[EVENTO] COBAIA DE ARCEUS II: O INIMIGO AGORA É OUTRO

Antes de prosseguir, preciso admitir que achei duas coisas muito curiosas nesse 'take' anterior: (1) Owain Urien chora falando seu primeiro nome (UWAIN) e (2) Karemachena admite que não gosta de si, já que ela é rosa. Tendo demarcado isso, retorno ao ponto inicial, que apesar do "retorno", é algo mais para frente: a sequência de golpes que está por vir.

Talvez por ouvir (robô tem ouvido?) o que Karemachena disse, o Marfoo foi prontamente sagaz em erguer uma proteção em formato de redoma que englobou a si e ao seu amigo rosado e malemolente, lhe impedindo de sofrer dano das pedras que estavam para chegar. Ainda assim, a barreira era facilmente ultrapassada pelo morro-de-músculos que chorava incessantemente. Talvez tenha sido a força do ódio, talvez desleixo de Marfoo, ou ainda seja característico do golpe não barrar entradas e saídas. Não sei! Só sei que Urien adentrou e mirou naquela fada com muita tristeza, que facilmente virou ódio.

Como já havia proximidade entre Conkeldurr e Clemetal, o rosáceo nem se deu o trabalho de andar muito para atacar: era grande e lerdo, demandaria muita energia tentar alcançar Arthur, então apenas estendeu sua mão e deu uma bofetada cor de rosa, fazendo Urien dar um rodopio e cair no chão nocauteado.

... ao menos ele parou de gritar.

Arthur, que foi menos enfatizado neste post (até agora), estava muito concentrado no coco que outrora enterrou no chão. Veja só, é mais ou menos isso que ele anda fazendo: solta o golpe que sua treinadora (ou apenas uma orientadora) pede e depois olha pro chão, tentando enfiar as mãozinhas entre os vãos da pedra para tirar seu Excocoburr dali. Tentou, tentou, tentou. Sentia que a ponta de seus dedos estavam queimadas e, ao tocar aquela pedra, um pequeno choque térmico, seguido de dor, lhe impedia de tentar melhor. Já esta sua décima tentativa (ou 11º, não sei o número ordinal disso então não escrevi), quando sentiu um ódio subir por completo, lhe obrigando a tentar mais. Botou as mãos naquele coco, usou toda a força do mundo e NADA LHE FAZIA TIRAR AQUELE COCO DALI.

Ele nem estava prestando muita atenção no que estava acontecendo em sua volta, até perceber que um barulho intermitente de UWAAAAAAAAAAAIN finalmente parou. Logo em seguida, percebeu que suas queimaduras não doíam mais e não lhe faltava mais ódio. Com os olhos flamejantes de raiva, os braços enrijecidos de stress e a perna balançando de ansiedade, Arthur mete os dedos naquela pedra, abrindo um pequeno buraco e despedaçando a rocha ao redor do coco e conseguindo libertar seu querido aliado. De imediato, pegou o Excocoburr com muita euforia, levantou-o bem alto e o mostrou para todos, dando um enorme grito parecido com um AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ou um UHÁAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, era difícil dizer.




Campo: Uma ilha relativamente grande, mas que ainda é possível ver os contornos do mar. Pessoas ao redor observantes e caos bem próximo.

Log de Batalha:
Turno 01: Marfoo Quick Guard > Arthur Rock Slide Fail > Urien Close Combat (-37 | Clemetal 93) > Clemetal Play Rough (-36 | Urien K.O) (GUTS ←→ RECEIVE)
Pós-Turno: Burn (-9 | Arthur 84)

Progresso:

Não vai ser hoje que o pequenino Mordred vai decepcionar. Quer dizer, não ~nesse post de hoje~, talvez no tempo em on, ele ainda decepcione hoje, mas não vamos contar com isso, né?

