Pokémon Mythology RPG
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Noah Castillo e o impulso involutário

Era uma manhã ensolarada como qualquer outra daquela época. As pessoas acabavam de acordar e se arrumavam para dar início as suas respectivas rotinas mundanas.


O farfalhar das árvores significavam que os Hoothoot estavam prestes a irem dormir em seus ninhos diurnos. Poliwag e Poliwhirl despertavam de seus sonos molhados no lago próximo as casas.

Do outro lado do lago, havia uma pequena casa. Seu teto alaranjado parecia cintilar por conta das gotículas de chuva que se encontravam com os belos raios de sol daquela manhã.

Aos fundos dessa casa, residia uma pequena plantação do que pareciam ser arvores miniaturas com frutos coloridos no topo delas.

Um fruto amarelado rolou dentre o toco dessas arvores, seguido de um pequeno roedor branco com uma listra azulada em suas costas; um Pachirisu.

O roedor parecia entretido com o fruto, o empurrando pela grama do quintal e repetindo o processo até chegar dentro da casa pelas portas do fundo.

A bolota amarela rolou pelo chão de madeira, sendo seguida pelo roedor. Até que o fruto se esbarrou no pé descalço de uma moça que estava andando pela casa.

- Hm? – Soou ela confusa.

A moça era alta, com cabelos escuros presos com um lenço azul num rabo de cavalo, usava um avental branco por cima de uma camisa azul e uma calça jeans.

- Pachirisu! – Exclamou ela para o roedor. - Já não falei; sem bagunça dentro de casa.

Ela parecia ser um pouco mais velha, em torno de 20 a 30 anos de idade, e sua postura era autoritária, por mais que fosse nítido as rugas de expressão que diziam que ela sorria muito.

Pachirisu pareceu ignorar o alerta da moça e continuou rolando o fruto até um quarto com a porta entreaberta.

A moça se limitou a apenas suspirar e entregar um sorriso de canto de boca vendo para aonde o Pachirisu levava a bolota amarelada.

Ao entrar no quarto era possível notar a arrumação exagerada do quarto, como se tudo ali estivesse sempre em seu devido lugar, até mesmo as roupas do guarda-roupa que estava com a porta entre aberta estavam separadas por cor. Deitado na cama ao canto do quarto estava um garoto, que, por mais que fizesse calor, estava totalmente coberto pelo edredom da cama.

Pachirisu então, colocou o fruto sobre a sua cabeça e o arremessou para cima da cama.

O fruto aterrissou em cima do edredom, que fez o garoto arquejar surpreso.

- Pachi... – Conseguiu dizer ele com a voz sonolenta. – Dessa vez não.

O garoto se remexeu sob o edredom, e logo ficou imóvel novamente.

Pachirisu pareceu não gostar nada disso e saltou para cima da cama assim como fez com o fruto. O garoto reclamou de novo com o roedor, porém esse se limitou a apenas pegar o fruto e bater de leve com ele no que possivelmente era o ombro do garoto.

- Pachiiiii – reclamou ele – Eu não vou fazer isso dessa vez, desculpa. Pede pra Miranda fazer com você.

O roedor insistiu com seus movimentos repetitivos. Até que o garoto pareceu ceder.

- Certo, certo. – Disse ele, ainda coberto. – Você venceu. Eu vou com você.

Pachirisu pulou para fora da cama e saltitou animado com o fruto ao seu lado. O garoto então se levantou, e se espreguiçou olhando pela janela do seu quarto a floresta e o lago reluzente com o sol quente.

- Dia quente. – Disse ele para si mesmo.

Com passos lento, ele se lançou para o guarda-roupa, passando por Pachirisu e seu fruto que fizeram questão de segui-lo.

- Acordou, dorminhoco? – Cumprimentou a moça, a qual era a tia Miranda.

Noah apenas se limitou a suspirar e coçar a cabeça, desconfortável.

- É... desculpa a demora.

Miranda sorriu e apontou para o roedor e o fruto.

