got me thinkin' nonsense ~

Não sei o que são as coisas pessoais, mas acho que você é um psicopata.
...enfim.

— ...eu não tô mandando nada. — Balançou a cabeça, um olhar brevemente desconfiado pairando pelos belos pombinhos. Inclusive, devo dizer que não havia nada em específico que denunciasse realmente uma história naquele laboratório - ou, bem, pelo menos não que fosse possível de encontrar com uma passada de olhos. Em realidade, talvez até fosse, mas como compreender as pistas quando não se tem consciência do contexto? Em uma situação dessas, elas simplesmente passam com inutilidade no horizonte do olhar. — São vocês que tão batendo neles como se fosse filinha indiana. — Murmurou, o que poderia significar muito e nada. Mas é naquelas: Pistas sem contexto que, no fim das contas, não querem dizer nada à essa altura. — ...Eu sei. Ele trabalhou comigo na Lineè. — AHÁ! Tá, não quer dizer muita coisa, mas acho que também pode ser uma pequena BOMBA de novidade. Não sei o que essa informação pode querer dizer pra vocês, mas ei-la aí. Considerando que a colosso pretendia pegar o albino para si no começo disso tudo, talvez ela própria reconhecesse o fato, aliás.

Ou não?

...

Sabe, se parar pra pensar, Hope é uma bela de uma barata. Toma um tapa atrás do outro e, mesmo assim, não parece morrer. Não adianta uma chinelada, um socão, uma vassourada - e olha que Lineè estava tentando. Não dava nem pra dizer que não, considerando o tapa-atrás-de-tapa que o animatrônico colossal sapecava no besourinho. A insistência era em vão porque, na mesma golfada que tentava esmagá-lo, vinham os intrometidos ali atrás curando e curando e curando.

Era complicado, sim.

Tão distraída estava na tarefa que quase tomou um tabefão de uma dragoa bem chateada com a paralisia. O fato não ocorreu - não pela estática, dessa vez, mas porque ela tomou uma linguada no meio da cara (mais especificamente, bem dentro da narina) assim que começava a preparar o golpe e, bem, apesar de não ter sido consequência direta da eletricidade que corria me seu corpo, digamos que ficou chocada demais pra reagir (além de, é claro, um "FROEEMRNRO" bem esquisito que deixou escapar enquanto instantaneamente recuava, assoava o nariz e batia os bracinhos em cima do focinho, ABSOLUTAMENTE atordoada). A única coisa que a despertou, vários momentos após o corpo úmido e molenga recuar de, vou lembrar, SUA NARINA, e escorrer pra dentro da boca do anômalo calango outra vez, foi a investida de Vikavolt.

Foi de um jeito bem tosco e aturdido, mas com um combo de soquinho e raio, por um momento, tudo parou. Pelo menos essa foi a impressão que a situação deixou, um silêncio incômodo pairando pelo ambiente e, enfim, após longos segundos, os braços da colosso vagarosamente repousaram no chão, a cabeça pendendo para frente e os olhos de led se envolvendo em escuridão. Ao contrário de todos os outros, a grandona não foi embora do campo; Simplesmente desativou-se, como se a bateria houvesse enfim chegado à sua porcentagem final.

Isso era um problema, mas não ao casal.

Mas há um problema que os diz respeito. Ele é justamente o esverdeado restante que, ao se dar conta da própria solidão em arena, pendeu o corpo para frente e prostou-se sobre os quatro membros mais uma vez. Os olhos se mantiveram fixos nos adversários, um em cada um - e, de repente, a situação pesou. E digo isso da maneira mais literal possível: uma energia pesadíssima partiu do animatrônico, poderosa o suficiente que instantaneamente tragou Ivy para o chão com um baque mudo. O peso veio também aterrador sobre Rocket e Ranger, uma força brutal que os arrastava para baixo em um amassar quase dolorido; O tipo de pressão que ameaça explodir uma cabeça como se fosse uma uva a ser espocada entre dois dedos.

...Algo que também ocorreu do outro lado do campo.

— ...Ngh! — Escapou a lamúria sofrida, provavelmente resultado do ombro afetado sendo fisgado por uma gravidade estrondosa. — ...o-o que é que?... — E agora sim, esse é o motivo de preocupação. Não pela situação ocorrida, mas pela confusão que se seguiu do próprio criador da besta. Como programador, imagino que saiba que um bug inexplicável nunca é um bom sinal.

