Sincere, Loyal and Royal!

Lysander ouvia atentamente cada palavra que era dita pelo homem, seus pulsos estavam cerrados, demonstranado sua evidente tensão naquela situação. Apesar de sua audição estar voltada ao homem, sua visão concentrava-se em Éclair, que logo foi chutada para o canto pelo homem. Assustando a todos ali presentes, retirou uma arma de seu coldre. Foi então, quando o caçador ofendeu Zigzagoon, que Karina, ignorando o objeto em posse do homem, começou a correr até ele, lágrimas escorriam por sua face agora rubra, despendendo de sua pele e caindo sobre a grama... Então, rapidamente, ouviu-se um som, o som do projetil sendo disparado pela arma, avançando até Karina...

A garota caíra sobre a grama, e logo uma poça de sangue começou a se formar. Os olhos de Lysander tremiam, e logo se encheram de lágrimas... - NÃO!!! - Bradou mais uma vez Lysander, um grito de desespero. Levou suas mãos até a cabeça, e, neste momento, Minerva sai de trás de Lysander, correndo pelo terreno gramíneo e então, a distancia, com um alto salto, liberou de sua boca uma espécie de corrente formada por energia negra na direção do caçador. Enquanto isso, os outros, Alex e Pia, aproveitavam a distração da Yena para que pudessem aproximar-se de Karina, com seus belos fios prateados jogados pela grama da clareira. Como estaria a garota? Havia realmente sido atingida? Fora de raspão? Teria atingido algum orgão vital?

Lysander observava Minerva correr pela área, saltar e então disparar seu Dark Pulse no homem que a pouco atirara em Karina, que alias, tentou revidar o Dark Pulse atirando, mas por sorte nenhum dos tiros atingiu nenhum outro membro do grupo. Aproveitando que o homem estava impossibilitado de reagir por um tempo, Lysander e os outros correram até Karina que gemia sobre o chão. Ali, ao examina-la puderam notar que o ferimento estava em ambos os lados de sua perna, oque indicava que o projétil não estava preso em seus musculos, mas que esguinchava sangue.

Alex parecia desesperado, mas então, com suas mãos tremendo, abriu sua mochila, retirando dali uma de suas camisas que trouxera para trocar, dobrou-a, enquanto Pia tentava fazê-la continuar acordada, dizendo que tudo ficaria bem. - Continue a nadar, Karina! Continue a nadar! - Apesar de suas palavras parecerem estranhas para a situação, a garota parecia séria, não falara aquilo de brincadeira de modo algum. Alex então passara a camisa ao redor da coxa da garota.

O jovem adorador de aves então encarou Lys, esperando deste alguma resposta que seja, doque fazer naquela situação, aquela faixa na garota não serviria para muita coisa... Tinham de leva-la até um hospital para então ser devidamente tratada... Mas chegariam a tempo? Lysander liberou um ultimo olhar para Karina, e então encarou o atirador, e ainda encarando este, disse para Alex. - Tirem-na daqui... Levem-na para Oldale... Lá poderá ser tratada... - Alex percebeu que pelos planos do jovem, ele não iria junto... Mas tinha de confiar nele, acenou positivamente e com a ajuda de Pia a levantou e passou os braços da mesma ao redor de seu pescoço, e o mesmo com Pia, apoiando-a assim, começaram a se afastar.

Já um tanto distante, pelo menos fora do campo de visão de Lys, Alex apoiou mais uma vez o corpo de Karina na grama, vasculhou sua mochila mais uma vez em busca de seu celular. Discou um número no dispositivo e enquanto esperava alguém atender, escrevia algo em seu caderno, sua mão tremia muito então sua escrita não saiu das melhores, mas Pia ainda assim foi capaz de entender. - É do SAMU, peça para que venham busca-la! Quando finalmente atenderam o telefone, era do Samu, então o jovem passou-o para Pia, que logo começou a falar. - Por favor! Estamos na rota 105! Minha amiga foi baleada na coxa, está sangrando muito! Preciso de ajuda! - E assim, esperava alguma resposta de seja lá quem for que estivesse do outro lado da via.

