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SUMÁRIO




Última edição por leandrorebolaition em Seg Dez 19 2022, 16:52, editado 1 vez(es)

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O preço da liberdade


O anoitecer havia chegado com bastante antecedência. Era de se esperar que a lua cheia estivesse iluminando a silenciosa noite que fora prestigiada ao nosso pequeno amiguinho que estava adormecido na caçamba de uma caminhonete. Por mais que os solavancos da estrada esburacada fossem definitivamente um enorme incomodo, o pequeno pareceu não se importar com isso, se enrolando cada vez mais em seu próprio corpo, se aquecendo com seu pelo azulado arrepiado, que esvoaçava com o vento forte que a caminhonte trazia com seu andar desengonçado.

De repente, um som que se assemelhava a um resmungo foi emitido pelo pequeno azulado, que logo se manifestou, se remexendo desconfortavelmente em sua posição de sono profundo. O mesmo apenas se limitou a se levantar lentamente e ficar em pé em suas quatro patas. Seu olhar era sonolento, assim como seu balançar junto a caminhonete barulhenta. Suas orelhas redondas estavam inclinadas, e uma delas estava com um arranhado profundo.

O som tornou a ser escutado, agora, revelando o local de origem; a barriga do pequeno. Provavelmente estava a um bom tempo sem se alimentar, e os ferimentos possivelmente deviam ser frutos de sua tentativa de aliviar o resmundo de seu estômago vazio. Seu rabo abanou o chão, infeliz. Era visivél que havia um certo desconforto na pequena criatura ao colocar a pata traseira esquerda no chão, porém isso não o impediu de caminhar até a portinhola da caminhonete, a qual estava escancarada e era a principal causa do barulho com sua batida ritmica com o parachoque traseiro.

Sua orelhas começaram a dançar junto ao seu pelo azul quando encontraram novamente o vento forte da viagem. Ele então se sentou, dobrando suas patas traseiras, ignorando o incomodo. Ele estava próximo aonde a portinhola deveria ficar, se fosse fechada com o devido cuidado.

O pequeno lançou seu olhar para a estrada que estava passando, o movimento padronizado da caminhonete de encontro aos buracos da ruazinha de terra. Seus olhos iam de encontro ao que estava ao seu redor. Pareciam perdidos, e ansiosos... como se procurassem algo... como se procurassem alguém.

A aventura do pequeno parecia estar fadada ao fracasso, nem ao menos o incomodo de sua pata e os resmungos delirantes do seu estômago pareciam lhe abalar. Era como se os seus ferimentos externos não se comparassem de nenhuma forma as suas cicatrizes que foram marcadas em seu próprio amalgamo do seu ser. Nada daquilo lhe importava mais, o que lhe restou de suas forças ele faz questão de desperdiçar em disputas sem benefício próprio. Aquilo era seu prazer. Mas agora, ele não se sentia recompensado.

Aquilo deixou de ser seu prazer.

Fugir do seu passado não estava mais funcionando, a dor que sentia no seu pequenino corpo não mais o ajudavam a sentir novamente aquele antigo ímpeto de vida, o qual ele tanto apreciava e cuidava com todo seu carinho. Porém, aquilo já o havia largado a muito tempo. Juntamente com ele...

Talvez fosse isso o que ele buscarva com suas desavenças aleatórias com as outras criaturas que encontrava por ai; sentido, vontade, aceitação. Ele queria ter esses sentimentos novamente inundando seu coração e sua alma. Será que era pedir muito? Tenho certeza de que ele não pediu por isso. Então por que sofre tanto?? Ele não teve culpa.

A caminhonete cessou o seu dançar desconfortavél com os buracos estrada, assim que se encontrou com uma pequena e fina estrada que era asfaltada. As luzes dos postes ao longo do percusso entravam no campo de visão do pequeno e aliviavam um pouco a tensão em seu corpo. A luz sempre fora bem-vinda para ele. A cidade logo foi alcançada pela pessoa que dirigia a caminhonete, era possivél ver as pequenas casas fechadas, com certeza era tarde demais para estar acordado. O pequeno então, se arrumou, levantando sua pata machucada e a colocando devagar sobre a tábua solta da caçamba da caminhonete. Ele sabia o que estava por vir, já fizera isso diversas vezes e o resultado sempre fora o mesmo.

O felpudo não era bem-vindo.

