E01 - O Começo de um Sonho

O mais novo treinador da região de Kanto mal saía do laboratório do Professor Oak, e já procurava por alguma aventura. Enquanto descia a colina na qual ficava o laboratório, lá de cima Marcelo tentava ver o Centro de Descanso do lugar. Em algum momento de sua viagem a Pallet, o menino ouviu algo sobre o Centro, no qual tratava seu Pokémon e ainda podia ensinar um golpe para o monstrinho.

Falando em Pokémon, Marcelo tirava a pokéball do seu Charmander do bolso. Ainda não tinha coragem de abri-la. Qual seria a personalidade da lagartixa de fogo? E se ele não gostasse do treinador? As dúvidas assolavam a cabeça do rapaz, que de tanto não aguentar, soltou o seu Pokémon.

De dentro da esfera, saía uma forte luz, que logo foi se moldando na forma do Pokémon inicial escolhido pelo garoto. O Charmander ficou algum tempo encarando o rapaz com cara de dúvida, afinal, Marcelo havia o liberado e não havia falado nada. O Pokémon soltou um “Char?”, o que tirou o treinador dos pensamentos em relação ao Fire-type. O garoto se ajoelhou até a altura de seu Pokémon, e começou a falar.

– Bem... Oi, meu nome é Marcelo Arthur, e... Bom, sou seu novo treinador. – Deu uma pausa, notando que o Charmander se mantinha concentrado nas palavras dele. – Espero que sejamos amigos. Meu sonho é viajar o mundo, e quero que você esteja ao meu lado nessa jornada.

O Pokémon de fogo analisava cada palavra do treinador, e depois, parecia alegre com as palavras de seu treinador. Parecia que onde quer que Marcelo fosse, ele podia contar com seu Pokémon. O menino ficou alegre com a reação de seu monstrinho e  tirava uma maçã de sua mochila para dar ao Charmander, que parecia gostar da fruta em questão. Aproveitando o momento, Marcelo retirava sua pokedex da mochila e analisava seu novo amigo.

– Que tal caminhar um pouco? Temos que chegar no Centro de Descanso para você aprender um novo ataque.

O monstrinho se animava com as palavras de Marcelo. Enquanto andava com seu treinador, o Pokémon reparava no cordão do menino, principalmente no pingente. O rapaz ao perceber os olhares de Charmander, começou a dar uma explicação sobre o cordão.

– Ah, isso foi um presente do meu irmão. A chama é igualzinha a sua.

O Charmander assentia com um sorriso no rosto. Os dois voltavam a caminhada, era o início de uma aventura.

Última edição por -Maugusto em Ter Set 16 2014, 18:56, editado 2 vez(es)

Aconteceu muito rápido. Mal havia chegado no Centro de Descanso, ou melhor, mal havia descido a colina do laboratório do Professor Oak direito e Marcelo e seu companheiro já teriam que enfrentar o que o mundo Pokémon estava guardando para a dupla.

Marcelo tentava identificar a ave que havia se chocado contra a árvore. Aconteceu rápido demais. O menino sentiu que algo lhe faltava. O rapaz levou as mãos ao pescoço e agora não importava mais a ave, ele queria a única lembrança que seu irmão havia lhe dado.

Ele olhou para seu Charmander, o mesmo parecia tão surpreso quanto seu treinador. O rapaz corria até a árvore, e era seguido pelo lagarto de fogo.

– Charmander, fique de um lado, eu ficarei de outro, vamos cerca-lo! Eu quero meu cordão de volta! – Dizia o garoto.

Marcelo nem reparou se a ave estava acordada, foi logo abrindo sua mochila, despedaçando um pedaço de pão velho que tinha não-sei-a-quantos dias e jogando umas migalhas na direção contrária do cordão. Por fim, ele aproveitava para sacar sua Pokedex e saber quem era o pássaro ladrão.

– Vamos lá amiguinho. – Dizia o rapaz, falando com o pássaro. Depois, ele cochichava algumas palavras em direção ao seu Pokémon, algo como “Fique atento.”

Charmander parecia entender a mensagem. Marcelo esperava que seu plano funcionasse, era algo bem mais elaborado que sua ideia inicial de correr e pegar o cordão, afinal, a ave poderia recuperar o objeto e sair voando.

O menino suava frio, se fosse preciso, iria até o inferno para buscar o objeto.

