Cinnabar Island: Treinamento Intensivo

Rayssa descia as escadas da Mansão Pokémon ainda apertando a barriga. O golpe daquele senhor, apesar de tudo, lhe doía menos do que as palavras perturbadoras que ouvira. Gabriel voou para perto, pousando sobre o ombro da Ranger e a analisando. O Pokémon parecia entristecido por não ter tido forças para protege-la.

Fora facilmente imobilizada pelo Rocket na mansão...

Fora facilmente sobrepujada por um estranho que alegava a esperar no limbo...

Escapara de Sassy por ter tido a ajuda de Thiago e muita sorte...

Rayssa se sentia deprimida e humilhada. Cansada e esgotada, deixava-se cair sobre as escadas da Mansão, observando as ruas da cidade que lhe convidavam a um passeio divertido e a deixar o passado para trás. Contudo a garota não poderia simplesmente esquecer, precisava, antes de tudo, ficar mais forte, para evitar que seus pokémons corressem riscos desnecessários novamente. Passos calmos chamaram a atenção e a morena viu Vovô saindo da mansão. O senhor de idade parecia decepcionado também, porém isso era difícil de determinar, já que Vovô sempre carregava uma expressão ranzinza.

- Vovô... Você pode me treinar?

A pergunta pegou o senhor de idade de surpresa, porém ele parecia satisfeito com a mesma.

- Até que enfim parece que tomou juízo menina. Venha.

O homem começava a andar em direção ao centro Pokémon, a fim de iniciar o treinamento de Rayssa. Finalmente a garota parecia disposta a ouvir tudo o que o Vovô queria lhe ensinar.

Off: Olá, assumirei sua rota a partir de agora, espero que possamos nos divertir ^-^. E eu acho que você fez o tópico no lugar certo, considerando que a mansão fica em Cinnabar.

Off²: Tudo bem, eu nunca falei com Tyrant, mas se um dia esbarrar com ele na rua, vou tentar lembrar de entregar seus biscoitos ^-^.

Off³: Vou dar uma olhada na sua ultima rota, então aproveito para tentar atualizar sua Storage. Me deseje sorte, eu vou precisar, é a primeira vez  que tento atualizar uma Storage.

Off4: Boa sorte no treinamento! Entretanto, você acabou de sair do Limbo, então ainda lhe dou a oportunidade de escolher se vai me deixar prosseguir com o que planejei para sua rota ou se prefere algo mais tranquilo.

Off5: Melhor avisar logo que ainda sou uma iniciante, então peço que tenha um pouco de paciência comigo caso eu cometa algum erro, por favor.



Por algum milagre, Rayssa tinha conseguido sobreviver aos estranhos e perigosos acontecimentos que vivenciara no Limbo, entretanto, a Ranger guardaria para sempre na memória o pesadelo que tinha vivido naquele local. Exausta, ela se deixa cair nas estradas da mansão, sentindo-se deprimida e completamente esgotada. Gabriel, seu leal Farfetch'd, pousa no ombro de sua dona, parecendo entristecido por não ser forte o suficiente para mantê-la a salvo.

Porém há males que vem para o bem, e agora Rayssa estava determinada a ficar mais forte, para que nada semelhante ocorresse futuramente. Sem ter mais a quem recorrer, ela pede ajuda para seu “Vovô”, que milagrosamente não estava rabugento como de costume, talvez por sentir que sua neta adotiva estava realmente abalada.

– Venha comigo. – Diz ele, em seguida começando a caminhar na direção do Centro Pokémon, não deixando outra opção para a menina e seu Farfetch'd exceto segui-lo. O trio andou até a porta da grande construção, mas no meio do caminho Vovô pareceu mudar de ideia e a guiou para as ruas de Cinnabar, que estavam estranhamente vazias. O dia estava frio e nublado, não era possível distinguir um único raio solar em meio ao céu acinzentado, como se o tempo refletisse os sentimentos da Ranger. – Eu prometi a mim mesmo que jamais faria isso novamente, mas acho que talvez possa lhe ajudar.

O idoso sacou uma Pokebola de coloração desgastada pelo tempo, e a jogou para cima, liberando assim seu Arcanine. O lobo de fogo surgiu ao lado de seu mestre, e logo esfregou o focinho no braço do mesmo, como se pedisse por carinho.

