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OFF: EI RIN! Tudo bem??? Vamo brincar

Rotina básica de qualquer treinador pokémon no mundo globalizado: esperar alguém que talvez nem esteja no mesmo país que você. Era essa a única função de Rin, que esperava uma colega que parecia mal conhecer.

Para passar o tempo, decidiu ser 'útil' a si mesmo e ir ao Centro Pokémon, tirar a poeira de alguns ovos e começar a introduzir uma Buneary ao Mundo Pokémon. Assim, não que ela quisesse muito ser apresentada ao 'mundo humano', visto que a pobre coitada nem sabia muito bem como agir nesses espaços. Ao ser liberada no Centro Pokémon, olhara a enfermeira Joy com bastante cautela, andando calmamente para trás das pernas de seu treinador e se acovardando um pouco.

Assim, ela não correra arisca para se esconder, estava tentando ficar bem ali! Ainda assim, mesmo com sua tentativa, ela ainda não se sentia acostumada naquele local. Quando Shion dissera "sempre tem muitos treinadores na área" seu coração já acelerou um bocado, lhe causando uma belíssima crise.

E como podem imaginar, seus pés não acompanharam o ritmo de seu coração. Enquanto sentia um forte pulso no peito, seu caminhar era lento. A coelhinha acabava trocando as pernas, lerdando um bocado o grupo. Ela não dizia que não queria ir, mas deixava claro com seus atos que preferia não ter que lidar com mais humanos.

Volcarona, como não é uma treinadora e sim apenas um pokémon-colega, não interviu muito. Ela não fazia ideia do que de fato deveria fazer, afinal de contas, ela não é tão antiga assim na trupe e não conhece seu treinador de cabo-a-rabo como outros Pokémons.

OFF: Oook, se precisar, quando eu for atualizar eu mudo!

A fofura, meu pai amado. Eu sou meio apaixonada por Bunearys, então devo admitir que isso me pegou. A coelhinha-medrosa estava tão trêmula, que seu corpo parecia pulsar mais rápido que seu coração-hiper-rápido. Num ato de amor e carinho, Shion abaixou e pegou sua querida no colo, ninando ela aos poucos. Ali, sem dúvidas, ela se sentia protegida.

Mas também! Quem não se sentiria? Seu pelo-de-algodão moldava-se ao movimento do braço e tronco de Shion, ninando perfeitamente a pokémon. Por um instante, ela esqueceu-se do nervosismo e suspirou aliviadamente, fechando os olhos e sentindo o balançar leve que seu treinador fazia, cada vez se afundando mais naquele colo-mimado que recebia. Fora assim - nesse estado de 'transe' - que Buneary ouviu as palavras de seu treinador...

... ouviu-as até cair num sono leve. A voz de Shion ficara ao fundo, junto de sua explicação.

Sorath, que chamou uma das enfermeiras, foi tão cuidadosa para não acordá-la que nem falou nada... quer dizer, não precisou! O ato de fofura e carinho que Shion havia feito já tinha prendido a atenção de uma enfermeira-rosada, que ficara plantada na porta encarando aquela cena. Seus olhos brilhavam, sua cabeça erguia e seu sorriso reluzia:
- É raro ver treinadores tão atenciosos assim - Disse sussurrando bem baixinho, enquanto se aproximava a passos leves de Buneary - Ela é bebê, né? A quanto tempo tem ela?

Joy tinha uma pequena dúvida: "devo me aproximar?". Os indicativos de Sorath e Shion era de que sim; ela não só podia como DEVIA se aproximar. Ainda assim ela tinha certo receio de retomar o nervosismo da coitada, (re)traumatizando-a. Ainda assim, o contato humano parecia primordial, então arriscou-se a chegar bem perto, estendeu uma de suas mãos para próximo do rosto da coelha e deixou que ela sentisse seu cheiro 'mesmo que dormindo', para ver se haveria alguma assimilação.