- Não é a mim que você deve pedir desculpa. Melhor se preocupar com sua promessa que fez para o Pachirisu.

Noah arrumou a mecha do olho esquerdo, enquanto tentava pentear o cabelo com a mão.

- Eu não lembro de nenhuma promessa. – Disse ele, se arrastando para uma porta que ficava em frente a porta do quarto.

- Não se faça de desentendido!! – Brincou ela assim que ele fechou a porta do banheiro.

O garoto tomou um banho rápido e vestiu sua roupa para dias quentes; um macacão jeans azul, suas botas de jardinagem, e por mais que estivesse um sol brilhando do lado de fora, ele optou por usar sua camisa de manga comprida de cor roxa, a qual ele leva consigo a muito tempo (as manchas de café presente nela são a prova disso).

Assim que saiu do banheiro, se deparou com sua tia retirando seu avental e revelando que sua calça jeans era um macacão, igual ao do Noah.

- Não vai comer nada antes de sair? – Perguntou ela, erguendo uma sobrancelha.

Noah caminhou para o quintal, onde ficava a pequena fazenda. Pachirisu e o fruto o seguiram.

- Eu não estou com fome. – Disse ele esfregando os braços, como se estivesse se esquentando com o movimento.

- Tem certeza? Vai ser uma boa caminhada para vocês.

O garoto então olhou para o roedor aos seus pés que erguia a bolota amarela em sua direção. Noah se abaixou e encarou o roedor que parecia estar muito feliz com o que pretendiam fazer.

- Tenho. – Respondeu ele, enquanto olhava para o roedor. – Vamos ser rápidos. Não é, Pachirisu?

Pachirisu acenou com entusiasmo sua cabeça positivamente.

Noah agarrou a bolota amarela e andou entre as pequenas arvores.

- Tenham cuidado. – Disse Miranda, ainda parada na entrada do quintal, acenando para eles.

Noah olhou para trás enquanto caminhava com o Pachirisu ao seu lado e acenou para a tia, com um olha indiferente e um pequeno sorriso torto se formando em seu rosto.









Os dois caminharam dentre as arvores da floresta. A luz do sol parecia forma mosaicos luminosos em contato com as folhas das arvores.

Pachirisu seguiu em frente, como se guiasse o garoto para um lugar no qual tinha bastante interesse.

- N-Não vá tão rápido! – Exclamou o garoto, vendo o roedor saltar pela grama.

Noah olhava para os galhos altos das arvores por instinto, mas aparentemente ele parecia estar lidando bem com a situação. Seus braços ainda continuavam no seu movimento rítmico de calor.

O roedor então parou a beira de um lago em uma clareira próximo a casa.

Era possível notar vários Pokémon ao redor, e diversos que o Noah não fazia ideia de quem eram.

- C-Certo. – Gaguejou ele, desconfortável com os Pokémon ao seu redor. – Quer mesmo que seja aqui?

Pachirisu pulou animado, confirmando. Ele andou até uma área sem grama e começou a cavar com as patas.

Noah engoliu seco olhando a sua volta para os Pokémon. Andou até Pachirisu e o ajudou a cavar com as mãos.

Assim que cavaram, Noah retirou a bolota do bolso do peito de seu macacão jeans e a colocou com cuidado dentro do pequeno buraco, empurrando o que tirou da terra para tapar o fruto, deixando à mostra o topo do fruto.

- Pronto, feliz agora?

Pachirisu acenou com a cabeça e escalou o Noah até chegar em seu ombro e o abraçou.

Noah se mexeu desconfortável com aquilo, porém pareceu estar acostumado com aquele tipo de afeto vindo do Pachirisu.

- Então, vamos volt-

BUUUUM!!!



Um som alto ecoou pela floresta, tão alto que afugentou todos os Pokémon a volta do lago. Pachirisu, que também se assustou, se escondeu no bolso do peito do macacão de Noah.

- Q-Quê que foi isso? – O garoto olhou ao redor, tentando deduzir de onde o som se originava.