– Olá, velho amigo, preciso que você me faça um grande favor. A garota precisa de treinamento, e talvez o melhor modo de ajudá-la seja voltando ao mesmo lugar em que você evoluiu. – Disse Vovô, e Arcanine recuou alguns passos, assustado com o repentino pedido de seu mestre. – Mas, antes disso... Rayssa, hoje vou te treinar como os jovens no meu tempo de treinador faziam, então preciso que você me diga, está disposta a passar por um treinamento sério, ou prefere algo mais básico?

O tempo estava nublado e cinzento, condizendo com o estado de espírito da jovem Ranger. Vovô estava estranhamente sério, seu mau humor costumeiro não parecia mais presente. A morena acreditava que isso se devia ao fato de ter solicitado o treinamento que ele sempre lhe quis dar. Vovô desejava passar seus conhecimentos e a menina agora desejava adquiri-los. Estavam, pela primeira vez, olhando para o mesmo caminho.

Arcanine era liberado. Seu pelo grisalho chamava a atenção da garota sempre que o mesmo surgia. Gabriel estava sério, compenetrado na conversa. Outra coisa estranha para o dia nada convencional do grupo. Growlithe seria o mais feliz do grupo quando saísse. Poder treinar sob os comandos de seu ídolo, um Arcanine campeão, era um dos maiores desejos do cãozinho. Contudo a expressão do grande cão ao escutar a fala de Vovô avisava que o treinamento seria incrivelmente tenso antes mesmo de Vovô falar.

Treinar como os antigos treinavam... A garota respirou fundo, ciente de que o senhor idade pegaria incrivelmente pesado. No entanto, se realmente desejava se tornar mais forte e evitar situações de vida ou morte por incompetência no futuro, era isso que precisava.

- Sim vovô, eu quero o treinamento que o senhor fez. Não precisa pegar leve comigo.

O senhor de idade sorriu e voltou a guiar a jovem pelas ruas de Cinnabar que, estranhamente, estavam desertas. Enquanto se afastavam, a morena pegou seu Ranger Gear para notificar que a missão anterior havia sido completada com sucesso. Quando vovô a questionou sobre o aparelho, só não brigou com a mesma por reconhecer que era uma informação importante a ser dada. A menina traçava um pequeno plano mental, objetivando treinar todos seus pokémons e passar no mercado, antes de solicitar uma segunda missão.

Off: Vou tentar criar algo interessante para a sua rota, vamos ver como isso vai acabar ;D

Off²: Eu quero, amo biscoitos ;D

Off³: Que alívio, só editei algo semelhante uma vez na minha vida, e foi apenas para registrar uma captura na Box de um player. Ainda não tenho muita experiência nisso...

Off4: Acho que deve ser normal alguém ficar depressivo depois de sair do Limbo, o lugar não é exatamente uma floresta verdejante e cheia de coisas bonitinhas (se fosse eu me mudaria para lá), mas as aventuras que se vive lá provavelmente compensa os traumas psicológicos... Apenas “provavelmente”. Nossa, já vi que sua personagem tem uma habilidade natural para se envolver em confusões. E, já que permitiu, vou ser muito “boazinha” e oferecer um treinamento especial para você. Vou pensar no seu caso, e não te baterei porque seu Farfetch'd se revoltaria, e minha Totodile perderia feio para ele ç.ç.

Off5: Obrigada ^-^. Então, você saberia me dizer se Alakazam é um Pokémon capaz de se comunicar com humanos por telepatia? Iria me ajudar bastante saber essa informação ^-^.


Rayssa estranhava um pouco a atitude de Vovô, mas por fim decide que um treinamento pesado era o que ela e seus Pokémons precisavam para evitar que outras situações de vida ou morte acontecessem futuramente. Vovô sorriu com a resposta da Ranger, parecia satisfeito por sua neta ter finalmente solicitado o treinamento que ele sempre quis lhe dar.

– Certo então, mas depois não vá dizer que eu não avisei. Arcanine, é hora de ver se a sua memória continua boa. – Diz Vovô, olhando significativamente para seu companheiro. Arcanine, que até pouco tempo atrás parecera assustado, agora tinha um brilho ardente nos olhos, sua postura estava mais ereta que o normal e um sorriso desafiador estava estampado em seu rosto. Ele não se parecia mais com o Arcanine velho e preguiçoso que a menina conhecera, memórias passadas que provavelmente preenchiam sua mente estavam lhe transformando novamente no Pokémon forte e destemido que ele outrora fora. – Não acredito que vou dizer isso, mas é hora de voltar para “aquele local”.

