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Fairy Tail - New Age

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Mensagem por Froste Seg Nov 23 2015, 14:45

É uma fan fic que se passa no Universo Fairy Tail, 100 anos após os acontecimentos do anime/mangá. Não é totalmente fiel ao anime, mas espero que gostem.

P.S Críticas são bem vindas.

Fairy Tail - New Age




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Prólogo:

Aurum Walker:
Froste
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Treinador
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Mensagem por Froste Qui Nov 26 2015, 15:01

Capítulo 1- Bem Vindo a Fairy Tail!




Kyros rasgava o céu de Magnólia descendo em um vôo rasante, sua penugem esbranquiçada brilhava levemente enquanto o falcão se dirigia ao solo. Aurum se agarrava fortemente ao pescoço da ave para não perder o equilíbrio e cair.  Em questão segundos Kyros estava com asas abertas planando a poucos metros do chão, aproximou-se da grama verde vagarosamente e o rapaz saltou de suas costas. Aurum tratou de exercitar o corpo estalando alguns ossos no processo, a viagem sem exercícios e treinos deixaram-no estagnado e isso era ruim. Acariciou o pescoço de Kyros, e a ave tirânica emitiu grunhidos de afeição enquanto deitava-se. Haviam pousado numa floresta próxima a entrada norte de Magnólia, as árvores eram distantes umas das outras, mas altas o suficiente para ocultar a presença de Kyros.

_ Provavelmente você não vai poder entrar… melhor ficar por aqui, mais tarde volto pra te ver. - Aurum sorria para ave.

Retirava das costas uma mochila, de seu interior retirava um pouco de ração para viagem, estava horrível como sempre, mas foi o suficiente para saciar sua fome.
Caminhou alguns minutos e encontrou um rio, pacientemente removeu suas roupas e saltou mergulhando nas águas cristalinas, cada um de seus poros era invadido pelo líquido puro e mais uma vez sentia-se limpo.

Após se refrescar e estar limpo novamente, retirou da mochila as roupas mais elegantes que os anões lhe deram, apesar de não serem exímios alfaiates confeccionaram um terno de seda com o carinho de um mestre. A calça e colete negros se alinharam perfeitamente em seu corpo, a camisa de manga comprida clara posta por baixo do colete mostrou-se a combinação perfeita. Calçou os sapatos que havia trazido especialmente para ocasião. Estava pronto, trajado com rigor suficiente para se apresentar a Fairy Tail.

Colocou a mochila nas costas e dirigiu-se até os imensos portões de Magnólia, os guardas permitiram sua passagem com facilidade e logo Aurum pôde contemplar a maravilhosa capital de Fiore, construções colossais que se erguiam por toda extensão da gigantesca cidade, pessoas extremamente diferentes, seres de raças que o mago nunca vira e até mesmo alguns animais passeavam pelas ruas pedregosas. Aquela era sem dúvidas a cidade mais bela que já vira, apesar de não ter visto outras.

O fluxo intenso de pessoas deixou-o desnorteado, e logo Aurum se viu perdido, olhava para os lados em busca de um prédio com a insígnia das fadas ou alguém com tal símbolo no corpo, nada. Mantinha os olhos fixos nas pessoas que se aproximavam, os anões haviam lhe dito que em grandes cidades era costume ocorrerem furtos silenciosos, e ser roubado era o que Aurum menos queria no momento.

“ Ahh.. porque é tão difícil andar por aqui. Onde fica essa droga de guilda?”

Aurum estava parado, absorto em seus pensamentos quando sentiu algo tocar-lhe o bolso, seu reflexo veloz lhe proporcionou reação instantânea, moveu o braço e agarrou o sujeito pela mão. Era um garoto, cabelos negros e olhos dourados, havia pego uma sacola com alguns jewels, rapidamente golpeou a mão do estrangeiro, o sorriso tornou- se mais largo e o ladrão desapareceu.

Aurum arregalou os olhos em susto, um mago! O simples fato de pensar que magos usavam seu poder de forma desonesta já lhe causava náuseas.

E a sensação de desconforto só iria passar com um cigarro, retirava um pequeno cilindro de palha e um esqueiro do bolso da camisa, acendia o cigarro e o levava a boca, dava uma tragada longa permitindo que o tabaco lhe chegasse a cabeça.