Foi então que um os arbustos do outro lado do pequeno lago começaram se mexer.

De dentro dos arbustos surgiu uma criatura quadrupede com a pele azulada, seu nariz se alongava para frente, e marcas vermelhas sobressalente eram notáveis no começo de seu longo nariz e na ponta de suas orelhas grandes.

- P-Phanpy...? – Conseguiu dizer ele.

O quadrupede parecia mancar por causa de uma das suas patas que estava machucada, havia sinais nítidos de um combate recente em sua pele azul.

Phanpy mancou até a beira do lago, olhando sempre quando podia para trás, de onde viera.

O garoto parecia estar em uma espécie de transe ao olhar aquilo. Não sabia muito bem se nadava até o outro lado para ajudar o pequeno, ou se virava as costas para o que quê que tenha feito aquele barulho.

Talvez o Phanpy nem ao menos precisasse dele...

Talvez ele acabaria só atrapalhando...

O farfalhar dos arbustos não haviam cessado desde então, e assim que Noah notou isso. Uma grande criatura saltou para fora da floresta.

Seu corpo era em formato de esfera, continha uma pelugem branca e pontuda, seus braços mostravam sua pele marrom e estavam cerrados em um punho. Ambos dois pulsos e tornozelos estavam com uma pulseira feita de um metal desconhecido por Noah.

- Eu nunca vi esse Pokémon antes... – Sussurrou Noah.

A criatura peluda se aproximou do Phanpy a passos arrastados, pela sua expressão ele não estava em um dia de “bom humor”.

Phanpy institivamente caminhava na mesma velocidade de costa para o lago. Até que chegou na beira do lago, sem alternativa alguma de onde pudesse caminhar.

O focinho da criatura pareceu entrar em uma dança frenética ao se aproximar bem do Phanpy.

Noah estava prestes a se virar e andar em direção a casa dele. Não havia motivos para ele fazer algo, era apenas um desentendimento entre Pokémon, aquilo acontecia a todo momento, eles apenas respondem aos seus instintos e fazem o que acham serem certo para eles mesmos.

Talvez ele não precise da minha ajuda...

O Phanpy pode ter apenas entrado no território dessa criatura, e acabado entrando em uma discussão com ela por sei lá... comida? água??

Talvez ele não precisasse da minha ajuda...

Sendo bem sincero não era nem para eu estar aqui. Apenas aprecio a ajuda da Miranda e do Pachirisu, em me levarem para sair mais de casa com o intuito de me ajudarem com meus problemas de ansiedade social.

Mas, isso não é da minha conta.

Talvez...

A criatura ergueu o punho cerrado da mão direita, seus olhos raivosos pareceram brilhar com tamanha fúria que sentia. Phanpy, apesar de estar em clara desvantagem física, não moveu um musculo sequer, parecia encarar determinado a criatura poderosa a sua frente.

É... ele não precisa da minha ajuda.

Não precisa de mim.


BUUUUM!!!


Aquele mesmo barulho, só que muito mais alto soou de onde estava os dois. Noah que já estava de costas para a cena, se virou e viu que...

Phanpy não estava mais lá.

A criatura repousava seu punho no chão onde estivera Phanpy e igualmente parecia confusa com o paradeiro do quadrupede.

De repente, um chiado foi emitido de dentro do lago.

Noah correu para se aproximar da beira do lago e se deparou com o Phanpy, que se esperneava tentando não se afogar.

Noah se abaixou e se agarrou a beira do lago.

Phanpy, por mais que estivesse confiante antes, agora sua expressão era de completo desespero.

A criatura se limitou a apenas olha-lo no lago e dar meia volta, retornando a floresta densa.

* Eu... * o tempo pareceu congelar enquanto Noah pensava. * Não... isso não é da minha conta. Phanpy está apenas... apenas respondendo as consequências de seus possíveis atos com a outra criatura. *

Ele não precisa da minha ajuda.

O quadrupede parecia estar ficando cansado e começou a afundar lentamente, seu longo nariz era a única coisa visível que estava fora da água.

