Steel Yourself

Journey through the depths

- Ótimo trabalho queridas, podem descansar. Mas antes, Eldritch, isso aqui pra você. - Esfregava uma das Potion comum na lulinha: - Logo você não vai se machucar tanto assim em batalhas, hehe. Agora descanse. Você também Zen, não precisa ficar mais de guarda. - Dizia para o Alakazam que ainda ficava ao lado de Han, agora, o meu único pokémon que ficaria para fora seria Venger: - Venger, agora é com você, fique atento para qualquer obstáculo e nos guie como sempre, hehe.

O Swoobat ainda estava um pouco bravo por não ter batalhado, mas ele entendia a situação em que a batalha tomou parte, logo não ficou tão irritado assim. Antes de partirmos para o objetivo final, é claro, eu tinha que ouvir o que Han tinha a dizer, afinal no momento eu nem sabia que a bolsa era dele, mas saberia logo que ele começasse a falar. E boas notícias, aquela batalha toda não foi apenas para salvar nossas vidas. Interessante, não é? É como se fosse algum tipo de destino ou simplesmente o plot que o narrador planejou.

- Oh, esperto. - Ter um mapa do local era realmente algo esperto, pois é algo até que óbvio que o Rotom Phone não funcionaria nas profundezas do Valley of Steel. Falando no próprio mapa, eu tomava um tempo para entendê-lo por completo, mas não demorava muito. Então de fato o meu objetivo está lá nas crateras, aquelas crateras intimidadoras, aparentemente sem fundo. Por um lado, se eu fosse por lá primeiro, talvez eu já tivesse terminado com minha aventura aqui, mas foi melhor eu ter demorado um pouco mais. Eu consegui salvar Han e isso me deixava feliz, aquela sensação de ter sido útil.

- Eu não tenho certeza. - Dizia em resposta a pergunta de Han, que acho que foi algo como uma pergunta retórica: - As pessoas que você mencionou antes, que queriam interferir na pesquisa, ainda me preocupam, mas ainda não nos encontramos com eles. Já os pokémon do bioma, aí que eu não sei dizer mesmo. Eu não sei o que tem naquela cratera, não conseguia enxergar nada pelo lado de fora. Mas, o quanto mais rápido irmos, mais rápido voltaremos. Venger, nos guie para fora dessa caverna. - Eu também espero que não tenhamos atrasos, mas nunca se sabe.

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Han assentia com a cabeça com a resposta da garota, ele sabia que não era possível prever o que aconteceria dali em diante, e mais do que ninguém, depois de experimentar do pior que o destino tinha preparado para ele. - Tem razão, mas estou mais seguro agora, e tenho certeza que você consegue nos proteger. - Ele sorriu e deu uma cutucada com o cotovelo no braço da garota, vendo que ela era mais tímida e tentando quebrar o gelo entre os dois. Independente da reação da garota, ele começaria a caminhar no segundo seguinte, já que as ordens dela fizeram Venger assentir e começar a voar novamente.

Dessa vez, o caminho de volta não teve tantas surpresas, eles tiveram de alternar para poder passar por cima do alçapão, ou talvez Kathryne apenas chamou Zen novamente para eles irem juntos; tanto faz, pra ser sincero. Em alguns minutos de caminhada eles viam a luz no fim do túnel, literalmente, e estavam de volta a superfície; nada havia mudado, além do sol, é claro. A essa altura da aventura, já era perto do meio dia, então talvez a trupe ficasse com fome, mas isso era algo a ser resolvido pelo próprio jogador; fato era que, uma vez do lado de fora, o Swoobat pareceu incomodado novamente, pelo costume de estar em ausência de luz por tanto tempo. Mas nada com o que se preocupar.