“ Esqueça o que aconteceu, procure a guilda… procure a guilda.” - se recompôs, soprou a fumaça e começou a andar novamente.

Desta vez notou prédios que ostentavam flâmulas com símbolos de guildas, a primeira possuia o desenho de uma face de cavalo, aquela era a sede da Blue Pégasus, mais a frente a imponente sede da Lamia Scale, Mermaid Heel, todas as guildas de Magnólia, exceto a que desejava encontrar. Abordou algumas pessoas, mas o que recebia era somente olhares tortos, quando não era ignorado.

~~~~~~~~~~


Foram horas entediantes de caminhada, o sol começava a se por e Aurum se via caminhando em uma região aparentemente inabitada, poucas casas mal cuidadas e na parte remota de Magnólia erguia-se uma gloriosa construção, um castelo, com duas torres e uma área onde criavam alguns animais e um lago artificial  próximo a torre da direita. Um monumento belíssimo, sem sombra de dúvidas, sentiu-se feliz somente por estar próximo, correu até a porta e bateu três vezes esperando ser atendido.

Ouvia o som de passos vindos do outro lado , sua ansiedade aumentava, a porta rangeu e foi aberta, por trás dela estava ele, o rapaz que o havia roubado horas antes.


“Só pode ser brincadeira…” - lançava um sorriso com o canto da boca.

O garoto após abrir a porta fitou-o assustado, Aurum podia ler seus pensamentos, sorriu com o canto da boca enquanto cerrava o punho tornando audível o som de seus ossos estalando.

~~~~~~~~~


No interior da guilda havia um total de trinta pessoas, dividiam-se em quartetos e trios espalhados em mesas dispostas num grande salão comunal. O castelo era tão grande por dentro quanto por fora, com um largo balcão onde ficavam as bebidas, uma grande fonte termal no fundo e no andar de cima se localizavam os dormitórios.

Os membros conversavam amigavelmente, bebiam, brigavam, mas todos se divertiam como uma verdadeira família.

Porém o clima amigável foi quebrado após um dos membros se chocar contra uma das paredes, o impacto fez toda a construção tremer enquanto rachaduras surgiram na parede, o garoto estava no chão inconsciente com um lado do rosto inchado e provavelmente havia quebrado algumas costelas.