Rayssa não estava entendendo nada do que Vovô falava, mas Arcanine no mesmo instante começou a farejar o chão, e logo em seguida apontou prontamente para o norte.

– É hora de reencontrar um velho amigo...


Meia hora se passou, mas esta poderia ser resumida apenas em Vovô e Arcanine guiando Rayssa pelas ruas de Cinnabar, ambos demonstravam uma disposição surpreendente considerando a idade em que se encontravam. Rayssa já estava começando a se perguntar se aquela caminhada duraria para sempre, mas naquele instante Vovô parou abruptamente, fazendo com que ela quase esbarrasse no idoso.

– Chegamos. – Anunciou ele. Estranhamente, o grupo agora se encontrava em um beco escuro e estreito, idêntico a vários outros que existam pela cidade. Porém, antes que a Ranger pudesse dizer algo, um flash branco cruzou o beco, tão brilhante que fez a garota precisar fechar os olhos.

– Alakazam! – Rayssa ouviu alguém bradar, e ao abrir os olhos viu uma criatura amarela e marrom de formato levemente humanoide parado na sua frente, encarando o grupo com indiferença.

– Rayssa, este é Alakazam, um Pokémon que conheci por mero acaso durante a minha jornada. Ele me causou muitos problemas, mas seus “testes” fizeram com que meu time se tornasse muito mais forte. – Vovô pareceu sorrir vagamente com as lembranças, embora não parecesse exatamente feliz em ver o Pokémon psíquico novamente. – Alakazam, essa garota gostaria de receber treinamento e veio desafiar seu labirinto. Vai aceitar?

– Ala! – O ser amarelo concordou, logo em seguida apontou uma das “colheres” que segurava para a menina. Parecia prestes a fazer algo, mas foi interrompido por Vovô.

– Espere um pouco! Rayssa, vou lhe explicar melhor o que está acontecendo. Geralmente eu não traria ninguém até aqui, mas aquela mansão e seu inferno particular me fizeram perceber o quanto você precisa se fortalecer, e bem rápido. Esse Alakazam é especial, de tempos em tempos ele desafia treinadores que considera dignos para um “pequeno teste”. Se você aceitar participar, poderá ganhar muita experiência, entretanto enfrentará várias dificuldades. Essa é a ultima vez que pergunto, vai desistir ou prosseguirá? Uma vez que escolha, não terá como voltar atrás.

A caminhada era longa e demorada, permitindo à garota refletir sobre seu passado e sobre seu futuro. Não lutara contra o estranho que encontrava em meio as brumas, contudo os jatos de água que correram próximo de si eram poderosos. A mente da menina também rondava nos pokémons de Sassy, incrivelmente poderosos. Sua distração quase a fizera colidir em vovô, quando este parecia finalmente ter achado o lugar que buscava. Apesar da idade e da asma, Arcanine os guiou com precisão, o que era impressionante.

Antes que Rayssa pudesse fazer qualquer comentário, um flash branco e amarelo a cegou por alguns momentos. Gabriel ergueu seu alho poro, preparando-se para qualquer surpresa. O pássaro estava determinado a não deixar mais ninguém tocar em sua treinadora. Contudo, antes que o pato fizesse algo, vovô apresentava Alakazam para a dupla. A Ranger mantinha-se quieta, analisando toda a situação. Pegando sua Pokédex,, obteve as informações do psíquico.

- O mais inteligente dos pokémons? - Murmurava para si mesma. Uriel um dia seria um Alakazam, porém era difícil imaginar seu Abra emanando sabedoria como aquele pokémon a sua frente.

Vovô retomava a palavra, explicando a situação para Rayssa e lhe informando que o labirinto de Alakazam seria realmente difícil de se suportar. A morena respirou fundo e ergueu a face, tentando se mostrar confiante. O senhor de idade sabia que a menina precisava muito crescer e, se aquele era o melhor caminho, ela o enfrentaria.

- Estamos prontos.

- Far!

Gabriel balançava seu alho poro, deixando claro que estava pronto para o desafio. A garota olho para Alakazam e sua colher apontada para a mesma e a menina o mirou nos olhos. Farfetch'd também não se acordava. Vovô parecia orgulhoso. Arcanine bocejava ao fundo. O pequeno exercício devia ter exigido demais para o idoso pokémon e, a julgar pelo cheiro no ar, estava mais do que na hora de o recolher... Entretanto nada disso fazia a menina desviar os olhos do pokémon psíquico a sua frente.

