The_Best Vs Retsew

Off: desculpe a demora XD

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Eduardo quase se lançou na água quando Skitty caiu. Seus joelhos dobraram-se, mas sua consciência o impediu, não havia nada que pudesse fazer a não ser continuar lutando com todas as suas forças, pois a batalha precisava mais dele do que nunca, e a vitória precisava estar viva a cada novo comando.

O que ele podia fazer? O que mais ele podia dizer? Que táticas usar? Eduardo estava em uma encruzilhada, em que, não importando o rumo que tome, seu destino era escuro e incerto e a decisão só podia ser tomada por ele mesmo.

- Skitty, lembre-se da batalha que tivemos contra Poliwag, você nadou pelo lago usando sua cauda. Agora faça o mesmo e não se deixe ser atingida novamente.

A verdade era que Eduardo não sabia o que fazer, estava atônito com a situação em que se encontrava e Skitty percebia tal aflição em seu olhar, mesmo que sua face se figurasse em uma expressão determinada e controlada. A decisão precisava ser tomada logo, a cada segundo que se passava, Skitty ficava a merce do Poisonpowder e aquilo não era nada bom.

- Skitty salte na boia, e espere ele atacar novamente, desvie do golpe usando a velocidade do Fake Out e o atinja com um segundo Fake Out, pra derrubá-lo na água. - Eduardo sentia o suor escorrer-lhe pela testa. - Não se preocupe Skitty, nós vamos ganhar esta batalha.

Eduardo encorajava sua Pokémon, sabia que a pequena era forte e que não se deixaria intimidar por Bellsprout, e mesmo que seu treinador fosse experiente, Eduardo não desistiria, pois pior do que perder tentando é desistir sem tentar e Eduardo não sairia daquele campo, sem a voz do juiz ecoar em seu ouvido dando o resultado da batalha. Seu olhar fixo na batalha o impedia de ser intimidado pelo sarcasmo do oponente e isso não o abalaria nem um pouco, com tudo o que viveu até ali, Eduardo já estava acostumado a enfrentar pessoas e Pokémons que subestimam seu poder e ele sempre encontrou uma forma de mostrar seu verdadeiro potencial. "Nunca subestime um oponente, você nunca sabe o que ele pode lhe reservar" dizia o pai de Eduardo, anos antes de desaparecer. Conselho que Eduardo carregaria pela vida toda, e que sempre o faria sentir seu pai mais próximo dele. Eduardo era um treinador jovem, mas muito corajoso e dele, tudo pode-se esperar.

- Parabéns! - Eduardo gritou ao ver que Skitty conseguira se sair muito bem naquele round.

E agora uma nova rodada começava e Eduardo precisava agir rápido se quisesse ter uma chance, mas não só isso, precisava ter certeza de que seu próximo movimento iria causar algum dano. Skitty nadou muito bem, e mesmo sofrendo com o golpe Vine Whip, ela soube se recuperar, atingindo com precisão os dois Fake Out's, o que não só deixou Eduardo orgulhoso, mas confiante de que seu trabalho duro e o de Skitty, estavam dando resultados. Contudo, o envenenamento de Skitty deixou mais uma marca para Eduardo, ele até possui alguns Antidote na bolsa, mas a regra era clara, sem itens! Eduardo estava correndo contra o tempo.

- Skitty, use seu Fake Out para ganhar velocidade e atingi-lo antes que ele possa atacá-lo. - Eduardo estava nervoso, suas opções de ataque eram restritas e suas combinações ainda menores. Teria que improvisar. - Skitty, preste atenção, fique a frente de Bellsprout, o mais próximo que conseguir e espere o próximo ataque, não importando qual seja. E antes que ele possa completar o movimento, salte, da maneira que só você sabe, e mergulhe contra Bellsprout, usando seu Tackle, e o derrube na água.

Era uma tática suicida, qualquer erro, por menor que fosse, poderia resultar em grandes danos para Skitty, ao invés de Bellsprout sofrer tais danos. Eduardo sabia que era arriscado, mas como dizem: "Quem não arrisca, não petisca". Ele precisava tenta de tudo um pouco, pois seus movimentos estavam super reduzidos. O fato de Bellsprout ser fêmea, tirou de Eduardo um de seus melhores trunfos com Skitty, o Attract. O ataque seria de suma importância para Eduardo, ele daria a ele, duas a três rodadas de golpes certeiros e sem dano nenhum contra Skitty, mas tudo foi por água abaixo quando a Pokédex revelou tais dados. Por tais motivos, Skitty se tornou um Pokémon não tão surpreendente quanto Eduardo queria, apesar de pertencer a outra região, apenas isso não faria seu oponente temer seus movimentos, o que fez com ele, seu oponente, tomasse controle da batalha em alguns momentos.