Aos poucos os postes luminosos iam dando espaço a arvores pequenas, porém, sem frutos. A quantidade de casa ia diminuindo junto a quantidade de postes. Silhuetas escuras planavam acima do pequeno e da caminhonete, provavelmente a procura de um refúgio, assim como o pequeno. Seria tudo mais facíl se pudesse voar juntamente a eles.

Com um cessar brusco, a caminhonete emitiu seu último solavanco, parando em frente a uma pequena construção, incomum e diferente das demais que o pequeno havia visto, surpreendentemente, as luzes da casa ainda estavam acessas e a placa que estava grudada na porta de vidro do estabeleciemento dizia "Aberto". Porém ele sabia que não podia ficar ali por mais tempo.

A porta da caminhonete se abriu com um rangido, e logo após ser fechada com outro ranger ainda mais agudo, passos pesados foram ouvidos, indo de encontro a caçamba da caminhonete.

O pequeno estava se preparando para pular, quando se deu conta que sua pata ainda latejava por conta do machucado. Ele arquejou quando se impulsionou para de encontro ao chão. Assim que aterrissou no frio asfalto, não pode conter a dor de sua pata e acabou desabando no chão. Seu corpo tremia, só que ele não sabia dizer se aquilo era por causa do frio da noite, ou de seu corpo cansado. Ele ficara tanto tempo que os passos e resmungos do dono da caminhonete o alcançaram. A figura que dirigira a caminhonete parecia embaçada aos seus olhos, seu corpo estava finalmente cedendo a dor que sentia. Era estramamente desconfortavél... não se sentir mais amado.

Tudo que ele desejava era sentir novamente, aquele sentimento... já passou tanto tempo... desde a última vez...

A figura se aproximou ainda mais, e aos poucos seu rosto foi se tornando perceptivél, sua pele escura e seu olhos amarelados derramavam um sentimento incomum para o pequeno, ele não sabia o que aquele olhar deveria dizer, ou talvez soubesse e só esquecera seu significado.

Mas ele sabia que aquilo não acabaria bem para ele, não importando o olha que lhe lançavam, esse mundo não o queria mais.

Com o pouco de esforço que tinha, o pequeno se levantou rapidamente, gemendo e arquejando de dor. A figura com o olhar misterioso protestou, dizendo algo que o pequeno não conseguia discernir por conta do zumbido irritante que inundava seus timpanos. Ele se arrastou para longe da caminhonete e da figura. Não podia se dar ao luxo de esperar por mais uma bofetada pelo abuso de se hospedar em mais uma caminhonete sem autorização do dono(a) dela.

Assim que sua visão se tornou melhor, ele utilizou de suas ultimas forças para se lançar para a rua da pequena cidade. Suas patas trotavam no chão. Ele se sentia livre, porém preso. Por mais que tentasse se esquecer de tudo que passou, sempre sentia aquele mesmo sentimento, aquela mesma alfinetada de solidão e tristeza que o perseguia. E cada vez mais aquele sentimento tomava conta de seu corpo e o imobilizava de tentar procurar a cura para o que lhe tanto atormentava.

O que pode curar... um coração traído?

Era provavél que essa sua última fuga de ser alvejado por caixotes de entrega. Ele podia sentir. A cada tilintar de suas unhas no chão frio, o seu corpo ia cada vez mais perdendo a velocidade.

Existe uma cura para um coração traído??

Isso lhe pareceu soar engraçado, sua boca se retorceu em uma espécie de sorriso de canto de boca, enquanto seu focinho rosado pareceu dançar, e aos poucos, rastros de lágrimas iam inundando suas bochechas. Era engraçado... a injustiça... o preço para a liberdade é muito alto, com certeza alguma coisa o perseguia e o atormentava, para que ele tivesse ciente de que tomou a decisão errada. De que ele não podia ser livre.

Talvez... exista sim uma cura.

Seu corpo desabou no meio da cidade. Ele não fazia ideia do que lhe aconteceria a partir daqui. Mas... pelo visto... não ligava. Ele achou uma cura. O que ele procurava desde o dia que encontrara a sua falsa liberdade.

Estava estampado. Na sua frente. Desde o inicio.

A única coisa que o zumbido lhe deixou ouvir foi os passos apressados de alguém, porém ele não sabia daonde vinha os passos...

E isso pouco importava...

Ele estava cansado...

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