laughing and not being normal

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Nunca que eu imaginaria passar por isso, mas acho que tudo na vida tem seus altos e baixos, né? Esse com certeza era um alto. Não esperei nem mesmo um dia inteiro para ir até Goldenrod; depois de entregar meu recrutamento para o QG, recebi uma missão um tanto quanto inusitada. Teria de parar os Rangers numa operação relativamente tranquila, ajudar as três áreas da instituição á resolver o problema e por consequência, decidir a qual área entraria; eu sabia que haviam três, o suporte, a inteligência e o campo. São três áreas completamente distintas, e que tinham seus prós e contras; a explicação que recebi foi sucinta, mas pelo nome dava de imaginar algumas coisas.

O primeiro era que o Campo era o mais atrativo; como alguém que quer desarticular um sistema de apostas em mortes de pessoas, com certeza agir em áreas era a parte mais indicada. A Inteligência também fazia certo sentido, entender como as coisas funcionavam e desenvolver projetos e itens para as outras áreas; Suporte era a que menos me interessava, definitivamente a mais chatinha e que eu provavelmente não cogitava entrar. Provavelmente o meu desempenho nas duas áreas que estava em dúvida era o que definiria para qual entraria quando voltasse ao esconderijo; a parte boa era que eu não tinha como falhar nessa missão, afinal, eu estava ali apenas para ajudar.

Pousei na maior cidade de Johto (e uma das maiores de todas) perto do Centro Pokémon, queria me certificar de que estava muito bem munido de poções e itens o suficiente para aguentar o tempo em missão. Estava trajado de maneira relativamente tranquila, não tão despojada mas também não tão social, afinal, precisava ter como andar pelos espaços sem ser atrapalhado ou acabar prendendo itens desnecessários por aí; não esperava ter de batalhar com ninguém, então, carregava comigo apenas três Pokémon. Ainda eram meus mais fortes, então, estava relativamente tranquilo caso precise entrar em ação; Manigold andava comigo flutuando ao lado, as vezes invisível e as vezes se fazendo presente quando eu acabava parando para ver algo no calçadão do centro.

Eu procurava pelo endereço que a atendente me passou pelo Rotom Phone; aparentemente, os Rockets responsáveis estavam ficando num hotel próximo do local aonde aconteceriam os bailes, então, era exatamente para lá que eu iria. Algo que me atormentava era: como eu me identificaria? Eu tinha as mensagens que a moça me passou, mas ela não me deu nenhum comprovante ou crachá para comprovar que era um recruta novo... Bom, acho que teria que ver na hora como me virar. Não é como se eu tivesse tido uma vida fácil com esse tipo de coisa, sempre acabava no meio dos problemas sem muita escolha; a noite na boate que o diga...

Inclusive, isso era algo que eu pensava bastante: enquanto eu estava aqui, ainda tentando entrar na Equipe Rocket, o Maxima estava fazendo mais vítimas... Eu tinha de terminar isso logo, e assim, poderia participar das missões como um membro oficial, e dar um fim a esse torture porn. Demoraria, mas eu conseguiria derrotar aqueles dois, ou não me chamava Lukas Specter Horan.

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Tenho que admitir que Goldenrod era uma cidade bastante bonita; o fato de ser uma metrópole me lembrava bastante de casa, em Castelia, por isso eu era suspeito por gostar. Mas era realmente bonita, os prédios cresciam e tomavam conta do céu conforme eu caminhava cidade adentro, e tudo ficava cada vez mais cinza, de uma maneira que eu sabia apreciar; nunca fui um garoto do campo, sempre gostei do fervo e das pessoas aglomeradas, talvez por isso não saísse muito de minha cidade e Nimbasa, que também era um centro econômico e bastante movimentada. Pra falar a verdade, foram poucas as vezes que me peguei fazendo alguma viagem para o campo ou um lugar mais afastado.