* Phanpy vai ficar bem... os Pokémon são criaturas que conseguem ser mais fortes que os próprios seres humanos. Muitos aprendem desde quando saem de seus ovos a lidarem com a vida. São mais independentes do que eu mesmo. Enquanto eu dependo de um avião para voar, eles já nascem com asas ou até mesmo aprendem a voar se ensinarem. Enquanto eu preciso que minha tia abra o pote de picles para mim, pois sou muito fraco e não consigo abrir. Eles obtêm força suficiente para, não só abrir um pote de picles, como também retirar a casa do chão e levar para o outro lado do lago.

Ele vai ficar bem, pois ele é melhor do que eu. *


A tromba de Phanpy agora estava submersa, tudo que podia ser visto era algumas poucas bolhas do que restava de ar em seu pequeno pulmão.

 Então, as bolhas cessaram...




TCHIBUM!!!



O corpo de Noah pareceu agir por vontade própria, por mais que sua mente e seus pensamentos tivessem deixado claro que ele não seria útil naquele cenário.

Aquilo não importava.

O lago era raso por sorte de Noah, porém Phanpy parecia debilitado o suficiente para não conseguir nadar direito.

Noah o agarrou em seus braços enquanto Phanpy se debatia.

- Calma!! – Gritou Noah, assustado. – E-Eu estou tentando lhe ajudar!!!

Phanpy ignorou os avisos e continuou se debatendo enquanto o garoto levava ele para o lado do lago onde estivera.

Pachirisu estava em pé na grama olhando preocupado em direção aos dois. Noah teve o cuidado de deixa-lo em terra firme antes de se lançar impulsivamente no lago.

Assim que saiu. Noah colocou Phanpy no chão, o qual continuou a bufar irritado para o garoto que acabara de salva-lo.

- Por que está tão bravo? – Questionou o garoto sem entender. – V-Você estava prestes a se afogar!

Phanpy então desferiu uma pequena investida na perna do garoto, o qual arquejou de dor.

- AI!!! Seu mau agradeci-

O garoto parou de falar ao ver que o Phanpy havia parado de bufar e resmungar. Phanpy estava imóvel no chão, com a respiração fraca.

Noah não pensou duas vezes, estendeu a mão para Pachirisu, que subiu pelo seu braço e se hospedou no bolso do macacão. E recolheu o pequeno Phanpy em seus braços, correndo sem olhar para trás em direção a casa.









* Ainda bem que não tem muita gente aqui * pensou Noah, aliviado.

O cheiro de produtos de limpeza e produtos químicos usados em curativos preencheram as narinas de Noah desde o momento em que entrou correndo no Centro Pokémon.

Agora ali estava ele, sentado em uma mesa à espera do fim do tratamento do Phanpy.

As pessoas passavam pela porta de entrada a todo momento. Algumas entravam tranquilamente e entregavam suas PokeBolas a enfermeira, e saiam logo que a recebiam de volta. Outros entravam desesperados com algum Pokémon nos braços e o levavam a área médica o mais rápido que podem, e logo em seguida se sentavam em um dos bancos no saguão de entrada.

Assim como Noah fez. Com Phanpy.

* Será que Phanpy ficará bem? Não sei se fiz certo em interferir!! Era uma disputa entre Pokémon!!! Não tinha motivos para me meter!!!! EU FIZ ALGO ERRADO, NÉ?!?! *

Os pensamentos ansiosos de Noah estavam a ponto de colapsar sua mente. Ainda bem que Pachirisu sendo seguido pela tia Miranda, entraram no Centro Pokémon, olhando envolta com um olhar preocupado, até encontrar Noah em um canto pouco iluminado do local, sentado em um banco.

- GAROTO! – Gritou ela, correndo em sua direção e o abraçando com força. – VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUÃO PREOCUPADA EU ESTAVA?!?

Noah se limitou a apenas suspirar e devolver o abraço.