...uma fina linha de sangue escorreu por uma de suas narinas, o corpo perdendo a força e os joelhos indo contra o chão quando os músculos não foram capaz de se sustentar. E é aqui que eu pergunto: Se é uma situação insuportável do outro lado da sala, qual será a potência disso bem ali, pertinho de seu núcleo? Provavelmente não muito legal, considerando a maneira como as mãos fugiram em direção aos próprios cabelos e os apertaram, os olhos se apertando e a cabeça baixando como se tentando se livrar de uma repentina sina desastrosa.

É algo a se questionar.

Vikavolt: Hyper Potion
Project D: Fake Out (14 - Dragonite)
Lineè: Smack Down (15 - Vikavolt)
Dragonite: FLINCHED

Lineè: Smack Down (15 - Vikavolt)
Project D: Gravity
Vikavolt: Thunderbolt (30 - Lineè)
Dragonite: Fire Punch (35 - Lineè - K.O)

[/quote]

Zhár tentou, de verdade, bancar a heroína. Ela lançou sua vinha - que, assim que saiu, também recebeu a tensão da gravidade empurrando-a para baixo, fato que amenizou bastante sua velocidade. Mesmo assim, avançou como uma cobrinha lenta, vagarosa, pouco a pouco perdendo altitude ao passo que se aproximava do núcleo gravitacional do lugar. Quando finalmente alcançou a marca em que a monstruosidade besta estava, porém, parou. O cipó, já se arrastando pelo chão, não conseguiu mais avançar ou sequer recuar: Grudou como se colado por uma Super Bonder e, por mais que a venenosa tentasse puxar pra lá, pra cá, ou até arrastar os pés no chão, era uma armadilha que ahvia se enfiado e não era mais capaz de sair.

Felizmente, era apenas uma vinha.

...Alguma vez vocês já viram, bem de pertinho, o desenrolar do processo de congelamento do próprio ar?

Começou de maneira discreta: Um ponto branco surgindo no meio do tempo, estático o suficiente para que fosse confundido com alguma sujeirinha esquisita no próprio olho. Então, vieram um, dois, três, dezenas, ao ponto de não poderem ser confundidos mais - milhares de átomos de oxigênio congelados que não só começavam a baixar a temperatura do local, como também tornavam o ar mais escasso e traziam, além da dificuldade de movimentação, a de respirar. Naquele mundo branco, a tempestade se agitou, as moléculas afiadas sacolejando-se pelo ambiente e danificando tudo que visse pela frente, em ferimentos e destruição que malmente eram percebidos antes de realmente acontecer. Na pesada confusão gélida, que destruía bastante o campo de visão, sequer foi possível enxergar o contra-ataque oferecido pelos pokémons; Bastou rezar e confiar que houvesse dado tudo certo, no fim das contas, principalmente quando mesmo a comunicação foi dificultada pelo assovio grotesco da nevasca.

A tempestade, então, aumentou. Bastante, o suficiente, os flocos girando por todo o ambiente ao mesmo tempo que eram puxados para baixo em uma valsa violenta. Fractais induziram rasgos em roupas, pele, abalaram a estrutura dos móveis e estragaram o coitado do Pufe verde. A tempestade vociferou naquele cômodo apertado, escapando parcialmente para o corredor - em um momento, ela deu trégua. Abriu espaço, um pequeno túnel de visão em direção à besta esverdeada.

Trago pra vocês um spoiler bem dado de MVP: Uma Karinna abaixada, toda dobrada, enquanto em cêmera lenta executa todo o procedimento de dancinha de um Crystal.

Aquela pequena brecha foi aproveitada por Ivy. A dragoa em momento algum avançou, mas o punho foi dominado por faíscas elétricas que cresceram, cresceram, cresceram, até que foram expurgadas de seu corpo em um movimento frontal rápido de punho. A estática acumulada voou na direção da besta esverdeada, baqueou e se espalhou por todo o animatrônico que, parado no lugar, não pareceu reagir.

Project D: Blizzard (46 Dragonite | 27 Vikavolt)
Vikavolt: Thunderbolt (25 - Project D)
Dragonite: Dual Wingbeat (26 + 26 - Project D)

Project D: Blizzard (46 Dragonite | 27 Vikavolt)
Vikavolt: Bug Buzz (25 - Project D)
Dragonite: Gigavolt Havoc [Thunder Punch] (67 - Project D - K.O)

Por um momento, tudo parou. A pressão de gravidade dissipou-se de uma vez só, destravando músculos e desaparecendo com incômodos que assolaram o lugar por tão pouco tempo que, de algum jeito, alongou-se como se fosse eternidade. O camaleão se manteve parado no lugar, como uma estátua que se perdeu ao universo e que, eventualmente, deixou de pensar.