Eram tantas as espectativas de sua tática, que o rapaz se desligou da batalha por alguns segundos, as memórias de lutas passadas voltaram com força, para fazê-lo se lembrar de tudo que já havia feito pela vitória, dos Pokémons que enfrentou, das batalhas que esteve perdendo e mesmo assim não desistiu, dando a volta por cima. Eduardo era um treinador nato, só não sabia disso ainda, o espirito de luta de seu pai, também ardia como fogo em seu peito e tais habilidades eram inegáveis perante tantos fatos. Eduardo Solariam, não era apenas mais um treinador, carregava um sobrenome importante e precisava honrá-lo e só há uma maneira de se fazer isso. Batalhando.

- Vamos lá, Skitty! - Um grito eufórico e alegre saiu de sua boca, mas as palavras seguintes vieram em um sussurro. - Vamos lutar até o fim. Nunca desistiremos!

Uma surpresa ou uma expectativa (quase uma realidade). Foram essas as palavras que passaram na mente de Eduardo quando Skitty fez aquele maravilhosos Round. Sua sagacidade e frieza ao encarar frente a frente Bellprout foi incrível e inesperada, ainda mais, por que seu ataque deixou Bellsprout com medo o impossibilitando de atacar e se não fosse o envenenamento, Skitty poderia ter saído daquele round sem nenhum arranhão.

A situação continuava a mesma, a batalha era lançada as mãos de Eduardo em um round, e no outro estava sob o controle do oponente, o que deixava Eduardo um pouco atônito. Contudo seu poder foi exposto e ele mostrou que não está de brincadeira, mostrou que seu objetivo também é a vitória e que não se deixará vencer assim tão fácil. Eduardo estava com os punhos cerrados, os olhos fixos na batalha, enquanto ele via Bellsprout na água, era um atraso para Bellsprout estar na água, e Eduardo, apesar de saber que a água não causaria dano, tinha em mente, desde seu último movimento, o que pretendia fazer.

- Skitty, espero ele atacar, e desvie do golpe saltando para cima, já que a boia não nos permite ir para o lado. - Eduardo sorria confiante enquanto ordenava. - Depois use seu Tail Whip, e baixe mais a defesa de Bellsprout, em seguida...

Ouve um momento de silêncio, Eduardo parecia não saber o que fazer! Era totalmente estranho, sua tática estava pronta e não haveria erros, mas naquele instantes tudo lhe pareceu fugir da cabeça, foram apenas questões de segundos, para que toda uma estratégia fosse apagada de sua mente. Eduardo arregalou os olhos, e percebeu que Skitty ainda esperava suas ordens. Ele se desesperou.

- Em seguida, salte e mergulhe diretamente contra Bellsprout usando seu Fake Out, e com isso, faça-o afundar. Surpreenda ele Skitty, use a velocidade do Fake Out para disfarçar o local exato da boia em que vai saltar. E quando ele menos esperar, ataque-o e afunde-o na água.

Era improviso. Eduardo partira mais uma vez para o improviso. Ele sabia que não era correto fazer aquilo, as batalhas necessitam de técnicas especificas e bem elaboradas para vencer, mas Eduardo arriscara mais uma vez. Não era totalmente errado, só era perigoso demais. Arriscar uma tática nova e sem medir as consequências podia levar um Pokémon a perder a luta, e Eduardo sabia muito bem disso. Quando assitia seu pai pela televisão, via que ele usava e abusava das táticas arriscadas, as improvisadas, e que em todas elas, ou ela saia perfeitamente, ou tudo ia a prantos com seu Pokémon desmaiado.

A batalha, apesar de ser um concurso pequeno, levava o público que o assistia a loucura. Eduardo sentia essa ótima vibração vinda deles, o público, e não mais do que uma boa vibração, uma coragem anormal, que o fazia arriscar. Pois o que seria das batalhas Pokémon, se todas as lutas fossem padronizadas, com ataques comuns e sem um pouco de imaginação? Seriam sem graça, e Eduardo sabia disso, pois odeia ver batalhas sem graça, onde ataques simples e diretos são dados, sem emoção e sem verdade, para ele a batalha é 40% coração e 40% coragem e os outros 20% ficavam por conta do treinamento, e Pokémon e treinador precisam estar sincronizados, "mesmo que as vezes sua mente dê um branco". Pensou Eduardo.