Seguindo então para o centro de tudo, perto da saída do Meteor Falls, onde agora encontravam-se os três juntos e determinados a ir atrás dos Beldum. Segundo o mapa de Han, era exatamente naquela descida nada atrativa em que estaria o lar dos metálicos, e Keyron, crente de que o rapaz não tinha motivos para mentir, tomou coragem, e decidiu que realmente iriam para lá. Eles encaravam juntos a beira do abismo, uma grande e imensa cratera, bem mais funda do que qualquer outra jamais vista, e só era possível saber isso por conta do desenho no mapa do cientista, já que era completamente escuro lá dentro ainda. O sol do meio-dia ajudava a iluminar um pouco mais, mas a distância ainda contribuía para o mistério ser mantido. - E então... Como vamos descer?

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OFF: Aprender Psycho Cut no lugar de Destiny Bond.

Han se mostrava uma pessoa confortável de ter ao lado, ele era amigável e não se mostrava incomodado com o meu jeito tímido e sem muito jeito com as palavras. A cutucada com o cotovelo que ele me deu me arrancou um sorrisinho, ele definitivamente não era o tipo de pessoa que me "drenava" só por eu estar perto dela. Isso era bom porque eu conseguia me concentrar bem na tarefa que eu tinha aqui no Valley of Steel e falando na tarefa, eu seguia Venger em direção a saída da caverna.

E como era de se esperar, o caminho de volta foi tranquilo. Eu usava o Rotom Phone como lanterna, para ficar de olho em obstáculos, principalmente aquele alçapão que eu não lembrava onde estava e tinha chances de eu acabar caindo nele. Isso não aconteceu, caso as coisas ficassem ruins eu chamaria Zen para me ajudar, mas não foi preciso, logo eu estava fora da caverna e o único que não gostou disso foi Venger, que estava esse tempo todo em sua "casa".

- Certo, você já fez o suficiente querido. Não vou te deixar aqui no sol. Volte. - Literalmente zero objeções e o morcego já estava de volta em sua esfera bicolor. Depois disso, apenas prosseguíamos caminhada em direção a tal cratera e chegamos. Eu olhava para aquele buraco, engolindo o seco como um gesto de preocupação. Longe de mim desconfiar de Zen, o meu mais poderoso pokémon, porém, eu não sei quanto tempo ele vai ter que me segurar e depois levar Han lá em baixo e depois ele mesmo descer. Deve ser cansativo. É certamente maior que o alçapão em que eu encontrei Han.

Mas enquanto as dúvidas e preocupações chegavam em enxames na minha cabeça outra coisa também chegava: a fome. Eu realmente não comi desde a hora em que cheguei no Meteor Falls, o que era bem na manhã, chuto umas nove horas. Agora são meio-dia segundo a altura do sol. Suspirava, enquanto eu via Han também encarando aquele abismo e então joguei a sugestão. Estávamos com pressa, pelo menos eu acho que Han estava, porém, o que eu vou sugerir não deve comprometer tudo. Não é?

- Umm... o que você acha da gente dar uma descansada? A minha única ideia pra gente descer ali é usar o meu Alakazam, mas eu não sei se ele aguenta. Quer dizer, eu sei que ele é muito poderoso, mas ele vai ter que usar muito da sua força psíquica, pois ele vai ter que nos segurar por uma longa distância. Então, enquanto isso, só vamos dar uma pausa, só alguns minutos. Eu inclusive estou com fome. - Eu estava com fome, mas eu não tinha nenhuma refeição digna de um almoço, até porque não é o tipo de coisa que se guarda em uma mochila. O que eu tinha era uma barra de chocolate. Eu falo do meu Espeon, mas eu sou uma viciada em doces também, sinto que eu deveria carregar algo mais "nutritivo".

Enfim, esperaria a resposta de Han enquanto eu começava o meu "almoço".

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Han encarou o buraco, depois encarou Kathryne, voltou para o buraco e retornou para a garota quando ela resolveu falar. Fazia sentido o que ela dizia, afinal, ele também estava com fome, mas só tinha reparado agora que ele tocou no assunto; era meio dia, o sol quente certamente faria mal se eles simplesmente ignorassem os pedidos do próprio corpo, e apesar da pressa, não iria acabar com tudo se parassem por cinco minutos que fosse. O cientista assentiu com a cabeça.

