Back to Nomad Routine

Dez vezes mais forte que Vicent era o homem que saiu da barraca, junto com seu lobo negro - este pelo menos era menor que arcanine -, os dois combinavam o semblante de irritação, que somados com o da filha e seu mini-lobo, faziam um quarteto de pessoas mal-humoradas. Sorri torto, meio sem graça, meio perdida, encarei os dois a frente e tentei falar algo, mas a única coisa que saia dos meus lábios era um "éer" constante e que não dava continuidade a nada. Cocei a cabeça, o queixo, mexi na cabeça, acertei a blusa, balancei a perna, engoli seco. Fiz tudo que poderia fazer, menos falar algo útil. Vicent poderia me ajudar nessa, né? O menino parecia ter lido minha mente. Deu um passo a frente e tomou voz, falando como o líder, que não era, novamente. Tentou consertar o que fizera antes.
- Bom dia, não queríamos incomodar, mas precisamos de algumas informações sobre certas Berries, denunciaram um furto por aqui - atuou como policial - Você poderia explicar ou falar sobre essa história toda?

Enquanto o menino arranhava a garganta para conseguir aquele tom de voz, tentei entrar no papel e parecer menos nervosa, era óbvio que se eu chamasse a polícia, ela ficaria do nosso lado, visto que um homem que usa crianças para tal furto ou para formar um "exército" e incentivar a guerra, não podia ser bom moço. Peguei uma das minha esferas da bolsa e joguei no ar, dela materializou-se Vili, minha Furfrou, a usaria para ganhar tempo. A morena pousou no chão meio guenza, torta, estava um pouco longe da confusão e nem prestava atenção nos dois lobos negros rosnando ali. Andou em círculos e balançou o rabo de maneira infantil, feito isso, começou a me encarar como filhote pedindo carinho, mas este não podia ser meu papel agora, ela estava ali por dois o motivos, o primeiro, ganhar tempo, o segundo, descobrir se, o que o homem tentou proteger na barraca, era as tais Berries que os Zigzagoons tanto falaram.
- Bom dia Vili, você pode farejar para mim? Preciso da localização de algumas Berries - A canina assentiu com a cabeça e tentou. Bem, quando o assunto é comida, Furfrou entende muito bem.

Aproveitando o tempo que conseguiria, me afastaria um pouco da multidão e ligaria para a polícia, seriam sim a melhor instituição para pedir ajuda. Vicent já havia entendido, provavelmente pensou na mesma coisa quando atuou como policial, então ele contribuía para as sutilezas do plano.

Fui recebida do jeito que achei que seria, mesmo tentando mudar todo o plano, de nada adiantou. Assustados com a ideia de policiais em sua área, a menina já gritava ordens para seus pokemons, não havia nem tempo de Vili fazer o que eu mandara. Não queria colocar Furfrou nessa batalha, acontece que esta é a primeira vez que entra em campo comigo ao lado, e por algum motivo, não acho que este Poochyena seja o melhor adversário disponível para uma "estreia" da canina, porém, não fui eu que comecei isso tudo. Bufei e olhei para Vicent, meu olhar diziam "deixa que eu cuido disso", e por hora, eu pretendia cuidar. Ouvi os movimentos inimigos com atenção e abri a Pokedex com o pouco tempo que tinha, e como imaginara, a velocidade da minha pokemon era infinitamente superior.
- Ok, vamos tentar parar essa briga antes que fique pior, Vili - pedi - Comecei usando Swagger, tente pará-lo, após isso, jogue-o para longe com um Headbutt.

Por mais que eu tenha usado um golpe ofensivo, meu plano era principalmente afastar, não continuaria aquilo se houvesse escolha, e a última coisa que queria, era que aquele homem apoiasse aquela batalha.
Antes de qualquer movimento, meu irmão deu um passo para trás e me puxou, tentando manter-nos em uma distância segura, ele não exitaria em soltar Arcanine se necessário, e nem evitaria uma briga com o homem-chefe, devo adimitir, este não parecia boa pessoa e até mesmo eu queria entrar nesta batalha, mas lutar com essa criança e seu poochyena infantil, eu não tinha desejo nenhum.

Meu plano de evitar luta foi por água a baixo. Mal havia dado as ordens e já estava no chão, nocauteado, o mirim Poochyena, sem nem dar tempo do pequeno fazer algo. Fora nessa cena que, todos os espectadores, puderam perceber a diferença entre eu e meu irmão. Vicent gargalhou, começou a rir de forma sádica, sabia que o canino cinza tinha não só se machucara, mas também perdido de forma desonrosa para um escoteiro, e ainda assim ria daquela situação, já eu, a única reação que consegui ter, foi exprimir um "ops" com a boca, baixinho, quase que inaudível, e depois disso, virar, totalmente corada, para Vicent e me segurar muito para não dar uma bofetada em seu rosto sufocado de tanta risada. Deixei-o rir, mas comecei a falar sobre algo importante para ver se ele se tocava de que a situação não era nada boa.
- Hey, não quero que se meta nisso - disse irritada - Eu não queria nem ter começado uma briga, e do jeito que esta reagindo, você vai estragar tudo duas vezes mais, se precisar de sua ajuda te chamo.

Enquanto falava com meu irmão, sem resposta, ficava cada vez mais vermelha e meu tom de voz gradualmente subia, ele já estava mudo, cansara de rir, mas ainda tinha uma expressão mais do que sádica no rosto que me dava repulsa. Esta ai o lado de Vicent que eu tanto odeio, o lado que tenho nojo, aquele que grita uma indiferença sem tamanha e, muitas vezes, o falta compaixão e senso-comum em seu comportamento. Minha vergonha alheia se misturava com raiva, e a soma dos dois deixava meu rosto tão vermelho que meus fios de cabelo, que escapuliam e iam até minha face atrapalhar, eram apenas linhas mais claras que listravam a cena.