Enquanto isso, Lysander continuava de joelhos sobre a grama, próximo de onde estava também o sangue escarlate da jovem que a pouco fora baleada. Levantou-se então, com Minerva de volta ao seu lado. - IMPERDOAVEL! - Berrou enfi, sua face vermelha tomada por lágrimas. Torceu um pouco seu pescoço e cerrou seus dentes, mostrando-os, assim como Minerva também o fazia. - ISSO FOI IMPERDOÁVEL! NÃO! NÃO IREI EMBORA! - Esta ultima frase fora para Éclair, dizendo que ele não a deixaria. - MACHUCAR INOCENTES! NÃO PERDOO! E PAGARÁ CARO POR ISSO. - Então, parou por ali, esperando alguma resposta do homem, como ele reagiria? Minerva estava preparada para atacar, defender seu mestre se preciso... E Carvanha? Onde andaria?

Lysander não havia fugido como disse Éclair, e por isso, acabara por receber um aviso do violento caçador, que até o momento já havia atirado em Zigzagoon e Karina, que agora acabara de efetuar outro disparo com sua arma. O disparo atingiu Lysander em seu braço, mas de raspão. O ferimento causado pela bala lhe incomodou, afinal começara a manchar mais uma vez sua camisa de sangue que vazava pelo tal ferimento. O rapaz recuou alguns passos, e com um gemido de dor, e medo, levou sua mão livre até o ferimento.

Os olhos de Minerva se encheram de raiva, e dali, começou a correr novamente pela grama, suas patas moviam-se agilmente até a direção do caçador, quando se aproximou, saltou neste e abocanhou seu braço, e ali prendeu-se, com suas presas cravadas na carne do homem, sangue escorrendo por ali, mas mesmo assim, o homem consegue efetuar outro disparo... O alvo? Lysander. Quem a bala acertou? Carvanha. A pequena piranha saíra do lago com seu corpo envolto em água, seu Aqua Jet, avançando até Lysander e o protegendo, mas com isso, acabara por receber o tiro, em sua cauda, próximo à nadadeira. - CARVANHA! - Berrou Lysander, que ignorando o ferimento em seu braço, correu até a pokémon, o forte vento da tempestade que estava a chegar chicoteava suas faces, seu cabelo esvoaçando-se ao vento, que carregava consigo as lágrimas que dos olhos do jovem escorria.

O céu começava a se fechar, como se em um momento daqueles nenhuma luz haveria de brilhar, o jovem parecia ter perdido o controle de seu corpo, estava em pânico, não se importava com seu braço, apenas com Carvanha, Zigzagoons e Carvanha, vítimas inocentes, alvejados sem piedade pelo homem. Quando se aproximou da pokémon, tocou-lhe a mão por seu corpo, com sua face incrivelmente vermelha, seus olhos pareciam até inchados, e sussurrou a pokémon. - Me desculpe... Me desculpe... Você me salvou... Eu não devia ter permitido isso... Me Desculpe... - As lágrimas continuavam a escorrer até caírem sobre seu a piranha, que se debatia no chão, abaixo de Lys. - Você vai ficar bem... Nunca mais permitirei que isso volte a acontecer... Eu lhe prometo, minha pequena... - Então ergueu sua face, encarando o céu que se fechava, o vento continuava chicotear sua face, impulsionando seu corpo para o lado ao qual este soprava. - ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM! - Correu até sua bolsa, e dali, retirou um canivete.

Começou a correr, o vento contornava suas vestes, fazendo com que debatessem ao ar juntamente com seu cabelo, carregando consigo aquelas pequenas lágrimas que se desprendiam de sua pele, e quase como no show dos pokémons aquáticos no lago a pouco tempo atrás, pareciam brilhar ao vento. Lysander progredia à medida que as arvores ao seu redor chacoalhavam seus galhos, tocando-os com de outras arvores, como se estivessem de "mãos dadas". Continuou a correr até aproximar-se do homem. - MINERVA! ESTRAÇALHE! - Oque o jovem faria agora? Teria forças o suficiente para avançar com aquele canivete? Oque o homem faria? Oque Éclair faria?

OFF: Ouviu mesmo o lance da tempestade *-* Que LINDO!!! Cena lina, situação linda.