Off: Espero que se divirta, e boa sorte em cruzar o labirinto, você vai precisar.

Off²: *Pega os biscoitos e come o primeiro* Oba, biscoitos *-*!

Off³: Obrigada, vai ser de grande ajuda ^-^

Off4: Tecnicamente, você entrou no Limbo em agosto, então realmente passou um ano inteiro lá. E então, como é passar o natal e o ano novo naquele lugar? Pelo que eu vi nas suas ultimas rotas, deu para perceber que você e sua irmã são dois verdadeiros imãs de confusões XD. *Esconde a mochila e recua alguns passos para longe de Gabriel* Acho que ele não vai querer a minha mochila não, comecei há pouco tempo e ainda não tenho nenhum item de valor. Além disso, Riako (Totodile) ia ficar triste sem os doces que eu guardo na bolsa XD.

Off5: Se é assim, então vou colocar o Alakazam podendo se comunicar telepaticamente, ao menos dentro do labirinto. Só espero não perder meu cargo caso isso não seja possível. Ah, e eu coloquei a cor da fala dele um pouco mais escura, para facilitar a leitura.




Rayssa não hesita em aceitar o desafio, ela sabia que aquele poderia ser um excelente método não apenas de fortalecer seus companheiros, mas também de tornar-se mais madura. Gabriel balançava seu alho poró como um modo de demonstrar que estava pronto para o desafio, parecia determinado em se tornar mais forte e conseguir proteger sua dona.

Vovô sorria, estava orgulhoso de sua neta. Até mesmo Alakazam pareceu abrir um pequeno sorriso, mas era difícil saber com exatidão. A Ranger não consegue não ficar impressionada com o sábio Pokémon, e rapidamente aponta sua Pokedex para ele.

Alakazam
Foodin

Dizem que as colheres em suas mãos são frutos de seus poderes psíquicos. Seu cérebro é tão grande que dizem que é o pokémon mais inteligente que já existiu.

O Pokémon mais inteligente que já existiu... Era difícil de acreditar que seu pequeno Uriel, tão travesso, um dia se tornaria aquele ser que emanava sabedoria.

– Alakazam! – O Pokémon psíquico ergueu sua segunda colher, apontando-a para Rayssa também.

– Está na hora... Desculpe, Rayssa, mas não vou poder acompanhá-la nesse desafio, é algo que você deve enfrentar sozinha. – Disse Vovô, recolhendo seu Arcanine para um merecido descanso.

– Ala... – Alakazam fechou os olhos, parecendo se concentrar. Imediatamente ambas as colheres começaram a brilhar, e nem a menina nem seu Farfetch’d conseguiram mais desviar os olhos dos objetos, como se estivessem hipnotizados. Rayssa começou a se sentir estranha, sua visão ficou turva e uma estranha tontura lhe atingira, ela sentia como se seu corpo fosse arrastado forçadamente para fora daquela dimensão. – ...kazam!

Um forte brilho prateado envolveu todo o local, e pareceu se concentrar ao redor da Ranger e de seu Pokémon. Em meio àquela imensidão prateada era impossível enxergar alguma coisa, a garota sentia que Gabriel estava ao seu lado, mas não conseguia ver seu amado companheiro. O brilho prateado ganhou ainda mais força, e imediatamente a Ranger sentiu sua consciência escapar aos poucos.

– Tome cuidado... Minha neta... – Ela conseguiu identificar a voz de Vovô, mas não conseguia encontrar forças para responder. Sua visão escureceu e ela acabou desmaiando.

Quando acordou, Rayssa ainda se sentia um pouco tonta, de modo que precisou ficar imóvel por alguns segundos, mas logo se recuperou o suficiente para ficar de pé. Ao observar o lugar à sua volta, a primeira coisa que a menina reparou foi que não estava mais em Cinnabar, e que Vovô e Alakazam não estavam em nenhum lugar à vista, apenas Gabriel estava ali, e este a olhava com preocupação.

De algum modo, Rayssa tinha ido parar em uma grande câmara feita de pedra, esta parecia antiga e continha algumas rachaduras nas paredes, mas nada que pudesse comprometer a segurança da estrutura. Bem na sua frente havia uma encruzilhada, um caminho (o da direita) levava a um imenso portão dourado onde estava gravado a imagem de um sol. Já o da esquerda, mais estreito e sombrio, levava a outro portão tão grande como o primeiro, porém esse possuía uma coloração escura, e nele estava gravado a imagem de uma lua prateada.