Depois da desnecessária performasse dos irmãos esquisitos, tinha certeza que o homem mais velho não deixaria aquilo baixo, no campo já era visível um Myghtyena bravo e uma Frufrou metida, que andava para um lado e para o outro, de peito estufado, comemorando a vitória covarde, como se tivesse provado algo a alguém. A posição de Vili até me fizera liberar alguns risinhos tímidos, mas ela me deu outra certeza: Você também não é adequada para outra batalha. Se quero paz, não posso usar pokemons (nem pessoas) sádicos, ou que adoram se exaltar e menos ainda que enfrentam os outro. Voltei a canina para a pokebola imediatamente, sussurrando um "parabéns, não sabia que era tão forte", apenas para não deixa-la triste, e logo em seguida saquei novas duas pokebolas e as liberei juntas. Gloom e Meganium.

- Hey amiguinhos - falei contente, sempre sorrio e fico boba ao ver Tyr em jogo, este é a razão de minha felicidade com certeza, o ver bem me constrói - Detesto não poder explicar o acontecimento, mas depois eu converso com vocês melhor, agora preciso de ajuda - comentei baixo e calma.
- Meu deus, como você cresceu Tyr - exclamou Vicente - Lembro de você como Chikorita ainda - acrescentou, mas o Meganium apenas respondeu com um rubor e me deixou continuar
- Faremos o seguinte, Tyr irá começar com Safeguard e usara Petal Dance no campo, pegará os dois, mas foque no Lombre se precisar, Gin, você use Poison Powder no mesmo Lombre e Venoshock. - organizei rápido, esperando que fosse a melhor estratégia.

Os dois assentiram com a cabeça e se posicionaram. Espero que saiam dali bem, pedi.

OFF: Oii Yaan, desculpa a demora, nem tenho certeza se é você que vai me narrar daqui pra frente, mas eu queria avisar algo: Tenho alguns problemas dias de semana que me impedem de acessar o PC todos os dias, acontece que é normal para eu postar a cada 7 dias ou mais, então peço que, se for trancar a rota por ausência, espere 15 dias, para que possa ter certeza de que eu sumi! Eu sou lerda para narrar em época de aula pois não to em casa, meu PC fica em uma casa diferente da que eu moro, e eu odeio narrar em tablet/celular.

O resultado do primeiro round fora desastroso para o outro time, tudo que eu havia planejado, aconteceu com o máximo de aproveitamento e Lombre já estava no chão, agora havia só o lobo noturno e meus dois pokemons, o homem ficava cada vez mais irritado e Vicent sorria sínico a cada demonstração de raiva da dupla de escoteiros. Respirei fundo, sem expressar nada muito além de tranquilidade e falei os próximos golpes:
- Vamos continuar com o Petal Dance, Tyr, e Gin, você use dois Venoshocks! - gritei, esperando que tudo dê certo novamente

Vicent então relaxou, nem eu nem ele achavamos que aquilo ia durar muito, porém, ao contrário dos meus atos, ele já havia dito que aquilo estava ganho enquanto eu, a atenciosa mocinha, sabia que aquele homem podia ter mais algum truque nas mangas. Mantive-me de pé, atenta aos movimentos dos pokemons, esperando para ver os próximos episódios.

OFF: Post méh, só pra não ficar sem postar <3

A próxima dança de Meganium já anunciara o final tão previsto: Umas vitória minha. Por sorte, o homem mais velho não tinha nenhum outro truque nas mangas além de fugir correndo, que fora uma reação inesperada para mim, que até me fizera abrir um sorriso lateral, o que era pouco se comparado com as gargalhadas de Vicent. O Ruivo ria alto com o que acabara de acontecer, segundo ele, esta batalha tinha sido um "stomp" maior do que qualquer 7x1 para Alemanha. Enquanto o garoto se recompunha, eu corria para os braços de meus queridos pokemons, calmos, singelos e com expressões de um pequeno cansaço no rosto. Abracei o pescoço de Tyr primeiro e fiquei agarrado nele por um tempo, depois agachei e me prendi a Gin, balançando para um lado e para o outro até tombarmos no chão de terra, sem dor, rindo um pouco, o pokemon pulava animado, não era a primeira batalha dele ao meu lado, mas era a primeira em que era oficialmente meu, nessas condições, havia achado muito mais divertido do que antes. Levantei do chão e sacudi a poeira lateral, ainda rindo do que acontecera. Depois de segundos, recuperei o fôlego e comecei a falar:
- Vocês foram perfeitamente perfeitos - brinquei com a linguagem - Não tinha co.... O que é aquilo ali? - Interrompi-me, cortando minha fala, porém, outrora, um objeto brilhando tomara minha atenção.

Virei a cabeça de lado tentando ver melhor o que estava brilhando perto do lago, Vicent nem ouvira o que eu disse, já estava dentro das barracas bisbilhotando, ou como disse ele, procurando as tão famosas Berries. Tyr e Gin esticaram o pescoço para ver o que me chamara atenção, Gloom nada conseguira ver, enquanto Tyr, com sua altura, visualizou a peça melhor que eu e correu até lá, me chamando. Avancei junto, apressei o passo e tentei descobrir o que tanto me chamou atenção, podia ser uma pedra qualquer, uma concha, um minério ou tantas outras coisas. Independente do que fosse, se não me fosse útil na jornada, só pelo brilho, posso dizer que daria um belo colar.