VELOCIDADE DA LUZ _ GRUPO REVELAÇÃO

Pa, pow, puff. Voo pra lá, voo pra cá, pousa ali, bate na bunda d'ele acolá. Tudo isso feito e refeito para eu voltar para o mesmíssimo ponto. Eu preciso admitir uma certa dor de cabeça: eu queria ver Minori de novo, mas não peguei seu telefone. Talvez seja por isso que voltei para Slateport... eu queria achá-la. Fui até a praça mais movimentada (dessa vez sóbria), comprei uma latinha de Koka Koca Com K e abri. Virei-a de vez, como se o dia estivesse quante.

Não estava, eu só estava precisando sanar algum estímulo mesmo. Meus grandes goles hora ou outra derramavam e mim e eu entendia que minha situação não era das melhores. Eu estava can-sa-da e mais uma vez me via numa rotina de treino estúpida. Liberei meus seus pokémons (pausa dramática para dizer que troquei Piloswine por Jellicent a poucos segundos atrás, no Centro Pokémon) e coloquei-os em filinhas.

- Vocês vão treinar Sp. Attack - Disse, apontando para 5 dos 6 - Você... Defesa - Sobrara Rotom. O pokémon não me conhecia muito bem, mas trataria de me conhecer - Bem, eu sou Winnie e acho que nos daremos bem - Afinal de contas, eu sempre me dou bem com os pokémons de Nicholas... eu acho.

Bem, a primeira missão de todo mundo era me ajudar a buscar as coisas. Pilhas e mais pilhas de caixas vazias de papelão. Trouxe tudo do almoxarifado do centro pokémon; alguma remeça de vacina nova chegara, e as seringas vieram embaladas nisso aqui. Não foi difícil por uma dentro da outra e botar meu exército para carregar. Éramos 7! Kommo-o carregou 20 sozinho, Jellicent levitara 25 também sozinha. Togetic tinha consigo só cinco, Houndoom arrastara 13, Togetic tinha 20 amarradas em sua sela e Rotom mal levara duas, mas era o suficiente para se sentir parte do grupo. Não era fraqueza... era anatomia. O "raio-fantasmagórico" não sabia muito bem como carregar as caixas então apenas a assoprou. Não era o método mais eficaz. Ah é, eu carreguei só 5, ta?!

Quando cheguei ali com aquele BOCADO DE CAIXA, pedi para que trouxessem dez caixas de madeira, daquelas que carregam frutas, sabe?! Das que tem de quintanda. Então, Kommo-o carregou quase tudo sozinho, deixando uma sobra para Jellicent e Houndoom. No fim tínhamos tudo que precisávamos (por enquanto).
- Ok, juntem aqui Jellicent, Kommo-o, Togetic, Togekiss e Houndoom. Vocês vão treinar Sp. Attack - Empurrei com os pés os steps de madeira e os fiz de base. Dois para cada - Podem usar as mãos, mas peço que não exagerem. Vai chegar uma hora que elas mesmas não vão ser mais úteis.

Peguei uma das 85 caixas. Dava 17 para cada um! Fui até um dos pilares, botei uma caixa sobre a outra, outra caixa sobre a outra, e mais uma. Na quarta caixa, a torre desequilibrou e caiu:
- Viu?! Não é fácil. Eu quero que equilibrem e cheguem o mais alto que puderem... e o equilíbrio precisa ser feito com a força especial de vocês, porque a força física não vai dar esse tipo de destreza.

Bem, era isso. Rotom olhara distante para mim, como quem esperava "a vez dele". Bem comportado, o rapaz! Ótimo... fui até ele e perguntei o que ele achava de um cabo de guerra comigo... eu não era muito forte, ele também não parecia ser um dos mais fortes. Ele não tinha muita anatomia para segurar uma corda e eu era só uma mera humana. É, parece uma boa ideia! O raiozinho me esperara pegar uma corda de pontas emborrachadas (não quero tomar choque, ta?!) e mordera sua respectiva ponta. Eu decidi puxar sem muita força a princípio para ver o que aconteceria.

Eu não tenho certeza se isso vai ser útil, mas eu acredito puxar uma corda mais forte que Rotom. Se eu estiver certa, isso deve fazê-lo se acostumar com a pressão hostil de suportar um puxão enquanto mantem um objeto na boca. Talvez não, né?!

