[Missão de Sociedade] Sheer Force

Não era só uma questão de os selvagens serem ou não agressivos por ali. Tinham ido parar ali por acaso, já que a cidade andava meio abandonada e, de certa forma, as necessidades de todos aumentava. Porém, obviamente que eles sabiam reconhecer um time de peso quando via um, e Ayzen e as meninas estão em maior número e nível evolutivo, o que já é muito para os selvagens lidarem.

Enfim, seria mais fácil agora procurar pelo jardim abandonado, pois tinham muitos olhos, instintos e formas distintas de fazer isso. Togekiss estava focado no serviço, mas se dividia observando todo mundo lá embaixo, então nada achou. Raboot e Ayzen tinham gasto sua cota de sorte, idem.
Lampent, por outro lado, seguia bastante sortudo, tendo achado um ovo perdido debaixo de um arbusto denso que ele desejava queimar para não o impedir.

O terceiro e último ovo foi achado por Minccino, o único com tamanho e destreza suficientes para entrar no tronco de uma árvore morta, onde o ovo se escondia. De lá, inclusive, veio também o choramingo de um filhote de Meowth. Provavelmente a mãe fez uma última tentativa de proteger seus filhotes antes de morrer. Que ela se alegre, onde quer que esteja, pois foi bem sucedida. Seus bebês estariam seguros!

Celadon City – Manhã | 28ºC – Ayzen

Tudo convergia para o fim daquela busca, de fato. O parque não era grande, então não sobraria muito lugar onde procurar depois de todos os sete vasculharem bastante. No fim, Ayzen até faria o serviço mais básico da sua classe: resgatar gatinhos em árvores. Ele tinha bastante prática nisso, sabendo exatamente onde pegar, como, e o que esperar de arranhões. Já as pequenas Joy também tinham na prática as experiências básicas da profissão que almejavam.

– Sim, precisamos ir. Esse filhote parece desidratado. – dizia a mais velha, olhando o gato nas mãos do Ranger. A menina até tirou sua própria jaqueta e envolveu o felino nela pra evitar que ele ficasse muito agitado.

– E esse ovo tá frio... Não pode! Não temos Pokémon de gelo aqui. – comentava a menor, indo direto até Lampent para fazer uma oferta – Senhorito, tome. Ele vai ficar mais quentinho com o senhor. – a menina entregava então o ovo para o fantasma.

Assim, o trio podia finalmente deixar o jardim abandonado, deixando também os selvagens que ali habitavam à sorte de seus próprios instintos para encontrarem presas menos frágeis para caçar. Hora de voltar ao Centro Pokémon!

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O caminho de volta ao Centro Pokémon pareceu se cumprir mais depressa do que a ida até o jardim. Vai ver é porque agora todos estavam ansiosos pra dar atendimento adequado aos ovos e ao bebê.

Como as mini Joy eram praticamente autoridades por ali, saíram entrando no CP sem fazer cerimônia, e é claro que arrastaram Ayzen e sua trupe juntos. O Ranger reconheceria parte daqueles corredores e salas, depois da recepção, já que esteve ali visitando a UTI há algum tempo. Porém, dessa vez conheceria uma sala nova, o berçário.

Era um lugar espetacular, com a parede principal tomada de inúmeras prateleiras repletas de incubadoras, apesar de nem todas estarem ocupadas, havia muitos ovos já em cuidado por ali. A tecnologia tinha alcançado aquele lugar de tal forma que cada uma das incubadoras podia ser monitorada individualmente. Contudo, também tinha espaço para algo mais "retrô", como a escada que corria em trilhos e permitia acesso às prateleiras mais altas.

– Podemos colocar os ovos aqui, por enquanto. Vamos precisar fazer uma higienização básica e depois colocar nas incubadoras. – Clara explicava à Ayzen, obviamente, já que a pequena Aja nitidamente conhecia o protocolo.

– O filhote pode por ali, moço. Audino vai dar uma olhada nele. – E então a Pokémon que nem lhe pertencia começou a agir, tranquilizando o bebê primeiro.

Os procedimentos seguintes eram bem básicos: passar um pano umedecido com uma solução especial para limpar as cascas; colocar os ovos nos espaços vazios - coisa que o Ranger poderia fazer com maior facilidade dada sua altura -; por fim ligar o equipamento que os monitorava e ajustar parâmetros, principalmente a temperatura que era crucial para o desenvolvimento dos fetos.

– Bem, obrigada pela ajuda, senhor. – depois que os primeiros passos tivessem sido dados, Clara agradeceria – Imagino que a prima Joy queira lhe ver agora terminamos por aqui. – as duas sorriam com aquele olhar gentil muito familiar das enfermeiras.

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As meninas ficavam igualmente agradecidas pela manhã produtiva. Até porque se não fosse o Ranger com elas, provavelmente teriam tido mais problemas pra conseguir realizar tudo que deviam, principalmente com o risco de serem atacadas por criaturas selvagens, além de terem bem menos pares de olhos e instintos para fazer a busca.

Enfim, Ayzen encontrou, na recepção, a versão madura e cansada de Joy, que naquele momento misturava serviços burocráticos com um refeição, então numa mão segurava uma quentinha e na outra o mouse, sentada atrás do seu balcão.

– Senhor Kitshomo, olá. – cumprimentou novamente, deixando o pote de lado e educadamente limpando os lábios num lencinho que tinha sobre a mesa – Chegou bem na hora. Acabo de receber o novo lote com os doces que a prefeitura tem ofertado a vocês, em gratidão ao serviço prestado pela cidade. Tome... – de uma gaveta no balcão ela tirava um saquinho, sobre o qual Lampent crescia os olhos mesmo sem nem ver o conteúdo; talvez fosse o aroma açucarado característico que o atraía.


– E como foi com as garotas? Chegaram e passaram feito Sharpedos lá pra dentro, mal pude saber se correu tudo bem. – comentava.

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Joy seguia muitíssimo grata pela ajuda e, se deixasse, com certeza estimularia Ayzen a encontrar mais e mais tarefas pra fazer por ali, afim de explorar um Ranger daquela patente e experiência. Mas, como ela não tinha tal influência e poderes, além de o rapaz já ter outra missão a ser iniciada muito em breve, a enfermeira só repetia o agradecimento, recolhia o crachá e a braçadeira de voluntário do Centro Pokémon e o deixava partir.

Pelos poderes a mim investidos de lidar com seu destino por aqui, coloco então em seu caminho tudo de que precisa para se organizar até a próxima missão. Montados na esquina mais próxima do Ginásio de Erika haveriam alguns carrinhos de food truck com opções de comidinhas mais práticas de comer na rua. Um dos carrinhos servia gratuitamente voluntários de todos os tipos, mas tendo largado o serviço no Centro Pokémon, Ayzen não preenchia mais o requisito. Circulava novamente por aquelas ruas como Capiton.

O Ginásio de Celadon era uma beleza à parte com seu verde e cores exuberantes do imenso e bem cuidado jardim da líder. Obviamente destoava de todo o resto meio abandonado da cidade, mas o que esperar de uma mulher zelosa como Erika?! O lugar, contudo, estaria pouco movimentado também, já que os desafios no Gym tinham sido suspensos durante este período. Os treinadores que por ali circulavam o faziam por serem voluntários de outros serviços; estavam de ida ou vinda de outros lugares, ou só eram as aprendizes da líder. Porém, o Storage estaria lá, disponível na própria recepção desta vez. Livre acesso!

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