Pokémon Mythology RPG
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Em busca do equilibrio

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O nativo de Cinnabar se manteve firme em sua caminhada por aquela bela praia da Seaform Islands. Assim, depois de um tempo, Joul, ao notar algumas leves movimentações a alguns metros dele, acabou se deparando com um grupo de Slowpokes que se espalhavam por algumas rochas se amontoavam em um ponto da praia.

Dessa forma, por algum tempo, o jovem herdeiro dos Terri parou e analisou aquele grupo de pokémons, e, isso, permitiu ao treinador perceber certa simetria entre os pokémons. Entretanto, mesmo com todas aquelas semelhanças, o rapaz ainda se deu conta da existência de um Slowpoke que demonstrava alguns traços diferentes, fato que fazia com o aspirante a mestre se concentrasse ainda mais naquele determinado pokémon.

Com isso, neste momento, o rapaz estava disposto a perder parte de seu tempo naquele lugar em busca de desvendar o que fazia com que aquela criatura fosse tão atraente e interessante aos olhos do viajante de Cinnabar. Sendo assim, agora, o que realmente aquele Slowking poderia ser...

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Ao perceber a presença de todos aqueles Slowpokes, principalmente um que se destacava dos demais, Joul decidiu observar o convívio deles. Estava curioso para entender o porquê daquela visão e o motivo daquele Slowpoke diferente se destacar dos demais.

Os simpáticos aquáticos cor-de-rosa demonstravam conviver bem em conjunto e seu jeito de se movimentar devagar, quase parando, passava uma certa sensação de tranquilidade, apesar daquilo parecer tedioso também.

O tempo parecia correr de uma forma estranha, horas passando muito rápido, horas passando mais devagar. Mas num geral, a visão permanecia a mesma: Slowpokes descansando e passeando sem rumo entre as pedras e a areia.

Até que, após algum tempo, algo surpreendente aconteceu: um Slowpoke distraído estendeu sua cauda e a mergulhou no mar. Sem demoras, um pequeno Shellder abocanhou a mesma e em questão se segundos, a dupla passou a brilhar intensamente: haviam se transformado em um Slowbro!

Quase todos os Slowpokes que observavam a cena ficaram super felizes com a situação. Dos que não ficaram contentes, a maioria deles estava alheia à situação. Apenas um único agia de forma diferente: aquele mesmo Slowpoke que era diferente dos demais demonstrava sentir raiva, talvez inveja daquela situação.

Como Joul se sentia em relação a toda aquela visão?

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Durante um tempo que visivelmente não se podia estimar, já que as coisas pareciam fluir de uma forma completamente desproporcional e atemporal, Joul abandonou momentaneamente seu perfil treinador para usar suas habilidades de observador pokémon em busca de entender o que acontecia diante dele. No entanto, por um tempo, o que o rapaz pôde constatar, era que aquele lugar não passava apenas de um habitat natural de um grupo de Slowpokes selvagens.

Contudo, uma situação surpreendente acabou por tornar aquilo cenário uma coisa realmente interessante, pois nitidamente sem querer, um Slowpoke acabou avançando um estágio evolutivo graças a uma pretenciosa mordida de um Shellder selvagem. Sendo que isso fez com que o mesmo Slowpoke diferente que se destaca dentre os outros mostrasse completamente incomodado com aquela nova condição de um de seus companheiros de grupo.

Dessa forma, percebendo que a inveja também era um sentimento que surgia dentre os pokémons, o nativo de Cinnabar viu que teria que redobrar suas atenções sobre aquele pokémon rosado. Assim, enquanto buscava um melhor ângulo para uma perfeita analise de tudo aquilo, o herdeiro dos Terri acabou por pensar alto:

- Por quê esta atitude? Isso não era para te incomodar...

Com tais palavras, Joul focou seu olhar em direção àquele Slowpoke em busca de confirmar uma suspeita que surgia dentro de seu subconsciente. Porém, por agora, o treinador ainda não conseguia confirmar aquela suposição, já´ que as coisas ainda se mostravam nebulosas diante do rapaz.

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Observando calmamente aqueles Slowpokes e percebendo que inveja era de fato um sentimento que também existia entre pokémons, Joul começou a ficar com certas desconfianças em sua mente.

Continuou observando aquele grupo de aquáticos, esperando que em algum momento ele pudesse entender melhor o motivo de estar presenciando aquela cena. O tempo voltou a passar num ritmo estranho e o rapaz se deu conta que aquele Slowbro havia se tornado bípede e por tal razão, decidiu ir embora da praia, deixando os demais.

Mais um tempo passou e outros dois Slowpokes evoluíram para Slowbro, deixando aquele Slowpoke em destaque ainda mais frustrado. Assim como o primeiro a evoluir, eles também foram embora.

E assim o ciclo continuou até que aquele Slowpoke passasse a ser o único vivendo naquele ambiente. Pela primeira vez, Joul conseguiu uma espécie de conexãp com aquele pokémon, sentindo claramente não só raiva, mas também o medo da solidão.

Foi então que tudo veio a tona: seria aquilo uma memória de seu Slowking? De repente, a paisagem mudou. O céu estava negro e a chuva era intensa. Slowpoke estava sozinho, abrigando-se debaixo de uma pedra. Foi então que Joul viu alguém se aproximando: era um rapaz alto, de cabelos loiros compridos. O que será que iria acontecer?

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O nativo de Cinnabar ficava cada vez mais intrigado com tudo o que acontecia naquela bela praia, já que durante um bom tempo, e graças a uma diversidade cenas inesperadas que se desenvolviam naquele estranho espaço temporal, o treinador ficou cada vez mais surpreso com os diferenciados e complicados sentimentos que aquele Slowpoke conseguia transparecer para ele. Assim, a cada novo desenrolar, o herdeiro dos Terri se intrigava mais e mais, e, com isso, ele via que sua suposição poderia sim ser verdadeira.

Dessa forma, ao se deparar com o surgimento de outro humano naquele lugar, Joul sentiu que uma estranha relação poderia se iniciar ali. Entretanto, de alguma forma, o rapaz se dava conta que sua presença naquele local não era percebida, e, isso, lhe dava condições de continuar acompanhando de perto todos aqueles sofríveis momentos que o diferenciado Slowpoke selvagem parecia viver.

Então, a partir daí, crendo que mais coisas viriam a acontecer, o aspirante a mestre pokémon resolveu que o melhor naquele momento era continuar mesmo observando todo o desenrolar daquela aparente lembrança. Pois, para o herdeiro dos Terri, tudo aquilo não passava de memórias de seu Slowking, e toda esta situação, de uma forma, aproximava o jovem de seu revoltado pokémon.

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Como estava apenas de espectador naquele local, não havia muito que Joul pudesse fazer além de observar e entender melhor aquela situação. Com o passar das cenas, ele entendia cada vez mais a mente de seu Slowking e, com isso, esperava conseguir uma melhor afinidade com ele. Agora, diante de seus olhos, um rapaz abordava o Slowpoke, que se abrigava de baixo de uma pedra, protegendo-se de uma intensa chuva. Por natureza, o aquático rosado demorou para reagir, mas ficou surpreso e até contente por ter uma visita. Infelizmente, a mesma não foi tão amigável.

- Finalmente! Depois que eu consegui aquela pedra, estou há um bom tempo procurando por um desses. Não posso perder tempo! Vamos lá, Jolteon!

Em questão de segundos, o rapaz retirou uma pokébola de seu bolso e logo a mesma tomou a forma de um pokémon canino, de pelagem amarelada e pontiaguda. Antes mesmo que o jovem passasse algum comando, o pokémon elétrico descarregou uma grande quantidade de energia elétrica no aquático, nocauteando-o. O loiro não perdeu tempo e jogou uma pokébola no aquático, capturando-o.

De repente, tudo ficou escuro novamente. Após alguns segundos, Joul percebeu que estava em outro local familiar: um Centro Pokémon. Mais especificamente, o da cidade de Pewter. O loiro estava acompanhado do Slowpoke, de um Jolteon e de um Gloom. Seu tom de voz era firme e sério, parecia estar dando uma bronca no trio:


- Não me conformo que vocês foram massacrados pelo Brock! Só conseguimos derrubar um patético Geodude! E tirando o Jolteon, todos vocês possuem vantagem de tipo! Sinto vergonha de vocês. - O tom de voz do treinador era tão agressivo que chegava a assustar os três pokémons. Slowpoke claramente se sentia um inútil diante de tantas acusações. Piorando a situação, o jovem aponta o dedo para ele, fazendo uma ameaça. - Se você quer tanto evoluir, vai ter que colaborar. Nunca vou entregar aquela pedra pra você se for pra ser inútil desse jeito.

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Em um primeiro momento, Joul se mostrou completamente incomodado com as cenas que se sucederam diante dele, já que, querendo ou não, as atitudes daquele treinador iam completamente contrárias ao que o nativo de Cinnabar se baseava para a obtenção do sucesso como mestre pokémon. Contudo, no fim, o herdeiro dos Terri se deu conta que aquilo tudo não passava apenas de lembranças de seu Slowking, fato que agora o rapaz já não dúvida mais.

Então, diante de toda aquela complicada sequência de acontecimentos, Joul percebeu que os comportamentos de seu pokémon podiam ser justificados por esta sofrida vida traçada por ele até a chegada na sua condição atual. E, assim, o rapaz finalmente se deu conta que seu pokémon water/psychic, com esta atitude, queria compartilhar seu passado com seu novo mestre, situação esta que demonstrava ao treinador que seu Slowking acreditava de alguma forma no nativo de Cinnabar.

Dessa forma, buscando mostrar que realmente se importa com o passado de seu novo amigo, Joul, após fechar seus olhos, começou a falar mentalmente com seu psíquico amigo:

- Slowking, você realmente passou por situações que acabam por justificar suas atitudes atuais. Mas agora, não se preocupe, você tem um treinador que pensa de uma forma completamente diferente de seu antigo mestre. Não vejo que estas técnicas usadas por ele façam alguma diferença, porque, afinal, todos os pokémons merecem respeito e consideração, e, isso, é algo que eu sempre irei dar a você e seus outros companheiros de equipe.

Com tais palavras o herdeiro dos Terri acreditava que poderia de alguma forma minimizar as dores que estas lembranças provavelmente causavam em seu Slowking. Entretanto, o rapaz também sabia que tudo isto, querendo ou não, era algo que seu pokémon devia aprender a lidar para que ele enfim pudesse prosseguir em sua caminhada em busca de alcançar, cada vez mais, a força que ele demonstrava querer obter.

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Vendo todas aquelas cenas e entendendo as emoções de seu Slowking, Joul tentava conversar com ele através de seus pensamentos. Por alguma razão, sentia que o aquático conseguia sentir os sentimentos de seu dono. Ainda assim, as imagens continuavam diante de seus olhos, exibindo cada vez mais memórias do treinador grosseiro e de seu aquático rosado.

Nesse momento, Joul estava em outro local extremamente familiar: o ginásio de Pewter. Em sua visão, conseguiu assistir o treinador desafiar Brock pela segunda vez. Slowpoke foi o primeiro pokémon utilizado e com certas dificuldades, conseguiu derrotar o Geodude de Brock, para ser derrotado em seguida por Omanyte. Logo o rapaz chamou seu Jolteon para abater o fóssil e, com muita estratégia e esforço, conseguiu utilizar o elétrico para derrotar Onix. Com isso, o loiro foi recompensado com a insígnia da rocha, deixando-o muito satisfeito.

Após a batalha, ele retornou para o Centro Pokémon, onde conversou com a dupla que venceu o desafio do ginásio. O favoritismo do loiro por seu Jolteon era explícita, deixando o Slowpoke com o mesmo sentimento de raiva que sentia ao ver os Slowpokes em Seaform Islands evoluírem para Slowbros. Era mais do que raiva: ele sentia inveja também. Mas logo o loiro deu a atenção que Slowpoke tanto aguardava:


- Olha, você não foi tão bem quanto eu queria na batalha, mas pelo menos derrotou o Geodude. Vou te dar uma única chance. Aproveite essa pedra e não me faça me arrepender disso.

O treinador então retirou uma King's Rock de sua mochila e a colocou na cabeça de Slowpoke. O aquático já conseguia sentir as energias do minério em sua cabeça e, mesmo sem evoluir, já sentia sua energia psíquica se intensificar. Quando Joul se deu conta, já havia parado em outro cenário: dessa vez era a Rota 3. O loiro estava em uma batalha em seu caminho para a cidade de Cerulean e, após conseguir derrotar um simples Metapod de um garotinho qualquer, viu seu Slowpoke brilhar intensamente e tomar a forma do seu conhecido Slowking.

Era visível que o aquático não conseguia se conter de tanta felicidade ao assumir a nova forma. Seu treinador, por sua vez, permanecia indiferente. Porém, havia algo que Joul conseguia ver e perceber que o dono do aquático não conseguia: os níveis de energia psíquicos de Slowking aumentaram intensamente, não só deixando-o mais poderoso como também fazendo com que ele ficasse mais inteligente e passasse a perceber melhor as coisas e reagir de forma diferente. Aquela história não demonstrava ter um final feliz...

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Após acreditar que seu Slowking havia conseguido captar as palavras que lhe eram direcionadas, Joul foi surpreendido por uma nova mudança de cenário, e, assim, o nativo de Cinnabar enfim assistiu tudo o que seu pokémon water/psychic teve que passar para alcançar a tão sonhada evolução. Contudo, de uma forma bem estranha, o herdeiro dos Terri não conseguia sentir que aquilo tudo poderia traçar um caminho feliz, porque, afinal, o treinador pokémon já sabia qual seria o final daquela conturbada convivência entre o loiro treinador e o seu atual Slowking.

Dessa forma, buscando uma maneira de aumentar a conexão entre eles, o rapaz novamente fechou seus olhos e começou a conversar mentalmente com seu pokémon:

- Slowking, eu posso ver o quanto você sofreu nas mãos do seu último treinador. Entretanto, você, agora, precisa abstrair estes sentimentos. Eu acho que é isso que o Prophet espera que consigamos fazer em conjunto, livrar você de vez de todas estas mágoas que acabam por lhe limitar um pouco na busca por melhores resultados através do uso da sua capacidade psíquica. Enfim, estou aqui para te ajudar meu amigo...

Com tais palavras, o nativo de Cinnabar buscava uma forma de confortar seu parceiro, além é claro, de incentivar seu Slowking a conseguir se livrar destes sentimentos ruins que acabam por tornar as coisas cada vez mais difíceis para o ele.

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Joul enfim presenciou a tão esperada evolução de seu Slowking. Era claro o quanto aquela King's Rock havia afetado sua personalidade. Antes era apenas um pokémon de sentimentos intensos, mas de pensamentos e reflexos lentos. Seus movimentos poderiam permanecer lentos, mas sua inteligência havia chegado a um nível alto, fazendo com que ele se desse conta que não precisava aturar os mal tratos do treinador.

Joul mais uma vez refletia e tentava se comunicar com o Pokémon psíquico, que transparecia de alguma forma assimilar tudo. A paisagem da rota 3 sumiu diante dos olhos de seu treinador e agora ele estava em um local próximo, revelando que aquilo havia sido logo após a evolução do pokémon. Estavam no Mt. Moon.

O treinador loiro estava na caverna acompanhado por seu Jolteon, que utilizava eletricidade estática para iluminar o local, e de Slowking. O rosado traçava uma batalha com um Zubat selvagem, mas sua pouca diversidade de movimentos o deixou vulnerável a um golpe super efetivo do morcego, que sabia o golpe Leech Life. Vendo as dificuldades do aquático para abater aquele mamífero voador, Jolteon então se intrometeu na batalha e, com um forte Thunderbolt, finalizou o selvagem.

O treinador loiro então disse algumas palavras grosseiras para Slowking, enquanto Jolteon ficava com todos os elogios. Aquilo fez com que o atual pokémon de Joul ficasse com seus olhos numa coloração azulada. Seu treinador no mesmo instante começou a se contorcer de medo. Jolteon não entendia o que estava acontecendo e ficou nervoso. Logo ele percebeu que o culpado fora Slowking e deu um choque no mesmo, fazendo com que parasse.

Logo o treinador loiro despertou de sua ilusão. Seus olhos estavam arregalados, seu coração palpitando. Sentia muito medo do que havia acontecido, mas não fazia ideia que a culpa era de seu Slowking. Pelo menos não naquele momento...

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