Contudo, não era esse o foco de hoje. Na verdade, eu iria procurar pelo perigo nas entranhas da grande cidade, proteger um segredo criminoso que me faria ser aceito na maior organização criminosa do mundo. Eu já falei isso algumas vezes mas é que eu ainda não acreditava mesmo; na minha cabeça, passavam imagens do que acontecera na noite anterior, e eu tentava me concentrar enquanto caminhava para dentro do hotel, até ser parado por algumas mulheres que me fizeram rir assim que percebi o que estava acontecendo. - Obrigado amores mas eu já vou pro inferno. - Comentei, me desvencilhando como pude.

- Gays vão pro inferno, não? - Questionei, piscando pra elas e saindo de perto, caminhando para a recepção. Eu não fazia IDEIA de como faria para encontrar outros Rockets. Quer dizer, ninguém me indicou nada, não me deram nomes, não me falaram como me apresentar ou qualquer coisa do tipo; tentei pensar em alguma maneira, mas estava sem qualquer pista. Chegar na recepção e falar "queria encontrar os Rockets" estava completamente fora de cogitação, então, como fazer? Talvez só ficar ali sentado na recepção até alguém aparecer e o destino agir fosse a melhor opção, porque eu realmente não tinha outra.

Me aproximei dos acolchoados, me sentei e peguei o Rotom Phone para ficar mexendo, mas analisava o ambiente vez ou outra, esperando algum sinal. Bora, universo, dá teus pulos.

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Á primeira vista, nada mais era do que uma situação casual, esse tipo de coisa acontecia o tempo todo; eu podia não ter um corpo padrão para a maioria das pessoas mas eu era bem bonito, e por vezes minha altura acabava atraindo atenção de mulheres, o que eu simplesmente achava engraçado. Mas, foi só quando fui alcançar meu celular que vi o acaso agindo a meu favor; havia um post-it grudado ali, com um lugar. Finalmente! Um norte para que eu pudesse seguir, e alcançar os outros Rockets, de algum modo; os jeitos mais fáceis de subir eram pela escadaria ali, ou o elevador, e eu, como uma pessoa sedentária, obviamente optaria pela que não precisasse subir diversos degraus.

Contudo, quando eu me preparava para me levantar e ir até o elevador, um senhorzinho me parou, dando um belo fecho na minha fala, o que me fez rir; não na cara dele, afinal, seria desrespeito, mas sim depois que acontecera tudo. O neto dele se aproximou e explicou a situação, que eu reagi com um belo sorriso. [color=#1C1C1C] - Foi mal, eu tava zuando o jeito que sempre falam sobre gays, por também ser./color] - Foi a única coisa que consegui dizer antes dele me dar outra lição de moral, me fazendo calar a boca e ver os dois indo embora. Talvez eu devesse mesmo tomar mais cuidado na altura que eu falava, mas, fazer o que? Eu vi que ele deixou cair o bilhete e o peguei no chão, correndo até a dupla no segundo seguinte.

- Tu deixou cair. - Falei, simples, e entreguei o convite pro garoto. Minha tarefa agora era subir, procurei com os olhos qual era o andar em que estaria o quarto seiscentos e nove, e rapidamente me dirigi ao elevador; nada dizia no post-it se eu deveria ir por algum lugar específico, então, optei pelo elevador de serviço, que deveria ser menos utilizado e por consequência, menos observado. Discrição era o básico pra um Rocket, né? Eu pensava assim, mas me via diferente; acho que eu seria do tipo que gostaria de chamar a atenção, justamente para despistar as pessoas. Sabe, aquela pessoa que é tão fechada e que não gosta de gente, é sempre a pessoa a ser desconfiada. Ninguém nunca desconfia de quem fala alto, né?

