Pokémon Mythology RPG
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~ O que é uma Aventura? |02| ~

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Leander definitivamente precisava estudar mais a fundo o comportamento Pokémon, quem sabe até aprender uma linguagem de sinais que o ajudasse a se comunicar melhor com as criaturas. Ao menos era isso que se passava na cabeça dele, uma vez que os movimentos gelatinosos de Shellos deixavam ele um pouco confuso, era fácil de criar dúvidas sobre a melhor forma de se comunicar. Entretanto, sua melhor conclusão, era de que, evidentemente, aquela Shellos estaria perdida.

''Shellos,'' começava uma nova tentativa, ''eu sou um treinador,'' mostrava uma pokébola. ''Eu e meus companheiros queremos viajar o mundo e nos tornar fortes,'' dizia ao fazer algumas mímicas com seus dedos, imitava um caminhar sobre a mão e logo em seguia flexionava o braço.

''Talvez você tenha percebido que eu fiquei um pouco desconfortável em te ver,'' coçava a cabeça olhando meio cabisbaixo, ''mas... isso é sobre algumas feridas do passado que ainda tenho de cicatrizar melhor,'' completava apontando para seu peito, próximo ao coração.

''Você por acaso tem o interesse de viajar conosco?'' Leander perguntava novamente com a pokébola em mão, ''Caso goste de explorar, tenha um coração bom e...'' o treinador se perdia um pouco em suas palavras.

O rapaz tinha vontade de capturar inúmeros Pokémon, mas era importante para ele fazer isso de um modo justo e capaz de criar laços verdadeiros. Cada Pokémon era um mundo nos olhos de Leander, isso tornava-o um pouco neurótico sobre como tratá-los da melhor forma e a como convidá-los a trilhar uma jornada juntos.



Off :

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Sim, cada Pokémon era um mundo. Assim como cada pessoa. Inclusive, minutos atrás Leander teve uma pequena reafirmação disso diante do pacato e tranquilo Tom que, mesmo satisfeito com sua carreira nas obras, ainda tinha em seu íntimo um desejo de conhecer o mundo à sua própria maneira.

Enfim, Shellos também era um mundo singular em uma pequena criatura. Diferente do agitado e "selvagem" Starly de algumas horas atrás, este aquático parecia compreender a linguagem e metáforas de Leander, como se estivesse bem mais habituado à presença humana o que, de certa forma, estava convivendo no quintal de Berta. Mesmo assim, o aceite ao convite do rapaz não veio de imediato.

– Aí estão vocês. – Tom voltava para lá, trazendo uma caixinha de metal debaixo do braço com o clássico símbolo da cruz vermelha – Se conhecendo, afinal. – sorria ao ver a cena de Leander oferecendo uma pokébola para Shellos que, por hora, só observava todos com um sorriso bobo – Tome o tempo que precisar e interaja bastante. Acho que não seria uma surpresa se eu te disser que nós aqui em casa já tentamos capturar Shellos. Sem sucesso até então. – sem enrolar, Tom se abaixava próximo de Starly e abria a caixa para tirar dela o frasquinho branco e roxo de uma Potion para aplicar na ave – Eu e a vó encontramos Shellos esses dias, quando ela foi visitar as obras do Amity Square. Acho que os anos de jornada deram a ela esse sexto sentido pra perceber e encontrar as coisas no ambiente... Fora os talentos naturais que mães e avós tem, hehe! Ela achou Shellos e desde então a pequenina se apegou a nós e até veio pra casa mas... – mesmo atento ao procedimento que fazia em Starly, a expressão de Tom murchou um pouco.