O pequenino macaco foi andando devagar, ficando logo ao lado do grande. Era inevitável se espelhar no passimian: ele era atlético, forte e, acima de tudo, feliz. Quer dizer, ele parece feliz; ele está feliz. Observando-o por alguns segundos após o grito cessar, era possível ver ele pulando, de um lado para o outro, jogando o excocobur para o alto e o embalando com as mãos quando pousava. Era engraçado que esta arma-de-guerra de Passimian estava repleta de areia e pó, e quando ele a jogava para um lado, ele sujava um bocadinho todos ali, inclusive ele.

Se importava? Não mesmo, estava - pela primeira vez nessa rota - genuinamente feliz. Quando viu que tinha ordens para cumprir, não negligenciou sua treinadora, mas fez isso trazendo o coco para perto de si e o abraçando fortemente, trazendo para perto do peito para que ele pudesse ouvir as batidas alegres do coração do símio.

Nesse momento, Mordred teve um pouco de inveja: queria ter uma relação assim. Olhou para si mesmo e nem sequer tinha itens para agarrar. Um pouco pensativo com esta ~falta~, o macacinho vai a frente, logo depois de tomar uma enxurrada de rochas, e começa a organizar seu Overheat.

Não era difícil superaquecer uma mente que está overthinking. Talvez este fosse o Overheat mais fácil da vida do Monferno: simplesmente rememorou todos os seus nocautes e falhas. Logo em seguida, atribuiu seu defeito a falta de vínculo, acreditando que isto poderia ser resolvido se destacasse um objeto.

Isso é curioso, porque ele pode não estar errado. Destacar um objeto seria ver no mundo algo muitíssimo chamativo aos olhos ao meio de toda a realidade. Isso pode não só motivar, como dar alguma razão para ser forte, mas é possível fazer isso de forma ativa? É possível escolher um objeto? É possível... ah, que seja.

Ele não precisou chegar numa conclusão para se ver repleto de chamas. Inevitavelmente liberou em Clemetal, deixando sua cabeça muito mais "leve" que antes (-2 SpA). O mercúrio? Apenas sofreu o golpe de forma meio desastrosa.

Eu já disse que ele é malemolente, né?! Meio líquido. Só que Mordred conseguiu lhe derreter ainda mais. É como se tivesse perdido um pouco da viscosidade, separando ainda mais as moléculas e "derretendo" o bichinho. O engraçado é que isso foi visto em forma de desidratação: Clemetal ficou mais magrelo, com menos massa, literalmente.

Arthur foi quem terminou de f*der tudo, dando um Brick Break que arrancou mais um pedaço daquela gosma e jogou longe. Vendo-se já fraco demais, o mercúrio-rosáceo usou de sua dor para atacar Passimian, lhe contaminando com o mercúrio que estava ao chão. Foi uma bela tentativa, eu diria, mas ambos os símios ficaram de pé perante a nova enxurrada de rochas, tornando possível para Mordred finalizar o inimigo-fada.

Restou então Arthur e Marfoo, num confronto meio esquisito. Tentando dar um novo Brick Break, o Passimian pega sua arma-coco, ajeita na palma da mão e prepara um tapa no lutador inimigo, que simplesmente se desmaterializar sem receber dano algum. Aquilo foi sem dúvida bastante confuso e, numa tentativa de entender o acontecido, Arthur olha para Mordred com certa dúvida e o Monferno dá de ombros, deixando claro que não entendeu.




Campo: Uma ilha relativamente grande, mas que ainda é possível ver os contornos do mar. Pessoas ao redor observantes e caos bem próximo.

Log de Batalha:
Turno 01: Marfoo Rock Slide (-11 | Arthur 82) (-26 | Mordred 50) > Mordred Overheat (-48 | Clemetal 45) (-2 SPA) > Arthur Brick Break (-41 | Clemetal 04) > Clemetal Endeavor (-58 | Arthur 24)
Turno 02: Marfoo Rock Slide (ERROU ARTHUR) (-26 Mordred | Mordred 24) > Mordred Close Combat (-04 | Clemetal K.O) (-1 DEF -1 SPDEF) > Arthur Brick Break (Marfoo FAIL)
Pós-Turno: Burn (-9 | Arthur 15)

