Estraga prazeres, com certeza seria um bom adjetivo para aquela mulher. Agora velha? Ela talvez tivesse algo como dez anos a mais que Kimi! Essa geração Z, vou te contar…
Muito a contragosto, ela retirou suas roupas e colocou suas vestimentas casuais. Sim, a mulher nem se deu ao trabalho de responder ao comentário sobre “não chamar a atenção” usando aquela roupa. Talvez as ideias de “fofura” e "extravagância" ainda não eram tão bem compreendidas assim por Kimi. De todo modo, os processos de admissão são sempre complexos e trabalhosos, portanto muitos dos adultos ali estavam em modo “sem tempo irmão”. Além do mais, estamos falando de uma organização para-militar. Quadrada, com suas regras e seus moldes pré definidos. Ou você se enquadra ou vaza.
Assim que avançou pelos corredores da instalação, a mocinha fantasma fora observando as pessoas. Todas usando o mesmo tipo de uniforme, parecido com o que seu veterano de sociedade usava enquanto esteve na floresta em chamas poucos dias atrás, mas umas tendo certas diferenças umas das outras. Coisas de detalhes. Ela também viu um homem, tendo a mesma faixa de idade da mulher que a atendeu, advertindo um jovem rapaz, tendo talvez a mesma faixa de idade de Kimi e usando roupas comuns, de que não poderia seguir daquele ponto adiante com parceiros Pokémon fora de suas pokébolas. Tanto o garoto quanto seu Oddish pareciam desapontados. Foi ali que Constantine, o Haunter de Kimi, se colocou em alerta. Ele já tinha se habituado com a sombra de sua treinadora, então ficar dentro da esfera era muito desconfortável. Mas restava para Kimi decidir se iria, deliberadamente, ignorar aquela ordem, mesmo que não tenha sido diretamente dado a ela e assim inaugurar sua entrada para os Rangers sendo desobediente, ou acataria as regras da instituição, mostrando que compreendia o ambiente regulado que se encontrava e o respeitava, não tendo que esperar ordens diretas para respeitá-las e sendo assim diligente já no começo.
A sala para onde os possíveis ingressantes eram orientados a seguir era uma espécie de anfiteatro, bem ampla e bem equipada. De pé, na parte central do ambiente, estavam quatro figuras: dois homens e duas mulheres, com três dispostos em linha atrás e o quarto um passo à frente. Na linha de trás, da direita para a esquerda, seguiam: um homem, com aparência de talvez seus vinte, trinta anos. Ele ostentava o uniforme muito limpo e arrumado, devidamente passado e cuidado. O corte de cabelo era no estilo militar, sem barba, além de um tímido par de óculos. A segunda figura era uma mulher, claramente mais jovial que o homem ao seu lado, alguns centímetros mais baixa que o mesmo. Ela usava o cabelo preso em um rabo de cavalo mais volumoso, uma camiseta branca simples colada no corpo bem definido, adornada apenas por um colar estilo “dogtag”. Na cintura, a jaqueta do uniforme amarrada na cintura, seguida de uma infinidade de bolsas, pochetes e penduricalhos presos ao longo das pernas. A terceira figura era a mais alta e mais intimidadora dos três. Era uma mulher, cujo o tempo a castigou de uma forma incompreensível. Ela usava um “undercut” na lateral direita da cabeça, sendo um contraste impactante para o longo cabelo ruivo que caía sobre o ombro esquerdo e seguia até as costas. Seu rosto fechado era marcado por uma série de cicatrizes e manchas, deixando os brilhantes olhos verdes como jóias em meio solo desolado. Seu porte físico era muito bem trabalhado, e seu uniforme não era tão bem cuidado quanto o do homem, mas não deixava a desejar também. À frente desse trio inusitado, havia um homem jovem, de cabelos loiros bem claros, um sorriso enigmático no rosto, apenas observando as figuras infantes que adentravam na sala.
Imagem meramente ilustrativa - homem da ponta :
Imagem meramente ilustrativa - mulher do centro :
Imagem meramente ilustrativa - mulher da ponta :
Imagem meramente ilustrativa - homem mais a frente :