Eu preciso admitir uma coisa: minha consciência está tranquila. Eu realmente fiquei com medo de acabar traumatizando um adolescente-fazendeiro com plots sangrentos demais, mas por sorte Tony fizera isso bem antes de mim, não havendo necessidade alguma de eu me policiar. É capsula no c*, arrancar cabeça, incineração... TUDO QUE TEM DIREITO ESSE RANGER VAI FAZER. Já que é pra destruir, vamos destruir COM VONTADE, NÃO É?

Sangue tem ferro, é bom pra anemia. Vai terminar todo mundo mais saudável depois de um ~banho de sangue~

Pois bem, cabeça arrancada com sucesso! Foi só ouvir a ordem de seu treinador que Azgher simplesmente desistiu de ser uma parede, virou para o lado e rodou seu braço em aspiral. Fora tão rápido que as membranas de suas asas se tornaram afiadas como lâminas, decepando de uma só vez a cabecinha do nosso colega Rainbow, que outrora tentamos salvar.

Somado a isso, uma multidão bastante maluca começou a tomar conta daquele corredor e essa "fluidez" deu vantagem à Ashura, que conseguiu alcançar nossos protagonistas mesmo com o homem-sem-pé nas costas. Já estavam todos juntos, correndo em qualquer direção mesclados a multidão.

O efeito manada nunca foi tão literal: não havia frente ou trás, era tudo um só corpo, indo para qualquer direção que coubesse uma saída. Seguiram reto por um tempo e, sem ter como desviar da rota-da-maioria, todos os protagonistas foram obrigados a descer numa rampa qualquer que aparecera ali. A corrida seguiu por mais alguns longos minutos e, se parassem, seriam pisoteados.

Em certo ponto, o ritmo de um dos lados se alterou e Tony ficou um pouco distante de Rafael e a menininha. Era um pouquinho difícil para a garota acompanhar os passos largos dos dois amigos...

... ao pouco, ela foi também sumindo na multidão.

Ainda assim, a referência de todos era Ashura, que por ser a maior ali, era fácil de ver.

Havia dezenas de pessoas na sua frente. Dezenas atrás. Outras dezenas dos lados. O comportamento de manada lhes levava cada vez mais para baixo e, estranhamente, a medida que desciam vocês poderiam perceber que a multidão dava uma pequena... "minguada". Mais cedo ou mais tarde, se continuassem naquela correria, o grupo seria tão pequeno que teriam "livre arbítrio".

Bicho, vocês se lembram que a multidão estava diminuta? Pois bem, meus queridos, isso ajudou muito vocês a se reencontrarem. Um depois o outro! Quando viram, já estavam juntos! Era só um ou outro apertar o passo, enquanto um ou outro soltava um pouquinho. Quando viram, nosso grupinho de prefeito-menina-menino-ranger-pokémons-homem sem pé estavam unidos novamente.

E falando no homem sem pé... ele parecia ter algo para dizer, mas nessa euforia não via espaço algum para falar, então apenas gritava CORRE, CORRE, NÃO FICA AQUI.

Talvez esse aviso tivesse relação com o que viram logo em seguida, em! Ao tentar ultrapassar a manada e ficar bem a frente, para "congelar o chão" (eu não sei se Rafa fará isso ou não), Tony vira uma cena completamente BIZARRA bem a sua frente.

A três ou quatro metros de distância de Tony (um pouco menos que a distância-de-segurança que mandam na autoescola, levando em consideração que você correndo a VÁRIOS MINUTOS não deve passar de 12 km/h), havia um desses figurantes que corriam também. Repentinamente, este mesmo hominídeo que apertava o passo começou a tossir. Sem mais nem menos ele parou, e como Tony não tem um freio ABS, ele simplesmente COLIDIU com o homem, que estava inclinado o tossindo.

Ao colidir, Tony dera uma espécie de cambalhota sobre as costas do homem e caiu de joelhos, apenas um pouco dolorido, enquanto o homem terminou de jogar-se no chão, tossindo feito doido.

Depois de mais alguns segundos de tosse, podíamos dar o atestado de óbito: morte por asfixia.

Só que não. Deixo aqui um fragmento do meu último post como uma auto-citagem, pois lá expliquei melhor como foi a bendita da transformação:

Seus ossos todos estalaram, seus músculos repuxaram e seus braços se contorceram. Um grito abafado saiu de sua boca e o homem, um bocado desnorteado, começou a balançar a cabeça incessantemente. Numa dessas, seu cérebro deve ter girado 360º e o rapazinho ficou lelé da cuca, porque assim que possível ele levantou o rosto, revirou os olhos até sua pupila desaparecer, ergueu a ponta do nariz e avançou em direção ao [...]

Pois o final ficará modificado: ele correu em direção a Tony, com a boca bem aberta, pronto para dar-lhe uma deliciosa e nada-carinhosa mordidinha de amor.

Não disse amor-pelo-quê, né?!

Só fiquem atentos, em?! O vírus ta encubado no corpo de alguns, o tempo de desenvolvimento da doença pode variar de gente-pra-gente e... quem sabe... de pokémon pra pokémon...