“Agora que decidiu aceitar meu desafio, não há como voltar atrás.” Uma voz ecoou na cabeça de Rayssa, porém esta não era a dela. Mas, mesmo assim, lhe parecia estranhamente familiar. “Calma, sou eu, Alakazam. Estarei aqui para lhe guiar no Desafio do Labirinto, basicamente lhe explicarei o que deve ser feito. Começaremos pelo básico, bem na sua frente você está vendo dois portões, estes são o Portão do Sol e o Portão da Lua. Basta escolher por qual dos dois deseja prosseguir, cada um lhe levará a uma câmara diferente, onde você precisará enfrentar seu primeiro desafio. Analise bem sua situação e escolha o que achar melhor, não há espaço para pressa nesse labirinto.”

Rayssa agora precisaria decidir qual caminho tomar, o que encontraria a seguir mudaria de acordo com a sua escolha.

As colheres de Alakazam brilhavam a sua frente e a voz de Vovô ecoava ao fundo, mas por alguma razão a voz parecia estar muito mais distante do que realmente estava. A consciência de Rayssa ameaçava abandoná-la e a voz de Edson ficava a cada segundo mais baixa. A morena queria responder, porém não tinha forças para tanto. O corpo inteiro amolecido e entregue a uma força desconhecida. A sonolência vencendo a resistência da jovem e a escuridão de repente reinando.


Após um tempo que Rayssa não saberia quantizar, a morena acordou. Seu corpo exigiu ainda alguns segundos de repouso, antes de ser capaz de reergue-la. Gabiel a mirava preocupado, porém logo a jovem passou a mão sobre a cabeça do pato, tranquilizando-o com algumas palavras doces.  Vovô e Alakazam não estavam ao alcance da vista. De alguma forma a menina estava em uma câmera de pedra antiga com dois portões, um escuro e um claro, sol e lua... Como havia parado ali? Teria sido teleportada? Ou seria algo simplesmente implantado em sua mente?

A voz de Alakazam ecoando acima de seus pensamentos assustou a jovem Ranger, porém o susto logo foi superado pela curiosidade. Os portões do sol e da lua... Precisava escolher um para começar a atravessar o Labirinto de Alakazam. O primeiro desafio... A menina respirou fundo. Precisava pensar muito bem sobre qual caminho escolher. Gabriel, pousado a sua frente, mirava ambas as portas, duvidoso sobre para onde ir.

- Então, Gabriel, o que acha? Esquerda ou direita? - O pato a mirou indeciso sobre o que fazer. - O portão do sol parece mais convidativo. O da lua não é tão tentador. Sem falar que não enxergamos muito bem no escuro. Por outro lado, luz demais também pode cegar, não é? Como um flash... - O pássaro mirava um portão depois do outro, tentando decidir qual era o melhor caminho, contudo sua expressão era cada vez mais confusa. - Bem... Acho que a maioria deve pegar o portão do sol, então vamos para a lua, não é? - Gabriel mirou a garota claramente não convencido da escolha. - Não fique tão preocupado. É só pensar comigo, como vamos ver a luz no fim do túnel, se estivermos em lugar dominado pela luz? E além do mais, não precisamos ter medo do escuro enquanto tivermos Helena conosco. - O pato ainda não parecia convencido da escolha, porém a jovem avançou até o portão menor e colocou as duas mãos sobre o mesmo, tentando abri-lo.

Off: De nada XD. Eu estava torcendo para você escolher o Portão da Lua XD.

Off2: Ficou ainda melhor, também amo chocolate *-*! Obrigada ^^

Off3: Obrigada de novo ^-^.

Off4: (Boa ideia XD)

Off4.1: Imagino XD Aposto que você ganhou presentes maravilhosos dos fantasmas que moram lá, e deve ter sido divertido ajudá-los a montar a árvore de natal.

Off4.2: Vou ter que concordar, confusões e Pokémons com personalidades problemáticas parecem amar a Melissa ^^.

Off4.3: Então vou precisar arranjar um Growlithe urgentemente para servir como cão de guarda XD. Você me empresta o Akihiro?

Off4.4: Nem posso criticar o Dean, eu também adoro chocolate fora de hora XD. Obrigada pela dica ^^. Se bem que Riako provavelmente não vai ficar gordinha tão facilmente, ela passa o dia inteiro dançando e pulando, então provavelmente perde bem rapidinho as calorias que ganhou com o chocolate XD.