- Desculpa... – disse ele com os olhos ficando marejados. O cheiro do cabelo de tia Miranda o deixava calmo; lavanda. Os abraços dela sempre eram tão quentes e aconchegantes. Era impossível do Noah não se lembrar de quando decidiu vir pra Violet City. Ele precisou de MUITOS abraços como esse para se sentir melhor. – Achei que podia... ajudar... m-mas acho que só atrapalhei...

Tia Miranda o afastou um pouco do abraço e recolheu o seu rosto com suas mãos quentes.

- Vai ficar tudo bem, Komala. Agora me diga, o que houve?

Noah enxugou as lagrimas que estavam prestes a sair com a manga da camiseta, e se sentou de uma maneira confortável no banco.

- Eu fui com Pachirisu na floresta, plantar a Apricorn, como sempre fazemos todas as manhãs. Encontramos um pequeno lago e plantamos lá. No momento que decidimos voltar para casa... um barulho alto veio do outro lado do lago, e dos arbustos saíram Phanpy e um Pokémon que não conheço.

A ala medica, que estava uma confusão que só com as enfermeiras e alguns Chansey perambulando a procura de equipamentos ou coisas medicas. Pareceu finalmente ter um minuto de paz e silencio.

- Esse Pokémon, – Continuou Noah – e-ele estava atacando Phanpy por algum motivo que não sei. Phanpy foi se esquivar e caiu no lago... e bem... não conseguiu nadar por conta da pata machucada... e...

Noah faz um gesto apontando para as roupas parcialmente molhadas.

Tia Miranda tinha uma expressão maravilhada em seu rosto.

- Isso foi... tão... INCRIVEL!!! – Exclamou ela, logo em seguida retornando ao abraço apertado. – Meus parabéns, Komalinha!! Você conseguiu lidar com seu passado!!! Eu estou TÃO feliz!!!!

Noah conseguiu exibir um breve pequeno sorriso, mas ele sabia que não foi bem isso que aconteceu. Aquilo foi um completo impulso involuntário da parte dele. Ele não sentia que havia lidado 100% do seu passado.

Quando ele pensou em dizer algo sobre isso. Um barulho estridente foi emitido da ala medica, como se várias garrafas fossem derrubadas. Algumas enfermeiras gritavam com o que estava fazendo toda essa algazarra.

Foi então que o barulho pareceu se tornar maior e então a porta dupla se escancarou.

E na frente da porta estava Phanpy, com sua pata direita da frente enfaixada.

Atrás dele havia um rastro de confusão que possivelmente ele fizera. As enfermeiras tentavam chegar perto dele e acalma-lo, porém, ele apenas se limitava a bufar em direção delas com um olhar revoltado.

Miranda e Noah se levantaram, surpresos.

- Garoto, - Disse uma das enfermeiras. – Será que você poderia... ajudar com seu Pokémon aqui?

Noah trocou o peso do corpo, desconfortável.

- B-B-Bem... é que Phanpy... Phanpy é um Pokémon selvagem...eu...

Phanpy então, ignorando os avisos das enfermeiras e a tentativa de se explicar do Noah. 


Caminhou em sua direção com o mesmo olhar determinado. Sua tromba estava enrolada em direção ao seu corpo, como se segurasse algo, porém Noah não sabia dizer o que era.

Assim que chegou perto, Phanpy pareceu hesitar por um tempo, então, desenrolou sua tromba revelando o que parecia ser uma pequena flor amarela.


 Noah notou que do lugar em que Phanpy viera, havia algumas pequenas mesas e nelas alguns vasos de flores iguais a essa. Talvez Phanpy tivesse quebrado algum vaso e retirado essa flor.

Miranda soltou um sorriso.

- Acho que Phanpy está tentando agradecer você.

O garoto então notou com um sobressalto de surpresa.


Ele se agachou devagar para perto de Phanpy, e estendeu a mão para pegar a flor, porém, antes que conseguisse, Phanpy colocou a flor sobre sua orelha esquerda, e se afastou minimamente para trás.

- V-Valeu. – Disse Noah. – Fico feliz que esteja bem, Phanpy. Mas... n-não precisava dessa confusão toda.