OFF: EXP ENTREGUE QUERIDOS

AS CRÓNICAS DE GELO (ÁGUA) E FOGO, ESTAMOS QUASE EM UM LIVRO DE GAME OF THRONES, MEUS QUERIDOS!!! Com essa introdução CALOROSA que lhes apresento que, antes do gelo e o fogo, veio o sangue. Uma barbatanada de Ashura foi mais que o suficiente para arrancara cabeça do Zumbi e tirar Tony de perigo... por enquanto.

Logo que o fizera, a própria pokémon tomou a liberdade de puxar o mono-fire para que este ficasse de pé, e lhe jogasse um pouco mais para frente. Posicionados mais adiante, a mistura aconteceu. Primeiro a água, pela velocidade experiência maior de Hinata. Logo após, o gelo, pelo imediatismo de Rafa ao dar a ordem e, por último, o fogo...

... mas serei um pouco mais descritiva no que aconteceu de fato.

Primeiro que, posicionado "a frente" ficou Rafa, a mocinha que vos acompanha, Ashura-e-seus-agregados (Tony e o homem amputado), todos os pokémons dos protagonistas, o prefeito e mais um homem perdido e desesperado, que optara por jogar-se no chão e chorar um pouco quando percebeu que o perigo "tomou doril".

Ah é, a cabeça do ex morto-vivo e recém morto-morto também, mas isso não é relevante.

E ai o Surf juntou a galera toda que já estava em desespero. Uma bateu contra a outra, visto o carácter circular do golpe, e outras bateram na parede. Algumas, já cansadas, doentes e frágeis, já morreriam afogadas ali mesmo. Após isso, o gelo surge como uma espécie de antiaderência, servindo quase como um Teflon de frigideira.

"Sem chão", os humanos que ainda tentavam sobreviver à onda, escorregavam e tinham que nadar. Grande parte não conseguiu, morrendo mais um bocadinho por afogamento.

Nessa altura, graças ao carácter colossal e arrastador que um Surf tem, essa galera já havia sido arrastada uns 15 metros... mas se lembram que vocês estão... DESCENDO?!

Pois é, a água toda que foi lançada, em algum momento, refluxou. Maldita seja essa inclinação!

E quando voltou... bem, um mega Charizard, recém upado para o level 51, tratou de incinerar cada pelo facial dos sobreviventes, que se esforçavam para manter a cabeça fora d'água para respirar.

E o fez até a água apagá-lo, perdendo um pouco de seu volume por conta da ebulição.

Importa-se dizer que a onda de calor foi tão repentina, rápida e forte que... bleh, não tinha água que curasse a superfície. No fim, todos morreram e um refluxo-d'água REPLETO DE CORPOS MORTOS ia ao encontro dos nossos protagonistas.

O homem, que outrora chorava, levantou-se rapidamente e arregalou os olhos perante o desastre. Num ato desesperado, começou a correr.

Nesse mesmo ato desesperado, encontrou uma saleta com porta de madeira, enfiou-se lá o mais rápido o possível e fez de tudo para fechar tão rápido-quanto-entrou...

... e isso foi bem antes de Tony, Rafa e Cia acharem aquela saleta com porta. Se quisessem entrar ali, teriam que lhe empurrar.

Mas há sempre outra opção, não é?! Voar até a onda passar, correr desesperadamente, tentar pegar "jacarézinho", essas coisas, né?!

OFF: VOCÊ É GESTOR, MENINO, DA EXEMPLO!!!! Fica querendo status fácil ò.ó

Oh, mas os meninos estão RÁPIDOS MESMO, EM?! Mostraram pr'aquele morimbundo o que é correr de verdade. Ele mal achou a saleta e vocês já foram entrando, dando nem tempo dele COGITAR FECHAR A PORTA. Quando a água estava (literalmente) quase batendo na bunda de Tony, este entrou e fechou a porta com força...

e logo em seguida a sentiu ser impulsionada pela enchente.

Ali, não precisava ser um engenheiro civil para saber: a porta não duraria muito tempo.

De início, apenas nas frestas a água invadia, sendo onde Freud e Hinata concentraram seus trabalhos. Cerca de dois segundos depois, estalos podiam ser ouvidos, seguidos de pequenos trincados na madeira-não-tão-maciça. Este segundo lugar foi o ponto em que Hinata passou a concentrar seus próximos trabalhos.

No quinto segundo, os estilhaços e lascas de madeira começavam a sair, já dando "trabalho demais" para nossos dois pokémons. O pensamento do NPC era um bocado desesperador: "se isso durar muito mais, essa porta não vai aguentar..."

Por sorte, não durou. No sexto segundo a tensão era aliviada e o líquido-infectado parava de vazar, indicando que o corredor d'água havia descido de vez.

Ali, poderiam sair da sala que - se olhassem em volta perceberiam que - não tinha nada. Assim sendo, voltar para trilha poderia vir a ser uma opção, mas tomando os devidos cuidados... é claro.
- Eeer... - Disse o homem, meio gago - A gente precisa tirar esse gelo pra abrir a porta de novo, né?! - Comentou, começando a "descascar" a superfície da água-solidificada com as mãos.


... nas costas de Ashura, o homem de pé amputado arranhou a garganta tentando chamar atenção:
- Posso falar agora ou ainda não tem ninguém interessado no que eu tenho pra dizer? - Fez um dramalhão, que foi respondida pela menina de 12 anos com um riso abafado - Você queria falar alguma coisa?