– Como disse, ela não parecia confortável o suficiente pra ser capturada por nós, apesar de não sair daqui. Levamos até o Centro Pokémon pra ver se tava tudo bem. A Enfermeira Joy acha que Shellos possa ter sido abandonada pelo seu treinador anterior, porque não se encontram Shellos aqui em Hearthome e nada parecia explicar como ela veio parar aqui, senão isso... – Starly estava livre dos machucados agora e em instantes seu vigor voltaria com tudo também. Agora era hora de Notredam receber o tratamento – É só uma hipótese, claro. Por mais que não seja da nossa natureza, não podemos ignorar a maldade de algumas pessoas por aí. – de fato, a criação de Tom fazia ele ter aquela personalidade bondosa e até um pouco ingênua, apesar da idade; como se Berta estivesse deixando de herança naquela geração sua gentileza – Enfim, a vó e a Joy concordam que aqui não é o lugar de Shellos, e que ela só se completaria com um novo treinador muito melhor que o antigo. Ah e, de preferência, que a leve para conhecer muitos mares e rios por aí! Ao invés de ficar só nessa piscina suja, hee! – o rapaz se permitiu sorrir para a Pokémon rosada que olhou para ele e sorriu de volta, um sorriso bobo – Por isso nós, a vó e eu, achamos que talvez você seja esse treinador. Apesar de novato, você leva muito jeito pra isso, além de ser muito bom e gentil com seus Pokémon. – agora Tom sorria para Notredam que... Piscava para ele, mas num jeito único que Leander compreenderia como sendo a forma do seu companheiro sorrir e agradecer pela cura.

Off escreveu:
Oookay! Sendo assim tudo bem, mantemos Shellos então ^^

Sobre as capturas. Assim como no anime o RPG nos dá a liberdade de realizar capturas sem batalhas, através da interação entre o personagem e o Pokémon pra criar uma afinidade que justifique a captura no final. É um processo que pode levar algum tempo na rota já que é contra o sistema básico que favorece uma captura naquela equação famosa de: nocaute ou status negativos + taxa de captura da pokébola usada + lvl + etc... Mas não é impossível de acontecer.

Infelizmente não tenho uma "receita" pra que isso funcione, pois acaba dependendo um bocado da vontade do narrador em colaborar e incentivar essa prática. O que, devo admitir, não é muito comum por aqui onde a maioria vai no tradicional das batalhas, até mesmo pra evoluir o time que tem e tal. Então, acho que vai depender mesmo de você manifestar isso tanto pessoalmente pro seu narrador quanto através do seu personagem :/  


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Hiro ♡

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Leander ouvia com atenção as palavras de Tom, trocando olhares com o rapaz e a pequena Shellos. ''Agradeço o carinho dessas palavras novamente,'' respondia aos elogios que recebia. Raramente haveria alguém que não se energizaria ao ser elogiado, Leander, por exemplo, sentia-se mais motivado ainda para acreditar em suas escolhas. O enigma do passado de Shellos, entretanto, deixava seu coração um pouco apertado. Só de pensar no que talvez Starly tenha passado por sua família e/ou amigos passarinhos, já amolecia seu peito, e agora, com a Shellos, Leander se sentia com um dever maior ainda.

O rapaz queria provar, para a pequena Pokémon. que Tom e Berta representavam muito melhor os humanos do que o possível antigo treinador dela. Além do mais, se ambos neto e avó acreditavam no seu potencial de cuidar bem de Shellos, Leander também considerava um compromisso demonstrar que estavam certos em depositarem, nele, sua fé.

Guardando a Pokébola, Leander voltou-se novamente para Shellos, ''Eu mantenho minha palavra, Shellos, realmente gostaria de ser seu treinador, um treinador de verdade, um amigo,'' disse, então, com seriedade em rosto. ''Porém,'' florescia um pouco de bondade em seu olhar, levantando um pequeno sorriso,  ''independente de você desejar se juntar a esse trupe da pesada aqui, ou não,'' brincou ao apontar com a cabeça para Starly e Notredam que estavam agora logo ao lado, ''quero ser capaz de retribuir a gentileza de seu riso, bem como Tom e a senhora Berta.''

Leander puxou seu Rotom Phone do bolso e abriu sua galeria de fotos, entrou especificamente na pasta de sua família e então voltou a tela do celular para a Shellos. ''Talvez você não se sinta confortável de compartilhar sua história sem que eu conte a minha primeiro, além do mais, sinto que mereça uma explicação melhor sobre minha primeira reação a você.'' Passando foto por foto, o rapaz apresentou todas as pessoas que mais fizeram parte de sua família, disse seus nomes e contou alguma fato positivo sobre eles. Afinal, por mais que tivesse suas dores, Leander era maturo o suficiente para jamais se esquecer das qualidades daqueles com quem viveu. Por fim, explicou de forma bem resumida como precisou fugir da influência da família sem que soubessem.

