Em busca do Swarm!

Finalmente chegava a Pallet, desço do Helicóptero e agradeço brevemente ao motorista. - Obrigado pela viajem. E tomara que você tenha um bom dia. Tirava minha boina acinzentada com um aceno para o homem e em seguida colocava novamente sobre a minha cabeça.  O homem me desejava o mesmo, mas a essa altura já estava de costa para ele, desço a escadaria e chego ao centro de Pallet. O vilarejo era bastante pequeno, poucas casas e ao mesmo tempo poucas pessoas, conseguia ver alguns iniciantes com seus Bulbasaurs, Charmanders e Squirtles passeando pelas ruas, mas meu objetivo era outro.

Não demoro e pego uma trilha que passa ao lado do laboratório do laboratório do professor Carvalho, fazia bastante tempo que havia passado ali com a minha mãe para pegar meu primeiro pokémon. O local me remetia a péssimas lembranças, meu pai havia morrido a mais ou menos um ano e meio atrás e eu não fazia ideia disso até algumas horas atrás. Toda a minha vontade de continuar em jornada parecia se esvair do meu corpo, como se o vento estivesse me sugando as forças, mas sabia que precisava continuar.

Finalmente me deparo com uma placa. "Rota 21", eu sabia que nesse lugar havia um gigantesco oceano e que poderia haver Corpish aqui, pelo menos o noticiário havia me informado isso. Raciocínio, Corpish é um caranguejo, então a local mais provável para haver Corpishes seria na areia da praia, então pego duas pokeballs em minha mochila e jogo-as para cima. - Olá Taillow e Tox, me façam um favor. Quero vocês vasculhem a areia atrás desse... Minha voz soava bastante fria e sem sentimento algum, após a frase fico em silêncio, precisava de uma imagem para mostrar para ambos o que estávamos atrás. Pego minha pokedéx e começo a vasculhar meus registros, era óbvio que não teria uma imagem do pokémon, nunca havia apontado o aparelho para o caranguejo.

A mariposa e a andorinha ficam olhando para mim, teria que pensar em algo. Se eu desse as característica apenas eles poderiam encontrar um Krabby e isso me faria perder tempo, começo a olhar em volta a procura de algo até que rapidamente me caí a fica, era óbvio. Estamos na beira da praia, eu poderia fazer um desenho. Então me acoco perto da areia e faço um sinal com o dedo para meus pokémons, ambos se aproximam, Taillow senta na areia e Dustox pousa sobre a minha cabeça. Com o dedo indicador desenho o formato do Corpish na areia. - Quero que vocês encontrem um pokémon com essa silhueta, vocês poderiam fazer isso por mim. A minhas palavras soavam de um jeito neutro, novamente parecia não haver emoção alguma na minha frase, Tox notava que havia algo diferente em mim, Taillow parecia não se importar.

Ambos assinalam com a cabeça e saí um para cada lado, Dustox indo para o lado direito da praia e Taillow indo em direção a algumas ilhas que haviam no meio do oceano, e eu começava a caminhar para o lado esquerdo, seguindo o caminho contrário. Minha cabeça parecia não estar na rota 21 e sim junto com Helena, como será que ela estaria? Talvez ela tivesse me procurado depois da morte do meu pai. Talvez ela esteja apenas sobrevivendo com o pouco dinheiro que sempre tivera, eram muitos se e poucas certezas.

As ondas corriam para cima da areia e voltavam de volta seu local de origem, a visão era algo lindo e seria como calmante, o vento que vinha do oceano ajudava a apaziguar meus pensamentes. Apesar dessas maravilhas da natureza minha cabeça continuava longe da rota 21, continuava minha caminhada com apenas o corpo presente pois minha mente continuava raciocinando os últimos acontecimentos de Pewter.

Mas de repente voltava a "terra" e observava a pequena lagosta com suas duas pinças olhando para mim e batendo ambas. Pego a minha pokedéx para confirmar a identidade do pequeno caranguejo, afinal estava tão distante com meus pensamentos e poderia me confundir com os caranguejos e fazer um movimento sem pensar poderia criar uma batalha indesejável.

