Pirâmide do milênio

 
Sete dias para o fim das minhas férias. Aproveitei boa parte da minha licença para poder estudar. Confesso que me diverti pouco, tentando ficar mais entretido com os livros, pesquisas e números e, mesmo assim, não sabia que tinha conseguido uma Mega Stone... Bem, isso é capítulo para outro dia, já que agora, eu estava diante de mais um desafio para poder enfrentar, bem recreativo, por sinal! Estava na base da Pirâmide que tinha pousado em Cinnabar. Deveria ter muita gente ao redor, todos esperando para entrar. Eu fiquei empolgado, confesso!

Ambipom estava no meu lado. Parecia estar tão empolgada quanto eu, enquanto olhava para qualquer sinal que fossem me dar para poder entrar. Um labirinto. Desafios. Prémios. Era o suficiente para que eu pudesse cogitar estar ali. Ambipom estava animada também! Suas caudas se agitavam e era perceptível que a macaquinha estava ansiosa, pulando no meu ombro para o chão e vice-versa, várias vezes. Ganhei uma faixa de cor magenta que era a cor que me foi ofertada e amarrei na testa, assim como amarrei na testa de Ambipom. Esperávamos pelos desafios...

Era uma construção gigante. Ambipom e eu começávamos a perder de vista aquele monstro tecnológico e cheia de mistérios. Era deslumbrante ficar diante de algo assim... Tão deslumbrando que eu nem vi quando a pirâmide simplesmente desapareceu e várias cordas foram lançadas do alto. - QUE- na minha reação exagerada, eu deixei a macaquinha cair no chão. Tanto eu, quanto ela, estávamos impressionados com o sumiço da pirâmide DO NADA. Claro que meus reflexos já me preparavam para uma emboscada... Mas não era isso! Era apenas um holograma, uma pegadinha do chefe da fronteira.

Enquanto eu prendia o gancho no sinto, observei as pessoas ao redor a serem puxadas para o alto.- Vamos, garota!- ambipom, em um salto, agarrava a minha perna, escalava até a cabeça e rapidamente começava a subir a corda até a base da pirâmide. Certamente chegaria lá primeiro do que eu. E fez bem! Em salas protegidas de uma queda de muitas alturas, eu e Ambipom aproveitávamos a hospitalidade do chefe da torre. Comidas por todos os lugares e muita gente, fazendo seu network, enquanto eu e Ambipom enchíamos a pança. Os pãezinhos e salgadinhos estavam ótimos. Tinha de camarão? Peguei de camarão também! Salada de frutas bem preparada e uns bolinhos únicos.

Claro, a gente tentou manter o equilíbrio. Um de cada, pra experimentar e não ter que abandonar o evento por problemas gástricos. Estava ali pra si divertir. E se a diversão for só naquela sala, estava valendo! Sentamos no sofá com um pratinho para cada lotado. Ambipom conseguia bem carregar a comida com suas caudas, então, ela meio que levou dois pratinhos... Mas ela precisa de mais energia que eu, né?

 
Enquanto estava me deliciando com o camarão empanado, uma menina surgia. Ela dizia ser uma IA, o que eu não sabia o que significava, mas parecia ser uma das organizadoras. De onde surgiu? Para onde vai? Não sei, estava ocupado demais com a comida. Foi naquele momento que eu notei que a aventura na pirâmide ia começar e eu não poderia ficar de fora disso. Peguei o meu pratinho e deixei na mesa. Se ninguém tivesse vendo, iria pegar um ou dois salgados para mais tarde. Ao chamar, eu tive que demorar um pouco para fazer Ambipom desistir dos pratinhos dela e puxá-la para o elevador que surgia ali.

Foi neste momento que eu comecei a ficar levemente ansioso. No meu celular, a imagem da pirâmide como a IA falava... Que inteligente! Quer dizer...AAAAAAAAAh! IA era inteligência artificial!!!!!  Possivelmente era um holograma! Que cara cheio de recursos, hein??? Dava comida e diversão! Gostei dele! Foi neste momento que o elevador se abria em uma tumba antiga, fazendo-me arquear as sobrancelhas e soltar um leve e abadado. - Woooww!- de admiração, né? Dei dois passos para fora, junto de Ambipom, que em passos curtos admirava o local. Meio antigo, meio misterioso.

Dei uma leve inclinada para o celular. Eu estava ali e aparentemente, todas as entradas, tinha a formação de desafios. Eu estava ali pelos desafios, né? Diversão em primeiro lugar! Claro que talvez não fosse a melhor escolha ficar nos desafios como um todo, pois tinha desafios mais instigantes por todos os lados. Caminhei para fora daquele local e segui com Ambipom, em passos cuidadosos para a lateral do mapa, procurando a primeira entrada na parte sul daquele labirinto.

 

Empolgado, eu começava a andar pelos corredores sem ao menos olhar para trás. Ambipom seguia ao lado. Às vezes, eu olhava suspeitando para alguns locais, mas como eu tinha um MAPA em meu celular, eu logo percebi que seria menos difícil aquele local. Ora! Desde que seguisse o mapa, chegaria ao centro do labirinto rapidinho. O que encontraria lá? Um Minotauro? Esperava que não! Mesmo assim, segui com um pouco de cautela, até chegar em um beco sem saída! Parece que interpretei alguma parte do mapa errado... Acontece!

Voltei para poder sair dali, foi quando a parede se fechava. - Eita! Perigoso isso aqui!- dizia ao olhar aquela parede, prendendo-me ali. Parecia pedir uma senha... Como poderia pedir uma senha?? Uma charada surgia e eu não estava preparado para aquilo. Sentei no chão e suspirei. Peguei meu RangerPad, a canetinha e comecei a escrever. Ambipom, curiosa, bisbilhotava tudo. Eu tinha que desvendar o mistério. Comecei a escrever no bloco de notas, sussurrando, quase que inaudível, o meu processo de pensamento. Lembro que rasurei duas vezes a folha...

- 147????- era uma resposta muito simples... Acho que eu errei?

 
Queria eu ter uma bússola que funcionasse neste momento. Nem do celular, nem dos Rangetools, davam a segurança que eu precisava naquele momento. Encarei aquele desafio como um teste de sentidos. Nem sempre precisamos de uma bússola, primeiro é tentar me orientar de acordo com o mapa. Se aquele local era um caminho fechado, eu retornaria, até achar a lateral do labirinto, enorme que se estendia. Ambipom estava confusa e pulava em meu ombro, enquanto esperava saber qual o caminho a seguir. Pelo mapa, não tinha muitas opções, então, seguiria até achar a lateral, tentando me orientar espacialmente por ali. Então era um olho na estrada, outro olho no mapa do celular.