Rota 22 - Pokémon aquático eu capturo você!

Solariam saiu pela esquerda de Viridian City em direção à rota 22, já passara das três horas da tarde, o sol brilhava forte e havia poucas nuvens no céu. A rota 22 parecia um lugar agradável e muito aconchegante, com algumas árvores e logo mais a frente um lago onde Solariam iria pescar.

— Pidgey saia! — Chamou Solariam lançando a pokebola de Pidgey para o alto.

— Pidgeyyy — Pidgey parecia feliz com seu novo treinador, e mal saíra da pokebola sentou-se sobre a cabeça de Eduardo.

— Ok Pidgey, pode ficar ai em cima, até chegarmos ao lago onde irei pescar nosso próximo companheiro.

Pidgey continuou ali em cima, de vez em quando batia suas asas e descia até o chão para ciscar, mas logo voltava para o topo de cabeça de Solariam. Enquanto caminhava, Eduardo se lembrava das batalhas que fizera na rota 1, tinham sido importantes para seu amadurecimento em batalhas e, também, para conseguir novos companheiros como o Rattata e o próprio Pidgey, agora ele analisava onde poderia ter feito diferente, e como a “Tática Absurda” lhe ajudou na luta contra Rattata, e como ela passou quase em branco na luta contra Pidgey. Solariam estava feliz por ter passado por aquela experiência maravilhosa e sabia que na rota 22 não seria nada diferente.

Solariam não teve problemas durante a caminhada até o lago, ao chegar lá, encontrou um pequeno show de acrobacias, eram Poliwags, que ao ver Eduardo e seu Pidgey, se empolgaram nas acrobacias, espirrando água para todos os lados, molhando Solariam. O treinador não se incomodou de ser molhado, caminhou até a beira do lago e desceu seu pequeno Pidgey da cabeça, o colocando do seu lado para que ambos pudessem beber um pouco d’água.

Solariam continuou sentado a admirar as mais variadas acrobacias, Eduardo nunca virá algo tão maravilhoso, Pokémon selvagens se divertindo, mas Solariam sabia que precisava de um deles para sua batalha no ginásio de Pewter, foi quando um deles se aproximou de seu Pidgey, todo simpático e sorridente. Solariam havia encontrado seu rival, mas antes de atacar, com toda calma e ainda sentado usou sua Pokédex nova para ver os dados daquele pequeno Pokémon.

Depois de ver as informações de Poliwag em sua Pokédex, Solariam percebeu a calma com que o Pokémon lhe chamava a atenção, bateu sua calda nas pernas de Eduardo, que deu um rápido sinal para Pidgey, abortando a batalha. Solariam o seguiu por curto caminho até chegar a uma bela cachoeira, a correnteza era poderosa e o barulho ensurdecedor. Pidgey estava sobre a cabeça de Solariam, e se surpreendeu ao ver as poderosas águas da cachoeira se abrir, dando passagem para os três prosseguirem.

Atrás da cachoeira surgiu uma magnífica gruta repleta de Poliwag, e ao fundo dela, uma pedra azulada encantara Solariam. O treinador atravessou aquele caminho, abrindo passagem entre os Poliwag, e pegou a pedra. Parecia muito com uma Water Stone, mas não tinha certeza, já havia visto algumas no ginásio de Cerulean, a líder Misty, é muito amiga de sua mãe, e quando criança Eduardo, enquanto brincava, encontrou uma sala e dentro dela, repousava algumas dessas belas pedras.

Solariam ficou a observar a pedra em suas mãos por alguns instantes, apenas ouvia-se a cachoeira ao fundo. Por fim, Solariam decidiu guardar a pedra, Pidgey desceu de sua cabeça e ficou parado em sua frente, observando seu treinador. Eduardo ajoelhou-se, colocou a mochila no chão úmido da gruta e a abriu, quando estava prestes a guardar a pedra ouviu um estrondo que o fez levantar rapidamente e a olhar para todos os lados, temendo ser algum Pokémon.