Todos os olhares se voltaram para o homem loiro parado na porta.


~~~~~~~~~~~~~


Aurum sabia da capacidade do garoto de se teletransportar, mas isso não o impediu de erguer o punho e golpea-lo na face, era apenas um garoto, mas de certa forma merecia o golpe. A força fora tamanha que o fez voar para dentro da guilda e se chocar violentamente contra uma das paredes.

Ergueu o punho à altura do peito e o fitou por alguns segundos.


“Como a Fairy Tail pôde aceitar um ladrão?”- se distraiu, ficando inerte na entrada.

Despertou da inércia quando sentiu a aproximação de algo, ao olhar pra frente notou que uma seta de aço gigante vinha em sua direção, desvencilhou saltando para o lado e se apoiando no solo com a mão direita.

Da entrada saíram duas pessoas, um deles era um homem, atingia a altura de dois metros, seus músculos definidos aliados ao seu tamanho transformavam-no em um colosso de carne e ossos, seu cabelo branco se organizava em um penteado estranho, seu único olho verde o encarava com ódio, enquanto o outro permanecia oculto por um tapa olho, trajava roupas simples, uma calça marrom e um colete roxo e usava como arma uma âncora de navio.

A outra pessoa tratava-se de uma mulher, baixa, possuía cabelos longos lisos presos em um majestoso “rabo de cavalo” negro, seus olhos castanhos fitavam-no como um caçador de olho em sua presa, um cigarro jazia preso entre seus lábios concedendo-a uma aparência feminina e ao mesmo tempo feroz, bela e selvagem.

_ Antes de esfregarmos sua cara no chão, responda uma pergunta… Você é louco? - dizia a moça tragando o cigarro.

Aurum se recompôs erguendo-se e ficando ereto, apenas encarando os dois magos, através do olhar notava que se tratavam de magos poderosos, bater no moleque foi como comprar briga com a guilda.

_ Não! Acho que isso foi tudo um mal entendido…

Não teve tempo de terminar a frase, a parte frontal da âncora se deslocava através de uma corrente, era como a ponta de uma flecha gigante, embora não perfurasse, servia apenas para esmagar, com excessão de dois ganchos laterais, que poderiam tanto cortar quanto perfurar.

Aurum flexionou o corpo bruscamente para a direita esquivando-se do ataque. A corrente se retraiu e a ponta retornava na direção do loiro que saltou saindo do alcance do ataque.

Ainda no ar foi surpreendido por um movimento da mulher, ela segurava uma espécie de canhão e o utilizava para atirar uma bola de fogo, o projétil incandescente ao se aproximar de Aurum detonou irrompendo em chamas e erguendo uma cortina de poeira e fumaça.


_ Foi fácil. - a mulher soltava fumaça com o canto da boca e cuspia o cigarro no chão.

A poeira se dissipou com o vento, e uma parede de ferro havia surgido no campo, ela se desmanchou e Aurum estava intacto.

_ Magia de Ferro… - o mago erguia a âncora.

_ Eeer… eu não quero lutar, eu só bati nesse moleque porque ele me roubou. - Aurum estava sério, mas ainda mantinha postura de combate.

Seus adversários se entreolharam, em seguida baixaram as armas. A expressão de ódio deles pareceu sumir.

_ E você veio até aqui atrás dele? - a voz trovejante do homem de cabelos brancos.

_ Não. Eu estava procurando a Fairy Tail e por coincidência ele abriu a porta, eu apenas achei que ele deveria ser punido. Não foi minha intenção desafiar a guilda. - Aurum relaxava os músculos e se portava naturalmente.

_ Você poderia tê-lo matado. - retrucou o mulher.

_ Não acho que um mago da Fairy Tail morreria com um golpe fraco assim.

_ O que você quer aqui afinal?- o casal indagou em uníssono.

_ Eu quero apenas fazer parte da guilda. Ouvi dizer que vocês são fortes, e eu vim de muito longe para me juntar a vocês. - Aurum disse sério.

_ Os tempos mudaram, foi se a época em que éramos a maior. - dizia a mulher com voz triste. - Venha conosco, vamos leva-lo até o mestre.

~~~~~~~~~~~

O trio entrou na guilda. Olhares raivosos fuzilavam Aurum, a vontade de dar meia volta e fazer parte de outra guilda era irresistível, mais a frente o garoto que sofrera o ataque havia recobrado a consciência e estava de pé novamente, sorrindo como uma criança.

Guiaram o visitante até a escadaria no outro lado do salão comunal.


_ Basta seguir o corredor, a sala do Mestre é a última. - dizia a mulher.


Aurum engoliu o seco, cada degrau lhe provocava uma sensação de desconforto imensa. Subir aquelas escadas foi como escalar uma montanha, mas no fim havia chegado até um largo corredor, portas se espalhavam pelas laterais indicando dormitórios e no fim do corredor uma única porta de madeira, a sala do Mestre, andou até ela e antes que batesse ela se abriu.

_  Com Licença… - dizia com a voz trêmula.

_ Fique a vontade. - voz indicando idade avançada.

Olhou bem para o Mestre, não lhe intimidava, tratava-se de um homem velho, baixa estatura, seus olhos eram coloridos com um negro intenso, as rugas pareciam seguir um padrão ordenado em sua face flácida, uma barba grisalha, em sua cabeça uma cartola negra, trajava um elegante terno preto que mostrava o quanto era esguio.

_ Ouvi alguns ruídos incômodos, estava brigando? - o Mestre permanecia sentado em sua cadeira.

_ Sim… me desculpe. - Aurum olhava para o chão envergonhado.

_ Não se preocupe, não é a primeira vez que Zac faz isso… aquele garoto é um problema. - sorria. - Eu suponho que você não veio aqui com essa intenção. -  dirigia-lhe um olhar de alguém que sabia a resposta.

_ Não… eu vim porque quero fazer parte dessa guilda, quero ser um membro da Fairy Tail! - determinação clara em sua voz.