— Ôi, — O sussurro escorregou de trás, suave, o volume tentando criar guerra contra a rouquidão que assolava a garganta. — que porra é que-...

Bum.

Foi rápido demais para que se pudesse pensar a respeito. Por um pequeno e curto lapso, tudo parecia bem - uma brevíssima calmaria que antecedeu a tempestade (o que era bem irônico, parando para pensar que a nevasca ainda se acalmava no ambiente). Ivy começava a repousar sua buzanfa, Zhár recolhia a vinha vagarosamente, tentando descobrir se não era descolada no processo, Karinna desdobrava os joelhos.

Hope foi o primeiro a perceber - uma faísca pequena, discreta, escapando da carapaça anormal do camaleão. Foi um pouco difícil de entender quando, após o fim de toda a batalha, o inseto atirou um bonequinho Air-Bag feito bem nas pressas, que malmente teve tempo de crescer o suficiente antes que o robô estourasse e enviasse tudo pelos ares; Ele até chegou a correr pra frente do próprio treinador mas, considerando os milésimos de segundos que tivera no processo, só conseguiu barrar parte da baforada da explosão com o Substitute mal feito (e com o próprio corpo) antes que mentor e aluno fossem atirados contra a parede - não tão longe, mas com um impacto suficiente pra acordar qualquer cabrito.

Apesar de um pouco mais lerda, Ivy também teve sua reação. Não tanta: A pseudo praticamente só girou no lugar e aglutinou Karinna no meio de um abraço apertado, tomando a baforada e algumas placas de carapaça contra as costas - mas, sim, pelo menos serviu de um barracão efetivo para a própria mãezinha.

Elfman, coitado, foi amassado por um bundão de Venusaur.

Como você deve imaginar, havia fumaça, gelo, poeira. Uma nuvem marrom-azulada subia e escurecia praticamente toda a sala, uma névoa densa que ocultava o desastre do campo e também todas as consequências e infortúnios que se escondiam do outro lado do ambiente. O silêncio veio sólido, anunciando também a provável falta de oponentes após o desastroso projeto final.

Quando a nuvem baixou e começou a se dissipar - algo que demorou um pouco, mas não sei se o suficiente considerando que existiam ótimos pokémons com asas ali pra ajudar a acelerar o processo -, tenho a obrigação de revelar a situação na outra metade da oficina. Não era bonita, e não se enganem a respeito: As pernas e braços mal-formados do camaleão eram a única coisa que restavam em sua estrutura, fincados ao chão e com suas pontinhas torradas em um forte tom de carvão. Peças e placas se espalhavam por praticamente todos os lados da oficina - uma em especial, grande o suficiente para amassar uma pessoa, havia sido atirada diretamente na direção do menino e, incrivelmente, seu percurso havia sido barrado por uma das gigantes mãos de Lineè, fato minimamente estranho se quiser levar em consideração que, teoricamente, o robô havia se desativado.

Mistérios da vida.

Falando nele - o fato de não ter sido amassado não o deixava em condições melhores. Ouso imaginar que todo o impulso fora o responsável por arremessá-lo de maneira bem crua contra a borda da mesa, se for levar em conta o ângulo, mas o resultado resumido era um corpo largado no chão que não tenho a mínima ideia de se está vivo ou não. Algumas ferramentas haviam se desprendido da tela no fundo da sala e espalhavam-se pela bancada e também pelo chão próximo ao menino, mas é o tipo de coisa que só se sabe se botar a cara bem de pertinho... Eu acho.

Mas, vamos falar de Elfman.
Ou do que sobrou do bendito, considerando que havia sido transformado em papelão por causa de uma bunda de Venusaur. Não pra menos, o albino estava agitadíssimo atrás daquele traseiro, as pernas se movimentando para CHUTAR com uma brusquidão irritadiça as pernas traseiras da coitada da Zhár, que lentamente começou a se levantar e balançar a cabeça pra tentar entender o que é que estava acontecendo.

— Sai. De. Cima. De. Mim. Seu. Caralho. Gordo. De. Merda! — Bem, acho que não é o melhor começo, mas pelo menos já era uma ótima indicação de consciência. Você pode culpar alguém que foi bundado para uma morte certa? E cá entre nós, não é como se desse pra sequer imaginar o que é que estava acontecendo e quem é que o rodeava - aposto que você também não estaria de bom humor.

