[Recrutamento de Pesquisador] Ayzen Kitshomo

Era nostálgico voltar para aquele Laboratório depois de tantos anos. Claro que não era o mesmo, afinal, depois da inundação em Tohjo, teve que sofrer inúmeras reformas. Ao menos, quando a grande enchente chegou em Pallet, eu sabia que os Pokémons que viviam no laboratório (que são muitos) já tinham sido transferidos para Sienna. Mesmo assim, o ar tinha um jeito diferente, que despertava deja vus e causava até arrepios.

Para Ambipom, parecia ser a sua casa. Ela já não se sentia mais em casa, claro. Poucas vezes eu deixava Ambipom aqui, onde nasceu e foi cuidada, mas até o momento, ela estava mais acostumada os beliches da base ranger, do que o parque repleto de monstrinhos do Professor Oak.

Por falar no bom e velho pesquisador, conhecido no mundo todo por seu talento nas pesquisas que evidenciaram uma melhora significativa nas relações treinador-Pokémon, ele surgia. O bom humor parecia notório naquele homem. Raramente falava com ele ao acessar meu Storage, era mais com os assistentes, que ficavam responsáveis de acordar de madrugada para transferir as esferas de um lado para o outro. Mas ele era muito ocupado, não poderia culpa-lo. Por isso tantos assistentes!

- Bom dia, professor! - ao vê-lo aparecer e falar comigo, dei dois passos para frente. Ele lembrava ainda que eu era um ranger, o que era muito cuidadoso da parte dele. Apenas sorri e acenava para aquela tela, enquanto Ambipom pulava no meu ombro para ver melhor e acenava com a cauda dupla. - Estou muito feliz por encontrá-lo mais uma vez depois de muitos anos, professor. Mas hoje a minha visita não tem relação com os rangers, pelo menos não diretamente. Eu gostaria de me tornar um pesquisador, tendo o senhor como meu preceptor! - em seguida, quase que em sincronia, eu e Ambipom curvávamos nossas cabeças para baixo em sinal de reverência e solicitação. - Por favor, professor, eu tenho estudado muito nesse ano para poder contribuir melhor para a sociedade Pokémon como um todo. Gostaria de alinhar os conhecimentos de pesquisas até com o centro de Pesquisa Ranger, em um futuro, mas tenho muito a aprender ainda.

Eu via empolgação na fala do Professor Oak. Na verdade, eu estava empolgado por tudo. A afirmação dele em querer me aceitar como pesquisador era tudo o que eu queria para fazer meu coração palpitar e até ter uma arritmia de tanta felicidade contida. Não queria parecer muito imaturo, por isso não sai ali pulando e abraçando todo mundo, mas queria dar o melhor de mim sempre. Ser ranger me viciou nisso: dar 100% de si em tudo!

- Muito obrigado, Professor. Ela cresceu muito e tá bem forte hoje!

Agora o Professor Oak sumia, com uma misteriosa pesquisar. Eu estudei tanto nesses meses e o no final o estágio em Cinnabar com o colega do Professor Oak, Dr. Roger, serviu como um prêmio perfeito após tanta dedicação. Claro, tinha muito o que aprender ainda, por isso estava buscando cada vez mais conhecimento.

Com a localização em mãos, só restava agradecer. - Muito obrigado, Scott! Espero que possamos trabalhar juntos também!- dizia sorrindo para o rapaz, com certeza muito mais privilegiado do que eu, pois ele deveria trabalhar com o Grande Oak por muito tempo ali.

Com meu RotomPhone em mãos, eu abria o GPS e colocava aqueles dados, apontando onde o professor estava. Deixei o laboratório com Ambipom ainda nas mãos. Desde que fora elogiada, ela não parava de mostrar os punhos fortes que ela tinha. Foi ali fora que eu pegava meu RangerPad – um tablet – e lançava os dados que tinham me passado. O RangerPad trazia informações mais detalhadas dos locais, informações preciosas em missões ranger.

Para ir até lá, eu lançava uma outra esfera para cima, onde esta se abria e aparecia Togekiss. O feérico já aparecia no solo me abraçando. Era um dos meus primeiros e era tão alegre, que parecia ter algum distúrbio que forçava ele sempre a ser gentil com todo mundo. Montei nele, com Ambipom e assim ele tomava um impulso para vencer a resistência do ar e seguir adiante. Eu ia guiando pelo RangerPad, indicando o local do homem. - Manda ver, Togekiss!

Era fácil para um ranger se mover em várias áreas. Somos treinados a usar todos os recursos – tecnológico ou pokémon – para podermos localizar pessoas desaparecidas, na cidade ou na natureza. Com isso, logo era possível ver o bom homem, o professor Oak, sentado de modo bem simpático em um banco de prensa (pensando nela? Será?). Eu pousei poucos metros mais distante, para ter mais espaço no pouso e logo saia com um sorriso no rosto para ele.