_ Ouviu falar que não estamos mais no ápice? Sofremos algumas derrotas nos Grandes Jogos Mágicos e são poucos que ainda nos contratam para algum serviço. Sabendo dessa situação, ainda deseja fazer parte da Fairy Tail? - olhar descontraído.

_ Sim! Com toda certeza!

_  Eu, Enoc, como mestre da Fairy Tail sentencio que você Aurum Walker é o nosso mais novo membro!

“ Como ele sabe meu nome?” - Aurum observava desconfiado.

Antes que perguntasse algo um forte poder mágico tomou conta do espaço, um estranho desconforto assumia sua mente e então a dor. Como se estivesse sendo banhando em lava e agulhas penetrassem sua carne, seu colete e camisa queimaram enquanto em seu braço direito surgia a marca das fadas, o símbolo da guilda em azul claro. A dor cessou, a magia na área se dissipou e Enoc o encarava com um largo sorriso.

_ Feche a porta ao sair.

~~~~~~~~~~~~~~~


Aurum apareceu no topo da escada, um sorriso largo brotava de sua face, um sorriso sincero de satisfação, a partir daquele dia ostentava a marca da Fairy Tail, seu orgulho. Olhou para baixo e os demais membros fitavam-no felizes, aquele conflito havia ficado no passado, agora eram todos irmãos. Enquanto descia as escadas pensava em uma coisa apenas.

“ Esse terno era um presente...” - sorriso.
~~~~~~~~


Zac( O ladrão):

Mulher que ele enfrentou:

Mago da Âncora:

Enoc, o Mestre:
~

Foi o primeiro capítulo, espero que tenham gostado. Criticas e comentários são sempre bem vindos.

Obs: Essas imagens são só para ter uma base da aparência, não são exatamente iguais Very Happy ...
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Mensagem por Froste Qua Dez 23 2020, 19:48

Capítulo II – Zac


Quando a luz solar adentrou o cubículo Aurum já estava de olhos abertos, um amálgama de insegurança e antecipação roubara-lhe uma boa noite de sono. Sentou-se na cama, esfregou os olhos e pôs-se a observar a marca das fadas em seu braço direito, a pigmentação negra quando em contato com a luz rutilava em sombrio ébano, Aurum poderia contempla-la por horas a fio sem entediar-se, com nítido deslumbramento em seu sorriso satisfeito. Foi até o banheiro. Seu nicho era pequeno, um quartinho com uma cama de solteiro, escrivaninha e um armário fazendo fronteira com um banheiro ainda menor.

Dedicou-se a um banho longo, cuidou de sua higiene e vestiu-se meticulosamente: calças negras, camisa de botões branca, colete preto e gravata borboleta. Alinhou as peças no corpo uma segunda vez e se olhou no espelho, impecável, exceto pelas esferas vermelhas tremeluzindo nas cavidades oculares. Tateou a escrivaninha e revirou o armário procurando seus óculos.
“Merda! Onde eu deixei?” Antes que encontrasse, ouviu batidas na porta.

- Já vou, só um segundo. – disse com leve constrangimento enquanto intensificou a busca.

Mais batidas.


- Eu disse que já vou... só um minuto!

Mais batidas.

“Merda!”. Pensou ao abrir a porta com violência, contudo, não havia ninguém em sua frente, tampouco, no corredor. Aurum coçou a cabeça com curiosidade e espanto. “Dormir pouco tem suas consequências...”. Ao fechar a porta e virar-se deixou escapar um grito de susto, Zac estava de pé próximo a entrada do banheiro.

- Procurando por isso? – Zac balançava um par de óculos escuros entre o polegar e indicador, trazia consigo um sorriso radiante de vitória.

-  Como e quando?.. –questionou perplexo.

- Você tava no banheiro e não sei se lembra, maaas eu uso magia de teletransporte.... – disse como uma criança entediada. – A propósito, lindos olhos...

- Me devolve isso! – Avançou como relâmpago contra Zac, este, que apenas desapareceu, reaparecendo sentado sobre a cama, de pernas cruzadas carregando um sorriso que ocupava todo o rosto.

- Toma, pode pegar... – estendeu a mão.

