[Recrutamento de aprendiz] Gray Fox

Sem resistir a tentação de uma aventura, Gray e Priscilla partiam na direção da Burned Tower. A torre, cuja história carregava uma tragédia, erguia-se num dos limites da cidade, bem reservada em meio ao verde da vegetação, e destoante das cores vivas por conta dos seus tons sombrios de cinza e fuligem.

Tinha uma beleza peculiar em toda melancolia por trás do acidente que resultou na aparência e no nome atuais. Agora, tinha se tornado um ponto turístico da cidade de Ecruteak, assim como sua gêmea do lado oposto. Não a toa, nesta manhã havia gente circulando pelo lugar. Poucas pessoas, não formando sequer uma aglomeração. E eram todas bastante quietas, em respeito aos mortos.

Morty não estava à vista na parte frontal do prédio, mas dava pra ver que a entrada da Burned Tower estava aberta hoje. Só o primeiro andar era acessível até então, pois tinha sido transformado numa espécie de memorial, enquanto os demais andares foram fechados pela própria segurança dos transeuntes. Agora, fica a pergunta: se Morty está aqui, está onde?

Gray – Dia | 28°C – Ecruteak Gym

Excêntrico como só ele era, Gray não iria buscar por seu mentor de maneiras óbvias, porém lentas. Não, ele tinha seu próprio jeito de fazer tal procura, e nem precisaria sair do lugar, tendo apenas que se posicionar próximo ao centro do primeiro andar e invocar Conde para que ele fizesse o que deveria.

Claro, a cena como um todo espantou muitos turistas que por ali estavam, fazendo-os recuarem e correrem para fora do prédio. Poucos foram os que não se incomodaram com o ato, particularmente os mais familiares ao mundo espiritual e o místico. Mas, isso não importa muito, de fato.

Importante mesmo é que funcionou! Conde não demorou para encontrar os rastros do líder, pois ele tinha mesmo passado por ali. Pra ser mais exato, Morty ainda estava lá dentro, nos fundos daquele andar. Conversava distraidamente com uma mulher, em frente a um totem nos fundos do prédio, mas Conde (e consequentemente Gray) o veriam notar a presença dos olhos fantasmagóricos a observá-lo. Era um mestre dos fantasmas afinal! Só restava ir até ele agora.

Off escreveu:

Curti! )o)
Bem trevoso -qq
É bom ter uns elementos diferentes pra narrar. Eu gosto ^^

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Morty interrompia sua conversa com a mulher antes mesmo de Gray se anunciar, tendo percebido a aproximação do especialista enquanto o mesmo caminhava pelo chão de madeira. A moça era simpática e não parecia se importar com a interrupção, mas também não chegou a se apresentar.

– Gray, Priscila, olá. Vieram antes do que previ. – disse casualmente, surpreso sobretudo pela aparente conclusão da missão pedida – Aah! Então conseguiu encontrar com ele?! E, mais importante, conseguiu solucionar as coisas. – pegou o amuleto nas mãos e o analisou – A essa altura, o que você fez pra recuperar minha amizade com ele vale mais do que o amuleto. Então, fico muito grato por tudo que fez. – sorria com gentileza e alegria genuína – Mas, vamos, me contem como foi a experiência. E como vai o jovem Yamask? Conseguiram desvendar algo importante do que aconteceu com ele?

Morty conduzia o casal pelo amplo salão, caminhando com calma e tendo a oportunidade de verem todas as coisas do memorial por ali. Sua acompanhante os seguia, sorridente e serena.

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Era animador para o líder ouvir aquelas coisas, sobretudo que seu problema com o amigo tinha sido solucionado. Morty não via a hora de entrar em contato com aquele velho amigo para retomarem assuntos antigos e novos.

– Como suspeitei... – comentou sobre o fato de haver um terceiro elemento responsável pelo conflito entre eles – Não que este, que descanse em paz, tenha sido o único responsável por tudo. Afinal, nós somos os vivos e racionais, e melhor do que muita gente sabemos reconhecer o sobrenatural em nosso mundo. Ainda assim, fico satisfeito em saber que mais de uma coisa pôde ser resolvida de uma vez.

Depois de desabafar sobre aquilo, estava na hora de reencontrar Beowoulf. O fantasminha estava diretamente envolvido na missão dada pelo líder, então decerto que iria querer vê-lo.

– Que bom também que Yamask encontrou sossego e um novo propósito. Ele está aí com você? Temos algo aqui neste memorial que eu acho que ele gostaria de ver.

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Ao reconhecer Beowoulf como um Yamask galariano, portanto um bocado raro, a acompanhante de Morty soltou uma sutil exclamação de surpresa. Ficou admirada em ver o espécime e até deu uma voltinha ao redor dele para ver melhor. Já o líder fez diferente, sorriu daquela forma serena e se aproximou do fantasma.

Por instantes Yamask se distraiu olhando ao redor, mas assim que seus olhos encontraram os de Morty, pareceu haver uma conexão entre ambos. Morty nada disse, apenas sustentou o olhar cruzado de modo tranquilo e pacífico, quase como se estivessem conversando mentalmente.

– Hm. Ele me parece realmente conectado a você agora. E definitivamente mais satisfeito com sua nova vida, por enquanto. Só me resta te parabenizar por isso. – concluiu o líder, voltando a caminhar pelo salão e indicando para que o seguissem – Tem algo que queria mostrar a vocês. – parou diante de uma das peças em exposição e apontou para ela, um totem.


– Acho que nem preciso dizer quem são eles, preciso?! – questionava a todos. Yamask, sem entender, apenas observava o objeto.

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