OFF: Oi Narrador <3 estou equipando:
Power Belt em Rotom
Power Lens em Jellicent
Power Band em Togetic
Power Anklet em Houndoom
Lucky Egg em Togekiss
Lucky Egg em Kommo-o

Meu deus do céu?! Eu só dei um puxãozinho e Rotom simplesmente veio perdido na minha direção. Eu tentei agarrá-lo, mas logo depois de relembrar o choque que tomei de Electivire sem querer, eu entendi que não devia. Sai da frente e deixei que ele parasse "próximo" do chão... afinal de contas, ele levita, né?! Não precisa da minha mão para não se esburrar no chão.

... o problema é que ele reparou que eu "sai da frente" e cogitou que aquilo fosse um ato de desgosto. Ok, ok, me desculpe Rotom. Você é um pokémon de outra pessoa, certamente está inseguro com minha tutela. Além disso, esse não-me-toque todo parece ser bem escroto da minha parte mesmo. DESCULPA! Eu tenho um pouco de trauma do tanto que a Hela me machucou sem intenção....

ENFIM. Cabo de Guerra não funcionou, nem com o Power Belt amarrado na sintura dele. O que eu fiz?? Isso mesmo, peguei minha mochila e tentei me aproximar do pokémon:
- Desculpa por isso, ta?! - Ele não reagiu muito bem. Sua cara zangada estava bem aparente. Ele apaixara um pouco a voltagem e eu me arrisquei a tocar nele - Permite-me?! - Ele fez que não com a cabeça - ... por favor?! - Me desculpem por isso, mas hoje não é o dia mais bem humorado meu. Rotina de treino tem me cansado e lidar com um pokémon que me odeia certamente não me deixa feliz - Só um tico...

O pokémon levitara um pouco para mais longe e eu vi que ele não me deixaria o tocar. Suspirei e pedi para que esperasse ali, daria o tempo dele e veria os outros cinco pokémons. Puff, nenhuma surpresa! Jellicent seguia sendo espelho de alguma coisa e já começava a e irritar o quão prodígio a pokémon era. Pensar que era difícil treiná-la outrora, e que ela só queria saber de Gin. Hoje nós conseguimos uma relação um pouco mais amigável e, apesar de não ouvir muitas palavras dela, sei que ela gosta de mim.

Sorri para a pokémon e lhe dei um "joinha", a indicando para continuar. Time que ta ganhando não se mexe, né?! No mais, Hati era a piorzinha, porque além de ir muito mal, eu não sabia como ajudá-la. Na verdade minha ideia era um pouco ruim, mas certamente lhe renderia alguma cois:
- Ok, talvez seja muito mais difícil para ti. Desculpa, mas vamos pensar em fazer algo mais... tridimensional?! Acho que com uma base com cumprimento e largura, você consegue empilhar melhor. Esquece o Step de madeira, começa do chão mesmo... - Devia estar muito alto para ela e, bem, certamente isso não ajudava. Já a Kommo-o, eu indiquei outra coisa - Você é alto e tem polegares... seu problema parece ser outro - Visualizei rápido e tente entender do que se tratava - ... parece ser falta de jeito mesmo. Já pensou em fazer mais devagar?! - Ok, talvez isso fosse rude da minha parte - Quer dizer... Você é com com sons, né?! Acho que consegue ler o vento melhor do que qualquer um aqui. Talvez se analisar a direção dele, fique mais fácil para ti equilibrar isso.

Era uma dica não muito boa, mas certamente adiantaria. Eu estava um pouco triste (e ansiosa) por causa de Rotom. Eu queria resolver logo isso, então passei na dupla que restara e os vi indo bem, mas não bem o suficiente para mostrar evolução:
- Vento. O vôo de vocês está produzindo vento. Vai ser fácil passar da base, mas depois que conseguir altura, não vão conseguir passar dela tão fácil. Vocês precisam voar contra o vento e equilibrar as coisas com o poder especial de vocês, ok?!

Agora eu via Rotom. O pokémon ainda parecia meio "flácido" num canto. Fui até ele, sentei logo embaixo de seu corpo-carregado e dei-lhe uma breve história:
- Quando Hela estava para Evoluir, ela não conseguia controlar suas cargas... - Introduzi, de forma simples - Hela é minha Electivire e hoje ela é muito forte... - Expliquei a forma simples - Talvez vocês virem amigas - Tentei convidá-lo para sentir-se parte da história - Nos tocamos algumas vezes, ela precisou me ajudar em outras. Até ela evoluir, eu tomei alguns choques muito fortes e um deles eu fui parar no hospital. Desculpe por isso, depois disso minha relação com corpos carregados não é a mesma, mas tentarei ser mais próxima.

