bem cuidada, e bem animada ao ver Ninian. ”Nossa, que interessante você.” A Pikachu dizia encarando o pequeno roedor azul. ”Nunca vi um da sua espécie por aqui.”

Raoni parou por um momento, para poder ver o que Lariel faria, e quem sabe explicar ao outro treinador sobre a condição da garota. O que com certeza seria bem necessário.

Laura e a uva passa

Off: Pode fazer o lançamento no próximo post.

Lariel se comovia um pouco com a situação de Raoni. Mas não tinha como fazer nada para ajudá-lo por isso apenas tentou dizer algo que soasse bem. O restante da caminhada foi bastante tranquila, com o velho recusando sempre que lhe era oferecida ajuda para caminhar. Ele deixava bem claro que conseguia sozinho. Mas não tardou até que eles conseguissem alcançar a entrada para a Rota 10.

O grande número de pessoas passando por ali, parecia deixar Lariel meio deslocada. Ela parecia estar com vergonha de dizer algo e chamar atenção, e ainda mais quando um garoto tentou convida-la para uma batalha. Pelo menos ela era extremamente criativa, e tirava aquilo de letra, fingindo falar em libras enquanto o garoto franzia as sobrancelhas. Já Ninian, aproveitava para explicar para a bela Pikachu o motivo de não lutarem naquele momento, apesar da roedora parecer mais interessada em outra coisa. ”Tá certo... Mas espero te ver de novo.” Ela dava uma piscadinha e um sorriso. Suas bochechas chegavam a liberar estática. - Não entendi nada. Mas acho que isso foi um não. Beleza. Até! – O garoto também seguia seu caminho, indo pelo lado oposto ao de Lariel e Raoni. O velho apenas sorria sem graça ao reparar na expressão que a garota fazia.

- Não fique chateada. Logo vai poder se comunicar direito. – Ele dizia guiando a garota para fora do caminho principal. Ao atravessarem a estreita passagem de terra, eles se viam em uma bifurcação. O caminho principal continuava seguindo por um trecho de terra acima da enseada da Rota 10. Mas o outro caminho, era um deque de madeira construído por mãos humanas, e que atravessava a maior parte do trajeto da rota acima da água da enseada. Ali também havia alguns bancos de areia abaixo da passagem de madeira, e algumas escadas desciam até eles. - Tá vendo aquele banco de areia? Os cogumelos crescem ali. Eles costumam crescer em madeiras úmidas, então, as vigas de sustentação desse caminho, é o melhor lugar para encontra-los. Se encontrarmos mais de um, você pode ficar com ele para vender. Tem um bom preço de venda.

Ele continuava seguindo à frente do grupo, para guiar o caminho. Mas agora estavam bem próximos de seu destino, e ele ia diminuindo um pouco o ritmo. - Acho que tô precisando descansar um pouco. Vou sentar aqui um pouco, e você procura pelo cogumelo. Ele é meio amarelo, meio laranja. Tem um cheiro bem gostoso. – A escada não era longe, apenas uns dois metros à frente. Aquele caminho estava menos movimentado que o outro, talvez pela falta de sombra, já que era totalmente aberto, e o sol estava bem quente. Assim que alcançavam a escada, o velho se sentava no degrau mais alto, nem se dando ao trabalho de descer.

Agora o trabalho de Lariel era encontrar o cogumelo. Mas era bom ter cuidado, já que poderia acabar encontrando algum pokémon ali debaixo da passagem. A areia estava bastante quente por causa do calor, e Ninian não se sentiria muito bem andando sobre ela, então seria bom que fosse carregado.

Laura e a uva passa

Após Raoni se sentar, Lariel tirava seu chapéu e o oferecia para ele. Ele pensou por um segundo, mas logo o aceitou, usando para abanar seu rosto numa tentativa de se refrescar. Enquanto isso, a garota e seu pokémon seguiam em direção ao banco de areia, e Ninian estava pronto para farejar o cheiro do cogumelo.

”Droga! Droga! Droga! Como vim parar nesse lugar quente do inferno. Não gosto de calor. Pelo menos tem essa sombra aqui.” A voz vinha de algum lugar debaixo da passagem de madeira. Porém, ali estava um pouco escuro, não só por causa da sombra, mas também por Lariel estar vindo de um local bem claro. Quem será que estaria ali? E qual o motivo de resmungar tanto. ”Droga! Parece que tá vindo alguém. Por que isso sempre acontece comigo. Agora, só falta pisar em mim...” Quem quer que estivesse ali, parecia ser bem rabugento.

Enquanto Ninian não conseguia sentir nenhum aroma do possível cogumelo, eles iam andando devagar. Mas era bom tomar cuidado, ou poderiam acabar tropeçando em uma estranha criatura de formato bem peculiar. O pequeno e rabugento Diglett estava ali no em algum lugar.