Progresso:

Eu vou ser um pouco breve nessa luta, porque se rememorarmos bem, tem um CULTO ACONTECENDO AO REDOR, e junto dele o caos. Por isso, pontuarei apenas três coisas importantes:

(1) Mordred, antes de conseguir tomar sua poção, foi atingido por pedras, ficando completamente inconsciente por cerca de um minuto.
(2) Talvez este 2 seja continuação do 1, mas importa dizer que Cif, que já estava cansado daquela bagunça, se aproximou do Monferno caído ao reparar bem no sanguinho que saia de seu nariz. Deu a volta, observou bem o macaca estatelado no chão e acabou por tomar pedregulhos no seu lugar, caindo nocauteado bem em cima de Mordred. Ao menos isso deu um TCHAM em Mordred, que acabou acordando e tomou sua poção a tempo de pegar o fim da batalha.
(3) Arthur não sabia muito bem o que estava fazendo, mas se golpes 'normais' não afetariam aquele bicho, talvez Knock Off afetasse. Porque? Bem, Knock Off é um golpe que rouba-cocos. Não há nada que doa mais na alma do que ter sua arma roubada, né?! Arma... alma... tudo a ver! Como o golpe doi na alma, ele decidiu por ele. Deu certo! Dois golpezinhos e as quimeras pararam de aparecer.


Campo: Uma ilha relativamente grande, mas que ainda é possível ver os contornos do mar. Pessoas ao redor observantes e caos bem próximo.

Log de Batalha:
Turno 01: Karemachena Hyper Potion (+120 | Arthur 135) > Marfoo Rock Slide (-11 | Arthur 124) (-24 | Mordred K.O) > Arthur Knock Off (-59 | Marfoo 43)
CIF EM CAMPO
Turno 02:  Karemachena Super Potion (+60 | Mordred 60) > Marfoo Rock Slide (-11 | Arthur 113) (-08 | CIF K.O) > Arthur Knock Off (-43 | Marfoo K.O)
MORDRED EM CAMPO (preguiça de editar code)
Pós-turno: -9 Arthur 104


Só que o redor continuava caótico. Os pokémons de Karemachena estavam EXAAAAUSTOS (Progresso atualizado com o HP, lvl e golpes aprendidos deles) e ela tinha pouco tempo de manobra para gerenciar isso. O cientista, que outrora dera as costas, já estava MUUUITO LONGE, além de já ter reparado que não conseguiria conquistar Karen na força.

O que ele fez?! Sim, ele pegou os três espaços "vazios" do emaranhado de cordas e amarrou três personagens: Ali, Lian e o Wishiwashi. Eu juro pra ti, tinha um peixe, fora d'água, quase morto, amarrado em uma corda grossa de sisal. O pior?! O treinador dele estava por lá e viu tudo, gritando para que o cientista não fizesse isso. "NÃO, ELE NÃO! VOCÊ JÁ ME TEM, NÃO PRECISA DELE". É, a cena era de partir o coração. Pergunto-me o que era mais triste, o fato de Karen ter sido substituída por um peixe morto ou o treinador gritando desesperado.

Quase certeza que a segunda, mas acho importante deixar registrado a primeira também.

Enfim, enfim, o cientista já estava de pé no palco, ajeitando o microfone e falando algo com um segurança ao seu lado. Esse algo?! Provavelmente era um "cale aquele maluco ali", porque o treinador foi logo abordado com uma fita adesiva que colocaram em sua boca. Enfim, alvoroços entre os humanos nus seguiu, mas agora sem o desespero de um treinador pelo seu pokémon.

O cientista então se preocupava em fazer as coisas o mais rápido o possível, tirando do seu bolso um papel e lendo em voz alta:
- RIP LUP ACATU MORDE CACABU JUI - Parou um pouco, deu uma tossida e se consertou - CACABU LUI - Arranhou a garganta e continuou - CONLA COMLA CURURUKA, RAPTI LAPTI MARARA, HOU HOU HOUPT BARUH! - Deu um grito e uma pausa necessária. Todos acharam que algo ia acontecer, mas ele ainda tinha muito texto pela frente - HIHI HÁ CAPTU GAGAFO FAS SUI XI XO PJATA LAJALA JAJATUKA...