Depois de um tempo deixando-se respirar, Joy botou dois dedos na bochechinha de Buneary e fez movimentos circulares delicados. Depois disso, arriscara descer os dedos para abaixo do queixo e esfregou a região com um pouco menos de delicadeza, mas ainda muito zelo e carinho. Era como se fizesse carinho em um gato.

Se Shion não a mandou parar, não era Joy que iria se policiar ao ponto de não fazer mais carinho na pokémon. Ela continuou o ato, enquanto o garoto falava brevemente seus problemas e objetivos; dando a Joy um pequeno 'espaço de manobra' para arquitetar o problema:
- Oh... treinar?! - Perguntou, um pouco mais alto que os ditos anteriores. Buneary acabara se mexendo um pouco em resposta, revelando que saíra por alguns instantes do sono REM. Isso fez Joy retornar a sussurrar, enquanto pontuava uma sugestão a Rin - Hmmm, nós estamos cuidando de um bocadinho de pokémons selvagens para a campanha de doação. Alguns deles adoram batalhar, você precisa treinar com outros treinadores?

Essa era uma proposição no mínimo... inusitada? É certo que Buneary não estava acostumada com seres humanos ainda, e essa aproximação TINHA QUE ACONTECER em algum momento. O problema é que - na cabeça de Joy - talvez ela esteja muito nova e fraca para enfrentar seus problemas de imediato e uma aproximação gradual e crescente fosse uma boa ideia. Para a enfermeira, batalhas e confrontos eram algo comum e sadio para os Pokémons; não seria atoa que eles se fortaleciam com isso e ficavam ainda maiores e mais sadios. Joys sempre pensaram: um pokémon que não entra em um confronto não cresce, não evolui.

O problema é forçar isso ao máximo, ao ponto de tranformá-los em cães-de-rinha e configurar maus-tratos.

- hmmmm, você não vai fritar nenhum dos pequenos, não é? - Perguntou Joy, um pouquinho incomodoada com o que Shion falou.

Por um instante, ela cogitou mudar de ideia, afinal, eram apenas selvagens inocentes se recuperando de algumas coisas e procurando um lar. A iniciativa era de doação à crianças e adolescentes de família estruturadas, como pokémon-domésticos, traumatizá-los no Centro Pokémon não estava no plano da "política de adoção e cuidado" que o Centro parecia fazer:
- Sabe, eles são fofos, carinhosos e amorosos. Alguns gostam de batalhar, não são todos ,mas se você prometer que não irá tirar esse gosto e esse sonho dos mais batalhadores, por mim tudo bem...

Era bem simples, ela só queria ter certeza de que nenhum pequeno seria carbonizado ou espancado ao ponto de se traumatizar. Ta certa ela, né?

Num ato meio de confusão, Joy acabou abrindo um sorriso meio amarelo para Shion. Ela se sentiu incomodada por estragar os planos do garoto, mas sem dúvidas não se sentia mal por isso; afinal de contas, evitara um massacre desnecessário. Vendo que o cagoro compadeceu, levou-o para dentro da sala-de-enfermagem, caminhando pelos corredores internos do Centro Pokémon e passando por diversas salas.

Triagem, enfermaria, sala de remédios, leitos e mais um bocado de coisa 'padrão' e 'protocolada' para espaços de saúde-pokémon. Passaram por um bocado de sala de exame até chegarem a uma ala infantil, que já se iniciava com uma brinquedoteca colada em um espaço-crechê.

Ali, meu queridos... ali estavam vários tipos de pokémons.

Hoohoots, Sentrets, Snubulls, Houndours, Ledybas, Natus e Pikachus. Um pouquinho mais distantes, pequenos Ledians, Furrets e Snubulls um pouquinho maiores. Num setor meio adolescente, Houndoom's e Granbulls. No mais, todos olharam para Shion com um olhar um tanto alegre ao vê-lo entrar junto da enfermeira. Como estava ainda na porta, os primeiros a irem em sua direção foram os mais bebês, que viam Buneary no colo do rapaz de longos cabelos e sentiam inveja.