[The Pursuit of Happyness] – Route 114 –

Ainda tinha esperança de que tudo daria certo só por alegria e pá? Um grande erro que se provou logo a seguir, quando um monstrinho de dentes afiados resolveu que seria bem legal tentar roubar aquela coisa brilhante e fofinha entre as rochas que interessava apenas àquelas duas. Por que não, né?!

Mentalmente, ela o xingou. Peixes não deviam ser mais legais?! Deviam, cara!!! Eram peixes! Peixes são fofinhos, na teoria, Ok?!

Enfim. Como não poderia nem dar ordens nem nada do tipo submersa, deveria deixar aquilo por conta de Marill... Afinal, na água, a coelhinha teria bem mais agilidade que a ruiva. Ela indicou o peixe com a cabeça para a azulada, que piscou algumas vezes antes de tentar se aproximar... E apontou para os dentes de Carvanha, gesticulando. Talvez conseguisse levar na conversa?

Já Natalie... Não teria problemas com aquilo, achava. Era só se sustentar ali e ver o desenrolar daquela interação... Certo?

Aquele peixe não só não era fofinho; Ele era bem nojento também. A garota torceu os lábios quando o animal foi se afastando e se acomodou entre algumas pedras - respirou fundo e cruzou os braços, quase emburrada. Sério que perderiam todo o avanço até o momento por causa de uma piranha mau caráter? Nem pensar! Entretanto... Não tinha como saber de que maneira poderia recuperar a joia... Ou seja lá o que fosse aquilo. Quer dizer, como diabos sumiria com o animal sem fazer o mesmo com o item entre seus dentes?

Marill? Não ficou muito feliz, também. Entretanto, ao aperceber-se que o bicho não se afastaria dali por agora e que ele não entregaria a joia de bom grado, nadou para perto de Caroline para indicá-la o local onde as coisas estavam acontecendo. Cutucou-a umas mil vezes... E fez uma careta assustadora, usando as duas patinhas para tentar simular um monstro mordendo alguma coisa - e apontou na direção em que o bicho se aquietara.

A ruiva? Por sua vez, não ficou parada. No trajeto da aquática até a loira, ela permaneceu refletindo sobre possibilidades. Sumir com o animal e deixar a joia, sumir com o animal e deixar a joia, sumir com o animal e deixar a joia, sumir com o animal e deixar a...

Um estalo de dedos foi um gesto automático quando uma ideia sutil rastejou para dentro de sua mente. Não poderia forçar a mandíbula do bicho e tampouco uma batalha seria confortável embaixo d'água... Entretanto, ainda tinha uma certa coisinha que serviria de tentativa - então, ela nadou para perto das rochas, lenta, receosa de que o peixe poderia fugir a qualquer instante. Apoiou as mãos em duas rochas e liberou uma para retirar uma das esferas bicolores vazias postas no cinto (o quê? Nunca explore sem ser capaz de capturar alguma coisa!), encarando o aquático tenebroso.

...
Não gostava dele.
Mas até onde sabia, instrumentos não iam pra esfera junto.

Ou será que iam?

Ela aproximou-se apenas o suficiente para que pudesse utilizar o objeto no bicho - e também aguardou para ver o que aconteceria. Não estava com vontade de tê-lo no time, então era indiferente que a pokéball se quebrasse - e também duvidava muito que seria capaz de fazê-lo, visto que na teoria ele não estava ferido...

Bom. Era só o esperar desaparecer na esfera por tempo o suficiente para que pudesse recolher o objeto entre seus dente e dar o fora dali bem rapidinho.

Mas aquilo daria mesmo certo? Huh..
Agora era torcer.

Devia dizer que aquele não era exatamente o resultado que estava esperando... Entretanto, havia sido útil de qualquer maneira - e talvez bem mais do que se tivesse concluído a aproximação de Carvanha e Pokéball. Claro, teve o susto da investida do peixe e tudo, mas Marill conseguira reagir bem a tempo e, uh... Bem, não podia se movimentar tão rápido debaixo d'água. Faria questão de ver seu provável machucado depois para ver quão grave acabara sendo... Mas no momento, não seria possível, infelizmente.

Quando a joia se libertou das presas de Carvanha e ocorreu o afastamento do peixe, a coelhinha azulada apressou-se em buscar o item que mal conhecia e já dera tanto trabalho. A ruiva, por não ter sua agilidade na água e tampouco precisar ir com ela para pegar (afinal, para que usar mil mãos para um objeto só?), se ocupou em recuperar a esfera bicolor que não pôde ser utilizada graças à uma esquiva básica e prendê-la novamente no cinto. Isto feito, voltou-se para sua pequenina e se aproximou dela para tentar ver o que era aquilo que estavam em busca - ela pegara?

Mwn...?

Oh, então acredito poder afirmar que está tudo mais ou menos bem por hora. A ruiva relaxou bem mais quando pôde retornar à superfície - e apenas não saiu beijando a grama por não ser algo exatamente legal de se fazer. Definitivamente, não era lá muito fã de sair de sua preciosa terrinha normal. Se pudesse, nada de mergulhos por um tempo depois daquilo, hein?

De todo modo, ela abraçou a coelhinha aquática e deu-lhe um beijo suave na testa, agradecendo pelo esforço em todos os sentidos e afagando de leve o local levemente ferido por Carvanha. Os orbes? Se desviaram para a loira - manteve a azulada nos braços - e a garota assentiu de leve quanto à sua pergunta.

- Será que seu pai não considerou que alguma das coisas poderia acabar sendo levada por algum animal ou outra pessoa? Tanto a caixa quanto a joia... Foram coisas arriscadas, não? - Encolheu os ombros. Não arriscadas no sentido de exatamente perigosas... No entanto, dependentes da sorte. O que aconteceria se alguma das coisas acabasse por desaparecer nesse meio tempo?

Enfim...
Para a cabana, então!

A garota piscou algumas vezes com a resposta de Caroline - silenciou-se e fitou o gramado em silêncio enquanto caminhavam, ignorando parcialmente o vento frio que colidia com o corpo molhado e arrastava tremores até mesmo por sua alma. Não teria como debater tal frase, nem mesmo se realmente desejasse fazê-lo. Como poderia? Era algo a se refletir, de fato - e que trazia diversos redemoinhos nas profundezas de sua mente. Será que..

Ela balançou a cabeça.
Deixe pra lá.

Quando chegaram à cabana, a garota não exatamente fez alguma coisa. Trocar de roupa não adiantaria nada... Então, apenas aguardou a abertura da caixa. Ergueu levemente quando a outra dica apareceu - então, era por isso que existiam cinco passos. Pelo visto, o pai da loira realmente gostava desses tipos de coisas. Que maravilha, hein?

- Pode ir na frente. E... Mwn, O que você acha que pode acabar encontrando lá? O que exatamente seria "seu sonho"? - Inclinou de leve a cabeça...

Aguardou.

Como ela subiria aquilo?