''Mas em nenhum momento eu fui abandonado,'' mudava o tom de sua voz ao completar sua história, tornando-se mais claro, ''Ottocards podem até serem gananciosos, um pouco ignorantes, parecerem que não escutam ou veem quando bem querem. Mas nunca abandonamos, somos uma pedra no sapato até que tudo se resolva.'' Leander arrumava seus óculos, depositando toda sua atenção na pequena Shellos, ''Por isso, eu quero te perguntar o que posso fazer para te ajudar? Caso você queira ficar, tenho certeza que Berta e Tom continuarão cuidando bem de você, mas é preciso que aceite-os também. Se escolher ficar eu ajudo até a limpar a piscina!'' dizia energizado.

''Se quiser aprender algo para continuar suas jornada sozinha, quem sabe apontar a direção ou até te levar a metade do caminho de onde que quer ir, darei meu melhor para isso; Se quiser comer algo diferente, nós certamente conseguiremos preparar para você; Se quiser brincar com outros Pokémon, olha, tenho certeza que nossos amigos aqui vão todos te receber muito bem; E se quiser vir comigo, bom... haverá batalhas, não sei se gosta muito disso, mas, haverá muito mais. Quero ler, viajar, conhecer pessoas e Pokémon... Também, mesmo que eu erre, e vou errar, me corrigirei de um modo ou de outro,'' Leander era quase um teatro ambulante, dando seu melhor para envolver suas palavras em mímicas, o rapaz oferecia tudo de si para comunicar suas intenções.

Devolver o sorriso meio bobo de Shellos era um trabalho ingrato, provavelmente seus músculos nem sabiam exibir tanta doçura, porém, Leander arrumou sua gravata e deu seu sorriso mais sincero, ''Por mais que não use palavras, nós daremos nosso melhor para lhe entender e atender seu pedido. É só dizer.''




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Enquanto Leander mostrava a Shellos as fotos da família e contava um pouco sobre si, Tom participou do momento observando em silêncio, cuidando dos machucados de Notredam. Mas quando a conversa entre treinador e Pokémon assumiu um tom mais particular, o neto da anfitriã foi educado e saiu de fininho, deixando aquele time à sós em seu momento.

A situação em si começava a se tornar mais agradável então. Shellos até se aproximou sem medo para ver a tela do aparelho, demonstrando gostar de assistir as imagens passando ali. Era não só uma boa ouvinte, mas também paciente, como Notredam; ao mesmo tempo também era expressiva com suas feições e por algum motivo peculiar aquele balança de um lado para o outro era um estado natural do seu corpinho, similar ao extrovertido Starly.

É possível que a lista de qualidades dos Ottocard pudesse influenciar a decisão de um ouvinte mais racional, mas estamos falando de Pokémon inocentes e imaturos, então dá para dizer que Shellos de início nem conseguisse associar aqueles detalhes com a pessoa na sua frente, sobretudo porque Leander não emanava aquelas coisas - ou não de um modo negativo.

No fim, a oferta para Shellos havia se tornado bem mais robusta, complexa e, consequentemente, interessante. Não havia uma pokébola para ela aceitar nesse momento, mas tudo bem, pois a resposta vinha na forma de uma aproximação sem receio, com Shellos estendendo uma patinha [nota do autor: acho que podemos dizer que eles tem] para tocar o joelho do rapaz, sorrindo...

– Hey! Desculpe interromper... A vó pediu pra chamar que o almoço tá na mesa! – dizia Tom, com a metade do corpo para fora pela porta da cozinha.

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''Ouvido!'' respondia Leander ao virar-se levemente na direção da porta onde Tom estava, ''estamos à caminho.''

Foi então que se voltou ternamente para Shellos e, com um leve sorrir dos olhos, gentilmente estendeu sua mão sobre a patinha - gelatinha - dela. ''Bem vinda à equipe, Shellos. Prometo encontrarmos juntos um apelido digno de sua personalidade gentil,'' dizia o rapaz se preparando para ajudá-la a subir em seu ombro.