O garoto instantaneamente armou uma estratégia para recuperar o colar. Tentaria atrair o pássaro para próximo dele enquanto seu pokémon recuperaria o cordão. Antes, utilizou a pokédex para identificar o pokémon que logo lhe prestou as informações:

Pokédex escreveu:

Spearow

Onisuzume

Ele bate suas asas sobre a grama para encontrar insetos. Quando encontra, puxa-os do chão com o seu bico. Suas asas são curtas, por isso não pode voar por longas distâncias.

O Spearow se sentindo ameaçado, colheu o cordão com o bico e o envolveu em seu pescoço, em seguida, voou na direção de Marcelo e o acertou com uma bicada na testa, em seguida voou para um galho baixo e riu do treinador. Aparentemente ele não queria fugir com o cordão, apenas brincar, ou provocar o jovem. O jovem agora teria que tirar o cordão do pescoço da ave, que não se encontrava em uma altura muito elevada, provavelmente o seu Charmander conseguiria alcançá-lo com um pulo, mas o que o treinador faria caso ele batesse asas antes? Uma coisa era certa: Arthur teria que pensar rápido se quisesse recuperar o colar.

Marcelo tentava analisar com paciência a mensagem de sua Pokedex, tentando tirar tudo que foi útil do comentário sobre o tal Spearow. Além disso, tinha que lidar com a dorzinha da bicada do pássaro.

O Pokémon estava realmente querendo mexer com o treinador. Se estivesse com fome, teria ido à direção do pão, se realmente quisesse o colar, já teria voado com ele. Tudo que o rapaz poderia dar ao pássaro seria um esquete de humor improvisado contra a vontade do garoto, ou uma batalha.

Porém, o Pokémon selvagem parecia ter se esquecido do Charmander, esse que agora estava a um pulo do colar tão cobiçado por Marcelo.

Qual deveria ser o plano? Qual deveria ser a ordem? Atacar o bicho de surpresa parecia algo sem ética, e também poderia arrebentar o cordão.

O menino olhava para seu Charmander, que estava encarando o pássaro, talvez tentando intimidá-lo. Após alguns segundos, o fire-type olhou de volta para Marcelo. O garoto então falou algo na direção de seu Pokémon, o mais calmo possível.

– Você consegue alcança-lo. Pule para tirar o cordão dele, não o deixe arrebentar, mas também não machuque o pássaro. – Dizia Marcelo, tentando manter a calma.

O controle do treinador havia acabado. Tudo que ele queria era chegar ao Centro de Descanso para então conhecer um pouco mais de Pallet, mas seus planos estavam sendo atrapalhados por um simples pássaro.

O plano anterior não havia dado certo, e aquilo não irritava somente a Marcelo, mas também ao seu Charmander. A paciência do menino havia acabado, e agora seu espirito competitivo estava à flor da pele.

Sem mais planos e de cabeça quente, o menino chegava ao modo mais comum do qual os treinadores resolviam seus problemas.

– Que tal uma batalha? Ou o franguinho é fraco de mais para batalhar? – Dizia o treinador, querendo irritar a ave.

Charmander pegava o espirito da coisa e já apontava rindo pro Pokémon selvagem. Marcelo esperava a resposta do Spearow.

Parecia que seria uma batalha pelo cordão, e apesar de ser especial demais para “apostar” o objeto, Marcelo via que aquele era o único jeito, e estava muito confiante na vitória. O rapaz tentava passar sua confiança ao seu Charmander, que estava sendo encarado pela ave.

A lagartixa se distanciava do Spearow colocando-se em posição de batalha. Parecia concentrada, não estava a fim de perder sua primeira luta ao lado do treinador.

O garoto sacou sua Pokedéx, vendo alguns stats comuns dos dois Pokémon. Spearow era naturalmente mais veloz que Charmander, ele teria que montar uma estratégia para conseguir usar isso contra a ave.

– Vamos, franguinho, ataque. – Dizia Marcelo, provocando o pequeno “troll”.

Charmander parecia não entender o porque Marcelo estava provocando Spearow naquela hora, então o treinador dizia, na direção do Charmander:

– Charmander, ele é mais rápido que você, espere ele te atacar, quando ele vier em sua direção, use um Scratch, mas cuidado com o cordão. Depois, use um Growl para atrapalhá-lo. – Terminava o garoto.

A primeira batalha de Marcelo estava prestes a acontecer.