- Acho que é uma boa ideia. Tenho algo até pro seu Pokémon. - Ele começou a fuçar na bolsa novamente, e sem querer, por debaixo do ombro do jaleco, Kath via um resquício de uma roupa preta, comum; em alguns segundos, o garoto sacou algumas barrinhas em sacos acinzentados, e entregou uma para a garota. - Essa você pode dar pro Alakazam, vai ajudar ele a recuperar energia mais rápido. - Disse enquanto abria a sua própria e dava uma mordida. Depois ele ofereceu uma para a garota, e se sentou ali, perto do abismo mas longe o suficiente para não cair; um cantil de água também surgiu de dentro da bolsa, bem fechado para não vazar, e ele matava sua sede enquanto devorava as barrinhas nutritivas. Era um momento mais descontraído, mas ele não parecia tão interessado em conversar...

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Eu dava voz as minhas preocupações sobre o fato de Zen provavelmente não conseguir nos carregar até o fim daquela cratera e Han parecia ter uma solução para o problema. Umas barrinhas que ele diz que vai ajudar o psíquico a recuperar suas energias. Olha, é melhor do que nada, então não custa tentar. Eu mesma até pegava uma para mim mesma para minha única refeição não ser algo repleto de açúcar e gordura como uma barra de chocolate. E claro, liberava Zen para a pokébola e oferecia as barrinhas para ele.

- Obrigada. - Dizia para Han e então me virava para o meu psíquico: - Hey, querido, tá bem descansado? Se não tiver tão bem assim, toma isso aqui, vai repor suas energias. E eu inclusive te queria bem descansado porque vou precisar da sua ajuda de novo. - O psíquico aceitava as barrinhas e me seguia até a beira da cratera onde eu mostraria o que ele tinha que fazer: - Então, você vai nos carregar até lá embaixo. Primeiro eu, depois o Han e por último você mesmo. Que nem da última vez, só que é um buraco bem mais profundo, então com certeza deve ser mais exaustivo. Então, só tente fazer isso se você tiver certeza que consegue. Não que eu esteja duvidando de você.. umm... - Olha só, fiquei tímida ao falar com o meu pokémon.

É aquele sentimento, eu não queria que Zen entendesse que eu estivesse o subestimando, mas bem, ele é um psíquico, se ele quiser ele pode saber exatamente o que eu estou sentindo e parece que foi isso que ele fez nesse exato momento. Ele entendeu que o que acontecia não era que eu estava o subestimando, mas sim o meu típico pessimismo e preocupação. Eu acho. Enfim, o psíquico assentia e concordava em fazer tudo isso, mas eu não deixava de ficar preocupada.

Tch, deixa disso Kath. Não é como se tivesse outra maneira de descermos até lá. Equipamentos de alpinismo? Nem mesmo Han que veio mais preparado pro Valley of Steel tem coisa do tipo. E também, mesmo com equipamento, eu não me sentiria segura, até porque eu com certeza não sei manusear algo do tipo e aquela cratera certamente não era o lugar mais seguro. Pensando bem, confio mil vezes mais no meu Alakazam do que em qualquer equipamento que eu nunca toquei na vida e que sequer temos por aqui. Já decidi, inclusive já chamaria Han para quando ele estiver pronto.

- Han, me avisa quando você achar que a gente já pode ir descendo. O Zen vai me carregar primeiro, depois você e claro, por último ele mesmo. - Eu seria a primeira, porque se for pra algo dar errado, que dê comigo e não com Han. E também, Zen se sentiria mais seguro me controlando do que controlando o cientista. De qualquer modo, apenas esperaria a resposta dele e então seja o que Arceus quiser.