Nada mais justo em uma batalha do que alegrar o público com as surpresas, e surpreender também o oponente, pois os padrões são seguidos por muitos treinadores, mas Eduardo sabia muito bem, e isso não estava escrito em nenhum livro que ele tenha lido, ou em qualquer batalha que tenha assistido. Isto estava em seu coração, vivo e ardente, como as asas de um Moltres próximas a um vulcão em erupção. Algo indecifrável e incontrolável, tinha sua própria consciência e fazia Eduardo perder a noção do perigo, era isso que ele queria, correr riscos, pois as batalhas precisam disso, são os riscos que os fazem melhores treinadores. Os treinadores aprendem através desses riscos, tanto nos acertos quanto nos erros, nada é mais válido do que uma batalha com emoção e uma derrota, do que uma batalha sem emoção e com a vitória. "São os próprios riscos que corremos que nos ensinam. Ensinam a esperá-los e a saber lidar com eles, não importando o momento ou o oponente"! Pensou Eduardo, transbordando confiança e coragem para prosseguir com a batalha.

- Demais! - Gritou Eduardo ao ver uma segunda rodada perfeita.

Era definitivo, Skitty era um de seus melhores Pokémon (Sem desmerecer os outros, é claro), mas Skitty se mostrava uma guerreira naquela batalha. Que Pokémon seria tão perfeito, tão preciso e ao mesmo tempo tão graciosa, como ela? Eram poucos, mas existiam. Eduardo sorria, um largo sorriso branco e reluzente, brilhante e sincero. Uma alegria estonteante atingia Skitty através daquele sorriso. Para ela, a felicidade de seu treinador superavam as dificuldades que enfrentava. O envenenamento, os ataques reduzidos, nenhuma dessas deficiências fez Skitty desanimar, ela queria a vitória, em parte por desejo próprio já que é muito vaidosa, mas principalmente por Eduardo, o seu treinador. O rapaz que demostrou ser um ótimo treinador quando a capturou na HF, e ainda melhor nas batalhas que se seguiram contra Poliwag e contra Snubbull. Para Skitty, nada superava seu amor por Eduardo, e isso era perceptível em como ela se entregava a batalha, da maneira que ela executa os movimentos ordenados, e na sua felicidade ao ouvir seu treinador gritar - Parabéns- e do esforço que fazia para encarar as dificuldades, os desafios, como ela se desdobrava em quatro para mostrar para seu oponente (que agora era Bellsprout) que não importava o que ele fizesse, mesmo que em uma rodada ela sofresse muito dano, na seguinte ela revidaria com muito mais força e determinação, pois essas são as características de Skitty, e não há desafio que tire isso dela. Apenas os deixam ainda mais atiçados, para se tornarem cada vez mais vivos e determinantes nas lutas que Skitty enfrenta.

- Skitty, use sua cauda para nadar, desvie dos golpes dele ainda na água. Se não for possível os dois, pelo menos um deles, e depois suba na boia. - O entonamento de voz de Eduardo parecia surtir um efeito super positivo em Skitty, dando a ela um empurrão a mais para suportar e encarar essa batalha. - Depois siga com dois Fake out's seguidos. Use a velocidade deles para escapar e prever qualquer artimanha de Bellsprout, porque sabemos que eles irão fazer.

Mais do que feliz, Eduardo estava realizado com Skitty. Uma vez, quando ainda era um garoto pequeno e sem muita noção da vida, seu pai disse a ele as seguintes palavras, enquanto acariciava sua Charizard: - Eduardo, meu filho. Os Pokémon são criaturas fantásticas, capazes de tudo para agradar seu treinador, ele sendo bom ou não. Mas, entenda, quanto mais demonstrações de carinho, afeto, respeito aos limites de seu Pokémon você tiver com ele, melhor e alegre será sua amizade. Seguindo essa simples concepção de convivência, seu Pokémon dará o máximo e além para lhe ajudar... Eduardo nunca havia entendido tais palavras, mas sempre seguiu a risca a concepção de vida de seu pai, e agora depois de anos, via o resultado. Só o que podia fazer naquele momento era acreditar ainda mais em Skitty, agradecê-la pela ótima performance e principalmente, dar a ela, ao fim da batalha, todo o amor, carinho e descanso que ela merece.

Seria uma hipocrisia dizer, que Eduardo não sentia um pouco de medo do oponente, mesmo depois dessas ótimas rodadas, mas Eduardo se mostrava mais confiante. Em seu modo de falar, agir, sorrir e até de olhar. A confiança parecia saltar de seu interior o rodeando, como as luzes dos holofotes que os iluminavam naquela piscina. Eduardo observou seu oponente, não conseguiu figurar nenhuma expressão, mas percebeu, que como ele, seu oponente estava totalmente focado na batalha. A vitória buscada por ambos estava cada vez mais próxima, também para ambos, o que determinaria o vencedor desse empasse seria a garra e a determinação de treinadores e Pokémons nos round seguintes.