Uma vez que Shellos gelatinava braço a cima de Leander, com seu divertido balançar, o rapaz logo auxiliou o pequeno Starly, também, para sentar-se no ombro oposto. Olhou logo em seguida na direção de Notredam e -  com um sorriso divertidamente malicioso - brincou, ''Você está muito acima de seu peso rapaz, infelizmente sem colo para você, te falei para não exagerar com todas aquelas be-'' Notredam interrompia Leander somente com seu olhar, um encarar sincero, como se desafiasse o treinador a terminar sua frase - o que Leander astutamente absteve-se de fazer -.

No fim, Notredam sabia que seu parceiro realmente brincava com o fato do Pokémon espelho ser puro aço, e de que realmente tinha o intuito de alegrar a equipe. Leander continuou, agora olhando para Shellos, ''Conte não só comigo, mas com todos nós, bem como contaremos com você, certo?'' acenava com a cabeça ao se levantar e caminhar até a porta. Starly piava alegremente no ombro do rapaz, bravamente concordando com ser alguém confiável, enquanto Notredam tilintava um ecoar das palavras de Leander, sabiamente apoiando o treinador.

''Ah, e antes que eu me esqueça,'' pegava a pokébola do bolso, ''essa é sua, mas sinta-se livre para ficar do lado de fora, ainda mais porque vamos ter um almoço de muito carinho! Eu diria isso aos outros também, mas eles descobriram essa possibilidade de maneiras diferentes,'' ajeitava o óculos ao se lembrar, com um riso, da vivacidade de Starly e da conexão sincera com Notredam ao acompanharem-no fora da pokébola por conta própria.

Vendo sua equipe crescer, de uma forma um tanto rápida, Leander conseguia respirar fundo. Os Pokémon que juntavam-se ao seu time tinham histórias diferentes e apresentavam, mesmo assim, um carinho e confiança pelo rapaz. Ao menos era isso que Leander sentia. Um ótimo conjunto de primeiros passos na sua aventura. Ainda havia muito a se descobrir sobre seus companheiros e muito a treinar, porém, o Ottocard sentia-se muito mais empolgado do que ansioso com esses novos membros da família.

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Após a pequena cerimônia de recepção para Shellos as coisas seguiam fluindo bem, com a pequena lesma marinha socializando com os demais sem estranheza. Ainda não optava por entrar na pokébola, mas aceitava ser levada no ombro de Leander para dentro da casa de Berta, logo atrás de Tom que comentava:

– Sabia que iam se dar bem. Espero que Shellos conheça o mundo contigo, agora.

Passavam pela porta dos fundos da casa e davam direto na cozinha ainda cheia de vapores, mas agora com aromas bem diferentes e mais completos. Ali os rapazes não se demoraram - exceto se Leander quisesse lavar as mãos na pia, ou usar o lavabo do corredor - cruzando o corredor na direção da sala de jantar que ficava na outra metade da casa. Lá a mesa estava posta para quatro pessoas e, num canto, havia um longo suporte de madeira com pequenos bowls vazios para os Pokémon também serem servidos.

– A-ha! Se deram bem, afinal?! Acho que ainda posso confiar nos meus bons palpites, hehe! – Berta comentava com alegria ao ver Shellos no ombro de Leander; ela própria terminava de por copos limpos ao lado de cada prato.

As comidas já estavam servidas no centro da mesa, com a torta sendo a grande protagonista com a sutil decoração de tomates e queijo gratinado que Leander havia feito há pouco. Estrelando aquela cena tinha também uma tigela grande de arroz branco ao lado de uma ainda maior contendo uma salada incrivelmente colorida e diversa. Em recipientes menores, dois molhos distintos e batatinha palha para completar a refeição. Simples, mas gostosa, com tempero de vó.

– Sentem-se, sentem-se. Vamos nos servindo antes que esfriem. – Berta convidava, puxando a cadeira na ponta da mesa para si sem demora – Venham, crianças! – alteou a voz para chamar.

Mesa para quatro, eu disse, e agora a justificativa chegava, vindo da sala de estar da casa. O garotinho não devia ter mais que dez anos de idade, porém o fato de parecer uma versão miniatura de Tom não deixava dúvidas do parentesco deles [imagem ilustrativa]. Ele só não era tão sorridente quanto o irmão, talvez pela timidez ao ver um estranho. Na frente de sua camisa lia-se "Conservatório de Hearthome" acima de um logotipo com vários instrumentos musicais.