... ... ...
...Você botou o dedo na cara dessa criatura?
Eu não sei o que você esperava desse birutinha aqui, principalmente considerando que ele havia acabado de sair de um beijo bem íntimo com uma venenosa caroçuda, mas...

Não me leve a mal, mas ele simplesmente virou e mordeu, com toda a força, assim que sentiu o cutucão. Eu tenho a sensação que ele até rosnou no processo, mas isso eu não tenho como te dizer com toda a certeza.

...a parte boa é que, bem, assim que o olhar bateu na imagem do ruivo, após uma breve e longa pausa de interrogação no olhar, a mandíbula desse cachorro humanoide se entreabriu, enquanto ele lentamente sussurrava um N-Nii...

Não, pera.
Cena errada.

— ...dai? — Disse, bem devagar, encarando a criatura como se estivesse vendo uma mira(jane HAHAHAHAHAHAHA)gem bem da esquisita. Ele pendeu a cabeça para o lado, franziu o cenho e, por um instante, pareceu questionar a própria sanidade.

O que, vindo deste homem, acho que já quer dizer o suficiente.

Ah, como é bom um encontro familiar. E animado, né! Acho que com certeza era pra suprimir de vez toda aquela atmosfera não-muito-amigável que dominava o ambiente até então; Provavelmente não da maneira que se esperava, considerando que o dedo do ruivo virou petisco, mas até aí é tudo detalhe.

— Para de drama, saco de cocô, eu nem mordi forte assim! — Reclamou - o que era muito rico, considerando que com toda a certeza não era ele quem tinha o direito de reclamar ali. A atenção desviou-se brevemente na direção da loira quando a ouviu chamar (era um pouco difícil, considerando que tinha uma VENUSAUR GIGANTE que tampava praticamente toda a sua visão do ambiente); Ele levou algum tempo encarando, franzindo o cenho, tentando dar rosto ao nome, e... — ... ...Ei, namorada! — Enfim, o cumprimento. Com um sorriso debochado, — Tava com tanta saudade assim, mozão? — Uma piscadela, enquanto o corpo se mexia desconfortavelmente em busca de conforto.

...ÊPA, PERAÍ. QUE PAPO É ESSE AÍ?!
Eu te digo: Essa história é sua, dona Bley, pouco antes de dar rage quit do Mt.Pyre. E perdoem esse pobre coitado, mas como diabos ele pode imaginar que a bonitona acabaria ficando de verdade com o irmãozinho lelé dele?
...acho bom alguém falar isso pro Daisuke, também.

— ...eu não? — Agora sim, a atenção se voltou para quem deveria. Pendeu a cabeça para o lado, para o outro, balançou em negativa. — Sei do que tu tá falando aí não. Mas, e aí... — Chamou, inclinando um pouco pra frente - mais precisamente, na cara da cara de Zhár -, os ombros se movimentando em desconforto enquanto tentavam, obviamente, se separar. — Tu vai ficar me olhando com essa cara de cu ou vai me tirar daqui? — Tá, ESSA AQUI SIM era uma reclamação válida. Você já tentou ficar dentro de uma camisa de força?

Eu não, mas não deve ser muito maneiro.

Agora, quanto ao outro lado da sala. Não havia muita coisa além da destruição já mencionada, projetos espalhados pela mesa que denunciavam a construção e aprimoramento dos robôs. O menino... Ele não reagiu aos chut(inhos), o corpo largado de qualquer jeito no chão. Foi somente quando Ivy obedeceu às ordens da loira (ainda que com muita DÚVIDA, considerando que não era o que costumava acontecer em uma situação daquelas) e recuperou aquele mini-humano nos brações gordos que reparou na frágil respiração da criatura, ainda que uma e outra linha de sangue escorresse pela sua cabeça, alguns cortes espalhados pelo macacão e, consequentemente, pelo corpo (o que me resta concluir que Lineè é uma linda heroína, considerando a situação). Cá entre nós, o fato foi um infortúnio para a dragoa, que percebeu que realmente teria o trabalho de carregar aquele saco de batatas ao invés de jogar pro lado e fingir que nem conhecia. Mas tá, vamo lá, fazer esforço...

Pelo menos ele era magrinho.

E, sobre onde é a saída...
Meu amor, tem um elevador ENORME aí. O que mais que você quer, hein?