[Missão Rocket] Vs. a Equipe Foguete do Arco-Íris

DO NADA a cabeça começa a doer. Aquela fudida tava colocando mais preocupação na minha cabeça. Não bastasse uma traição, missões suicidas, agora tinha que enfrentar algo ainda mais desafiador no cume do monte de prata. Enxia o pulmão e largava um suspiro pesado.

"Espera só até eu arrumar um nightmare pra te fazer gargalhar ainda mais. Quem vai apanhar da próxima vez é você e eu não to nem ai. Se não quer cooperar, beleza. Só que eu também quero rir."

— Finalize com Earthquake e repita se precisar! - Comandava ao final.

Nem houve tempo para o RR dar mais uma leva de comandos para seu parceiro, a confusão mental e o estresse de Matte naquele instante parece que deu um ímpeto em seu Pokémon, fazendo não hesitar ou ponderar, só fazer a terra tremer mais uma vez! O dano entrava limpo, e levava o gigante gosmento à nocaute!

O agente especial diante dele então, dava um comando manual para as tropas voadoras avançar e cobrir aqueles dois invasores com todo o chumbo interdimensional que possuíam! Zan ainda tentou diminuir a saraivada, eliminando dois jetpackers diante deles, mas nem ele, nem a proteção de Carracosta iriam conseguir segurar todos os disparos. Então, da colina abaixo dele, surge um novo jetpacker, mas agora atacando os outro voadores! Era Joseph, posando ao melhor estilo “super hero landing”! - Comam fogo! - e então lançou sobre aqueles que estavam impedindo o avanço do trio um tiro de supressão, os famosos “flare”, que atingiram os tanques de combustível dos Jetpacks e faziam-os explodir, dando condição para que avançassem!

- Demorou 5,37 segundos a mais para voltar. - Dr. Zan puxava o assunto, enquanto corriam para a base de suprimento energético. - Ora, o modelo era diferente! - Joseph tentava se justificar, mas parecia o começo de mais um dos diálogos estilo “Solo e Chewie”. - Você tinha um trabalho: estudar os modelos de equipamentos que eles usam nessa invasão. - era o momento "bronca de Zan". - Sério isso? Eu salvei a vida de vocês! Garoto, me ajuda aqui? - Joseph parecia um adulto meio inconsequente e meio impulsivo.  Talvez, se essa versão tivesse tudo filhos, ela seria mais responsável... - Você executou o movimento com 78% de precisão. Precisa de mais treino. - a resposta, no entanto, veio seca por parte do robô - E isto fez a vida útil de sua patela esquerda diminuir em 20 biociclos. - continuava o meio máquina. - Mais Zan, menos doutor! - o protesto final de Joseph vinha, e eles puderam focar na subida!  

Bom, a construção estava à frente, e o primeiro dos canos tinha um buraco bem grande em sua estrutura, grande o bastante para um humano adulto passar. E de dentro dele, depois de ouvirem passos fofinhos, vinha Azula! Sim, ela conseguiu alcançar um dos canos e o perfurou. Acontece que a base é MUITO grande, quase uma estação completa de suprimento. E para completar, eles deveriam atravessar a estrutura para seguirem para o topo. Bom, da pra chamar isso de matar dois coelhos com uma cajadada, certo?        

Retornava Gastrodon e então partia para cima do maldito a frente, mas antes que pudesse chegar até ele surgia uma horda de foguetes coloridos que me fizeram repensar - como recuar, por exemplo - até que Zan surgia e logo em seguida o outro-pai em uma cena heroica como em filmes animados dos anos 80, com grandes explosões ao fundo com um ar de que tudo daria certo no final, como se os protagonistas fossem imortais.

Isso me preocupava um pouco. Ninguém podia ser tão bom.

Com a abertura do caminho, prosseguimos e Zan revelou que de longo fora a melhor performance daquele Joseph. Ele tinha razão. Por pouco não foi tarde demais, apesar da micro vitória. - Zan ta certo. - Comentei ao ser solicitado, mas entregando um sorrisinho provocador de quem também ta implicando. - Comam fogo? Sério? Podia ter usado o tempo do atraso pra pensar numa frase de efeito melhor.

Chegando na base, encontrava quem estimava. No entanto, ela não parecia muito contente e até um pouco desgastada.

— Você fez o que pôde, né? - Oferecia o ombro para Azula subir. - Não se preocupa. Vamos da um jeito nisso.

Agora pensava como... A comunicação aqui estava bem ruim e não tinha tanto conhecimento com tecnologia como gostaria... Espera. Robô-Androide...... Máquinas de teleporte interdimensional......... Desejo de salvar mundos.......... É, isso pode servir.

— Preciso invadir o sistema deles e descobrir se tem outro desses transportadores na montanha... Minha missão era apenas reconhecer e reportar, é pouco provável que consigam mandar uma equipe antes de ser tarde demais e isso pode significar a destruição desse mundo, certo? Doutor, pode verificar, por favor? Isso e se há um sistema de autodestruição mais simples que só cortar a energia.

Sabia que Zan era bem pragmático, então apresentar os fatos e juntar interesses poderia ser de grande ajuda, ainda mais com o time meio baleado e Banettite não cooperando em nada - imprestável.