Solariam soltou a mochila e correu para perto de Pidgey ao ouvir o poderoso estrondo, olhando para frente, Solariam conseguiu ver o entalhe no formato da pedra que guardara na bolsa. A pedra era atraída para o entalhe como metal por um imã, a mochila era arrastada pelo chão úmido da caverna, o brilho azul da pedra só aumentava ao se aproximar do entalhe. De repente, o mesmo Poliwag que levara Eduardo até a caverna, saltou sobre a mochila e com sua cauda retirou a pedra de lá e a colocou no entalhe. Uma forte luz azul tomou conta da caverna, Solariam abraçou seu Pidgey, e fechou os olhos temendo que aquele local desmoronasse sobre sua cabeça, mas isso não aconteceu, pelo contrário, uma enorme abertura surgiu no lugar do entalhe, dando passagem para um lugar paradisíaco.

Solariam levantou, depois que a luz desapareceu, pegou sua mochila, e com o Pidgey nos seus braços, adentrou naquele belo local. Era vazio, um enorme lago no centro, e lá, a água era cristalina, com fundo rochoso. Nele inúmeros Goldeen e Magikarp nadavam fazendo acrobacias incríveis. Solariam ficou encantado, caminhou por alguns minutos na beira do lago até encontrar uma placa que dizia a seguinte mensagem:

“Bem Vindo a Área de Lazer de Viridian”

Solariam ficou se perguntou onde esse local constava nos mapas, retirou seu Town Map, a procura deste magnífico local, mas não encontrou nada, guardando-o novamente na mochila. Solariam voltou a caminhar, com seu Pidgey no colo e o Poliwag ao seu lado, logo mais a frente, um caminho de rochas chamou a atenção de Solariam, pois ele levava para o meio do lago. Solariam correu até o inicio do caminho e, mesmo estando receoso, pisou sobre a rocha, dando um passo de cada vez. Solariam, Pidgey e Poliwag estavam próximos do centro do lago. Enquanto andava, passo a passo, Goldeen lançavam-se sobre o caminho de rochas, mergulhando do outro lado.

O final do caminho dava em uma larga rocha plana, Eduardo se sentou, retirou os sapatos e mergulhou os pés na água cristalina. Por incrível que pareça, não temia os Goldeen nem os Magikarp, e com a maior segurança do mundo, retirou a Old Rod de sua mochila e a lançou na lagoa, estava na hora de pescar.

Solariam saltou rapidamente para fora da água ao sentir as fortes mordidas dos Pokémon aquáticos, seu pé estava sangrando, doía muito e Eduardo começou a mancar ao sair do meio do lago. Continuou andando até parar em uma rocha polida, sentou-se lá, acompanhado de seu Pidgey e daquele Poliwag, e estancou o sangue, que mesmo saindo aos poucos deixou pingos por onde passou.

Solariam vestiu os sapatos novamente, só que agora o pé estava enfaixado. O treinador se virou, e quase se sentou novamente ao ver a sua frente um enorme castelo, onde fincada no chão e escrita com sangue uma placa dizia:

“Não Entre”

Eduardo se assustou, sentiu um calafrio correr por seu corpo quando a porta da frente se abriu lançando na área de lazer um rangido assustador. De repente Eduardo sentiu alguns respingos de água molhar sua canela, era o Poliwag que com medo do castelo mergulhou para dentro do lago. Parece haver algo de muito ruim lá dentro, talvez fosse por isso que este local não está nos mapas e principalmente, por isso estava lacrado por aquela pedra... Pensou Eduardo. Ajoelhando-se na beira do lago, Solariam começou a conversar com Poliwag, dizendo a ele que o protegeria, mas que precisaria da companhia dele naquela empreitada. Poilwag se sentiu confiante e saiu da água ficando novamente ao lado de Eduardo.

Eduardo adentrou ao castelo, e lá dentro a escuridão tomava conta, colocou seu Pidgey na pokebola, e retirou seu Charmander para que ele pudesse iluminar o caminho.

— Saia Charmander, e me acompanhe. — Disse ele lançando a pokebola de Charmander no ar.

— Char... Charmander! — O Pokémon de fogo não se importava com a escuridão, até gostava.

Solariam lembrou-se da rota 1, a rota pela qual passou durante a noite, e foi lá que encontrou seus primeiros desafios e consequentemente seus primeiros companheiros de viagem. Charmander deve ter gostado, pois não se importava com a escuridão e seguia a frente do grupo, iluminando o caminho. O interior do castelo era intrigante, as paredes eram cobertas de quadros de natureza morta e abstratos, um tanto sombrios, e os móveis estavam perdidos no meio das enormes e pegajosas teias de aranha, mas algo a mais naquele lugar assustava Solariam, ele não sabia o que era, mas estava disposto a descobrir.