... ele ficaria ali por mais um tempo, porque depois de um tempo ele PASSOU A PÁGINA e continuou.

No mais, fica aqui a informação que rememora os posts anteriores: tínhamos já 4 prisioneiros que Ali reconheceu e outros 3 estranhos, ou seja, sete. Agora, com a adição de Ali e Lian no emaranhado de reféns, tínhamos nove humanos e um pokémon.

Progresso:

Um ótimo plano, porém de execução ruim. Eu JURO que foi um ótimo plano, mas Karemachena esqueceu de um PEQUENININHO DETALHE NISTO TUDO: a batalha já havia terminado e, como todos bem sabe, o receive ele é determinado divinamente a funcionar apenas no período que Passimian está no campo de batalha. Quando TEMOS um campo de batalha, este campo é um campo de batalha 24/7 e ao pisar nele o efeito será contínuo. Quando NÃO TEMOS um campo de batalha, a batalha é a força que faz um campo emergir.

Pera, não sei se isso fez sentido pra você, mas veja só: uma ilha de terreno irregular e areia fina não é um campo de batalha. Se travarmos uma batalha nesse solo, ele se tornará um campo de batalha por inevitabilidade do destino, mas ao fim do confronto, a identidade daquela ilha voltará a ser apenas +1 em um arquipélago, estando distanciada do significante "campo de batalha".

Entendido? Entendido. Sendo assim, o arremesso do nosso querido Arthur foi 100% cansado. Namoral, foi difícil pra ele até CARREGAR O MORDRED. Mordred teve que tirar forças da sua pernoca para escalar o Passimian, que depois de muito esforço consegue botar ele encaixado em seus braços e jogá-lo para frente.

Longe? Não. Na verdade, o Monferno tinha uma distância de 1???? para percorrer, mas ele apenas percorreu 1/3????. Quando estava bem próximo do um-terço-do-caminho, foi pousando de cara no chão, sendo ineficiente para a missão. Engraçado isso, né?! Eu tinha já comentado que talvez Monferno fosse decepcionar ainda neste "hoje" interpretativo... não é que eu tava certa?!

O engraçado foi que, do bendito farol verde, começou a sair um exercitozinho de piratas sangados, que andaram em filinha até rodear completamente o palco, com as espadinhas para cima e gritando RAAAAAWR, bastante bravos. Eles iam retirar Karemachena de lá? São os guardas do cientista? Foram lá só botar a ordem? Porque saíram em bando? Bem, o gaguejar no microfone talvez desse um indicativo de resposta a Karen: as coisas não estavam indo tão bem quanto o maluco planejara.

Nos próximos segundos, algumas perguntas seriam respondidas e outras surgiriam, visto que os piratas começaram a subir no palco e invadir aquele espaço, empurrando o cientista com força palco a baixo, além de chutar o microfone e arrancar de suas mãos o folheto, o deixando em picadinho. Um deles, já mais rebelde (ou não), andava ao meio dos rebeldes com sua cimitarra e rasgava os nós que lhes prendiam, soltando um por um. Este mesmo soldadinho viu Mordred ao chão e o erguei, botando-o em seu ombro e correndo com ele até uma moçoila loira que gritava RAWR bravamente no microfone. A ela, ele deu o macaco, que vendo o caos, não soube muito bem o que fazer. Ele tinha o microfone bem próximo das suas mãos, se sentia no poder, mas não tinha certeza de como utilizar...

ENFIM: num total, 25 piratinhas tomaram o poder daquela ilha, com espadas para o alto e gritos de guerra ininteligíveis. Porque isso aconteceu? Aaah Karen, para que você entenda isso, vou ter que te fazer voltar um pouquinho no tempo...