Por mim momento Joseph imaginou que teria apoio de alguém jovem, diferente da quadrada programação de Dr. Zan. Mas não, o que ele encontrou foi um solo fértil de sarcasmo e ironia! Ele olha para Matte e replica, legitimamente indignado. - É um clichê! Um clássico! E se é clássico, funciona! - ele tentava argumentar de alguma forma, mas foi treplicado por Zan. - Essa não é a definição de clichê. - o comentário foi o final para terminar a discussão, com Joseph resmungando algo sobre como aqueles dois eram brutos insensíveis.

Bom, apesar do desânimo, Azula tinha feito um ótimo trabalho: ela conseguiu uma rota de acesso para a base. A força de Zan era o necessário para abrir a porta reforçada para além dos canos, que o separava do centro de um dos motores. Azula tinha detectado um cano de descarga, ou seja, por onde os dejetos da queima eram descartados, logo os níveis de gás natural não eram tão nocivos para os orgânicos. Uma vez dentro da base, Zan toma a frente. - De acordo. Posso lhe ajudar com isso. - ele então abre um compartimento em seu pulso e projeta um tipo de cabo. A ponta do cabo, então, se modifica para o encaixe de uma saída/entrada do computador principal da base. Como se trata de uma base de abastecimento, toda a segurança, que não era muita, foi usada para deter os invasores que saíram do elevador. Os olhos do robô, então, brilhavam em amarelo. - Acessando dados. Transmitindo na tela principal. - sim, havia um grande monitor, e nele era transmitido uma espécie de mapa da região, de como as instalações estavam dispersas pelo mapa. - Nós estamos no primeiro entreposto. Há mais dois até o topo. Os transportadores estão em vermelho. - Zan transmitia esses dados enquanto Joseph saia para fazer alguma coisa. Quando voltou, ele entrega três pacotes com um tipo de massa de cor cinza. - Me ajude a espalhar isso por ai, garoto. É C4. -[/b] ele voltava a ter aquele semblante mais sério e compenetrado. Não era ano novo, mas ele planejava fogos!      

Assim que conseguimos o acesso por meio da programação de Zan, analisava o mapa e as condições para chegarmos lá. Haviam 3 marcações em vermelho, outras cores que ele não revelou o motivo, e umas sem nada indicado. Ainda estava pensando quando o senhor-das-explosões surgia com um pacote de massa que revelava ser explosiva.

— Espero que isso não venha acompanhado de outra frase de efeito - Pegava a massa e acompanhava o andamento daquilo. - Zan, o que tem no final do mapa, marcado em verde? Penso que talvez seja melhor nos dividirmos e cada um ir para uma ramificação e depois nos encontrarmos lá. É arriscado, mas ganharemos tempo assim.

Eu, particularmente, não gostava muito desse plano. Isso queria dizer que tinha de confiar a eles dois, duas partes de três da missão. E confiança era uma das qualidades a qual não priorizava em minhas relações. Isto por conta da frustração na quebra de espectativa, tal como aconteceu com os cientistas que ainda estava tentando rastrear. Contudo, a cargo de urgência, tinha que acreditar que lá atrás, quando deram a vida para me proteger, não foi atuação ou meramente um jogo de interesses. Era, definitivamente, arriscado e mesmo sendo eu a propor, tinha minhas dúvidas quanto a isso.

Haviam muitos pontos de interesse, mas Zan revelou apenas um tipo deles, que era o objetivo de Matte. Ao ouvir a provocação, Joseph olha para o mesmo e ergue um sobrancelha. - Não, sem frase de efeito dessa vez! Na verdade, pensei mais em dar uma resposta “explosiva”! - e então, ele faz uma careta, abrindo o sorriso largamente, deixando o agente com algumas C4 em mãos e indo para outro lado. - Ele tem humor questionável, mas é um dos nossos melhores. - Zan, então, se aproxima de Matte - A área em verde é nosso objetivo: um transponder dimensional. Vamos usar ele para saltar para a próxima dimensão e descobrir mais sobre os planos deles. - a resposta veio direta, e talvez aquele possa ser um ponto de interesse para Matte também.

Logo as C4 eram plantadas. Zan, então, respondia outra proposta de Matte. - De acordo. Não sabia ainda se daria conta da ação, mas você é capaz. Vamos ser mais efetivos se nos dividirmos. - o plano estava traçado. Joseph, então, avisava a todos para saírem, logo aquele lugar iria para os ares. E então, assim que estivessem a uma distância segura do prédio, o homem acionou um controle remoto. A explosão tremeu toda a estrutura da cordilheira, já que havia muito combustível dentro dos canos. A coluna de fumaça contrastava com o nascer tímido do  astro-rei no horizonte.            

Revirar os olhos era sinal claro de desrespeito? Se sim, então desrespeitei o outro-pai. Sério? Um trocadilho nesse momento? Era melhor eu ter me calado. Zan tentou defender, mas não sei se aliviou a barra.