– Leander, esse é o Tim, meu irmão caçula. Diz "oi", Tim. – apresentava o mais velho, também se sentando ao lado da avó.

Se Tim disse "oi" saiu como um sussurro, mas ao menos ele ergueu a mão direita para dar um aceno em cumprimento. Logo atrás do garoto vinha Romildo, o Volbeat de Berta, de mãos dadas com um Kricketot que conseguia ser menor do que Starly e Shellos, miúdo e delicadinho. Fechando a "fila" veio o Timburr de Tom, arrastando a tora de madeira pela sala e recebendo um olhar de advertência da anfitriã, como a avó que diz "vai arranhar meu piso, menino!".

No fim, a família já terminava de tomar seus lugares e os Pokémon também. Isso é, Tim seria o último a sentar pois era dele a responsabilidade de servir a refeição dos Pokémon.

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Leander respeitou a decisão de Shellos sem a pressionar, portanto, deixou a pokébola livre em um dos bolsos superiores de seu terno, evidenciando que a Pokémon era livre para acessá-la futuramente ou sinalizar seu interesse mais tarde. O rapaz garantiu que todos estavam me organizados em seus ombros e seguiu.

Assim que Tom os recebia, Leander logo respondeu seu comentário, com a voz mais tranquila e o mistério de amanhã docemente pela frente, respondeu, ''Mesmo que Arceus não queira, faremos o impossível.''

Os aromas da cozinha encantavam não só Leander, como possivelmente todos seus já conhecidos companheiros. Starly, que ainda estava em fase de crescimento, cantarolava alegre com seus pios ao pensar no merecido almoço. Notredam, com um pouco mais de elegância, não pensava muito no ato de comer em si, não negando sua fome, porém, o que realmente atraia o Pokémon para a hora de almoço era o momento. Esse nosso, amadurecido de espírito, Bronzor, apreciava as tradicionais reuniões familiares, era cativante, como para seu treinador, desfrutar de momentos carinhosamente fartos como esses.

Antes de se dirigir a mesa, Leander fez questão de usar o lavabo do corredor, não demorando muito para lavar suas mãos como também refrescar um pouco seu rosto e nuca. E claro, não podemos esquecer, se secando logo em seguida com seu próprio lenço do blazer. Nosso rapaz buscava sempre poupar os recursos das outras pessoas, eram alguns modos envoltos na vivência com seus tios e tias.

Quando retornou à cozinha, recebendo a calorosa alegria de Berta, respondeu-a com concordância no olhar, ''Você podia abrir um negócio de palpites!'' brincou soltando um sincero riso. Consigo mesmo ainda se chibatou na mente, de uma forma até que cômica, Claro, Ottocard, piadas de negócios, muito bem, pensava com suas neuroses despertando de surpresa. Entretanto, não demoraria muito para ter seu foco completamente furtado em direção aos belos pratos de comida logo acima da mesa, Berta certamente era uma vovó das antigas, já que mesmo não tendo provado nenhum prato, apenas pela aparência Leander tinha certa de que ela era uma cozinheira de mão cheia e tempero bom.

''Que mesa linda,'' deixava escapar ao apreciar ainda mais os aromas e organização.

Leander realmente, entretanto, houvera notado o quarto espaço na mesa. Ele já se perguntava se mais netos de Berta não se reuniriam para o almoço, felizmente suas dúvidas foram logo sanadas ao ver o pequeno garoto se aproximando. Leander, tal qual uma máquina, entrara no seu modo atrapalhado, logo deixando seu óculos escorregar nariz abaixo, segurando-o por um triz e ainda comentando com um sorriso ''Parece que eles estão com fome também.'' Como sempre foi um menino um pouco mais maturo e com algumas demandas a frente de seu tempo, sempre teve dificuldades para compreender outras crianças. Se bem que seu lado trapalhão era mais uma forma de lidar com essas situações através do humor, tal qual seu avô fazia para tirar umas risadas quando Leander estava muito sério por causa dos pais. Para ele, o coração da infância estava no riso.