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OFF:

Han sorriu quando os dois (Kath e Zen) aceitaram a barrinha que ele trazia consigo, era de uma coloração amarelada e tinha claramente aveia ali, mas de resto não dava muito pra saber o que era o conteúdo; era gostosa, contudo, então eles não tinham do que reclamar. Os três comeram por um tempo, com o cientista aproveitando para descansar as pernas e a coluna sentando próximo de uma grande rocha e encostando ali; Kath por sua vez ficou perdida em seus pensamentos, enquanto o Alakazam parecia fazer sei lá o que com ela. Bem, o que aconteceu entre o momento que eles começaram e terminaram de comer não fazia tanta diferença, então vamos para o que realmente importa.

Assim que todos terminaram, Han se levantou e foi para o lado de Keyron e o psíquico, que analisavam a descida da ravina e ficavam tentando identificar a melhor maneira de fazer isso; ele entendeu que ela desceria primeiro, e depois ele, e assentiu. - Tenho certeza que o Zen vai conseguir, as barras energéticas que eu entreguei ajudam ele a potencializar o poder da mente, e também nos ajudam a ter mais disposição, então não vamos ficar tão cansados. - Ele garantiu, guardando o resto de sua própria barrinha na bolsa, e se voltando para a garota. - Podemos, então? - Questionou, recebendo uma resposta positiva da dupla, e se preparando para a descida.

Então, começaram-se os trabalhos, com Kathryne sendo a primeira; o Alakazam levitou ela no ar, como sempre fazia, e começou a desce-la. O trajeto não era muito visível, tudo que ela via na verdade eram rochas dos dois lados da fresta de montanha, e escuridão sem fim; mas não havia nenhum sinal de perigo, ou de Beldum, algum. Depois de três a quatro minutos, ela finalmente alcançou o chão, e com isso, o psíquico sentiu que deveria solta-la, repetindo então o processo com o o cientista, e por fim, ele mesmo descendo; o que aconteceu, contudo, quando o Pokémon atingiu o chão, foi uma exaustão sem tamanho. Ele se colocou em seus joelhos, e parecia querer desmaiar de fraqueza, o que com certeza era o sinal maior do cansaço que ele estava sentindo.

Considerando que Kath iria retorna-lo para a pokébola, os dois então estariam livres para explorar o lugar, que não era nada convidativo. As rochas e todo o ambiente era rude, como se enviassem uma mensagem a qualquer pessoa que se atrevesse a chegar ali, de que não continuasse; algumas pedras mais pontiagudas saíam de dentro das paredes apertadas e claustrofóbicas do único caminho a frente, então, eles teriam não só de serem obrigados a ir por ali, como também, tomarem muito cuidado durante a passagem. Kath, ao contrário do que Han dizia, não se sentia mais disposta com a barrinha, mas sim, mais cansada; talvez fosse o chocolate, ou o excesso de horas em pé, mas ela estava realmente mais exaurida. De qualquer forma, com um único trajeto, a única opção era, obviamente, seguir em frente, sem ter certeza do que encontrar...

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E aquele momento tenso chegava. Eu sei que não devia duvidar da capacidade dos meus pokémon, mas ao mesmo tempo eu olhava toda aquela imensidão e profundidade. Quantos metros abaixo deve ser aquilo? Vai ser um esforço e tanto, porém era a nossa única opção. Eu tinha que confiar em Zen, ele confiava em si mesmo e também confiava na minha ideia, ele provavelmente teria recusado a sequer pensar em fazer algo do tipo se não conseguisse. Disso eu tenho certeza. Enfim, é só deixar me levar.

E eu flutuava, meu corpo todo sob o controle dos poderes psíquicos do meu confiável Alakazam. Até que o caminho estava sendo bem tranquilo, nem sequer me ralava um pouco nas rochas, por fim depois de um tempo, que eu não sei quanto era, honestamente minha noção do tempo já estava bem deteriorada graças a irregularidade dessa vida de viajante. Mas o que importa é que eu estava no chão e agora bastava apenas aguardar Han e Zen. O que era mais simples pensar e falar do que fazer. Em gestos típicos meus eu andava de um lado para o outro em círculos, a espera dos dois.