Aurum arrancou os óculos da mão de Zac, o vermelhão de seu olhar, agora escuro, retratava a fúria parcial que o envolvia. Ao colocar os óculos pôde, enfim, respirar aliviado.

- O que diabos você quer comigo? Espero que não tenha roubado nada, dessa vez não vou pegar leve...  

- Não peguei nada, eu juro... – Zac ergueu os dois braços. – o mestre mandou eu te acompanhar nos seus primeiros dias, te explicar sobre como as coisas funcionam e blá blá blá.... pode ter certeza que eu não viria por livre e espontânea vontade... Podemos ir?

Aurum ajustou as mangas da camisa uma última vez e acompanhou Zac.
~~~~~


Desceram ao térreo da guilda. Havia um fluxo intenso de pessoas, as mesas dispostas no salão comunal estavam quase todas ocupadas, do palco nos fundos se ouvia a melodia alegre de uma banda simples. Aurum esgueirou-se por entre as mesas encolhido em sua própria timidez, ainda receoso por sua desastrosa primeira impressão. Acomodou-se em uma banqueta disposta a frente do balcão, Zac sentou ao seu lado, permaneceram mudos por alguns segundos.  Aurum arriscou-se em romper o silêncio.

- A Fairy Tail tem tanta gente assim?

- Não, a maior parte são clientes...

- Clientes? – não pôde conter a careta de espanto.

- A guilda também é uma taverna... Bem... por onde começar... Os magos mais fortes foram seguindo suas vidas, o restante não estava conseguindo concluir os trabalhos, o Conselho Mágico ia dissolver a guilda... uma solução temporária foi transformar numa taverna... E como pode ver o balconista e as garçonetes são magos da guilda. – Zac apontou para o emblema em suas roupas. – Onde você tava com a cabeça pra vir justamente pra cá?

- Passei a maior parte da vida com anões, eles sempre contavam histórias sobre os grandes feitos da Fairy Tail, pensei que seria uma boa opção. – havia resignação em seu tom de voz.

- Sua fonte de informação eram anões? Sabe que eles mal saem das cavernas ou sei lá em que buraco eles vivem, né? ... Continuando... perdemos alguns jogos mágicos, com isso a popularidade diminuiu e os trabalhos também... Maaas somos uma taverna bem popular, o que não é ruim, ajuda a manter a guilda ativa.

- Se eu soubesse, tinha tentado a Blue Pégasus. - Ambos riram.

O balconista era um homem baixo e gordo, ostentava um bigode castanho espesso contrastante com sua careca brilhante, vestia-se de forma idêntica a Aurum, porém trazia uma toalha sobre o ombro direito, aproximou-se da dupla com um enorme sorriso branco e cumprimentou-os com inegável bom humor:


- Yo, Zac.. E olá rapaz, sem brigas e sem quebrar nada hoje, por favor. – gargalhou espaçadamente.

- Haha... muito engraçado. – respondeu Aurum de cenho franzido.

- Yo Jack, uma cerveja pra mim e uma omelete pro novato. – retrucou Zac

- Você tem idade pra beber? – Aurum o olhou confuso.

- Não enche.

Retomaram o silêncio ao serem servidos. Aurum devorou a omelete com indecente voracidade, Zac, saboreava lentamente a cerveja, vez ou outra olhava ao redor sondando quem entrava e quem saía. Jack alcançou a dupla novamente, estendeu a mão na direção de Zac e disse com severidade:

- São 30 Jewels.

- Ele paga... – Zac desapareceu ao terminar a frase.

- Só pode ser brincadeira! – Aurum reclamou pondo a mão no bolso.
~~~~~~


Aurum e Jack conversaram por alguns minutos, o movimento constante os impedia de permanecer num mesmo assunto por muito tempo, embebido pelo tédio de um diálogo entrecortado, o loiro se levantou e caminhou em direção à saída. Ouviu um assovio e virou-se instintivamente, Zac acenava de uma das mesas. Aurum foi ter com ele:

- Qual a porra do seu problema?! – disse socando a mesa. O burburinho ao redor cessou, os olhares se voltaram à dupla, atraídos pelo magnetismo bélico de Aurum. – Primeiro me rouba, depois invade meu quarto e agora me sacaneia... essas são as boas vindas?