A chuva começou a cair sobre o corpo de Lysander enquanto este ainda caminhava até o homem. As gotas tocavam sua face ao mesmo tempo que o vento continuava a chicotea-la, impulsionando ainda mais seu corpo para a direção a qual este soprava intensamente. Não demorou muito para que suas vestes fossem encharcadas pela chuva. Sem se importar para a chuva o jovem treinador continuou a caminhar pela grama que agora começava a ser coberta por uma mistura feita pela água em contato com a terra abaixo dessa.

O homem que anteriormente atirara sem dó nem piedade em tantos inocentes agora observava Lysander se aproximar com aquele canivete em suas mãos, e o pior, não tinha saída. Tinha preso em seu braço uma furiosa canídea que abocanhava seu braço e lhe rasgava a carne, até onde suas presas fossem capazes de chegar, fazendo com que o sangue do homem escorresse por seus dentes, lábios, pelos e finalmente cair ao chão. Então Lysander avançou com os dedos presos com grande força no cabo de osso deste, em seus olhos uma expressão de medo e fúria. Guiou seu corpo para frente, e suas mãos até o peito do homem, onde cravou aquele canivete com toda a fúria que sentia.

Lysander olhou espantado para o canivete quando sentiu que este havia se afundado na pele do mesmo. A água da chuva lavava suas mãos e logo dali começou a vazar um pouco de sangue que logo se misturava com a chuva que também banhava seu corpo. Após a surpresa, Lysander ergueu sua face, observando a expressão do homem... Estaria ele sentindo o mesmo peculiar frio do aço em sua carne abrindo um buraco em sua pele? - Eu disse... NÃO TE PERDOO! - Berrou Lysander enfim, mas após o grito, fora surpreendido por um estouro, outro tiro havia sido executado, e ao olhar para o lado, foi capaz de notar apenas um risco dourado cortar o ar, misturando-se com a chuva que caia intensamente.

Virou-se, para a direção de uma voz que lhe dizia algo. Era outro homem que efetuara o disparo, ele estava no mesmo rumo da garota e Carvanha. O forte vento e a chuva faziam seus cabelos esvoaçarem-se molhados pelo ar, o vento frio tocando sua face. Seria ele alguém amigo do caçador? Ou alguém que viera para ajudar? Lysander tinha de tirar a prova. - ELE ATIROU EM MEUS AMIGOS! MERECE SOFRER! E QUEM É VOCÊ? - Berrava para que sua voz fosse capaz de alcançar os ouvidos do homem, competindo com o som das gotas que caiam do céu.

Lysander ao ouvir aquelas palavras, ordenou imediatamente que Minerva soltasse o braço do homem, e assim ela o fez, desvencilhando-se deste. Lysander liberou um ultimo olhar ao homem que acabara por esfaquear... Oque havia feito? Seus olhos pareciam saltados, assustado com oque acabara de fazer... O braço deste muito ferido por Mightyena. Quem era Lysander para agir daquele modo? Seria ele capaz de matar o homem caso o segundo homem não tivesse chegado? Seria sensato se rebaixar ao nível deste? Mas em parte, Lysander ainda tinha seu coração tomado por rancor do que ele fizera a seus amigos.

Começou a correr, e graças a adrenalina em seu corpo, não sentia o ferimento em seu braço. Minerva o acompanhava uma vez mais, correndo ao seu lado enquanto sua boca era lavado pela água da chuva. Seu cabelo se esvoaçava ao vento, as gotas da forte tempestade tocando sua face enquanto se aproximava de Éclair e Carvanha. Antes de pronunciar qualquer coisa à Éclair ou a sua pokémon, o jovem virou-se ao policial. - É imperdoavel! - Disse, com sua expressão tensa e tom de voz embargado, pesado, como se aquelas palavras lhe doessem na alma. - Mas ajude-o... - E assim, retirou a esfera de Minerva, e com um torto sorriso sofrido em sua face, retornou-a.

Por fim, estava apenas esperando indicações do policial. Haveria uma outra equipe para leva-los dali? Por ora, Lysander voltou-se para sua pequena piranha, agora nos braços de Éclair. Tentaria pega-la em seus braços... Ela aceitaria? Independente de se aceitaria ou não, o jovem simplesmente abaixou-se ao nível em que a garota a segurava e sussurrou mais uma vez. - Obrigado e... Desculpe.