E quando Zen finalmente desceu algo que eu até esperava que acontecesse aconteceu. Apesar de ser de certa forma esperado, eu não deixava de dar um suspiro de surpresa, de choque. Ver o meu mais poderoso pokémon exaurido daquele jeito significa que foi de fato um esforço e tanto. Era preocupante não poder estar com o meu mais confiável pokémon ao meu lado, pois eu teria que deixar descansando na pokébola. Mas eu tenho um esquadrão de pokémons incríveis, eles dão conta.

- Muito obrigada, muito obrigada mesmo querido. Agora volte, tenha o descanso que você merece. - Em um gesto bobo, quer dizer que eu achava bobo, tanto que fiquei corada com medo de que Han percebesse. O tal gesto era um beijo na pokébola do Alakazam antes de guardá-la. Mas deixando essas bobeiras de lado agora eu tinha que focar no caminho a nossa frente e aquela sensação de "eu não deveria estar aqui" era intensa, mas eu confiaria na lógica de Han e também é o único ponto de referência grande que sobrou.

- Bem, vamos precisar de espaço pra andar por aqui, então infelizmente acho que é melhor ficar sem os meus pokémon por perto. Sigh, gosto da companhia deles. Mas bem, só temos um caminho né? Então vamos. - Eu começaria a andar, com o Rotom Phone em mãos para iluminar o caminho mas então eu começava a me sentir estranha, ou melhor, literalmente cansada. Não sei o que foi, talvez o fato da minha primeira refeição ter sido longe do ideal, uma barra de chocolate, sério. Mas eu tentava resistir, inclusive diria para Han: - Eu tô bem, não se preocupe. - Isso é o que se diz para não alarmar as pessoas, mas justamente deixa as pessoas preocupadas.

Só espero não desmaiar no meio do caminho, isso vai ser horrível. Han não pode ficar sozinho.

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Han presenciava a cena tocante e sorria de leve, ele sabia que Kath cuidava muito bem de seus Pokémon pelo pouco tempo que conviveram juntos, e por isso, tinha empatia pela garota; deveria ser destruidor ver seu melhor Pokémon num estado tão debilitado, e saber que não poderia contar com ele pelos próximos momentos. Contudo, ele sabia que a missão deles era mais importante do que isso, e por esse motivo, apenas assentiu quando a garota disse estar bem, começando a caminhar com ela. Não saía uma palavra sequer de sua boca desde que eles chegaram na parte inferior, apenas um pequeno sorriso se mantinha em seus lábios conforme eles caminhavam.

O começo do trajeto já era pouco convidativo, mas a cada centímetro que eles adentravam, tudo ficava ainda mais complicado. Keyron ia na frente, segurando seu celular e cedendo o caminho para o cientista, e por isso ela era a mais afetada; afetada no sentido literal. Por não ser tão cuidadosa de natureza, algumas das pedras acabavam raspando nos braços e pernas de Kathryne, arranhando um pouco, mas não o suficiente para ser considerado um machucado. Eram apenas escoriações, mas em uma quantidade maior do que ela estava acostumada. Posso dizer que eles caminharam por muitos minutos, bem mais do que a descida até a ravina; passaram pulando por alguns fossos, se equilibraram em algumas estacas de rocha pelo chão e pelo teto, mas finalmente pareciam alcançar algo.

Do fundo da escuridão, uma luz grandiosa se acendia; aos poucos eles se aproximavam e a luz ia ficando cada vez mais forte, até eles chegarem no grande poço. Era um depósito de minerais, como os outros, mas muito mais grandioso; imensas pepitas e estalactites de cristal eram dispostos ali e iluminavam a pseudo caverna, que contava até com um líquido estranho e metálico no chão, que parecia muito com mercúrio (bonito, mas ameaçador). Ali, entre os cristais, eles viam: Beldum e Metang. Seres de puro metal, flutuando e interagindo, como se trocassem informação entre si numa pseudo-conversa, na língua deles, claro.