Ambipom no ombro sorria para o Pokémon que cuidou dela desde que era uma Aipom e eu só poderia cumprimenta-lo com um forte aperto de mão nele. Que homem! Ele era de uma serenidade absurda, até me simpatizava com este jeito mais descontraído do pesquisador.

- Acho que só tive contato com um Abra em toda a minha jornada, mas estudei bem esse Pokémon. Abra, o Pokémon psíquico.

Era engraçado a pergunta, o que me fazia pensar que talvez ele estivesse ali atrás daquele pokémon. Mas minha linha de raciocínio era interrompida por Togekiss e o seu jeito extremamente educado. O feérico segurava a mão do homem com suas duas asas e agitava em posição vertical.

- Ele é bem animadinho!- fazia uma piadinha para que o Professor não achasse estranho. - Agradecemos, professor. Na verdade, muito tempo se passou até o dia em que eu fui do quartel ranger direto para seu laboratório buscar Aipom. Agora, Ambipom! Hoje eu sou capitão ranger e acumulei muitas férias e licenças, estou tirando tudo agora. Pretendo voltar em breve ao ofício ranger, mas neste meio tempo eu pensei muito sobre ampliar minhas habilidades como treinador e retribuir ao mundo uma porção de um trabalho meu, sem ser ranger.

A fala saudosista era por conta desta mudança de perspectiva que eu estava vivendo. - Por isso comecei a estudar muito, para ser um treinador melhor e neste período acabei estagiando em Cinnabar, com dr Roger, que é Pesquisador sênior em Evolução Pokémon no Laboratório de Pesquisas Pokémon de Cinnabar. - dizia o nome quase como uma indicação dele, já que Dr. Roger conhecia Oak, mas isso é coisa entre eles. - E assim desenvolvi esta relação com a pesquisa Pokémon, sobretudo na área de Relação Treinador-Pokémon, que é sua área. Aqui estou eu !

O homem parecia interessado na minha perspectiva de ranger e treinador, que agora queria fazer mais! Claro que se eu fosse aprovado para ser pesquisador sob preceptoria dele, eu iria precisar de horário flexível, já que pretendo voltar para a base ranger em breve. Mas isso é conversa para outra hora! Agora, eu só queria dar toda a minha atenção ao homem, que voltava a falar de Abra!

Mas não era só Abra que o Professor Oak estava falando, mas também estava falando de um Happiny que anda junto com este Psychic. Nossa, para ter uma união assim de diferentes espécies, talvez fosse uma pesquisa importante. - Entendo, professor. Happiny é a pré evolução de Chansey, Bem rara, também. Dois Pokémons bem raro, na verdade. O senhor pretende estudar - esta relação deles dois?- sabendo que Oak era um mestre nas relações Treinador- Pokémon, estudar a relação de dois Pokémons talvez fosse uma forma de entender outros laços que os Pokémons poderiam formar, com outros Pokémons, no caso.

Bem, a mente já enchia de hipóteses e questionamentos. Eu ficava bem pensativo, mas esperaria o homem fizer o que ele iria fazer, qual o objetivo específico dele nestes Pokémons citados.

  Quem estava adorando aquela conversa era Togekiss, que enquanto eu e o carismático professor Pokémon conversávamos, este fazia um carinho especial com aquela escova no Pokémon. Era engraçado de ver o Pokémon Fairy se esticando todo com aquela cara de satisfação por receber tal “massagem”. Seu pelo também ficava muito bonito com o simples movimento que o alvo Pokémon fazia, mas aquilo tudo atiçava a curiosidade de ambipom, que descia do meu ombro só para estudar melhor aquele movimento.

Enquanto isso, lá íamos nos em mais uma pesquisa. Não consegui esconder o meu sorrisinho perante a possibilidade de estudar mais Pokémons, desta vez, sob orientação de alguém específico nisso. Na verdade, não existia ninguém mais específico em relacionamento Pokémon do que o Pokémon Samuel Oak. Estava diante de bons olhos para poder desempenhar aquele papel.

- Claro!- respondia ao Pokémon pegando as FriendBall. Fiquei animado com o pedido do professor. Havia questões de pesquisa de campo que necessita de um preparo em busca e isso os rangers tinham muito bem. Poderia naquele momento usar habilidades de outras áreas para favorecer esta nova. - Posso tentar, professor! Infelizmente, só consigo pensar em métodos mais invasivos, mas sei que vou ter uma boa ideia menos invasiva para poder tirar o Pokémon do estado de “fuga instantânea”. - pensei, a priori, de um Fake Out impedir o Teleport, mas era um dano mais direto e mais fácil. - Tenho vários Pokémons que o senhor cuida, que podem auxiliar. A propósito, como eles estão? Espero que não deem muito trabalho... Esses dias Gyarados estava mais nervosinho, mas vocês conseguiram dar conta.- brincava.