Já era tarde quando os benditos piratas finalmente encontraram aquilo que lhes atrapalhara a zarpar hoje mais cedo. Estavam a horas procurando aquele inimigo morimbudo que declarara guerra, aquele mesmo inimigo que outrora saqueou seus navios e roubou suas mulheres. O mesmíssimo inimigo que tomou o saque que não devia, deitou na cama maior, provou dos três mingaus para encontrar o mais gostoso e quebrou duas cadeiras.

Sim, eu estou falando exatamente dela: a cachinhos dourados. Sei que na típica história infantil ela parece alguém muito inocente, que é folgada por simplesmente não saber que as coisas são do jeito que são, mas não se engane! Esta noção dela (ou falta de) sobre propriedade privada vem de muito antes: ela na verdade é uma pirata comunista.

Sim, ou você acha que alguém entra na sua casa repentinamente para usar suas coisas simplesmente porque está perdida por ai? Na-na-ni-na-não, Cachinhos Dourados é o nome da maior Pirata Marxista de Tohjo, e arrisco mais: arrisco dizer que ela é a maior do mundo! Fora num desses barulhos no casco do navio que o capitão do navio mais-a-beira gritou: ELES ESTÃO TENTANDO NOS IMPEDIR! VAMOS TODOS, NÃO PODEMOS DEIXAR UMA FORÇA SEQUER!

Esta frase, que outrora parafraseei, nada mais é do que o momento exato que o liderzinho tem o estalo de perceber que Cachinhos Dourados, junto de sua tropa, estava tentando saquear o navio mais uma vez. Por via das dúvida, deixaram o capitão e os dois vigilantes lá e o restante do grupo foi todo para a floresta. Lá, numa busca incessante, encontraram um Teddiursa morto, com um rastro de sangue que levava para uma caverna.

Na caverna, o grupo inevitavelmente se separou: não havia espaço para todos lá dentro, por isso dividiram a missão. Isso, é claro, virou uma história de terror, onde três dos onze piratinhas apareceram mortos, com a cabeça pregada no canto da caverna. O restante, ficou com ainda mais ódio, decidindo implodir aquele troço com alguns barris de pólvora que haviam descarregado mais cedo (por isso não havia barris no navio!!!). Quando foram voltar para a baía, catar os barris que outrora separaram, o navio não estava mais lá e, em seu lugar, algo...




"Não, não pode ser...", pensou o líder, que já havia visto aquilo antes. O grupo então pensou, pensou, pensou e concluiu o óbvio: o dono deste objeto é o mesmíssimo ser que roubou nosso navio, e só pode ser Cachinhos Dourados!!! Eles então voltaram para a caverna, convencidos de que a moçoila-marxista havia largado seu esconderijo e ido pegar o navio. Desceram no mais baixo nível da caverna e lá encontraram aquilo que tinha certeza que não estaria lá: A PRÓPRIA CACHINHOS DOURADOS.

Foi troca de tiro pra cá, troca de tiro para lá e quase todos morreram numa batalha sangrenta, mas unzinho sobreviveu e, perante a magnitude de Cachinhos Dourados, ele teria que falar. A pirata botou a bota pesada sobre sua cabeça, agachou-se para segurar firmemente seus cabelos e começou a machucá-lo. Suas palavras de ordem eram: 'O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI MATANDO MEUS HOMENS NUM ATAQUE SUICÍDA' e o homem só sabia gritar que não sabia.

Como a lenda comunista também é um pouco sensível, ela entendeu que o homem estava mais confuso que ela e lhe soltou, levando-o num cantinho da caverna e perguntando o que diabos aconteceu. Tendo um lado da história, ela deu o outro: "esta insignia que vocês trouxeram e que já viram antes é o ingresso para o Holocaster, um império artificial que um cientista criou para vender realidades alternativas de pokémons. Lá, ele cria pokémons-chimeras, alterando a genética de um usando a coloração de outro. Um Pikachu facilmente teria um gene de um rattata para ficar roxo e ele fazia isso apenas para arrecadar dinheiro para seu 'grande projeto'." Que projeto era esse? Isso mesmo, invocar Gilatina.