''É um prazer conhecê-lo Tim,'' dizia respeitando a timidez do menino, ''meu nome é Leander. Fui convidado pela sua avó para me juntar a vocês!''

E logo voltava o lado brincalhão, ''Sabe, eu estava perdido no bosque, tropecei em umas cinco árvores! Tinha uns Pokémon muito danados também, até fantasma. Por sorte, sua vovó surgiu do nada! Ela e Romildo juntos como ninjas me protegeram de um Starly muito sapeca e de um Misdreavus dorminhoco... que talvez eu tenha ou não acordado ele sem querer,'' dizia meio de lado, brincando de esconder sua responsabilidade pela encrenca.

Notredam olhava a situação só aguardando a possível reação de Starly, não era muito difícil saber que o treinador fazia de propósito para brincar até com o passarinho.

''Aí vim parar aqui,'' continuava Leander, ''tive a honra de batalhar com seu irmão e seu parceiro Timburr. Eles são bem fortes!''

''E que camisa massa cara! Você gosta de tocar instrumentos?'' Aqui foi o momento mais sincero, Leander era um grande fã das artes também, tendo tido estudos por conta própria, bem como com o apoio de sua mãe que felizmente partilhava do interesse. Era um dos poucos hobbys que conectava-o a sua família.

Em seguida, Leander deixou escapar uma risadinha do comentário de Berta e logo se dirigiria ao Starly também, ''Comporte-se igualmente amigo!''

O rapaz deu uma pequena saudação para Romildo e o fofo Kricketot, não usou o modo de análise de sua pokédex, mas aproveitou para registrá-los também. Notredam, educadamente, saudou-os também com seu tilintar.

Do início ao fim, até tomar seu lugar na mesa, cuidava para que Shellos tivesse a atenção de seu olhar. Enfim, seguindo todas as etiquetas possíveis que sua família o ensinara, Leander agradeceu pela comida e acompanhou Berta, Tim e Tom no almoço.



Off :

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– Podia jurar conhecer uma outra versão dessa história! Ehehehe... – Berta deixou escapar após ouvir Leander contar como conheceu a velha senhora.

Todos os Pokémon já estavam devidamente servidos e se dirigiam para lá, Shellos mais familiarizada com a família e Starly... Bem, era Starly. Já começava a ganhar uma certa identidade pelo seu apetite voraz e, apesar da etiqueta entre os humanos ainda estar sendo trabalhada, ele era bem recebido pelos outros, principalmente Romildo que fazia o papel de anfitrião da sua parte, tanto quanto Berta o era para o outro grupo.

Quando Tim foi se juntar aos demais, ao lado do irmão, ouvia o elogio de Leander e respondia, inicialmente, com um tímido dar de ombros. Nem sim, nem não, mas a resposta do menino viria instantes depois:

– A mamãe gosta. – disse de forma honesta.

– Ele gosta, eu acho. – Tom completou – Quando ainda era bebê já vivia cantando e arrancando ritmos dos objetos da casa. Os olhos brilhavam quando a escola de música era uma novidade, mas depois que se tornou uma obrigação na rotina... Coisas da fase, eu acho. – então também deu de ombros igual ao irmão caçula.

– Flauta é chato. – Tim protestou.

– Meu filho, já dissemos que você precisa ter paciência. Seu professor disse que precisa aprender o básico usando a flauta, antes de ir pra outros instrumentos. – a avó tentou amenizar, recebendo um dar de ombros do neto novamente – Quem me dera, na sua idade, já saber usar o pincel e a aquarela. Naaaão. Precisei gastar muito lápis, borracha e papel antes de tudo! – aconselhava.

Bem, como paladar é uma coisa individual, vou me abster de comentar o sabor da comida de Berta. Os netos comiam com gosto e sem queixa, mesmo o pequeno Tim dava tortas garfadas dos legumes e vegetais sem fazer cara feia, diferente de muita criança por aí. Ao menos uma coisa é certa, seria uma refeição mais proveitosa do que a variedade de industrializados e pré-prontos disponíveis nas máquinas do Centro Pokémon.

