Traçando um novo caminho

Finalmente, Corsola tinha sido capturada por Joul, e sua esfera colorida era enviada como forma de dados de seu computador para algum lugar. Lá, estaria mantida, não se cansaria e poderia ser retirada quando quisesse com apenas um apertar de botões e a troca por um outro monstrinho. E então, a praia já estava pequena para o rapaz. Ele queria ver mais da cidade de Goldenrod, e precisava muito fazer uma visita à enfermeira Joy e a partir dali continuar sua jornada. Kalos parecia agora ser o grande foco dele, mas alguma diversão para o rapaz e seus Pokémon parecia cair bem. O dia exaustivo de salvar um Pokémon em perigo e ensinar uma lição para um pescador metido a sabichão merecia uma grande recompensa.

O rapaz caminhava lenta e despreocupadamente pelas ruas da cidade, em direção ao belo prédio, envolvo em vidros transparentes e com seu já conhecido teto avermelhado. Fora recebido e seus Pokémon recuperados, enquanto lhe era oferecido alguns biscoitos e leite para viagem, já que estava entardecendo e ele provavelmente sentiria alguma fome.

Joul recebeu 2x Lava Cookie(s) e 1x Moomoo Milk da Enfermeira Joy!

Então estava na rua mais uma vez. Seus olhos puderam perceber que os postes já estavam prontos para receber a noite, iluminando a rua com a clara e forte luz que emitia. Havia um círculo de pessoas a frente, entre elas, grande parte de mulheres e crianças, mas havia alguns homens e adolescentes também. Um certo volume de música podia ser ouvido. A noite agradável tinha uma brisa levemente fria, e a melodia era agradável demais.

Quando o treinador se aproximou, seus olhos pegaram a beleza do local. Envolvendo uma garota com uma voz maravilhosa, haviam seis Pokémon cantando alegremente e dançando junto com a melodia. Em uma caixa de violino aberta, era possível ver uma grande quantidade de Pk$. As pessoas em Goldenrod pareciam ser bem solidárias, apesar do grande aspecto de frieza que seus altos prédios traziam.

As melodias envolviam a todos, em ritmos diferentes que entravam em harmonia, e traziam mistas emoções àqueles que viam e ouviam a bela cena. Quando olhou para cima e viu a posição da lua, Leyda Rings, a cantora, decidiu que já estava tarde e que precisava ir mesmo para casa. Agradeceu a todos com uma reverência, recebendo uma salva de palmas que durou pelo menos um minuto, enquanto seus Pokémon pulavam de alegria a sua volta. A multidão ia se dissipando após fazer os cumprimentos à moça, dizendo como sua voz era bonita. Após certo tempo, só restavam ela, Joul, e os Pokémon. O rapaz podia se perguntar o que estava fazendo ali, mas a resposta era quase óbvia.

Haviam alguns caixotes que a garota usara para se apresentar, para que assim seus Pokémon ficassem a uma altura considerável para não serem esquecidos, só o mais alto Pokémon não usava um caixote. Mas eles eram pesados. O senhor Rings, seu pai, a ajudava todos os dias, logo após chegar do trabalho, a montar seu "Círculo de Som" em diferentes pontos de Goldenrod. A garota, mesmo com pouca idade, já era uma boa fonte de renda para a família, mas nunca fazia pelo dinheiro, e sim por amor. O que recebia era só uma consequência. Virou-se para o rapaz e teve uma ideia.

— Moço... Você pode me ajudar com esses caixotes?

Ela perguntou, com um leve desespero no olhar. Não podia chegar muito tarde em casa, ou o pai sairia para procurá-la e acabariam se desencontrando.

A garota ficava muito aliviada. Vendo que o treinador e seu Pokémon eram fortes e ajudariam-na, ela ficou tranquila e retornou todos os seis Pokémon logo após o treinador identificar todos eles. Quatro deles eram de seu pai, e dois eram dela.

Delcatty

Delcatty come e dorme na hora que quiser, não mantém um horário certo para isso. Suas rotinas diarias são completamente aleatórias. Mesmo que seja perturbado enquanto dorme, nunca irá atacar.

Kricketune

Ele cruza seus braços em forma de foices na frente do seu peito quando canta. Podem compor melodias improvisadas. Eles passam suas emoções para suas melodias.

Altaria

Altaria possui uma voz soprano e reproduz um canto maravilhoso. Suas asas são como nuvens de algodão. Ele lança de sua boca bolas de fogo de intenso calor.

Ludicolo

Ludiculo começa a dançar assim que ouve uma música alegre e festiva. Ele usa os movimentos de sua dança para aumentar seu poder. Mesmo em batalha ele não hesita em dançar.

Plusle

Este pokémon está sempre a animar seus parceiros de equipe nas batalhas, soltando faíscas das bochechas. Está sempre absorvendo a eletricidade de postes telefônicos.

Minun

Se chove, Minun procura logo um abrigo. Dizem que estar exposto simultaneamente às eletricidades de Plusle e Minun trará uma boa circulação sanguínea e um aumento de vitalidade.

— Olá, Joul! Eu me chamo Leyda. Leyda Rings. Era o nome da minha mãe, e uma vez, embaralhando as letras, vi que é um anagrama para Singer Lady. Acho que está no sangue! E... O que é isso que falou um montão de coisas sobre os meus amigos?