Off4.5: É verdade, Alakazam provavelmente pode fazer o que quiser lá dentro, considerando que o labirinto foi criado por ele. De nada ^^


Estranhamente, Rayssa escolhe justamente o caminho mais obscuro, assim se diferenciando de outros treinadores que definitivamente escolheriam o Portão do Sol. A lógica que usou para fazer essa escolha não convenceu muito Gabriel, mas a ave iria obrigatoriamente pelo caminho que Rayssa escolhesse, não estava disposto a deixar sua dona sozinha em um lugar desconhecido. A Ranger se aproxima do Portão da Lua e tenta abri-lo com as próprias mãos, porém não consegue resultado nenhum, o portão nem mesmo se mexia.

“Não vai conseguir desse modo.” A voz de Alakazam ecoa novamente na mente da menina. “Por que não deixa que ele faça esse serviço por você?”

– Lunatone! – Um estranho Pokémon, que antes estivera escondido pelas sombras, apareceu na frente da garota. Este possuía um formato semelhante ao de uma lua, condizendo com a imagem representada no Portão.

“Este é Lunatone, você pode considerá-lo como o porteiro do Portão da Lua. Caso escolhesse o Portão do Sol, Solrock é quem seria o encarregado de abri-lo.” Explica o Pokémon Psíquico, e pela primeira vez a Ranger percebe a presença de um outro Pokémon, este semelhante à um sol, que lhe observava do outro portão. “Agora aconselho que se afaste um pouco para que Lunatone faça seu trabalho”.

– Luna... – Os olhos de Lunatone começaram a brilhar, e no mesmo instante o portão obscuro foi envolvido por uma luz prateada. –...tone!

O portão se abriu imediatamente, assim revelando uma nova parte do labirinto. O túnel que existia além do Portão da Lua era completamente dominado pela escuridão, não era possível enxergar absolutamente nada. As trevas eram a única coisa visível por lá, até mesmo o chão era dominado por elas, seria impossível distinguir paredes, chão e teto naquele local, de modo que aquilo parecia mais um mundo paralelo do que um túnel.

“Agora que já tomou sua decisão, não há modo de desfazê-la. Este túnel se chama Corredor da Noite, e você deverá prosseguir por ele, não existe outra opção.” Afirmou Alakazam. “O túnel lhe levará até uma outra câmara, mas alguns Pokémons adaptados à escuridão vivem nesse local, então é possível que algum lhe ataque. Fique atenta, e que a sorte esteja sempre ao seu favor”.

O Corredor da Noite não parecia nem um pouco convidativo, mas Rayssa precisaria atravessá-lo. Entretanto, ela ainda tinha Helena, uma pequena Charmander que poderia lhe ajudar a iluminar aquele lugar. A menina pediria a ajuda de sua Pokémon ou simplesmente mergulharia naquela escuridão sem fim acompanhada apenas por Gabriel?

A tentativa de abrir o portão Lua falhava e logo a voz de Alakazam ecoava novamente na mente de Rayssa, lhe dizendo para se afastar que outro realizaria a tarefa. A morena observou surpresa um Lunatone surgiu a sua frente, assim como se surpreendeu com a presença do Solrock no outro extremo. Os porteiros... Não havia notado a presença dos dois pokémons e, a julgar pelo nervosismo de Gabriel, ele também não notara. Enquanto Lunatone abria o portão, a garota aproveitava para analisar as informações dos dois pokémons com sua pokédex.

Um túnel negro se revelava para a garota, a fazendo refletir sobre sua decisão. As trevas reinavam em seu interior tão soberanas que a passagem parecia desejar lhe engolir por completo, levando-a para outra dimensão. A voz de Alakazam ainda ecoava em sua mente, lhe lembrando que não possuía escolhas, a não ser seguir em frente. As lembranças lhe lembrando do desejo de se tornar mais forte. Era hora de treinar. Precisaria superar quem quer que tentasse lhe atacar durante sua travessia até a próxima câmara.

Rayssa suspirou. Precisava pensar um pouco. Alakazam havia dito que não havia espaço para pressa no labirinto. Deveria pensar muito bem seus passos. A jovem ergueu a pokébola de Gabriel e o recolheu, agradecendo a companhia, mas dizendo que o escuro não era o melhor campo para o mesmo. Em seguida outras duas esferas eram erguidas. Por um momento pensou em pegar sua charmander, porém um ponto de luz poderia simplesmente chamar ainda mais a atenção para si dos pokémons ao longo do túnel. Então a jovem optou por outra estratégia.

