Cap 019 - Obscuridade do vazio!

Como num toque de mágica a coloração do céu azul começava a tomar proporções quentes, passando por tons roxos, logo em seguida suas cores esfriaram como se um Ice Beam tivesse travessado em meio à imensidão roxa. A obscuridade tomou proporções fantasmagóricas, fiquei cegado em tal efeito.  Junto a isso, mal conseguia perceber minha voz, efeito de um barulho muito alto que balburdiava cada canto de meus tímpanos durante a queda, parecia uma sonata de suicido, meu coração acelerou em meio ao alvoroço, mas isso durou pouco, apenas desacordei no choque terrestre.

Ao abrir meus olhos eu enxerguei pouca coisa, embora eu visse o céu estivesse tão negro quanto a pele de um Umbreon, pude perceber que minha visão estava turva. Além disso, minha cabeça latejava fortemente, e isso me deixava inquieto. Com o tempo eu já enxergava melhor e minha cabeça não estava doendo como antes, assim pude contemplar a paisagem... Contemplar? O cenário estava mais para assustar quem estivesse ali, tudo estava tão vazio, como se um sopro tivesse levado tudo que era vivo do lugar, não me recordava de tal lugar e isso foi à coisa mais estranha que percebi no momento, pois tudo foi uma grande confusão, primeiramente o efeito psicodélico que me dava um gostinho de nostalgia na boca, esse efeito era o mesmo quando caí na floresta mágica em que eu havia capturado Snorunt, seria esse o mesmo lugar? Não... Definitivamente não! Minha memória não falhava desse jeito, eu tinha certeza que aqui não era a Happines Florest! A escuridão que tomou conta durante minha queda era prova disso.  Mas que lugar seria esse?

Fiquei me perguntando durante um tempo, porém eu não encontrava qualquer resposta lógica, sequer um indicativo sensato, nisso decidi tomar uma atitude em meio a tantas perguntas e temores, eu iria explorar o local a fim de entender o que aconteceu, ou ao menos encontrar um caminho para algum lugar conhecido.

Conforme eu andava em meio ao vazio infinito comecei a perceber o quão grandiosa era essa área, pois tudo se repetia, tudo era tão semelhante, considerei estar dentro de uma recursividade,  e isso era fantasmagórico e ao mesmo tempo aborrecedor,  porém meu intuito era seguir em frente. Conforme o relógio girava eu percebia que nada acontecia e a sensação do vazio aumentava cada vez mais, pobre de mim, mal sabia que em breve um imprevisto viria a acontecer.

Mais algumas horas com os pés em seu ápice de exaustão minha perna fraquejou e espatifei-me no chão, minha perna doeu fortemente, e eu gemi por um instante expressando a dor pela qual eu passava me senti um lixo nesse momento, não pelo fato do tombo, mas por ter caminhado tanto e devido a isso estar nessa situação... Frustrante. Num tom irritado fiz até uma piada irônica comigo mesmo: “Para quem já se arrebentou uma vez, duas não é nada né?”.

Peguei minha mochila com raiva e coloquei-a no chão com um pouco de brutalidade, eu estava incomodado com o que havia acontecido e minha ação expressava bem tal qual. Ao abrir a mochila me deparo com o Egg que estava dentro dela, fiquei um tanto inseguro e sem fôlego quanto  a possibilidade de ter quebrado o mesmo, porém nada havia acontecido, entendi isso como um sinal para eu abaixar minha bola... Com isso respirei fundo e peguei o medicamento que eu havia usado em mim mesmo na mansão, em seguida minha meta era descansar por uns minutos.

Ao engolir o remédio escutei um barulho e quase me engasguei, tossindo repetidamente, olhei para os lados e nada se mostrava no presente momento, inspirei um ar não tão puro e tentei esperar embora a preocupação sobre o que poderia ser esse barulho perambulava sobre os subúrbios de minha mente, que som era esse que vinha da obscuridade?

Percebendo minha situação, todo sujo e machucado, lembrei-me de alguém que estava exausto: Growlithe! Neste tempo, utilizei as potions necessárias para cura-lo. Aproveitando o embalo, apliquei potions nos outros pokémons que precisavam delas, assim como awakening para Slowking.

Após isso meus olhos fitaram por um momento em algo, parecia ser alguém a cerca de 40 metros, parecia ser uma garota, fiquei um pouco cismado e curioso com algo que era visível a esta longa distância, poderia ser alguém tão perdido como eu, pois até agora eu não havia achado nem um norteador ou local para me situar, decidi me aproximar e averiguar sobre quem poderia ser.

Num compasso manso fui me aproximando, com cautela para me adaptar a minha nova situação. Minha intenção era manter o primeiro contato com a garota para tentar ver se a mesma tinha alguma informação sobre onde nós estávamos.

Feito os procedimentos de estabilização física de nossa equipe verifiquei-os e estudei-os, como eu não era clínico, muito menos um criador, sabendo disso pouco valia eu estender tal análise recolhi todos os pokémons para a pokeball.

Segui meu rumo e continuei a caminhar em direção àquela incógnita, aquela garotinha que parecia estar desamparada... Estaria ela perdida? Pensando nessa possibilidade fiquei preocupado, ela parecia tão pequeninha, meu coração se debatia em imaginar seu desespero por estar nesta situação.  Conforme eu me aproximava era possível perceber que a mesma cantarolava, agora já era possível ver seu traje e suas madeixas, no momento qual eu fosse abordar a mesma de um jeito sensível ela virou-se para mim quase que instantaneamente, ao deparar-me com sua face meus olhos arregalaram-se expressando minha surpresa e de certa forma meu medo, a garota não tinha face, o pior de tudo foi o ultimo refrão que ecoava de seu corpo sem boca, em meio à agonia súbita saltei para trás com muita voracidade, a ponto de na aterrissagem meus pés levantarem uma onda de poeira que se elevava até meus joelhos.

Não acreditando em minha visualização, questionava-me com estranheza sobre a criatura em minha frente num tom baixo. – Mas o que é isso?! – Nesse ponto aquele ser medonho lança uma pokeball liberando um Blastoise, um Blastoise! Aí sim meu coração bateu mais forte, era um pokemon evoluído e eu não sabia o que esperar dele, isto é, levando em consideração sua treinadora, saquei a pokeball de Slowking e liberei meu Pokémon aquático também. Logo abordei o mesmo telepaticamente.

“O que achas disso?” Slowking olhou para Blastoise como se não fosse nada... “Que que tem? É uma tarta... mas o que?” – Seus olhos arregalaram numa proporção estupidamente gigante, em contrapartida  eu colocava a mão em minha cabeça e apenas lamentava a demora para ele entender do que se tratava, ele realmente era um SLOWking.

“Isso seria um Slenderman?” Indagava o pokémon rosado. Logo eu respondia com uma pergunta. “Não seria melhor dizer Slendergirl? Não faço ideia de quais cargas d’agua isso se trata, mas isso tem um Blastoise em suas mãos, vamos ficar na defensiva e esperar seu primeiro movimento.”

Ter colocado um Blastoise em campo era uma atitude bem óbvia aos meus olhos, especialmente considerando suas palavras, uma batalha começaria em breve.

Hora da Batalha
Campo: Campo cercado de árvores mortas, a grama é sem vida e a iluminação do lugar é razoável.