Haviam muitos, mais do que os olhos dos dois poderiam contar, e foi nesse exato momento que Kath desceu nos joelhos; parecia que toda a energia de seu corpo foi tirada de si, e quando ela se deu conta do que estava acontecendo, seus olhos se fecharam, e sua consciência, apagou...

Alguns sons estranhos de metal batendo contra metal poderiam ser ouvidos conforme a garota retomava o controle de seus próprios sentidos. Os ouvidos foram os primeiros a "acordar", depois, o tato, onde ela sentiu algo a prendendo, uma força contra seus braços e pernas; por fim, os olhos se abriram, lentamente, e ela encarou o mundo de lado. Percebendo que estava deitada, amarrada com os braços e pernas, tudo que ela via era um jaleco jogado ao seu lado, um homem de roupas pretas atrás de um Aggron, que destruía Beldum e Metang de maneira simples, como se brincasse de bola. A cada Pokémon derrotado, uma rede era disparada, e o selvagem era preso. Algo estava muito errado...

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Han não falava muito na verdade ficava completamente em silêncio, o que me deixava um pouco intrigada, mas entendo que ele quer se concentrar em chegar logo até os Beldum e provavelmente deve estar cheio de pensamentos em sua cabeça sobre os pokémon metálicos. Eu também estava cheia de pensamentos e logo eu mesma também não falava muito durante o caminho porque não tinha o que falar, pelo menos nada de importante. Apenas seguia em frente no que aparentava ser um longo e árduo caminho.

Árduo porque pedras raspavam no meu corpo, nos meus braços e pernas. Não causaram nenhum machucado tão grande assim, mas é claro que era longe de ser algo confortável. Isso somando ao cansaço que eu estava sentindo, que inclusive me impressionei pelo fato de não deixar Han preocupado, o que deve significar que ele está bem centrado na tarefa. Enfim, os machucados e o meu cansaço deixavam aquele caminho mais pesado do que deveria ser, com nós dois andando por muito tempo, aparentemente mais tempo do que levamos para descer pela ravina. Será? Eu honestamente não tenho ideia, só preciso me manter em pé até acharmos os tão procurados Beldum.

Mas todo caminho tinha um fim, aquele corredor estreito e escuro logo daria lugar a um amplo e brilhante depósito de minerais. Meus olhos brilhavam ao ver todos aqueles cristais e até mesmo o líquido provavelmente tóxico. Aquele lugar, apesar de parecer perigoso, era lindo e tinha algo a mais que me deixaria mais empolgada ainda. Sim, isso mesmo que quem estiver lendo está pensando. O objetivo de tudo isso.

- Conseguimos Han, consegui... - E então o cansaço acumulado atacava. Eu caía de joelhos primeiro enquanto ainda fitava os Beldum e Metang, mas não os fitaria por muito tempo. Logo depois meus olhos se fechariam e logo eu apagaria por completo. Eu apenas tinha uma pergunta antes de eu apagar. Foi apenas cansaço mesmo? Não sei, talvez saberia no futuro.

Sigh, quando tempo eu estive dormindo? Eu estava acordando aos poucos, provavelmente o que me fez acordar foi o som alto de metal batendo em metal. Eu murmurava ao ouvir o som: "Mm... que merda de barulho é esse...", até que eu tentava me mexer, tentava levantar e então sentia que estava presa. Ok, agora tem uma coisa muito errada por ali, que eu veria quando meus olhos abrissem. Então, o medo tomou conta de mim, não pelo pokémon enorme destruindo os Beldum e Metang, eu estava confiante de que conseguiria pará-lo. O que me assustou foi o jaleco que eu vi largado ao meu lado. Não pode ser.