- Akihiro, Ruby!

Growlithe surgia em campo, logo começando a rosnar para o corredor escuro e claramente desconfiado. Já Sneasel, como de costume, esfregava as garras em sua pena e erguia a face para as trevas, como se a desafiasse. A Pokémon negra seria capaz de se adaptar a baixa luminosidade, sua visão era uma das melhores existentes. Os ouvidos e o faro de Akihiro seriam capazes de detectar qualquer aproximação também, evitando assim possíveis ataques surpresas. Caso ainda assim sofresse um ataque, soltaria Helena para iluminar o campo e conseguir distinguir o atacante.

- Fiquem perto de mim, ok? - Akihiro não precisaria desse tipo de pedido, porém a arrogância de Ruby poderia instiga-la a querer desvendar o labirinto sozinha. Rayssa deu o primeiro passo, entrando nas trevas e, instintivamente, suas mãos procuraram a parede para servir como guia.

Off1: Fez certo sim, eu ainda não tinha planejado nada para o Portão do Sol caso você o escolhesse. Vai descobrir em breve, mas até lá não conto nada XD. E você estragou meu plano, eu estava pensando em usar a chama da Helena como um modo de atrair oponentes e causar um ataque surpresa, mas você foi muito esperta, parabéns.
Off2: Eu quero XD
Off3: ;D²
Off4: Sub-offs são legais XD
Off4.1: Imagino, aposto que os pobres fantasminhas ficaram tristes pela árvore ter murchado XD. Pena que os mini esqueletos não apareceram por lá para conseguir suas caveiras de volta, eles teriam animado a festa XD.
Off4.2: Lamento dizer, mas juro que não sei como a Melissa continua viva depois de tudo o que ela já passou XD. Vocês formariam uma grande dupla, mas atrairiam todas as confusões do fórum e os outros jogadores teriam rotas muito pacatas XD. O Nerkon podia doar o Raichu dele para ser o guarda-costas da Melissa, ele é forte e muito fofo. E se vocês encontrarem um Rocket ruivo com um Skorupi e um Seedot por aí, batam nele por mim e resgatem os dois pobres Pokémons, eu não tive a oportunidade de fazer isso quando ele apareceu na minha rota XD.
Off4.3: Até embaixo da água? Akihiro deve amar tanto a Rayssa quanto você ama ele XD. Um dia ainda consigo um Pokémon desses pra mim XD.
Off4.4: Poderíamos colocar Riako para ser professora de educação física do Dean. Sun (Bellossom) também adoraria ajudar, mas precisaria da permissão de Alícia primeiro XD.
Off5: Parece mesmo, depois nós podíamos fazer um livro sobre isso XD. Alakazam é o Mestre dos Mestres lá dentro, até Arceus se curva diante dele XD.
Off6: Dois fóruns? Esse é o primeiro e o único que eu jogo, não tenho nenhuma experiência em fóruns, sejam eles de Pokémon ou não, ainda estou me perguntando como exatamente consegui me tornar Estagiária @.@. Deve ser complicado decorar quais Pokémons você tem em cada fórum, eu me atrapalharia bastante caso tentasse XD.
Off7: Desculpe a demora, estive ocupada ontem e não consegui tempo para postar.
Off8: Acho que exagerei no tamanho dos offs e da narração, vou ter que resumir nos próximos posts @.@


A súbita aparição de Solrock e Lunatone, os porteiros, surpreendem Rayssa, que não tinha reparado a presença deles antes. Curiosa por encontrar dois Pokémons tão peculiares, a Ranger aproveita que Lunatone estava ocupado abrindo o portão para apontar a Pokedex tanto para ele como para o Pokémon solar. A máquina começou a carregar as informações, porém sua tela logo ficou embaçada, deixando visível apenas uma mensagem em letras vermelhas: “Informações não identificadas”.

“Ah, acho que me esqueci de avisar sobre isso.” Disse Alakazam. “Essas geringonças tecnológicas que vocês, humanos, usam não vão funcionar aqui. Estamos em uma dimensão criada por mim, fica em algum lugar entre a sua realidade, uma floresta estranha chamada Happines Forest e o Mundo dos Espíritos, mais conhecido como Limbo. Aqui existe uma interferência psíquica que impede qualquer máquina de funcionar como deveria, com exceção das Pokébolas.”

