Tony - como todo bom treinador - já havia passado de um tudo durante sua jornada. Não foi surpresa para ele notar um padrão no que parecia causar um sofrimento sem igual na corcel indomada. Usando de sua destreza e conhecimento adquirido em meses de treino junto de seu time, retirou uma Lum Berry, uma pequena frutinha esverdeada que era conhecida por realizar milagres.
Para tudo dar certo, Combusken deveria chamar a atenção da Ponyta irascível. O grande galo de briga chegou devagarinho, fazendo um gesto com suas grandes garras que só podia significar "calma! calma! vou te machucar!". Ponyta, entretanto, estava cega em sua loucura. Não queria e nem estava disposta a receber a aproximação daqueles estranhos, ainda mais desse pokémon quase de seu tamanho com unhas tão afiadas e proeminentes. Sentia-se encurralada! E é claro que, em situações como a que enfrentava, um pokémon selvagem se sentiria ameaçado e acabaria por reagir... E foi isso que aconteceu.
Conforme se aproximavam da Ponyta arredia, as chamas de sua crina aumentavam ferozmente, apesar da égua parecer um pouco fraca, debilitada diante daqueles "raios" arroxeados. Foi em segundos que a equina conseguiu desferir um coice poderoso no Combusken desavisado e depois mais um coice no treinador, bem em sua perna direita. Tony sentiu o impacto na hora, um calor repentino descendo até sua canela enquanto estava caído no chão. Combusken, por ser mais resistente, não sentiu tanto o forte golpe, mas aconteceu algo que talvez elucidasse como Ponyta chegou naquela condição: quando recuou com a força da pancada, pisou no que parecia ser um espinho magenta, escondido debaixo da folhagem alta. No momento que entrou em contato com aquilo, seu corpo adquiriu a mesma aparência que o de Ponyta, com aqueles raios magenta percorrendo toda sua extensão penosa. Ao mesmo tempo que tudo acontecia, a égua flamejante parecia finalmente abandonar a sua cegueira...
Quando viu que Combusken também sofria do golpe daquele espinho misterioso, percebeu a burrada que fez: em seu desespero, podia jurar que quem a afligia era o treinador e seu pokémon galináceo. Mas não faria sentido se o próprio pokémon fosse afligido pelas farpas escondidas, né? Pra piorar, percebia somente agora uma frutinha que reconhecia ser a salvação para a sua atual condição na mão de quem julgara ser seu algoz. Se Ponytas chorassem, esse com certeza estaria chorando agora, assim como Tony, que percebia que sua perna inchava rápido e adquiria uma tonalidade doentia. Se tentasse levantar, perceberia que mancava. Ponyta, entretanto, se ofereceu para ajudá-lo a se locomover, se aproximando com o rosto de puro arrependimento, suas chamas de repente parecendo acalentadoras e não agressivas e abrasivas. Percebia que não era interesseira pois não havia comido a fruta esmeralda ainda. Como será que Tony reagiria a isso tudo?