- Se acalma e puxa uma cadeira, as bebidas estão a caminho. – o costumeiro sorriso vitorioso surgiu no rosto de Zac.

Aurum se desfez de sua fúria e se sentou, vencido. Aguardou a garçonete servi-los em silêncio e pôs-se a encarar Zac, aura insólita exalava a pálida figura, transbordava juventude, seu olhar firme externava confiança maciça, não a arrogância inexorável de um espírito jovem, mas a segurança de uma criatura que conhece com exatidão seus próprios limites. Por um instante Aurum sentiu medo.


- Viver com anões deve ter mexido com seu senso de humor... foi só uma brincadeira, nada demais, pra você se adaptar... – bebeu um gole.

- Não enche... – Aurum puxou uma cartela de cigarros do bolso, escolheu um cuidadosamente, colocou o entre os lábios e estalou os dedos acendendo-o. – Não vim pra perder tempo numa taverna, eu sou um mago... e dos bons! – tragou o cigarro.

- Bem modesto eu diria... mas não é nem de longe o mais forte aqui. – apontou para uma mulher no balcão, a mesma que confrontara Aurum em sua chegada. – Elen Fireheart, mas a gente chama de Dragona...

- Dragona?

- Não sei como se chama um dragão fêmea, por via das dúvidas, Dragona. Antes que você pergunte: ela não é um dragão! – em seguida apontou para um homem alto de cabelos brancos, estava em uma mesa com vários outros homens rindo e bebendo, ao seu lado repousava uma âncora. – Soul, era pirata, um mago excepcional.

- Aquela âncora quase arrancou minha cabeça. – Aurum comentou constrangido.

- Isso por que você é um mago dos bons? – Zac sorriu. Apontou para um homem de cabelos pretos sentado sozinho na última mesa -  Aquele é o Leon, mago classe S, o mais forte da guilda.

- Ele me parece alheio.

- São os cogumelos, longa história... – Zac assumiu um ar grave. – Só queria mostrar que temos magos poderosos. A guilda é mais unida do que parece, o problema é a popularidade, a Revista Magos e o jornal de Magnólia não têm contribuído muito com a nossa imagem, mas acho que dá pra mudar isso com o próximo trabalho.

- Que trabalho?

- É secreto, inclusive acho que você ia ser bem útil ... eu poderia te contar, mas você teria que aceitar com antecedência...  - Zac, mais uma vez, sorriu vitorioso.


Comentários:

Elen Fireheart:

Soul:

Leon:
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Mensagem por Froste Sáb Fev 13 2021, 15:12

Capítulo III – Perspectiva


A mesa ao centro era sempre reservada a Soul e seu séquito, formado por cinco ou seis bêbados aleatórios que surgiam sempre no mesmo horário, pediam sempre a mesma música e contavam sempre as mesmas histórias, eram, a primeira vista, repulsivos, entretanto, a presença destoante de Soul trazia um ar de bonomia e imponência ao recanto dos indesejados. O mago de cabelos brancos, esparramado em sua cadeira com a exótica âncora ao lado, atraia para si olhares ora admirados ora intimidados, mas todos respeitosos. Soul era corpulento, sua pele pálida e músculos perfeitamente esculpidos conferiam-lhe o aspecto de um colosso de cal, o sorriso largo em comunhão com o olhar apaixonado imbuíam essa estátua de gesso com candura e vida.

O burburinho incessante levantava a questão imutável: O que tão insólita figura fazia em meio aos rejeitados? Soul era considerado por toda a guilda como o segundo mais poderoso, um homem leal e, acima de tudo, competente. Concluía suas missões com maestria e era, dentre todos, o mais requisitado para quaisquer tipos de serviço, muitas vezes fora convidado a ser integrante de guildas maiores, mas sempre rejeitava. Ao fim do dia, às vezes no início, Soul assentava-se com os bebuns, pagava uma bebida a todos e desfrutava de sua insólita companhia com aspecto distante e ar de genuína gratidão.