E para completar o medo, eu via que aquele Aggron não era selvagem. Eu mesma já disse durante essa aventura, que os pokémon selvagem nunca me mostraram tanta ameaça na minha vida de treinadora quanto outras pessoas. Eu sei o quão ruim as pessoas podem ser e aos poucos eu assimilava que eu estava perto de uma dessas pessoas ruins. Impulsivamente eu começava a falar, longe de ser a decisão mais inteligente, mas o meu medo e desespero me levava a falar essas palavras:

- Cadê o cientista que estava comigo? Onde ele está? Por favor não façam nada com ele. - Na verdade estavam mais para murmúrios, provavelmente aquele homem de preto nem ouviu graças a todo o barulho que ele fazia ao derrotar e capturar os indefesos Beldum. Se ele ouvisse, ele provavelmente só daria um jeito de me apagar e fazer com que eu calasse a boca: -Por favor... Meus últimos murmúrios antes de ficar apenas fitando a situação.

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O primeiro instinto da garota foi o de falar, sabe-se lá porque, essa era sempre a reação humana em situações ameaçadoras; pedir por clemência e implorar pela própria integridade. Não seria a primeira pessoa a fazer isso, e nem a última, mas certamente aquilo seria importante para o estado em que a garota se encontrava, afinal, chamou a atenção do homem de preto, querendo ou não. Ele virou-se lentamente, com um olhar curioso e um grande "R" avermelhado no peito de sua camisa preta; parecia muito com alguém que Kathryne conhecia, era um oriental, mas tinha uma expressão muito mais crua e maldosa. Ele sorriu ao ver que a garota havia acordado, e colocou uma das mãos na cintura, começando a caminhar na direção dela, enquanto o Aggron continuava a massacrar os Beldum.

Quando se aproximou, a garota teve certeza: era Han. O rapaz pendeu o torso a frente para encarar a menina no chão, e deixar seu rosto bem próximo do dela, mas ainda a uma distância segura. - Finalmente acordou, huh? Estava com medo de você ter comido demais o doce e acabar dormindo pra sempre; isso seria realmente uma pena, jovem Kathryne, porque você não poderia testemunhar a grandeza do que estou fazendo aqui. - Ele apontou para seu Pokémon e deu uma bela de uma risada da cara da garota; arrumou a postura, e segurou a garota pelos braços, levantando-a de maneira abrupta e a deixando sentada, agora, de costas para uma rocha. - Imagino que essa seja a hora em que o grande vilão explica todo seu plano para a mocinha... Mas eu não sou um vilão qualquer.

Outro riso sincero, e ele largou a menina ali, voltando para perto de seu metálico e indo atrás de outros dos Beldum que ainda tentavam fugir, ou se esconder atrás de Metang mais fortes. A cabeça de Kathryne começava a doer de maneira descomunal, era como se alguém estivesse tentando invadir seus pensamentos, e tudo que ela conseguiu decifrar dessa mensagem foi uma imagem: a imagem do buraco de onde estavam seus Pokémon e itens, escondido ali próximo da entrada da caverna. Foi depois dessa imagem que ela ouviu um estrondo, algo que chamou a atenção da dupla de inimigos, e que fez o s Beldum tomarem coragem; ao mesmo tempo em que, do céu, um grande ser esbranquiçado surgiu. Era maior que os Metang e os Beldum todos juntos, e se igualava ao tamanho do Aggron; ele se colocou entre Han e os selvagens, e com certeza aquilo seria o início de uma batalha.

Kath sentia aquele presença como se fosse familiar, e como se já tivesse falado com aquele Pokémon antes, e isso foi o suficiente para um dos Beldum conseguir fugir e se aproximar da garota, apenas para conseguir estourar as cordas de suas pernas, até Han perceber e ir captura-lo. Ele não prendeu novamente as pernas da garota, pois tinha de lidar com o grande ser, então, se Keyron iria agir, a hora era agora...

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