O pirata, estupefato, não acreditou a priori, até que Cachinhos dourados mostrasse a verdadeira face do cientista, que tinha em seu jaleco o Holocaster bordado bem ao lado. A foto era preto-e-branca, impressa em uma folha com um PROCURA-SE logo embaixo, com o valor da recompensa. Cachinhos estava a um ano atrás dele, numa parceria com Goldenrod, Lilycove e Celadon; em troca de seu trabalho, pediu exclusividade e sigilo, por isso a informação nunca vazou.

O engraçado é que o pirata reconheceu de imediato a foto em questão: era o mesmíssimo cientista que estava financiando suas expedições nos últimos meses, com o qual havia negociado muitas vezes. Tendo isso claro, a única questão que ficara era a seguinte: porque diabos o cientista roubou o barco deles? Ora bolas, Cachinhos entendeu logo de cara: ele roubou para que os piratinhas fossem atrás de Cachinho e lhe matasse, pois assim se livraria de sua maior ameaça. Só podia ser isso! No processo, deixara seu Holocaster cair.

Então cachinhos foi, no barco com o piratinha-restante e foi lá praquela ilha contar toda a história. Todos os outros piratas estavam no farol, aguardando o momento certo de entrar e ajudar o cientista a manter os reféns quietos, e, quando Cachinhos chegou, o capitão-do-navio foi o primeiro a se revoltar, falando que não aceitaria a presença de uma inimiga naquele farol. Uma briga generalizada ocorreu e, no fim, o pirata todo estrupiado intercedeu pelo lado de Cachinhos Dourados e o grupo percebera a grande verdade: eles foram enganados pelo cientista e, por dinheiro, estavam cultuando o Satanás. O capitão era o único que negara a história, afinal de contas, como diabos o Cientista iria roubar o navio se foi ele mesmo que pegou Karemachena e Lian como refém e dirigiu para longe dali?!?!?!

Não importava, para Cachinhos e o resto do grupo, ele era na verdade um traidor. O que fizeram com o capitão e os vigilantes que atacaram Karen? Isso mesmo, mataram. Talvez por isso havia uma piratinha loira no centro do palco quebrando tudo enquanto três cadáveres eram jogados do topo do farol...

Progresso:

Certamente era estranho não saber o que diabos aconteceu para aqueles piratas lhe ajudarem; talvez para entender melhor, Karemachena poderia ver que nenhuma das figuras outrora vistas na embarcação estavam lá: nem os donos-do-ditto e nem o capitão. Quem substituía o ser de roupas de veludo azul era uma moçoila muito bem encorpada, com uma personalidade gritante (literalmente). No microfone, ela gritava frases de efeito muito conhecidas (não sei se por Karen), como: FASCISTAS NÃO PASSARÃO! PIRATAS ANTIFASCISTAS RAAAAAAAAAAWR! TODOS PELA VIDA! HIGIENISMO, GENOCÍDIO E HOLOCAUSTO SÃO FORMAS DE SE BRINCAR COM A GENÉTICA, NÃO PODEMOS ACEITAR!

Isso tudo pode ser resumido em uma única coisa: aquele cientista era um maluco, que brincava de Deus e achava que podia escolher o que era melhor ou pior, por isso, ele era nazista, fascista ou sei lá o que. A gente vai militar em cima disso? Não, eu sou uma militante cansada, então fica só aqui o recorte político mesmo pra dizer que não deixei passar. Dito isso, vamos prosseguir.

Karenzita estava com os ouvidos muito ocupados com os berros de Cachinhos Dourados, não conseguindo ouvir o treinador que chamava pelo seu Waishwihs de forma incessante enquanto se aproximava. Já estava solto, porém bambeava como um drogado. Fora o único dos reféns que não se preocupou em pegar suas roupas antes de sair por ai pirulitando, se contentando apenas com uma Hyper Potion que catou da bolsa de alguém (esperemos que não seja de Karen) e correndo para aplicar no peixinho. No fim, abraçou seu amigo e foi com ele até o farol, catar seus próprio pertences e botá-los na esfera.