Soul gostava do ar alegre e infantil dos bêbados, incapaz de compreender o porquê deste carinho inenarrável, o som de suas risadas parecia combater a ladainha de espectros do passado e, desta forma, disposto preguiçosamente sobre a cadeira, permitia-se invadir pela mais revigorante paz. Em momentos fortuitos contava uma anedota e unia-se ao coro desafinado, em intervalos ainda mais breves direcionava seu olho exposto a Elen, que permanecia próxima ao balcão com sua postura indiferente, sempre que o fazia podia-se perceber seus olhos lívidos tremeluzirem em absorto enlevo, Soul percorria a totalidade de seu corpo com evidente prazer, não prazer carnal, mas a fruição primorosa de um indivíduo diante da mais sincera expressão artística.


- Hey! Olha lá, tá babando na Dragona de novo. – disse um dos bêbados apontando para Soul, o restante riu.

- Ela olhou para mim primeiro, só fiz questão de retribuir. – respondeu Soul de modo fanfarrão.

- Ah, claro que sim! Com toda certeza. – debochou o outro.

- Aposto 100 jewels que se você chegar perto vai apanhar ... e eu nem tenho 100 jewels!

- Eu até chegaria perto, mas como você não tem o dinheiro, não vale a pena.

Silêncio. Todos na mesa olhavam para Soul com expressão de riso contido. Soul levantou-se da mesa, espreguiçando-se exageradamente.


- Tá bom. Eu vou! Mas cada um de vocês vai me pagar uma cerveja. - disse com seriedade.

Todos concordaram.

Soul se levantou simulando um andar cômico com a ponta dos pés, todos notaram o deslocamento do titã de cal em seu caminhar desajeitado e imponente. Próximo a Elen, que estava posicionada de frente para o balcão e de costas para ele, tocou-lhe o ombro dizendo com amistoso embaraço:


- Olá...

Antes que pudesse terminar a frase sentiu tremerem as costelas quando o punho dela atingiu-lhe o tronco, o impacto fez com que seu corpanzil fosse suspenso por um instante breve, Soul abriu a boca sem ar, incapaz de gritar de dor, Elen pousou a mão em sua nuca com ferocidade e imediatamente empurrou seu crânio contra o balcão. De longe se ouviu o estalo do rosto batendo na madeira.

- JÁ DISSE PARA NÃO ME TOCAR... PORCO IMUNDO... – a mulher vociferou em fúria evidente, ergueu o punho fechado preparando-se para mais um golpe e estacou enregelada.

Soul recuperou-se do torpor, as costelas doíam, nariz e boca sangravam, cuspiu um dente e tateou o interior de sua boca com a língua constatando que perdera um dos dentes de trás, invisíveis em seu sorriso, permitiu-se uma prece breve agradecendo a sorte.

- Dessa vez não quebrou nada, quando começa a pegar leve é porque o amor começou a superar a raiva. – Soul brincou, entretanto não ouviu risadas dos bêbados tampouco houve reação por parte de Elen, que permaneceu estática com os olhos envoltos em terror. – O que diabos ta acontecendo? – ao se virar, estacou.

~~~~~~~

A realidade não fazia sentido. Suas pupilas dilatadas não captavam com precisão as cores ao redor, os objetos, desprovidos de estabilidade, tremeluziam em ondas arrítmicas que provocavam enjoo. Havia barulho, sons indistinguíveis provenientes de algum ponto recôndito deste reino distorcido. Olhou para suas mãos liquefeitas movendo-se como flâmulas tristes. Embora se concentrasse em mantê-las firmes parecia-lhe impossível evitar que tremulassem. A sua volta, mesmo preso sob o complexo círculo cromático, os demais indivíduos eram nada mais que sombras na névoa. Quando um calor súbito invadiu-lhe o peito e o vermelho tomou conta de sua visão, Leon pensou atordoado: fogo! Levantou-se.