Phanpy olhou para trás notando a confusão e as enfermeiras 
preocupadas com ele, e se limitou a olhar para o lado, como se não se importasse.

Miranda e Noah ajudaram a arrumar o que podiam, e pediram desculpas por toda a confusão causada pelo pequeno.

Assim que terminaram, voltaram para casa. Noah notou que Phanpy o estava seguindo um tanto distante. E assim que Phanpy notou que o garoto o havia percebido, se escondeu entre um vão de uma casa e outra.

- O que Phanpy está fazendo? – Perguntou o garoto, enquanto caminhava com sua tia e Pachirisu ao seu lado.

- Phanpy é orgulhoso demais. – Disse Miranda, como se isso explicasse tudo.

Ao chegarem em casa, Noah estava prestes a fechar a porta quando notou que Phanpy esperava do outro lado, de fora da casa.

Seu olhar ainda era o mesmo determinado, só que Phanpy não conseguia manter o olhar fixo, e o desviava, envergonhado
.


Noah fez um gesto indicando que Phanpy entrasse, e o mesmo fez após hesitar um pouco.

Ambos Phanpy e Noah ficaram se encarando na entrada da casa, parecendo estarem envergonhados. De repente, Miranda chega, saindo de seu quarto, com uma mochila grande e um caixa de sapato velha.

- Vamos conversar? – Perguntou ela, logo se dirigindo ao sofá da casa e se sentando, arrumando as coisas que carregava ao seu lado do sofá.

Noah olhou Phanpy que lhe direcionou um olhar igualmente confuso.
Noah se sentou ao lado das coisas que a sua tia trouxera.

- Acho que você já está pronto, Komalinha.

Ela retirou a tampa da caixa de sapato, revelando uma esfera de cor vermelha e branca, com uma figura de um Pokémon cravada na sua parte vermelha.
 O Pokémon era um tanto indecifrável, Noah apenas notou sua enorme face e seus olhos fechados.


- É um Snorlax. – Esclareceu Miranda. – O Pokémon favorito de seu pai.

Noah olhou em choque para ela.

- Como...?

Miranda suspirou.

- Olha, eu não vou lhe contar tudo que sei. Eu prometi para seus pais que não iria dizer sobre o passado deles para você... – Ela hesitou e apertou os lábios. – Mas me doí muito ver que VOCÊ também está lidando com seu próprio passado.

Ela retira a esfera da caixa e entrega a Noah. Debaixo da esfera residia um caderno de capa verde, sua capa parecia estar desgastando. Com certeza estivera ali a bastante tempo, uma pequena nota era visível na capa desse caderno, com os dizeres;

Manual de Sobrevivência
Nathan e Luana Castillo


Ela também o entregou o caderno, Noah os segurou e a olhou confuso.

- Seus pais tiveram seus próprios motivos para saírem dessa vida de treinadores. Acredite em mim. Foi difícil para eles tomarem essa decisão. Mas não quero que faça o mesmo, muito menos sem ter tentado.

Miranda então segurou o rosto de Noah.

- Você precisa viver, Komala.

Noah a olhava confuso, parecia ansioso. Seus olhos ficaram marejados.

- E-Eu não estou entendendo, tia. O que isso tudo significa? O que devo fazer com isso??

Miranda abriu um sorriso para ele.

- Use o caderno para lhe orientar. E essa PokeBola... está vazia. E já era hora dela ser usada novamente.

Ao dizer isso Miranda olha para Phanpy que estava olhando revoltado para Pachirisu que tentava lhe oferecer algum petisco.

Noah despejou sua primeira lagrima.

- Eu tenho medo.

Miranda enxugou sua lagrima com o dedo.

- Ficaria preocupada se não tivesse.

Ela pegou o caderno de sua mão e o abriu em uma página, mostrando um mapa com um caminho traçado por uma caneta vermelha. O mapa mostrava a região de Johto.