Laura e a uva passa

Se não pudesse entender o dialeto do Diglett, talvez Lariel nem tinha reparado em seu som. Geralmente os Diglett eram muito discretos, e por isso costumavam sempre passar despercebidos, mas como a garota o entendia perfeitamente, acabou ouvindo seus resmungos sussurrados ali no escuro. O nem tão selvagem pokémon, acabou por levar um susto ao ser notado tão rapidamente por um ser humano, e principalmente por ter sido iluminado assim do nada.

Peony, era de uma espécie conhecida por gerar uma luz incandescente em florestas escuras, assim, aquele era o ambiente perfeito para que ela se mostrasse bem útil. Quando saiu de sua esfera, o calor a incomodou um pouco, já que até mesmo ali na sombra ainda estava bem abafado. Mas, ela rapidamente se animou, ao ver que faltava luz ali. Então, com um sorriso animado, ela começou a brilhar, como se fosse a lua na noite mais escura.

”O que? Que luz é essa?” Diglett se surpreendeu, e logo foi abordado pela humana estranha que começava a elogia-lo. ”Como assim linda? Tá doida? Eu sou é lindo!” Ele retrucou rapidamente, mas não sabia ainda que Lariel podia entende-lo. ”Mas como assim, sabe que eu tava reclamando do calor. O que? Lindo... Muito obrigado. O seu também é bonito, mas saiba que quando eu evoluir, meus cabelos vão ser ainda mais lindos que o seu, querida.” Falar de seu cabelo, o havia feito esquecer do resto. ”Tem um produto que a gente usa lá na minha terra, que deixa os fios muito mais resistentes. É um arraso!”

A humana era mesmo estranha, já que começava a tratar sua própria pokémon da mesma maneira que havia tratado o Diglett. Porém, Ninian, que era o mais sensato, resolveu logo explicar o que estava acontecendo.

”Credo! Nunca ouvi falar dessa condição estranha. Mas tá tudo bem. Se querem apenas ajudar eu não me oponho. Mas pra falar a verdade, de onde eu venho, também é um lugar quente, mas eu não curto muito o calor. Então, quando eu estava no zoológico, sempre fugia para lugares mais frios. A única coisa que realmente sinto falta, é da lama preta que fortalece os fios do meu lindo cabelo.” a criatura quase careca se gabava de sua cabeleira, pelo menos ele realmente tinha alguma coisa, já que os Diglett daquela região, não tinham nada.

Mas voltando sua atenção para o pedido de Lariel, ele rapidamente consentia. ”Tá bom, mas acho que não cresce nada aqui na areia. Se bem que senti um cheiro diferente vindo... Dali, olha.” Ele apontava com um gesto de seu corpo, ou cabeça, aquilo era um mistério. Com a iluminação criada por Peony, aquele local debaixo da ponte ficava totalmente iluminado. Assim, eles podiam ver direitinho o que tinha ao redor. Então o cogumelo não era difícil de ser localizado. Na viga de sustentação do deque, bem acima de onde estava o Diglett, haviam dois grandes cogumelos amarelos. Eles exalavam um aroma adocicado e chamativo. ”Talvez seja isso que procuram. Então, em troca, só me tirem daqui.” Ele dizia e seguia na direção de Ninian. Ele se esticava um pouco para o lado do roedor, e perguntava baixinho. ”Ela é sempre tão impulsiva assim?”

Laura e a uva passa

Apesar de doidinha, Lariel conseguia fazer amigos facilmente, apesar de inimigos também como é o caso do homem da floresta. Mas a história ali era diferente, já que foi ele que chegou causando. Mas voltando ao contexto atual, o Diglett estava feliz em poder sair dali, e Lariel estava feliz em ter encontrado o cogumelo com facilidade. Assim, ambos estavam satisfeitos.

Então, depois de oferecer a esfera ao pequeno turista, ele esticou sua cabeça e encostou nela, sem nenhuma cerimônia para desaparecer no ar. Captura concluída! Então, Lariel agora estava livre para pegar os cogumelos e voltar, e foi o que fez.

Assim que saiu da sombra do caminho de madeira, percebeu que Raoni estava bem exausto. O calor não fazia nenhum pouco bem para um senhor de idade. Talvez fosse mais sensato leva-lo para debaixo do caminho de madeira, deixando-o descansar sob a sombra.

- Conseguiu encontrar? – Ele perguntou com a voz fraca assim que a viu. Em sua mão, ele já tinha uma cumbuquinha feita inteiramente de barro. E também um saquinho que parecia ter algumas ervas. - Agora só preciso achar um lugar para fazer o chá. Mas pode demorar um pouco para preparar... Não tenho mais a habilidade que tinha quando novo. – Ele falava como se já tivesse passado muito tempo, mas eram apenas algumas horas. Ele parecia enfraquecer a cada coisa nova que acontecia em sua vida.

- Capturou um Alolan Diglett!