Ela perguntou logo, apontando seus dedos curtos para a PokéDex que o rapaz acabara de guardar. Sem esperá-lo responder, a falatória Leyda começou seu discurso, que sempre adorava contar, sobre como ela era uma cantora e a mãe também fora, a avó antes dela e até mesmo a bisavó, e isso tudo enquanto indicava o caminho exato para que pudesse chegar em casa.

Já na porta de sua residência, deu de cara com o pai. Pelo visto, ele tinha ficado até mais tarde no trabalho.

— Papai, papai! Eu fiz um amigo! Olha, ele me ajudou a trazer as coisas pra casa!

O senhor Rings sorriu e agradeceu ao rapaz. Tinha grandes músculos, era possível ver que seu trabalho diário era braçal e que aqueles belos Pokémon cantores outrora deveriam ter sido de outra pessoa.

— Joul, você gostaria de ficar para o jantar? Eu, Minnie e Mickey cozinhamos muito bem!

Ao ouvir seus nomes, duas Pokéball se abriram, mostrando os dois melhores amigos da senhorita Leyda.


Minnie era a Minun fêmea, e Mickey era seu Plusle macho. Eram seus melhores amigos e sempre faziam tudo juntos, os três eram absolutamente inseparáveis. Era claro que, naquela relação, Minnie era o negativo, Plusle era o positivo e Leyda era o neutro, que unia os dois de uma maneira que só ela conseguia. Mickey correu para uma perna de Joul e Minnie correu para a outra, puxando sua calça e apontando para dentro, basicamente tentando forçá-lo a entrar e provar de sua comida. O senhor Rings deu um sorriso cansado e apontou para dentro da casa, com a mão espalmada para o céu.

— Se não se importa, rapaz, aceite o convite de minha filha.

Disse. As bolsas roxas de noites sem sono estavam abaixo dos olhos daquele senhor. Ele mantinha dois empregos para poder sanar todas as suas necessidades, as de sua filha e as de seus Pokémon, e a garota cantava para ajudar, o que rendia um bom dinheiro. As coisas tinham melhorado desde que treinaram os Pokémon para apresentarem-se juntos, mas era uma das três formas que eles tinham de fazer rendas.

Assim, Joul entrava e Carl Rings se apresentava formalmente, convidando-o para sentar-se enquanto a filha preparava o jantar, e solicitando que se sentisse a vontade no ambiente. Della, a Delcatty, pulou no sofá e deitou-se ali, tirando um cochilo. O homem partiu para o fim do corredor e era possível ouvir o barulho da água batendo no chão. Por ter acabado de chegar, precisava de um banho antes de falar com seu convidado.

Alguns minutos se passaram e Carl estava de volta à sala. O homem sentou-se com Joul e passou a contar a ele a história de sua vida.

— Eu e minha esposa nascemos em Hoenn, numa cidade pobre e pequena chamada de Littleroot. Crescemos juntos e nos apaixonamos, nos casamos e viemos viver aqui em Johto. A economia na época nos favorecia, e considerando que estávamos esperando nossa primeira filha, Leyda, precisaríamos de empregos melhores do que aqueles que a cidade pequena tinha a oferecer. Meu pai morava em Goldenrod e nos cedeu essa casa. Passamos a trabalhar. Após alguns dias do nascimento de Leyda, Lara ficou muito doente, e... Bem, Lara faleceu. Guardei e cuidei de seus Pokémon do mesmo jeito que ela fazia, e os fiz gostar de mim e de Leyda, para que ela os pudesse herdar quando tivesse idade o suficiente para tal. Desde então, eu trabalho carregando os pesados equipamentos no grande mercado da cidade de Goldenrod, e também vendo ervas medicinais que minha avó me ensinou a plantar e colher. Nada que dê muito lucro, mas é de onde tiro meu sustento, e o alimento para os Pokémon e para minha filha.

O barulho de pratos na cozinha sendo colocados a mesa, junto com talheres, indicava que o jantar logo estaria pronto. Minun e Plusle trabalhavam em perfeita sincronia. Além de ser boa cantora como a mãe era, Leyda era uma cozinheira de mãos cheias, e ela sabia preparar pratos rápidos e nutritivos que saciavam a fome de todos por completo. Abria a geladeira para ter certeza de que a torta de Pecha Berry, que estava dentro de um de seus caixotes, já estava gelando. Só mais alguns preparativos, e todos poderiam sentar-se a mesa para o jantar.

Uma alegria na vida de quem não tem muitos motivos pra sorrir é boa. Uma visita então, é incrível. Finalmente pai e filha tiveram um tempo juntos, felizes e jogando papo fora. Joul podia ser um completo estranho, mas jamais seria esquecido por aquele momento tão único que sua presença proporcionara dentro daquele lar. Leyda sentia que, de alguma forma, as coisas melhorariam para eles dali em diante, e não seria o fim de uma grande jornada. Ela agora, junto de seu pai, torciam por Joul em sua jornada. Dera a ele, antes de partir, uma Sitrus Berry. A sobremesa era mais do que merecida pelo rapaz, e finalmente, ele saiu do local. Já era tarde, mas ele havia recebido uma convocação pela PokéGear. O momento mais esperado chegara... Finalmente, ele iria para a região de Kalos, cheia de mistérios e aventuras novas para o rapaz e sua estupenda equipe de monstrinhos de bolso.

Joul recebeu 1X Sitrus Berry