Apesar do momento "curtição", haviam instruções bem definidas. C4 instaladas e cada qual com 1 portal. Além disso, a notícia do grandão... E de que nos separaríamos depois disso. — Se eu destruir o transponder logo após o salto de vocês significa que eles não poderão mais invadir ou escapar?

Não que fosse ingratidão ou coisa do gênero, mas eles tinham os afazeres deles e eu os meus. E antes que Zan pudesse responder, o outro Joseph explodia o caminho por onde passamos... Revirei os olhos de novo. Por que caralhos ele não pergunta antes de fazer as coisas? Será que ele ta achando que é meu líder ou algo do tipo?

— Ele acabou de entregar nossa localização pra quem mais quiser nos caçar... - Comentei com Azula, balançando também a cabeça em negação. Era o tipo de bomba que nenhum ninja cauteloso gostaria de ter por perto. Apesar disso... Ele realmente lembrava o verdadeiro pai com o jeito alegre, mesmo na dificuldade. - Vamos aproveitar a distração e seguir pro nosso portal. Temos que dar um fim nele antes de poder voltar a caçar Flanklin e Richards, isso se for mesmo o nome deles.

Claramente haviam diferenças entre as formas de Matte e Joseph atuarem. Um era furtivo como as sombras, um verdadeiro ninja em meio à becos, esquinas e vielas. O outro era mais guerrilheiro, preparado para causar muitos estragos em pouco tempo, preparado para entrar, explodir tudo e sair. Eram contrastes até no comportamento. Matte era frio, rabugento e procurava sempre a eficácia. Joseph, por outro lado, era mais leve, dinâmico e expansivo. O tipo de conflito de personalidades que gera atritos dentro de um grupo. Ainda bem que aquele grupo era só temporário.

No entanto, havia um terceiro elemento nesse grupo. - Não se engane, eles JÁ sabem onde estamos. - respondia Zan, com sua audição robótica super-humana. Ele parecia ser mais como Matte, mas puramente por ser uma máquina, uma inteligência quase-artificial. - E não foi uma distração, foi a nossa missão. - completava Joseph - Mas, é, para você pode servir como. - Joseph abria um sorriso e dava um tapa no ombro de Matte. Ele estava bem mais à vontade com a presença de Matte que o contrário. E por mais que o agente rocket pensasse o contrário, a missão estava em sua mente o tempo todo. - Contamos que você exploda tudo assim que passarmos, garoto, mas não evitaremos a invasão. Esse não é o único ponto de interseção. Não é do feitio deles. É por isso que vamos saltar para o centro do perigo. - ele continuava a dizer, já que ainda havia algum caminho até a bifurcação dos objetivos. Mas afinal, qual era a missão deles? E quem eles eram???              

Era óbvio que sim, eles sabiam, mas poderia pensar que fomos para outros lugares também. Ao entregar nossa exata localização, nem mesmo o benefício da dúvida teríamos ao nosso favor. Agora era correr pro bicho não pegar antes de mandar tudo pro espaço. Quer dizer... Depois que eles se forem. Aliás, depois daquele comentário só estava faltando ele pedir pra eu saltar pra outra dimensão só pra terminar o trabalho deles mais depressa.

Não quis prolongar o assunto. Seguia meu caminho e dizia que encontraria eles mais à frente em instantes.

-- se liga azula, qualquer sinal de ameaça você pode avançar com "quick nuzzle" nos inimigos.

Combinações estavam banidas dos contest, mas ela era rata de torneios e sabia usar um bom combo a seu favor - mesmo que apenas interpretativamente - se valendo da velocidade de um quick attack e dos efeitos secundários de um nuzzle, tornando-a uma máquina atordoadora de extrema velocidade. Sem contar que ela estava sempre puta e disposta a brigar. Aquele bônus.

O trio seguia pela cordilheira, passando pela área da explosão e atingindo uma bifurcação de três vias. Zan analisava algumas leituras antes de seguir, mesmo com a pressa eminente, seria suicídio seguir sem uma devida inteligência do que acontecia por ali. O maps que encontrou na estação era preciso, algum elemento, ou até mesmo um dos transponders estava naquela direção, mais precisamente no ponto mais ao sul das três vias.

O sol timidamente começava a tomar a montanha. Assim que finalizou, o robô comentou. - Certo, temos nossos alvos. Assim que terminarmos, nos encontramos pro próximo entreposto. - ele falava sobre os grandes pontos cor-de-rosa que aparecem no mapa, as interligações entre os trechos. Matte, então, seguiu com Azula à frente, pronta pra fritar qualquer vagabundo e viciado alvo que visse pela frente. O que ela encontrou, se fato, era passivo de ser fritado: havia um tipo de barricada mais tecnológica, com armas automáticas e portão eletrônico. Alvos fáceis para uma boa dose de estática! Superando esse empecilho nada complicado eles, enfim, avistavam a estrutura.

Era um grande domo, um tipo de espiral metálica com vários elementos complexos e reluzentes. A estrutura era alimentada por grandes canos que possivelmente traziam gás natural da montanha, como a base que acabaram de destruir. Diante da estrutura havia três guardas RR’s, dois grunts convencionais e um soldado de elite, e eles estavam se preparando para transmitir ou receber algo.