Uma vez dentro do elevador, tentei encontrar o andar certo e apertei o botão, vendo Manigold reaparecer assim que a porta se fechou. - Eu sei bem o que você queria fazer... - Coloquei as mãos na cintura em tom de advertência, claramente me referindo ao fato do fantasma pregar peças com literalmente qualquer pessoa. Ele riu, e eu acabei sorrindo junto, encostando na parede do elevador e esperando o lugar certo chegar. - Acha que vou me dar bem, Mani? - Ele deu de ombros, mantendo o sorriso ladino de sempre e não me ajudando em nada. Acho que eu tava pensando demais, né? O que poderia dar errado?

Ser preso era a pior das hipóteses.

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Eu sabia que esse safado tinha feito alguma coisa! Por isso que o pobre garoto ficou sem graça, o convite tava dentro da cueca! - MANIGOLD! - Eu exclamei, incrédulo antes de começar a cair na risada pela maneira como ele reagiu. Eu não conseguia ficar bravo com ele, por mais que tentasse; pelo menos eu devolvi o convite do menino, o coitado nem poderia entrar na festa sem ele; preciso encontrar com Mahiro agora, essa habilidade do meu fantasma pode ser útil.

Brincadeiras a parte, o elevador parou no local indicado, e foi só quando a porta não se abriu que eu entendi o que tinha de fazer; não tinha uma porta para eu bater, na verdade, teria de apertar o número do andar três vezes. Rapidamente corrigi a burrada e a porta se abriu, revelando um corredor e uma porta nada convidativa; caminhei em passos lentos, tentando identificar algum modo de abri-la enquanto me aproximava. O fantasma não estava mais invisível, portanto, foi quase que instantânea a minha reação de mandar ele na frente quando a porta começou a se abrir. se fosse um inimigo, estaríamos preparados.

Encarei a porta se abrindo até revelar um homem de preto, que perguntou se eu era o novo recruta; isso respondia minhas dúvidas sobre Darius, e aumentava minha confiança nele em uns trezentos por cento. - Sim, sou eu. - Foi a única coisa que tive tempo pra dizer, ele logo me cortou para perguntar se eu estava pronto para uma batalha, e eu realmente estava; Gengar já estava ali mesmo, então, resolvi que seria a hora perfeita para voltar a lutar com meu principal Pokémon. - Estou. Vamos começar com isso logo. - Mani pousou no chão e abriu um belo sorriso pro homem, que reagiu de maneira alguma, fazendo com que ele fizesse uma cara triste, como quem dizia "poxa, achei que você fosse mais amigável".

Ele tinha cinco anos, né? As vezes me esqueço disso.

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Aptidão pra combate? Fazia sentido eles se importarem com isso, afinal, tudo dependia de um Pokémon pra gente, além de claro nossas próprias habilidades para infiltração e contenção; não me impressionava eles prepararem um desafio bem na entrada do lugar, isso provaria se eu era digno de sequer tentar começar a missão. Nada que eu não pudesse resolver, claro, os termos usados por ele implicavam de que era eu, treinador, que deveria passa pela linha e não meu Pokémon; isso até dificultava um pouco as coisas, mas eu sabia muito bem como prosseguir: eu iria esmagar aquele Golisopod. First Impression eu conhecia, funcionava como um Fake Out, mas acertava Mani por ser do tipo inseto, e não normal,

Contudo, o segundo golpe estava longe de ser um problema; na verdade, eu podia resolver isso com certa tranquilidade, dando tudo que meu fantasma tinha; ainda podia brincar com o ambiente, talvez tentar cega-los por tempo suficiente pra que eu atravessasse a linha. Mas como o objetivo era minha aptidão em jogo, então, fazia sentido apenas ordenar movimentos e esperar pelo melhor, como sempre. - Shadow Ball em sequência, Mani. - Foi a única coisa que disse. Estava focado, e um pouco nervoso, demais para conseguir falar qualquer coisa a mais, então, só me restava ver o nível de dificuldade desse desafio; era hora de saber se eu estava pronto pra começar na Equipe Rocket. Pelo menos até o próximo teste.

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