Talvez por isto Karemachena não conseguiu abraçar o peixinho, que já não estava mais lá quando ela chegou para vê-lo; teria que se contentar com Lian e Ali, que felizmente estavam vestidos e muito animados pelo encontro. Ambos estavam com hematomas frescos, graças às quimeras que lhes atacaram, mas nada muito prejudicial.

Ali foi aquele que obrigou os dois a darem um abraço apertado, mesmo Lian não querendo nem um pouco esse afeto. Depois de dois minutinhos de afeto-forçado, o grande-pequeno Ali soltou os dois e os deixou soltos, falando sua frase de efeito à Karen:
- EU SABIA QUE VOCÊ IA VOLTAR PARA NOS SALVAR! - Eu não sei da onde ele tirou este acontecido, mas se ele acredita nisso, quem sou eu para dizer que não foi assim?!

E bem, essa ladainha seguiu por mais uns minutos até que todos os santos fossem soltos, todos os anjos fossem louvados e só restasse as glórias ao Deus. Referência católica, gostasse?! O que importa de fato é que, neste fim, Cachinhos Dourados deu o ar da graça de finalizar: desceu do palco com seu canivete, pegou o cientista feio pelos cabelos, esticou seu pescoço e o cortou num sacrifício rápido e "limpo".

QUER DIZER, ela não sabia que aquilo era um sacrifício, apenas chamava de assassinato a um "porco fascista". O problema é que, quando o sangue saiu daquele ser vivo, ele foi passando desta para melhor aos poucos, tornando-se um ser-morto, ou um morimbundo, se assim preferir. Sua pele foi se tornando cada vez mais pálida, seu olhar perdia o brilho e num certo limiar entre consciência e morte, ele cai no chão "duro". O sangue que saíra dele? Era vermelho como... como... como... gelatina de morango. Não era um vermelho escuro e pisado, característico de sangue, muito menos tinha um cheiro coagulado e azedo.

Bom, se você não sabe disso, deixe-me te falar, o primeiro esguicho sempre vai longe, enquanto os outros formam poças de sangue. Estas poças vão ganhando mais volume, mais volume e mais volume, até que as pocinhas se tornam uma poça muito maior. O engraçado? O vermelho fica cada vez mais vivo e o cheiro fica agridoce; tal qual uma essência artificial qualquer.

E ai, já viu né?! Da costela nasceu Eva, do sangue nasceu? Isso mesmo, nada. A areia rapidamente absorveu aquilo, se tornando um pequeno empapado de areia vermelhinha. Cachinhos dourados, vendo que aquilo não se assemelhava em nada com o sangue derramado de seus outros inimigos, foi até o palco e catou para si os versos que outrora o homem estava lendo. Foleou todas as páginas, chegou no final e achou um saquinho plásticos Zip, grampeado ao final da última frase. Puxou, abriu e viu um pequenino feijão e já soube o que fazer: botou naquela areia empapada e viu a mágica acontecer.

Tão rápido quanto o motim (diria que mais rápido que), a sementinha começou a brotar e se tornou uma árvore mediana. Num piscar de olhos, o tronco foi ficando mais grosso, crescendo, crescendo, crescendo e crescendo, subindo até os céus. Passou o farol, chegou no topo das nuvens e suas raízes já tinham quebrado completamente todo o palco. Quando o trocinho parou de crescer, já não era mais possível ver o cientista, que fora fagocitado pelo enorme pé de feijão verdinho. Quer ter uma noção de proporção?! Pois é, era como se a árvore fosse um baobá e a ilha fosse um asteroide.

Bem, lá em cima, beeeem lá no alto, assim que o feijão parou de subir, um rugido selvagem, muito mais poderoso que os RAWRS dos piratas: algo que se assemelhava a uma fera acabara de ser incomodada.

Achou que ia acabar os contos infantis por hoje? Pois achou errado...

Progresso: