Reboot

- Use Icy Wind duas vezes, Duskull, e encerre essa batalha...

O destino daquele embate dependia unicamente dessa última rodada. Victor, no entanto, não parecia tão preocupado. Ou tinha plena certeza de sua vitória, ou realmente não se importava com o resultado da batalha.

Seguindo seu treinador, Sadie, ainda pousada no chão, preparou seu golpe. Duskull, mais rápido, atingiu a coruja com seu gélido vendaval, deixando uma camada de gelo sobre as penas da Hoothoot e a grama ao seu redor. Sadie, mesmo após receber o ataque, conseguiu lançar seu Round contra o fantasma, quase derrubando-o.

Ambos os combatentes preparavam seus últimos golpes. A ave de Thomas, mesmo com as duas poções de seu treinador, provavelmente não resistiria a uma nova rajada de gelo, assim como o Duskull não aguentaria mais um golpe sequer. O fantasma, entretanto, movia-se mais rápido. Lançou seu último ataque, que provavelmente teria sido fatal... se tivesse acertado o alvo.

O Duskull parecia ter perdido o controle de seu golpe mais uma vez, pois o vento gélido se dispersou novamente, a pouco mais de um metro de seu alvo. Aproveitando a oportunidade, Sadie atacou com seu grito, finalmente derrubando o pokémon de Cassandra. Talvez fosse impressão de Thomas, mas o fantasma pareceu desviar seu olhar um instante antes de atacar, como se observasse alguém próximo ao garoto de Johto.

Hora da Batalha
Campo: Terreno gramado, com poucas árvores ao redor. Céu limpo e ensolarado.



Vs.

Exp escreveu:

Sadie recebeu 2185 pontos de experiência, upando 4 níveis e recebendo 12 pontos de felicidade.
Sadie pode aprender o golpe "Uproar". Deseja retirar algum golpe?

- Eu esperava mais desse fantasminha... - comentou Victor, enquanto recolhia o Duskull. O homem não parecia nem um pouco incomodado em perder a batalha, o que não condizia muito com seus surtos de raiva, minutos atrás. - Não duvido que ele tenha perdido a prática depois de todo esse tempo. Pelo visto, nem o Icy Wind ele aprendeu a usar de forma decente. Ao menos o gosto dele por batalhas parece não ter diminuído, não é, senhorita?

Cassandra  mantinha seus olhos mirando a grama, sem encarar Victor nos olhos. Mas o homem não parecia esperar que ela respondesse. Apenas jogou a pokébola do Duskull para Thomas.

- Aí está, como prometido. Foi uma oportunidade interessante, de fato. Talvez nos encontremos novamente, para uma batalha mais... real. Alakazam, por favor...

Com um último sorriso debochado, Victor e seu pokémon desapareceram, deixando Thomas com o Duskull de Cassandra e uma porção de perguntas, que apenas a jovem de Hoenn poderia responder. E isso dependeria do que ela estivesse disposta a contar.

Off: Perdão pela demora.
Off²: Uproar no lugar de Tackle.

O combate se findava com Sadie consagrando-se vencedora, a coruja parecia feliz e apesar da baixa mobilidade voava até seu treinador e piava de alegria, a ave logo ganhava um parabéns por sua habilidade em batalhava. Por outro lado o Duskull que havia perdido era apenas recolhido para a esfera metálica e tinha sua Pokébola jogada na direção de Thomas, Victor sumia junto de Alakazam deixando o trio apenas com o grupo de Pokémon ao redor deles.

- Acredito que isso seja seu Cassandra - a esfera era devolvida para a loira que não parecia muito feliz em recebê-la de volta - Afinal... o que aconteceu aqui?

Off: Eu que peço desculpas pelos atrasos, no geral. Este, em especial, foi porque... bom, acabou ficando maior do que eu imaginava...
Off²: Atualizado ^^

Cassandra recebeu sua pokébola de volta em silêncio. Examinou-a em suas mãos por alguns instantes. Era difícil definir a expressão em seu rosto. Tristeza, raiva, medo, arrependimento, culpa... Talvez, nem mesmo  a própria garota soubesse o que sentia.

- Vamos voltar para o Centro... - murmurou a moça, sem levantar os olhos para ninguém em específico - Eu explico tudo no caminho.

O grupo seguiu a passos lentos. Cassandra caminhou um certo tempo antes de voltar a falar.

- Meus pais eram pesquisadores. Eles estudavam, basicamente, pokémons fantasmas. E a relação deles com fenômenos sobrenaturais. A maioria chamava eles de loucos, ou por acreditarem nessas histórias, ou por terem coragem de se meter com elas. De qualquer forma, eles conseguiram lucrar um bocado com as poucas descobertas que alguém considerou realmente útil - Pelo tom de voz, era evidente que a garota odiava o fato do trabalho de seus pais não ser levado a sério. Cassandra fez uma pequena pausa antes de prosseguir.

- Os dois viajavam muito, e me levavam em algumas dessas viagens. Mas, há uns cinco anos, minha mãe ficou muito doente, então meu pai teve de arranjar um assistente para poder continuar. E esse assistente foi o Victor...

- Ele é um pesquisador também? - perguntou Paula.

- Já me admira muito que aquele velho saiba a diferença entre um pokémon fantasma e um noturno... Não, ele era mais como um mordomo, realmente. Meu pai só o chamou por ele demonstrar interesse sobre as pesquisas e por ser de "confiança" da família. Mas o interesse real dele era pelo pagamento, e a chance de pôr as mãos em algo valioso que meu pai encontrasse. Tenho certeza que meu pai preferiria que eu o acompanhasse, mas eu não poderia deixar minha mãe...

Cassandra parou de caminhar. Encarou novamente a esfera em suas mãos, passando seus dedos sobre alguns arranhões discretos que haviam na pokébola, como se ela tivesse sido raspada com força contra o concreto. Desta vez, sua expressão era clara. Dor, apenas.

- Uns três anos depois de adoecer, minha mãe morreu - Katy se aproximou de sua treinadora, talvez com a intenção de consolá-la. Cassandra manteve a voz firme - No dia, meu pai estava no Mt. Pyre. E ele voltou trazendo... isto - a garota mostrou a pokébola.

- Meu pai ficou estranho depois daquele dia. Ele ficou obcecado em encontrar alguma forma de se comunicar com o outro mundo, e dizia que o Duskull era uma espécie de sinal. Ele passava a maior parte do tempo vagando pelo Mt. Pyre, procurando... Eu realmente não sei o quê.

A jovem respirou fundo. A esfera em suas mãos era apertada com força.

- A pouco mais de um ano, meu pai desapareceu naquele monte. Não deixou nenhum vestígio, exceto por essa... maldita... pokébola. - A moça tremia, mas seus olhos estavam secos. Ela continuou - Desde então, Victor vem tentando tirar o Duskull de mim. Ele usa a desculpa de que seria um treinador melhor para ele, mas eu sei que ele só está interessado no valor dele.

- Mas... Depois de tudo que aconteceu envolvendo esse Duskull, eu simplesmente não consigo nem tirá-lo da pokébola. Toda a vez que eu o olho, me vem um frio na espinha... Mas ao mesmo tempo, ele é a única pista para o desaparecimento do meu pai. E minha única lembrança dele...

Cassandra puxou a aba do chapéu para a frente do rosto, enquanto virava de costas para Paula  Thomas. Quando voltou a falar, ainda sem se virar, sua voz estava embargada.

- Eu devia entregar o Duskull para o Victor de uma vez. Qualquer lugar que ele fosse seria melhor do que ficar trancado nessa pokébola... Mas eu não posso me desfazer dele. Eu não consigo me desfazer dele...

A moça tentava conter seu pranto. E Thomas, como reagiria a toda essa história?

Off: Não tem problemas, a propósito ótimo post.

O grupo decidia voltar em direção ao centro Pokémon, Sadie dormia no ombro de Thomas particularmente cansada depois da batalha, Zuko seguia cheirando a Skitty parecendo ainda um pouco apaixonado, já Néftis e Hero seguiam no encalço do trio de jovens. Cassandra explicava toda a sua história tomando a atenção da dupla, desde seus pais serem exploradores até a parte em que sua mãe morrera, passando por como conheceu Victor e até o presente momento com o Duskull de coloração diferente, a loira não parecia nada bem visto que cobria sua face com o chapéu, virava de costas para os treinadores e parecia se segurar para não chorar.