~~~~~~~

Quando Leon se ergueu bruscamente de sua mesa isolada, toda a Fairy Tail mergulhou em pesaroso silêncio. Elen, Soul e todos os demais sentiram um frio descomunal tomar conta de seus corpos e o medo os paralisou. Leon jazia de pé, teso, sua pupila dilatada transmitia pavor e inquietude, o contorno púrpura que envolvia o denso negrume de sua pupila crepitava como lúgubre pedido de socorro. De pé, balbuciou algo ininteligível e tornou a sentar, alheio. Todos se moveram e respiraram aliviados. Quando a música ressoou novamente, todos riram e conversaram como nunca, de repente o instante viu-se carregado de inestimável valor e a vida, outrora ignorada, tornou-se, mais uma vez, preciosa.

~~~~~~~

Com o dedo anelar Aurum ajeitou os óculos escuros, que haviam deslizado pelo nariz revelando seus olhos, segurou a caneca com firmeza e sorveu um gole longo da cerveja, com a outra mão secou o resquício que lhe escorria do canto da boca. Pousou a caneca com força na mesa e continuou observando Zac que fazia caretas enquanto brincava com uma moeda.

- Acho que não tenho opção... só me fala sobre a canoa que eu to entrando.

- Ah, nada muito complicado, a gente vai pegar de volta um colar que um sujeito roubou. – Zac respondeu com seu ar fanfarrão.

- Você usa magia de teletransporte, pode só entrar lá e pegar, ninguém vai notar.

- Pensei nisso, mas o lugar é protegido e não tem como me teletransportar para onde o colar está.

Aurum, a esta altura, franzia o cenho e retomava sua expressão sisuda de autêntico mau humor. Seus olhos, sob as lentes, emanavam gravidade, particularmente odiava o ar galhofeiro e manipulador de Zac, sentia um incômodo constante que cingia-lhe os membros como fios de uma marionete. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, ouviu um estrondo de pancada próximo ao balcão e o estertor de gargalhadas na mesa central.

- Meu Deus, que porra foi essa? – Aurum olhou ao redor aturdido.

- É que você ta de costas pro balcão, a Dragona acabou de bater no Soul.

Aurum olhou para trás e fez uma careta ao ver o sangue escorrer do nariz e boca de Soul, instintivamente levou a mão ao maxilar e fechou brevemente os olhos.


-  Eu não queria estar na pele dele.

- Concordo com você. – ambos riram. – Sobre o trabalho, o colar está com um nobre, dentro de um castelo, mas não posso te informar muito bem... quem sabe com exatidão é o Al, mas ele ainda não chegou.

- Al?

Toda a guilda silenciou-se de repente quando Leon se levantou. Zac manteve o olhar fixo nele, Aurum notou a tensão do rapaz, todo ele parecia preenchido por estranha aura de urgência, como se estivesse pronto para agir a qualquer momento.

- Ei... oi... que que tá acontecendo? – questionou abanando a mão pedindo atenção.

Zac não lhe deu atenção, se moveu apenas quando Leon se assentou e a música ressoou novamente. A tensão se esvaiu, Aurum pôde notar outra vez o brilho brejeiro nos olhos do rapaz.

- Ah, nada não, é um negócio comum pra quem frequenta a guilda... com o tempo você se acostuma.

- Isso com certeza não é normal, você ta me enrolando de novo? – coçou a cabeça impaciente – Acreditar em você é muito difícil. – soltou um suspiro longo.

- E você pergunta demais e resmunga de tudo... olha só, nosso companheiro acabou de chegar.

Um rapaz de cerca de vinte anos cruzou a porta, era baixo e magro, vestia-se com uma calça curta, alcançando a canela, que se adequava a seu perfil esguio fazendo o parecer mais alto do que realmente era; usava camisa branca de botões e gravata cinza, não era o mais elegante, mas chamava atenção. Seus olhos, levemente puxados, tingidos de esmeralda amainavam quaisquer sinais de agressividade, o sorriso comprido, sem mostrar os dentes, pincelava seu retrato com absoluto pacifismo. Caminhava sem firmeza, mas rígido, como um autômato. Não cumprimentava, mas retribuía os acenos com um sorriso amistoso. Aproximou-se da mesa de Zac e Aurum, curvou o corpo em respeitosa genuflexão.

- Olá senhores, posso me sentar aqui? – sua voz evidenciava juventude, e poder-se-ia dizer que era quase feminina.

- Fica a vontade... Sendo sincero, nunca entendo o porquê dessa formalidade. – respondeu Zac.

- É uma questão de educação. A propósito, olá estranho, me chamo Al. – disse estendendo a mão para Aurum.


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