Eu não sei se Rotom gostou daquilo ou não, só sei que eu levantaria e não deixaria ele de "corpo mole". Minha mochila ainda estava por ali, peguei-a e tentei dar ao pokémon elétrico:
- Tente vestí-la para ficar mais pesado... vai ser um grande esforço, mas ao menos fará bastante diferença. A gente tenta de novo assim, que tal?! - Bem, pelo menos Rotom não tem músculos para ficar todo dolorido no dia seguinte.

Pesar o Rotom (literalmente) não era tão agradável para o rapaz. Talvez o mesmo medo que eu tenha de tomar um choque, ele tem da terra. Por essas e outras devia querer ficar longe dela. Eu entendo, eu entendo! Só sei que mudar isso agora não seria meu papel... era melhor eu pensar em outro treino. Ohei-o meio tristinha e ele me olhou de volta, desligou sua voltagem e flutuou para perto de mim. Meu sorriso fraco se transformou eu algo mais afável e chamei-o para perto, com o dedo mesmo. Dei dois tapinhas no meu ombro e ele logo desceu para ele e se apoiou. Deitei minha cabeça sobre o corpo fantasmagórico dele e senti atravessá-lo aos poucos. Parei por ali, ele era "gelado demais" quando estava desligado.

Olhei-o mais de frente e pensei: "é difícil tocá-lo, mesmo se eu tentar". E era... talvez esta fosse sua maior defesa. Num estalo, levantei a cabeça rapidamente e anunciei:
- Tive uma ideia! - Levantei rapidamente, senti minha pressão baixar mas logo retomar. Quando meu cérebro voltou a ser oxigenado, olhei para Rotom e disse com clareza - E se eu tentar te atingir e você treinar desmaterializar-se no momento certo?! Eu uso alguns elementos centrais e a gente vê se da certo.

Bem, a ideia não devia ser tão ruim. Olhei no chão e procurei coisas não-normais. Pedrinhas, galhos... sabe? Coisas não tão urbanas. Nada de papel, restos ou coisa do tipo.
- Vamos começar devagar, ok?! Tenta essa folha - Era uma folha relativamente grossa e relativamente grande. Algo próximo de uma folha de castanheira. Forcei-a para ficar reto, tirei-lhe o caule e a joguei como um boomerang, sabe?! Daquele jeito que roda?! Meio que para "quebrar a resistência do ar"?

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Focada em Rotom, decidi deixar que os cinco se virassem mais um tempo. Time que está ganhando (ou que a maioria está) não se mexe, já dizia eu mesma, texto anterior. Jellicent via certa insegurança, mas atribuía aquilo a falta de atenção. Porque perdera o foco? Porque Kommo-o começara a reclamar. Para a pokémon, prosseguir só seria possível se aquele dragão calasse a boca. Foi até ele, olhou-o com aquela cara de songa-monga por um tempo, encarou-o falhar e decidiu que a melhor solução para fazê-lo ficar quieto era o fazer passar vergonha.

Isso mesmo, ela teve a ideia genial de rir da falha de Nidhogg. O dragão, já irritado, ficara extremamente mal com a situação. Abaixou a cabeça, afastou-se da torre caída, cruzou os braços e tratou de abrir um bico. Ele não brincaria mais! O plano de Freya no final das contas deu certo e ela continuou sua construção. Houndoom se via na fácil tarefa de empilhar coisas no chão. Oh, do chão não passa, né?! Certo momento ela entendeu a "ideia" de Winnie e começou a jogar caixas por cima das caixas que ela já havia empilhado. Fez uma base de 2 por 2 e depois jogou mais uma camada de caixas 2 por 2 por cima. Acabaria usando todas as caixas rapidamente, mas ao menos sua torre iria subir.

Os dois pássaros seguiam bem e assim ficariam. Eles não eram tão rapidos, mas viam em seu corpo uma certa vantagem. Nada lhes fizeram parar por hora, então apenas continuaram. Queriam testar seus limites sem que Winnie precisasse intervir.

Bleh, Rotom até fez bem, mas não era o bem que eu queria. Tudo bem, tudo bem. Ele não é meu pokémon, então eu não vou "pegar pesado" com ele. Ohei-o com uma certa falsidade em formato de sorriso e dei um risinho:
- Você foi ótimo! - Anunciei - Acho que essa tarefa é muito fácil para você, vamos pensar em outra, pode ser?!