- Sabe, sei que talvez seja difícil acreditar em mim nesse momento, mas nós estamos aqui para o que precisar.

O moreno falava com uma mão no ombro de Cassandra, claramente oferecendo ajuda. O tal Duskull parecia ser a chave para um mistério que ainda não fora desvendado pela loira e sequer por seu pai e parecia que para isso precisariam da ajuda de alguém que soubesse mais que eles. A dupla rumava ao centro Pokémon, lá Thomas tinha a esperança de poder ligar para o Professor Elm, esperando que o mesmo soubesse algo sobre o Duskull, já que ele mesmo não tinha muita experiência com os Pokémon daquele continente.

- Obrigada, de verdade... - Thomas ainda não conseguia ver o rosto da moça, mas seu tom de voz parecia levemente mais calmo - Desculpe por... envolver vocês nisso...

Cassandra respirou fundo, ajeitou o chapéu sobre a cabeça e secou seus olhos.

- Bom... vamos andando, então... - o grupo prosseguiu até o Centro Pokémon. Ao passar pela porta de entrada, Cassandra seguiu direto para o balcão de atendimento, onde entregou a esfera do Duskull para a enfermeira do lugar.

Haviam, em um lado do local, algumas estações onde treinadores poderiam efetuar ligações para quaisquer lugares. Em qualquer uma delas, Thomas poderia tentar comunicar o Professor Elm, em busca de informações que auxiliassem Cassandra em sua busca.

Thomas não tardou em contatar o professor Elm, sua esperança para encontrar alguma resposta para o enigma de Cassandra. O jovem ligou para homem, mas não foi atendido de imediato.

- Para quem está ligando? - perguntou a moça, após alguns instantes de espera. Antes que Thomas tivesse a chance de responder, Elm atendeu a chamada. Não havia como negar que o lugar que aparecia no vídeo era o mesmo laboratório que o jovem havia visitado tempos atrás. A bagunça ao fundo ainda era a mesma...

- Err, olá... - o professor ajeitava seu óculos, examinando os jovens no vídeo. Ele parecia reconhecer um dos rostos, mas provavelmente não se lembrava de quando o vira pela última vez - Em que posso ajudá-los?

-Oh sim, Thomas, como vai? - O professor pareceu, enfim, reconhecer o treinador. Logo que Thomas terminou de explicar sua necessidade, Cassandra começou a falar.

- B-Bom dia, professor Elm. Meu nome é Cassandra, e eu gostaria de pedir sua ajuda sobre uma questão. - A jovem começou a contar uma versão resumida de sua história. Falou sobre o trabalho de seus pais, o aparecimento do Duskull e o sumiço do pai da garota. Ela não mencionou a morte da mãe, ou seu conflito com Victor, o que deve ter ajudado a moça a manter sua voz firme. Elm permanecia atento a cada palavra da loira. - Por isso, gostaria de pedir a ajuda do senhor, como especialista Pokémon. O senhor teria algum conselho quanto a esse mistério?

- Hum... - o professor coçou a cabeça - Realmente, seus pais estudam uma área pouco explorada. Eu mesmo não sei quase nada sobre isso. Mas quanto ao Duskull, bom... Acredita-se que ele tenha uma forte relação com o mundo dos espíritos, em especial no seu último estágio de evolução. É dito que um Dusknoir é capaz de captar ondas de rádio vindas do mundo dos espíritos, mas acredito que ele não tenha tal capacidade ainda como Duskull. - Elm parou para pensar mais um instante - É provável que essa característica do Duskull seja a chave desse mistério. Mas, de qualquer forma, acredito que isso tenha haver principalmente com o lugar onde seu pai desapareceu.

- Mt. Pyre... - murmurou Cassandra,  o olhar levemente assustado.

- Desculpe por não ser de grande ajuda - completou o professor - Há mais algo que eu possa fazer?