- Esse foi o primeiro caminho percorrido pelos seus pais quando eram mais novos. Que tal refazer os seus passos? Assim, quem sabe, você acabe descobrindo a verdade sobre eles.

Noah agarrou o caderno e o olhou atentamente. Por incrível que pareça, sua ansiedade não estava lhe prejudicando naquele momento. Mas era verdade, ele sentia medo. Medo do que vem a sua frente. Do seu futuro. De se perder e não saber o que fazer.

Phanpy chegou mais perto dele, ignorando Pachirisu. Seu olhar determinado pareceu dizer que ele entendia o que estava acontecendo, e que concordava com o que estava sendo proposto pela tia Miranda.

- Você vem comigo? – Perguntou Noah, tão baixo que quase pareceu um sussurro.

Phanpy acenou a cabeça apenas uma vez.

O garoto ficou maravilhado com a resposta, como se não esperasse por ela. E começou a se mexer desconfortável.

- Certo... como que eu faço isso? Tenho que assinar algum documento?? Usamos algum tipo de contrato ou...

Phanpy deu uma pequena investida na perna de Noah, e então tocou sua tromba no botão que ficava no meio da esfera.

A esfera pulou da mão de Noah com um feixe avermelhado que saiu de dentro da esfera a ser aberta com o apertar do botão, o feixe então se lançou em direção ao Phanpy que foi consumido para dentro da esfera, a qual se fechou com isso.
O botão então começo emitir uma luz avermelhada do botão enquanto chacoalhava.
Após chacoalhar três vezes. A esfera parou, e emitiu um breve barulho agudo.

- ...funcionou? – Questionou o garoto, ainda confuso.

Miranda riu dele.

- Parabéns, Komala. Você capturou seu primeiro Pokémon.

Os olhos marejados de Noah brilharam de animação. Pela primeira vez em anos, Noah não estava ressentido se fizera ou não a escolha certa. Ele sabia que seguir os passos dos seus pais era apenas uma desculpa. Tudo que queria era sentir aquele impulso involuntário que ajudou Phanpy a sair do lago.
Noah queria provar para sua mente pessimista, que sim;

Ele podia ajudar.

Ele valia algo.

Noah chacoalhou a PokeBola de Phanpy, tentando libera-lo de dentro dela. Até que Miranda lhe ajudou, mostrando como fazer isso.

Phanpy saiu com o mesmo feixe avermelhado de dentro da esfera. Seu olhar mais determinado que antes.

Noah se levantou e colocou a grande mochila nas costas, sua tia lhe disse que havia preparado as coisas que precisava e colocado dentro dela.


Phanpy e Pachirisu acompanharam os dois a porta de entrada da casa.

Enquanto estavam se despedindo, ambos não conseguiram aguentar as lagrimas e acabaram chorando, mas com certeza as lagrimas não eram de tristeza dessa vez.

Miranda recolheu mais uma vez o rosto de Noah com seus dedos calorosos.

- Cresça. Amadureça e Cuide-se, Komalinha. – Disse ela em meio a lágrimas. – E tenha em mente o que lhe disse quando chegou aqui em Violet City; “Se não conseguir pelo jeito fácil...

- Não tem porque não tentar pelo jeito difícil” – completou Noah, dando-lhe um último abraço e se despedindo da tia Miranda e de Pachirisu.

No meio do caminho, se virou para Phanpy, que caminhava confiante mesmo com sua pata enfaixada.

- Obrigado por me acompanhar. – Disse Noah para Phanpy, que apenas bufou alto, triunfantemente.

E assim...

Noah deu início a sua jornada. Seguindo os passos de seus pais, a procura da verdade sobre o que aconteceu com eles, e seu passado com os Pokémon.

Mas principalmente.

Para provar a si mesmo, que é alguém valoroso.






- Ahn... Phanpy... eu não sei para onde a gente tem que ir.
Noah Castillo e o impulso involutário 0015













Noah Castillo e o impulso involutário Manual24

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Sua inicial foi entregue!

@leandrorebolaition, pode começar sua jornada em Violet City ou adjacências ~

_________________
Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




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