Após o “Big Boss” do labirinto acabar de explicar, Lonatone já tinha aberto o portão. Rayssa contemplou a escuridão que reinava no interior do corredor, estava começando a se arrepender de sua decisão, porém a voz de Alakazam lhe dizendo que não havia mais como voltar atrás acabou fazendo com que a menina se lembrasse do seu desejo de ficar mais forte. Ela não iria mais hesitar, enfrentaria quem fosse necessário para atravessar aquele labirinto.

Gabriel parecia arrependido de ter se deixado convencer a seguir pelo Portão da Lua, a Ranger logo percebe que aquele não seria um bom terreno para Farfetch’d, e em seguida o retorna. Metade dos Pokémons da garota não estava adaptada à locais tão escuros, o que reduziu suas opções de escolha, mas por fim optou por dois dos seus mais corajosos monstrinhos. Ruby e Akihiro surgiram ao lado de sua dona, o cãozinho ficou feliz em vê-la, porém parecia desconfiar do corredor, como se já previsse os perigos que as trevas escondiam. Já a Sneasel mantinha sua pose indiferente e desafiadora de sempre, parecia prestes a tentar desbravar o labirinto por conta própria.

Rayssa adentrou devagar o Corredor da Noite, planejando mentalmente o que faria caso sofresse um ataque, e logo ouviu um baque vindo detrás de si. Ao olhar para trás, ela pôde ver que o Portão da Lua havia sido fechado, de modo que a pouca iluminação que passava por ele tinha se extinguido. A menina institivamente procura pela parede, porém suas mãos nada encontram, ou a parede estava muito distante ou seu braço era muito curto. Entretanto, talvez simplesmente não existissem paredes, a escuridão era tão soberana naquele local que era impossível ter certeza de qualquer coisa.

“Agora que já tomou sua decisão, explicarei as regras do ‘jogo’. Primeiro, como eu já lhe disse antes, máquinas como a Pokedex não vão funcionar aqui, então nem adianta tentar. Além disso, apenas as Pokébolas que estão ocupadas por algum Pokémon de seu time funcionarão, as vazias também estarão inutilizadas, de modo que é impossível capturar os Pokémons que você encontrará na travessia do labirinto.” Alakazam começou a ditar as regras, sua voz telepática era a única coisa que preenchia o silêncio do Corredor da Noite. “Segundo, os perigos existentes são reais, eu posso lhe aconselhar, mas interferência direta acontecerá apenas em ultimo caso. Terceiro, após cada desafio você poderá ou não receber algum item que lhe ajude na sua próxima tarefa, dependendo do seu desempenho. Quarto, em cada câmara haverá um desafio diferente, e ligando uma à outra existirão supostos corredores, como o que você está agora, a realidade apresentada em cada um dependerá de suas escolhas. Quinto... Bem, pense bastante antes de agir, a menos que queira passar a eternidade jogando cartas com Giratina.”

O ultimo comentário de Alakazam não foi exatamente animador, mas era o melhor modo de avisar qualquer um de que aquilo não era apenas uma ilusão, o perigo existente dentro do Labirinto de Alakazam era muito real.

Alguns minutos se passaram, e os dois Pokémons, apesar de apresentarem personalidades bem diferentes, estavam guiando sua dona pelo corredor de forma impecável, apesar dessa não conseguir vê-los. O túnel era estranhamente reto, de modo que a menina ainda não tinha esbarrado em nenhuma parede, e por algum motivo não parecia haver nenhum obstáculo no caminho, o que só reforçava a sensação de que o trio estava andando em uma dimensão vazia ao invés de um corredor.

Tudo estava muito quieto, mas logo os rosnados de Akihiro romperam o silêncio, fazendo Rayssa ficar alerta imediatamente.

– Sneasel! – Ruby bradou uma ameaça para alguém, porém o ser em questão não podia ser visto pela Ranger.

–Gaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaassssssssss.... – Uma voz arrastada e irônica respondeu as ameaças de Sneasel, e poucos segundos depois a menina sentiu algo úmido e quente enrolar suas pernas, fazendo-a perder o equilíbrio e cair no chão. A queda ralou um pouco seus braços e pernas, porém nada muito grave. Akihiro correu até sua dona e lambeu seu ombro, como se perguntasse se ela estava bem, enquanto Sneasel continuava ameaçando alguma coisa que permanecia escondida pelas sombras, e logo as risadas do misterioso ser pareceram ecoar por todo o corredor, embora fosse difícil saber se ele estava rindo de Ruby, de Akihiro ou de Rayssa.