Off escreveu:
Olá!
Oh, não temos regra fixa pra essa questão do tempo de resposta nos posts, por parte do jogador. Caso precise se ausentar por muito tempo é sempre bom comunicar o narrador, se possível, pois uma ausência longa (aprox. 15 dias) não justificada já pode fazer sua rota ser trancada e aí quando você voltar vai ter que pedir reabertura e provavelmente a rota vai pra fila de narração de novo.

Já por parte dos narradores tem regra, que você pode encontrar aqui: Atrasos na Narração.

Sobre Shellos, pode deixar!
No mais, fique bem e melhoras! ^^


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Poder desfrutar de um verdadeiro almoço em família, mesmo que como um convidado, era uma ótima experiência. Leander, que serviu seu prato com um pouquinho de cada um dos alimentos preparados por Berta, fazia questão de apreciar cada garfada e se manter disposto para engajar nas possíveis conversas trazidas à mesa. Nosso rapaz também observava a dinâmica dos Pokémon, chegava a ter de tomar cuidado para não se engasgar com as risadas provocadas pela voracidade de seu Starly e as respectivas reações dos outros que estavam ao lado.

''Entendo bem sobre esse lado, de se tornar rotina e perder um pouco da magia. Mas é como a senhora Berta disse, passo a passo né, volta e meia uma pausinha ajuda a revigorar'' respondia acompanhando o comentário de Berta e Tom. ''Porém, se não me engano, lá em Celestic tem uma lenda antiga sobre um Pokémon muito poderoso que era convocado por uma flauta! Talvez eu que tenha de fazer algumas aulas...'' brincava tentando deixar um pequeno incentivo.

Leander resolveu aguardar um pouco em sua iniciativa para conversar, como convidado em meio a tantas pessoas novas, ele sentia que deveria esperar um pouco mais pelo fluxo do papo. Ainda assim, dentro de sua mente, na sala de reuniões das vozes da cabeça, havia um interesse de conhecer melhor todos que estavam ali e se possível contribuir com algo, ao menos desejava proporcionar uma ótima conversa. Sem falar que Leander não se recordava se Berta havia comentado algo sobre a ausência dos pais de Tim e Tom, provavelmente tinha escapado da cabeça em meio aos seus pensamentos. Porém, obviamente, o rapaz não queria tornar uma troca agradável durante o almoço em um interrogatório. De um jeito ou de outro, se tinha uma voz querendo perguntar algo engraçado e criar assunto - e tinha - era certamente aquela do pensamento intrusivo de Hearthome: ''Mas e a Fantina, hein?''



Off :

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– Sério? – Tim manifestava interesse ao saber da lenda citada por Leander. Se a intenção era adicionar um incentivo, certamente tinha funcionado e o garoto iria pesquisar a respeito depois.

O almoço se seguia e assuntos diversos eram servidos na mesa. Às vezes menções das rotinas, do que haviam feito ou ainda fariam naquele dia ou nos próximos. Seria assim que Leander saberia que Tim estaria se apresentando todas as manhãs na orquestra de abertura do evento que ocorria no Contest Hall da cidade.

Os assuntos mais recorrentes, porém, seriam das histórias de Berta e suas aventuras, que os netos estimulariam para ouvir. Berta revelava já ter viajado para muitas regiões diferentes, ainda que não tivesse conhecido todas as cidades em cada uma delas.

– Espero que ainds tenha um espacinho pra sobremesa! – a senhora dizia quando, depois de muito conversarem e recolherem o almoço, ela e os netos terminaram de montar a mesa para a sobremesa – Agradecemos ao Leander pela gentileza de me ajudar a conseguir as frutas!

Berta servia uma cheesecake decorada com uma brilhante calda feita com as frutas colhidas. Para os Pokemon apenas um pouquinho da calda era servido, evitando excessos.

Após a pausa nos assuntos Leander pode introduzir a pergunta coringa que havia guardado para momentos como aquele.

– Ela é legal, a Fantina. É uma das fundadoras e sócias da escola do Tim, porque adora música e sempre dá chances da orquestra tocar nos eventos e Contest da cidade. – Tom contava entre uma colherada e outra – Mamãe adora trabalhar com ela no Ginásio. Ela é uma das tratadoras oficiais dos Pokemon da Fantina e dos aprendizes dela.


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