Chance perfeita para sair de perto e ver como vão os outros pokémons. Fui até lá e Rotom me seguiu, o que era um ótimo sinal! Olhávamos por alto e viamos uma pequena confusão entre Nidhogg e Freya, que parece ter sido resolvida por si só. A fantasma botava a culpa no dragão por sua falha e o dragão ria, usando-a com uma referência do que não fazer. Bem, conflitos são úteis, não são?! Olhei para Freya com o olhar bravo e a repreendi:
- Seus erros são seus erros! Não é como se ele tivesse ido ai empurrar - ... porque eu sinto que dei ideia a Kommo-o?! - E você, Nid. Trate de melhorar isso ai, você não quer aprender a usar Boomburst?! Se ficar molenguinho assim seu Boomburst vai ser só um ventinho. Vai vendo! Agarre melhor as caixas, se você amassar elas um pouco e deixar elas mais redondas nas pontas, o vento vai bater e passar mais fácil, vai ter menos força. Talvez isso te ajude. E se concentra! Você sabe alguns golpes sonoros e usa o vento ao seu favor direto, estou te pedindo para fazer o que já sabe.

Sim, eu estava sendo rígida demais com eles hoje, mas parte disso era do meu mau humor. Eu não gosto de véspera de campeonato, apesar de gostar muito do que um campeonato me proporciona. Eles que lutem, né?!

Cheguei em Houndoom e a vi fazendo como pedi. Aos poucos as caixas dela iam acabando e eu esperava Kommo-o virar para o lado para indicar "pega o dele, ele não vai usar tão cedo". Claro que isso era um sussurro, claro que ele não ouvira. O problema é que eu dei a mesma dica para Togetic e Togekiss, o que provavelmente vai fazer Nidhogg sentir falta de suas caixas mais cedo ou mais tarde.

Rotom seguia atrás de mim e eu seguia sem saber o que fazer com ele. Em certo ponto parei e encarei-o por vários segundos. Como treinar defesa de uma massa-fantasmagórica, sem matéria, em plena praça?! Ele não tem braços, não tem músculo, não tem força. Eu não sei como ele "resiste" ou "não resiste". Eu simplesmente não sei o que fazer.

Pensei, pensei, pensei e pensei. No fim minha resposta foi um tanto quanto idiota, decidindo generalizar os efeitos que aprendi em minha experiência:
- Bicho, eu acho que vou te por pra comer Ferro e ver o que acontece - Quando falei isso, o Rotom certamente deu para trás. Inicialmente cogitou que eu estava falando de vigas de ferro, mas logo depois entendeu que não era a questão - Vem, vamos para aquele mercadinho...

Ali no mercado eu procuraria o óbvio: beterrabas e feijões. O segundo podia ser enlatado, seria relativamente mais rápido.

Ah, agora o vento continuaria... Nidhogg se prejudicara com aquela peripécia, mas ao menos tinha deixados todos no mesmo patamar. A primeira coisa que fez quando viu aquele bocado de caixa cair, foi correr e agarrar o máximo que podia. Seriam dele! Ai de quem questionasse: a partir de agora subiria a torre quem tivesse mais caixas.

Sem Winnie ali, o treino deu uma "desandada". O engraçado foram os meios de conquista. Kommo-o só correu e pegou o máximo que podia, ameaçando dar outro Aura Sephre se continuassem roubando suas coisas. Hati foi um pouco mais esperta, usando Dark Pulse para tentar "cegar" os inimigos e catando para si o máximo de caixas possíveis. Togekiss usara seu vento junto do Follow Me para arrastar grande parte das caixas para si e Togetic optara por usar Mirror Move e copiar a estratégia de seu irmão-mais-velho.

Freya?! Bem, essa se fudeu. Era meio lerdinha e não tinha uma estratégia coerente, o que significava que ficara só com um pingo de gato. Quem diria? Ainda tentou amaldiçoar todos (Hex) e dar algumas prendas, mas mal começaram a montar e, apesar de atrapalhar os ladrões, isso não resolvia seu problema.

No mercado, uma voz que não reconheci de cara. Eu já estava abrindo o enlatado e preparando colheradas para Rotom quando alguém me chamou. Não olhei de imediato, peguei uma colher e forcei contra Rotom. A princípio a prioridade era a melhora do fantasminha...
- Olha o aviãozinho - Eu dizia, para só depois de fato prestar atenção no cenário - ... oi? Quem não gosta de feijão?