Após receber o resultado da pokedéx me aproximo do caranguejo e tento me comunicar com ele sem ser muito agressivo, apesar da minha voz demonstrar uma certa indiferença. - Olá, você está sozinho aqui? Pergunto ao pequeno caranguejo em quanto me agacho encostando um joelho na areia e o outro ficando suspenso a pouco centímetros do chão. - Eu estava procurando pokémons da sua espécie. Aos poucos tento abrir um pequeno sorriso para o caranguejo mas a minha luta com o sentimento felicidade perdura e não consigo fazer tal movimento apenas continuando a demonstrar indiferença para tudo que acontecia a minha volta.

Já havia um Corpish a minha frente, não precisava de outros então buscava continuar a aproximação com a pequena lagosta. - Você está com fome? Pergunto para a lagosta que voltava a repetir seu nome diversas vezes, talvez ele pudesse querer alguma coisa, ele poderia mostrar alguns traços de sua personalidade para mim alguma coisa do gênero, mas ele parecia apenas curioso. Pego uma Oran Berry e estendo para a lagosta esperando alguma reação da mesma.

Então olho atentamente para Corpish e questiono-o. - Gostaria de fazer uma luta contra um pokémon de minha equipe? Pego a ball de Flaaffy e liberto a pequena ovelha. - Se estiver disposto colocarei a minha pequena Flaaffy para batalhar contra você. Flaaffy observava atentamente o caranguejo que não fazia nenhuma ação brusca até o momento.

Assim como Dustox e pequena Flaaffy reparava alguma coisa diferente em meu tom de voz, a felicidade que emanava de minha voz seguida do entusiasmo que eu apresentava até o final da rota três dava lugar a monotonia e indiferença. Segundo pokémon de minha equipe que começava a se preocupar um pouco comigo, sem dúvida os últimos acontecimentos haviam aberto feridas profundas em mim.

A Oran Berry retirava um quase sorriso do rosto de Corpish, a lagosta não tarda e logo se aproxima comendo todo o fruto azulado. Por um lado isso era bom, o pequeno Corpish havia me aceitado como pessoa e não se intimidará com minha aproximação, e logo em seguida aceita o desafio de uma batalha, não sabia ao certo em que ele pensava, mas agora teria que me concentrar na batalha.

- Muito bem Corpish, não pegarei leve com você. Flaaffy vamos começar com Charge e depois ThunderShock nele. Cuidado com as garras dele, ele é bastante forte. Pela primeira vez após horas conseguia parar de pensar em todos os ocorridos, o meu único foco no momento era derrotar o pequeno Corpish e capturá-lo e logo em seguida ir o mais rápido possível para Celadon encontrar a minha mãe.

Em quanto isso Taillow pousava em meu ombro e bicava a minha orelha machucando-a um pouco e Tox se aproximava de mim pousando sobre a minha cabeça. Olho para meus dois pokémons que descansavam um pouco. - Vocês fizeram um bom trabalho, agora podem descansar. Tox abre um sorriso e Taillow vira o rosto, a andorinha não demonstrava muito seus sentimentos.

A situação toda me deixava com raiva, a primeira coisa que me veio a cabeça era atacar o homem com tudo que eu tinha, mas reconsidero e respiro um pouco buscando pensar. No fundo eu sabia exatamente como deixar o homem mais irritado do que dar trela para ele. - Pode ficar com o Corpish, há outros por aí! E simplesmente ignoro o Rocket que estava a minha frente se gabando e falo com meu pokémons. - Tox, mostre-me onde está o outro Corpish que você achou. E simplesmente virando as costas deixo o Rocket que se gabava falando sozinho.

Com certeza a minha atitude deixarei o homem de vestes negras bastante desapontado, então falo baixinho para Flaaffy de maneira que só ela e meus pokémons pudessem ouvir. - Se ele soltar algum comando para nos atacar quero que revide com ThunderShock e Thunderwave em quem vier nos atacar. Caso o rocket me obrigasse a batalhar não seria nada piedoso, pegaria o Corpish e todos os pokémons que estivessem com ele.